Escolhidos pelo governo após década de impasse, aviões Gripen são mais econômicos e menores em relação aos fabricados por americanos e franceses. Mal-estar com EUA também teria influenciado decisão do Planalto.
Após um vai e vem de 12 anos, a sueca Saab, com as aeronaves Gripen NG, acabou levando a melhor na decisão do Planalto sobre a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). A fabricante sueca deixou para trás a francesa Dasault, com o modelo Rafale, e a americana Boeing, com o F-18. Custos de aquisição e de manutenção, transferência de tecnologia e desempenho dos aviões foram os três fatores determinantes na decisão.
“Todos os três aviões são excelentes. Eles são modelos equivalentes e cumprem as funções exigidas pelo programa FX. A grande razão da escolha, além da proposta de transferência de tecnologia, está na questão do preço tanto de aquisição, quanto o custo operacional”, afirma o chefe do departamento de engenharia aeronáutica da USP, Fernando Martini Catalano.
O governo brasileiro adquiriu 36 caças por 4,5 bilhões de dólares. Além do valor pago, bem abaixo da estimativa de mercado, em torno de 7 bilhões de dólares, o custo de manutenção do Gripen NG contou a favor do modelo.
Por ser menor do que os dos seus concorrentes –14,1 metros de comprimento e 8,6 metros de largura – e possuir apenas um motor, sua manutenção é mais barata. Além disso, a aeronave precisa de menos combustível, pois não demanda injeção extra na saída das turbinas para aumentar rapidamente a potência. A economia no consumo de combustível chega a até 30%.
O tamanho reduzido também aumenta as possibilidades de pouso do caça, que é mais compatível com o porta-aviões brasileiro. “Se fosse escolhida uma opção distinta não poderíamos pousar nem com o F-18 nem com o Rafale no nosso porta-aviões sem grandes mudanças na via de pouso. No caso do Saab, ele pode ser desenvolvido tendo em vista a necessidade da plataforma existente”, afirma Antonio Jorge Ramalho da Rocha, professor de relações internacionais da UnB.
Arte demonstrando a catapultagem do SEA GRIPEN no NAe A12 São Paulo – Arte/SAAB
http://www.planobrazil.com/sea-gripen-operando-no-nae-a-12-sao-paulo/j3910/
Maquete do NAe A12 São Paulo com o SEA GRIPEN nas cores do Esquadrão VF-1 (Esquadrão Falcão) da Marinha do Brasil
Parceria decisiva
Ao escolher a opção sueca, o governo brasileiro também garantiu a transferência de tecnologia no setor. Por enquanto, existe apenas um protótipo do Gripen NG, permitindo que o Brasil possa participar do desenvolvimento do projeto. A versão brasileira do caça será produzida em parceira com a FAB, a Embraer e outras indústrias nacionais.
O caça contará com sistemas embarcados para o controle de aeronave, radar de última geração e poderá empregar armamentos de fabricação nacional. Para Catalano, essa construção em conjunto permite que o país desenvolva um modelo específico para suas necessidades.
O desenvolvimento em conjunto também beneficiará a economia do país, impactando positivamente nas indústrias de serviço aeroespacial, além de gerar inovação e trazer conhecimento ao setor, possibilitando que o Brasil entre nesse mercado e possa também no futuro produzir e vender seus próprios caças. O Gripen NG também era a opção preferida dos pilotos, segundo Catalano.
Espionagem e negócios
A escolha do governo brasileiro foi tema na imprensa internacional. O jornal americano New York Times e o britânico Financial Times afirmaram que o Brasil teria “esnobado” a Boeing. Os jornais afirmaram que o escândalo de espionagem, que incluiu monitoramento das comunicações da presidente Dilma Rousseff, influenciou na escolha brasileira.
Segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters, fontes internas do governo brasileiro afirmaram que os escândalos de espionagem pesaram realmente na decisão, prejudicando a empresa americana.
Para Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, a proposta da Saab realmente foi a melhor, devido aos custos e à transferência de tecnologia. Mas mesmo se a proposta americana tivesse sido igual à da Suécia, afirma, o Brasil não a teria escolhido.
“Os Estados Unidos estão com uma reputação ruim no Brasil. A sociedade não teria gostado se o governo brasileiro tivesse fechado um acordo dessas dimensões com os EUA”, opina Stuenkel.
A aquisição das aeronaves faz parte do programa FX-2 da FAB. Ao todo, o governo brasileiro adquiriu 36 caças para substituir os Mirage 2000, que serão desativados no fim deste ano. As primeiras aeronaves devem ser entregues em 2018, e os acertos dos detalhes da compra até a assinatura do contrato devem levar de oito a 12 meses.
A FAB ja fez a sua escolha n foi o meu preferido (SU-35) … mais ja foi … se os EUA querem de fato uma aproximação firme com o Brasil .. restou a propria MB … por exemplo …a USNAVY n vai ”sequestrar” de 6 a 10 destróieres Arleigh Burke ??.. heheheeh …..ja seria um começo 🙂
Os caças Brasucas resultantes desta transferência de tecnologia deverá ser > e c 3x à autonomia dos atuais e c uma turbina real/ poderososa c às q ekipam os Mig.31BM dos Russos e turbofan…eu ainda acho q (6)1/2 de engenheiros aeronauticos fariam esse caças p n sem precisar de ninguem e capaz de usar uma turbina da volvo e ou Russa…o sr.Osires silva disse textual/ q a EMBRAER TEM ESSA CAPACI//…e pq n GF ñ usou a mesma?!?! Tem alguém mentido p nós n história toda e ñ sou eu.Sds.
por LUCENA
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Que bom para todos,quer seja suecos quer seja brasileiros,todos vão sair ganhado,com tecnologia e emprego,para todos !!!
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Eu pilotei um Gripen
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Em 2009, o editor de uma revista ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, me ligou e pediu que eu fosse a Suécia fazer uma matéria sobre o avião.
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(*)fonte:Flávio Aguiar/carta maior.
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Acabo de ler a notícia e de assistir o ministro Celso Amorim anunciando a compra dos 36 aviões Gripen, suecos, para a FAB. Não pude deixar de me emocionar. Eu fui o primeiro brasileiro a pilotar um Gripen, em plena Suécia.
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No meio de 2009, o editor-chefe da Inovabcd, revista ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, me ligou aqui em Berlim.
“Flávio, queremos que você vá à Suécia”. A conversa era no Skype.
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“Como assim”?
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“É que o nosso sindicato resolveu apoiar a oferta da Gripen/Saab/Scania para a compra das 36 aeronaves com que a FAB deseja renovar seu plantel de caças de defesa”.
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“Celso, eu sou um zero em matéria de caças. Só entendo deles em filmes de guerra”.
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“É, mas você está aí perto, em Berlim”. “Vamos te arranjar um contato na Saab”. “Topa”? “Vai ser matéria de nossa inauguração da revista Inovabcd, sobre tecnologia”.
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“Claro que eu topo, Celso. Tudo pelo social, como dizia… deixa pra lá”.
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Celso me explicou: a concorrência, depois de (naquela altura) mais de dez anos, estava entre o Gripen sueco, o Dessault francês e um Boeing norte-americano. O então ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciara a preferência pelo Dessault. E sentenciara: “o Gripen só existe no papel”.
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“Queremos que você vá lá, Flávio, e veja se o Gripen só existe no papel”, complementou o Celso.
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Bom, tudo demorou um pouco. Mas fui, vi, e constatei que o Gripen era algo mais do que papel impresso.
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A reportagem completa pode ser vista aqui:
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[ http://file.smetal.org.br/Publicacao/INOVABCD/maio-2010.pdf ]
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Inclusive com fotos, da equipe que me recebeu, e de mim – eu – no cockpit do Gripen, com um oficial da Força Aérea Sueca ao lado. Ele me disse:
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“Está vendo este botão aqui, no meio das suas pernas? Não aperte nele, porque senão você vai parar no teto deste galpão (que tinha uns dez ou doze metros de altura, pelo menos). É o botão de ejeção no caso do piloto precisar saltar de pára-quedas”.
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Não apertei.
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Daí ele me explicou um monte de coisas sobre os botões e luzinhas à minha frente, e sobre o avião à minha volta. Compreendi que um caça de guerra é, antes de tudo, um tanque de combustível. Tudo precisa ser poupado para o avião ter combustível para ir, atirar e voltar. Assim o próprio avião é o tanque de combustível. O resto são mísseis, metralhadoras, bombas nas asas, e pilotagem: o piloto precisa ser super-treinado, mais para apertar botões e decidir como executar as ordens que recebeu – e voltar vivo.
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Tive também verdadeiras aulas sobre a história dos Gripen, da aviação sueca, uma das mais poderosas do mundo, explicações sobre investimentos e transferências de tecnologias, além da projetada parceria na produção das peças do avião.
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Para completar pilotei um Gripen. O primeiro brasileiro a tal fazer.
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Bom, tratou-se de um protótipo, no salão de simulações, com direito a telão e tudo.
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E daí? Algum outro brasileiro já fizera isto, em Linköping, Suécia, perto de Götteborg e Estocolmo, onde o Brasil conquistara a Copa de 58?
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Com ajuda do instrutor, decolamos o aparelho. Aí ele me instruiu como fazê-lo voar. E fomos sobre a simulação da própria fábrica da Scaab/Scania, em Linköping.
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Ele me obrigou atá a fazer piruetas, loops, parafusos, voar de cabeça para baixo (enjoei, voltei rápido à posição normal). De repente ele me disse:
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“Vamos entrar em combate”.
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Senti-me como num filme da Segunda Guerra. É impressionante como estas coisas podem ser enebriantes.
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“Veja lá, ali estão os aviões. Se você apertar aqui, dispara um míssil. Vai!”.
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Olhei, mirei, apertei, disparei, derrubei. O avião à minha frente explodiu.
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“Tudo bem?”, perguntei.
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“OK”, ele me disse. “Só que você derrubou um avião amigo. Mas não tem importância”.
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Senti dois frios no estômago. Primeiro: não tinha importância ser um avião amigo. Segundo: eu sentira uma forma de júbilo por derrubar um avião, mesmo que um simulacro de avião.
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A partir daí começamos a voltar. Fazer o raio do avião aterrissar é muito mais difícil do que pô-lo no ar. A trancos e barrancos, com ajuda do simpático instrutor consegui fazê-lo pousar, derrapando, com as rodas de uma das asas fora da pista de simulação. Mas pousei.
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Conclusão para mim: nunca mais, nem de mentirinha.
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Fico contente de ter participado desta experiência, que levou o Brasil – cuja defesa é necessária – a optar pelos Gripen suecos, que, pelo que entendi, trarão com eles vantagens tecnológicas que os outros não trariam, além de problemas de dependência que os outros trariam.
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De todas as maneiras, cada um destes modelos traz consigo componentes de muitos e vários páises, na dependência tecnológica destes tempos de século XXI em que as utopias estão na UTI e as distopias sobre a mesa.
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Parece que os Gripen são os que trarão menos dependência e mais transferência, além de vários componentes de todos os modelos, em escala mundial, serem produzidos aqui.
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Parabéns Gripen e equipe, parabéns aviões. Que eles venham, sejam produzidos.
E espero – rezo para todos os santos de todas as religiões, inclusive as ateias – que jamais sejam usados para valer.
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[ cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Eu-pilotei-um-Gripen/6/29847 ]
Belo post… Acredito realmente que esta é a melhor opção para o momento de contingências que enfrentamos. Um veículo de ponta, mas rústico, duro na queda, capaz de suportar não apenas nossas condições climáticas, mas também os parcos recursos que serão investidos na sua manutenção.
Com a capacitação, e o licenciamento poderão vir os recursos necessários para investimentos na próxima geração e/ou veículos de maior porte e autonomia, como o Pak FA.
Já esta tudo resolvido e as supostas escolhas de Rafale e F-18, não passaram de especulações , concreto mesmo é a escolha do Gripen,que repito pode nos proporcionar um ganho tecnológico inimaginável caso seja verdade oque se veicula na imprensa, eu mesmo não queria nenhum dos três que estavam na short list,mas diante das novas informações veiculadas vejo que podemos progredir muito,basta ter coragem e competência !
Não quero ver o Gripen operando no NAe A12 São Paulo, não quero nem ver o NAe A12 São Paulo, espero que o mesmo já esteja ”oficialmente desativado” quando os Gripens chegarem ,pois precisaremos de um novo NAe ,para nossa nova força aérea !
Um amigo meu, veterano sobre assuntos de Defesa, comentou assim que o Gripen NG foi escolhido como vencedor: – “Pelo menos, agora, vamos ficar livre do Lobby Porco da SAAB nos fóruns e blogs”…
Ledo engano… O lobby porco da SAAB continua a todo vapor, como o fato de agora empurrar aos leigos uma versão navalizada de uma avião que sequer protótipo tem…
Observem a pérola dita por um especialista de nada e coisa alguma Antonio Jorge Ramalho da Rocha:
” (…) Se fosse escolhida uma opção distinta não poderíamos pousar nem com o F-18 nem com o Rafale no nosso porta-aviões sem grandes mudanças na via de pouso. No caso do Saab, ele pode ser desenvolvido tendo em vista a necessidade da plataforma existente”, A pessoa que disse a besteira imensa acima é professor de relações internacionais da UnB. Não sabe ele o custo de uma versão naval, e que tal versão, para duas dezenas de aeronaves seria inviável, devido aos investimentos necessários para a requerida navalização.
Uma aeronave naval recebe tensões estruturais graves no pouso, que é abrupto e em alta velocidade, exigindo um trem de pouso com colunas e rodas muito reforçadas, bequilha extremamente pesada para suportar o lançamento pela catapulta e uma estrutura capaz de suportar o tranco do engachamento, e a tração do cabo, cuja força separaria uma aeronave em duas, se esta não for adequadamente preparada.
Tudo isto custa muito dinheiro.
A SAAB é muito sem vergonha para empurrar aos desavisados brasileiros mais este sonho, através dos seus asseclas, sicários pagos que contaminam todo o meio informativo brasileiro de Defesa. Todavia, faz sentido, já que ela, SAAB, achou uma nação otária para bancar o seu projeto de avião: o Gripen NG.
Independentemente da performance deste novo sistema, é importante lembrar que a Saab, desde os anos 50, é elemento central na autonomia e na autosuficiência de defesa aérea da Suécia. Saab 32 Lansen, Saab 35 Draken (exportado para Áustria, Finlândia e Dinamarca), e Saab 37 Viggen – todos sistemas desenvolvidos de forma autônoma, com componentes de estado-da-arte de guerra eletrônica, num país que possui uma história de séculos de defesa ativa, num cenário estratégico extremamente problemático. É um passo importante no amadurecimento da iniciativa estratégica do Brasil. Diante dos “Lobbys” Americano, Francês e Britânico, é uma postura afirmativa e saudável. Os mercados-alvo do Superhornet e Rafale são países do golfo pérsico (Oman, Qatar, Bahrain, Kuwait, Arábia Saudita – e suas economias petrolíferas), e a derrocada comercial que sofreram hoje é sintoma de perda de prestígio, uma nova fase no teatro estratégico do Atlântico Sul.
O “problema” do Brasil, o que qualifica o país de “otário”, é sua visão ingênua quanto a áreas vitais como inteligência e contra-inteligência; falhou-se em incorporar tais áreas a um plano estratégico sistemático que incluísse Inteligência ativa e coordenada; o avião da Saab, por si só, atende a exigências de um cenário onde, além das contingências “normais” da tática de defesa aérea, enfrenta situações críticas, como constantes “visitas” dos Tupolev Tu-95 e Tu-22 ( aeronaves de reconhecimento agressivo e bombardeio estratégico, de uma performace assustadora e alarmante), que obrigam as forças a empregar uma metodologia de prontidão operacional imediata – daí a relação de custo. Se a gente souber trabalhar certinho e deixar de ser burro, o Gripen vai ser sim capaz de defender o espaço aéreo do Brasil, e ainda vai sobrar margem para ação de “dissuasão”.