Na sua comunicação ao parlamento, o presidente russo Vladimir Putin se referiu ao tema do ataque preventivo incapacitante. Segundo referiu o presidente, Moscou está seguindo atentamente esses planos e ninguém se deve iludir quanto à possibilidade de conseguir alcançar uma supremacia militar sobre a Rússia.
Se trata do conceito norte-americano do Prompt Global Strike (PGS ou Ataque Global Imediato). A ideia de base é possuir a capacidade de realizar um ataque convencional contra qualquer ponto do globo em menos de 60 minutos depois da tomada de decisão.
O conceito do PGS prevê o uso das tecnologias mais avançadas. Das que já conhecemos se destacam os mísseis balísticos intercontinentais com ogivas não-nucleares de alta precisão. As mais modernas incluem os sistemas de ataque hipersônicos e as armas cinéticas. Estas são varas pesadas refratárias de volfrâmio e com vários metros de comprimento, e que são largadas com alta precisão a partir da órbita terrestre. As tecnologias do futuro incluem meios de neutralização remota das cargas nucleares do inimigo com base na física de altas energias.
O cenário PGS não se parece com o cenário, que já se tornou habitual, de uma catástrofe nuclear que horrorizou a humanidade ao longo de toda a segunda metade do século passado. A guerra do futuro não será menos catastrófica, mas será desenhada por padrões completamente diferentes.
O míssil balístico intercontinental “clássico” possui uma série de desvantagens. Antes de mais, o seu lançamento é facilmente detectado. Já os mísseis de cruzeiro são outra coisa. As vantagens desta arma incluem o caráter furtivo do lançamento, o grande alcance e uma excelente precisão. As características mais fracas dos mísseis de cruzeiro, e que facilitam o seu combate, são a baixa velocidade do seu voo, o grande leque temporal de uma salva contra diversos alvos e a complexidade da programação dos objetivos de voo. Neste momento os americanos tentam resolver essas desvantagens, considera o editor responsável da revista Natsionalnaia Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko:
“Os novos tipos de mísseis de cruzeiro norte-americanos possuem capacidades muito importantes. Em primeiro lugar, a possibilidade de serem reprogramados já em pleno voo. A segunda especificidade importante é a possibilidade de programar o ataque de tal forma que os alvos sejam atingidos simultaneamente, num momento determinado anteriormente. Os mísseis são lançados a partir de submarinos, de navios de superfície ou de aviões estratégicos. Contudo os alvos são diferentes, cada um tem o seu tempo para o voo de aproximação. Os americanos querem sincronizar a concretização do ataque até à margem de um segundo. Num ataque maciço, em que são lançados 500-600 mísseis de cruzeiro, é tecnicamente impossível abatê-los a todos, Além disso, serão usados drones de ataque contra as posições dos sistemas antiaéreos e radares de controle do espaço aéreo. Serão usados meios de supressão radioeletrônica. Este é um conceito de um ataque global, momentâneo e ofuscante, depois do qual se instala o caos.”
Uma das teses principais do conceito de PGS reside em abdicar total ou parcialmente do uso de ogivas nucleares. Os norte-americanos já hoje conseguem obter os mesmos resultados com armamentos convencionais, mas a um nível tecnologicamente mais elevado. Os analistas, porém, não excluem que depois do ataque global imediato o conflito evolua para o habitual plano termonuclear.
De qualquer forma, o conceito de PGS que o Pentágono está elaborando, já se tornou no novo elemento perturbador das relações entre a Rússia e os EUA. Ambas as partes necessitam de medidas de confiança adicionais. Senão o equilíbrio global ficará comprometido, considera Igor Korotchenko.
“No período anterior foi atingido um equilíbrio dos potenciais bélicos que se baseava em grande parte no fato de a Rússia e os EUA terem nivelado as suas hipóteses numa possível guerra à custa dos arsenais nucleares de ambos os países. Uma guerra mundial globalizada se tornou praticamente improvável. O risco de uma destruição recíproca condicionou uma contenção nos comportamentos. Contudo os programas que os EUA estão desenvolvendo nas últimas décadas, nomeadamente a defesa global antimísseis, assim como os programas relacionados com a criação do potencial para um ataque global imediato com forças convencionais, tudo isso mina a estabilidade estratégica e torna imprevisível o posterior desenvolvimento da situação.”
O período de paz que teve início em meados do século passado, quando a humanidade conseguiu evitar resvalar para uma guerra global, foi possível precisamente devido à inevitabilidade de uma destruição recíproca. Talvez fosse melhor que a paz no mundo não se baseasse no medo. Mas infelizmente as coisas não são assim. No novo século nada mudou: numa guerra do futuro, tal como num conflito termonuclear tradicional, não haverá vencedores.
Eisten diz que a terceira guerra mundial ele não saberia como ia ser , mas que a quarta seria com pedra e paus.
Na sua comunicação ao parlamento, o presidente russo Vladimir Putin se referiu ao tema do ataque preventivo incapacitante. Segundo referiu o presidente, Moscou está seguindo atentamente esses planos e ninguém se deve iludir quanto à possibilidade de conseguir alcançar uma supremacia militar sobre a Rússia. === Um tipo de afirmativa e enseja uma resposta e ou procurar de armas pelo rival..uma tremenda corrida armamentista…até q um louco às usa, atake preventivo …Sds.
Negativo. A guerra só deixará de ter vencedores quando a economia e a política deixarem de existir. O que acontece no caso da Rússia é uma nova etapa na política da disuasão, adotada já no ápice da guerra fria, uma disuasão primariamente política. Enquanto, naquela época, os políticos davam sorrisos no Congresso da ONU, “Commandos” e outras unidades especiais (de Inteligência), efetuavam operações de longo alcance, com enormes repercussões estratégicas.
É ainda, uma discussão velha – quando, na idade média, desenvolveu-se as “bestas” que, operadas por um combatente semi-treinado, acabaram com a supremacia dos calaveiros de armadura, fizeram-se as mais trovejantes profecias. Quando a pólvora foi suficientemente dominada, no início da era moderna, a ponto de se produzir armamento de alta letalidade, literatos anunciavam o apocalipse. Fizeram-se previsões no final do século XIX, anunciando a “última das guerras”, diante dos fuzis de repetição e dos canhões de alma raiada. Desnecessários os comentários acerca da “aniquilação total” que se pregava nos anos de tensão nuclear.
O mundo caminha para uma combinação entre “guerra pequena” e “guerra grande”; as declarações bombásticas de políticos inconsequentes são metéria para alimentar a mídia tediosa, assustando os desavisados, obrigando países mas fracos a adquirirem equipamento “de altíssima tecnologia”, que, na verdade consome seus recursos econômicos, e engole boa parte de pessoal capacitado.
O que está surgindo é um novo paradigma de geoestratégia, e por conseguinte novos conceitos de tática, que dependem de um ambiente politicamente receptivo. A galinha pode criar dente, assoviar, tocar cuica… so não haverá vencedores no dia em que não existir mais interesse político e econômico.
O século XX viu a consumação dos “bombardeios estratégicos”, aplicação das teorias de Giulio Douhet, que imaginava que “cidades inteiras seriam arrasadas” (além de objetivos militares) antes que o inimigo pudesse se mobilizar, estupefatos estavam todos com as potencialidades do recém-descoberto front aéreo; viu-se quantidades absurdas de explosivos lançados do ar, em diversos conflitos, da Segunda Guerra ao Vietnã, produzindo destruição e derrotas políticas. A declaração do russo é voltada aos chineses, aos paquistaneses, aos indianos, e qualquer outro bloco político que dispute supremacia estratégica na ásia e fora dela. É o último espasmo da maldição da Primeira Guerra Mundial, onde se começou a imaginar que poblemas políticos poder ser resolvidos por meios puramente militares – idéia que, aliás, “já vai tarde”. Ler nas entrelinhas e entender que, hoje, não importa quem produz o equipamento bélico mais destrutivo, mas quem conquista mercados para sua indústria. A declaração do russo é certamente uma típica barganha política, excelente criação de propaganda, que não procura assustar, mas sim forçar a mão de políticos de países emergentes a assinarem contratos bilionários para a aquisição de equipamento militar. Equipamento este com aplicações e potencialidades amplamente questionáveis. Não podemos esquecer das lições aprendidas no período de “guerra assimétrica” (guerra irregular) que, desde o fim da Segunda Guerra, se prolonga e ganha corpo a cada década. Talvez eles estejam esquecendo alguma lição que passou desapercebida no passado. O que conta não é o efeito de destruição, mas o efeito psicológico da idéia, da propaganda.
Toda vez que o Plano Brasil lança uma matéria sobre Porta-Aviões, surge também uma discussão sobre sua força , sua fraqueza e os meios utilizáveis nos diversos casos.
Bom, essa matéria é bem mais ampla mas os meios são aplicáveis a ele, quanto ao míssil acima, o BRASIL está trabalhando num projeto desses .
http://www.youtube.com/watch?v=lcFT9kc68hQ
A “Voz da Rússia” não é confiável em suas informações mas nesse caso conseguiu passar a realidade da diferença de condições de armamentos russos e americanos… alguém aqui sabe dizer se os russos tem as mesmas condições de aplicar um ataque maciço aos USA sem ser com mísseis balísticos nucleares ???…
Talvez pelo Alasca usando bombardeiros estratégicos.
Esses bombardeiros teriam autonomia para tal empreitada ???…
quem sabe o dias que eles tiverem 12 porta aviões e um investimento de 400 bilhões de dólares.
acho que vai demorar muito
e para tristeza dos comunista a AMERICA é e sera a grande potencia do mundo.
pra min ótimo estamos em boa mãos
Blue Eyes,
Depende… As mesmas condições eu não diria, mas…
Mísseis de cruzeiro convencionais disparados de submarinos e bombardeiros estratégicos poderiam, em teoria, acertar instalações importantes nos EUA.
No tocante a submarinos, creio que o ataque é possível sim. Mesmo que se possa interceptar algumas unidades, sempre haverá a possibilidade de que outros passem despercebidos pelas redes de defesa. Cidades litorâneas, evidentemente, seriam os alvos mais vulneráveis. E tudo dependeria basicamente dos destróieres e cruzadores AEGIS que estivessem em patrulha ( correndo-se o risco de que esses navios possam ser engajados por um submarino ). Não é pra menos que navios dessa classe são prioritários para os americanos.
Com relação a bombardeiros, a coisa complica, pois a aeronave mais capaz do inventario russo atualmente é o Tu-160, que está passando por imensas dificuldades logísticas. Tu-95 e Tu-22 também são opções a serem consideradas, mas resta saber a quantidade disponível para um ataque de saturação. Por fim, qualquer movimentação da frota de aeronaves russas seria prontamente percebida. O calcanhar de Aquiles dos russos é não contar com uma aeronave de baixa detectabilidade, e se dependerá de poderosa interferência eletrônica, meios SEAD de grande alcance, e de poderosa e consistente escolta para lidar com as redes de defesa americanas.
Quanto a escolta aos bombardeiros, os russos tentam compensar a falta da baixa detectabilidade com uma capacidade de detecção brutal, alcance das armas, e velocidade ( daí a insistência em manter tipos como Mig-31 ativos ). Contudo, ao mesmo tempo suas aeronaves de caça teriam imensa dificuldade em lidar com o RCS mais baixo do F-22 e as imensas quantidades de F-15 e F-16 a disposição dos americanos, além de poderosos SAMs que estariam pelo caminho. Em resumo, garantir que os bombardeiros cheguem a distância de lançamento de suas armas seria tarefa dificílima…
Grato pela consideração em responder… saudações…
uma guerra nuclear pode sim destruir o mundo da forma que conhecemos ,
o que os russos estao falando é que eles também vao fazer armas de destruição ”limpa”
é um recado bem claro !!!
o futuro do ser humano é se auto destruir e o planeta junto
Amigo, vc é a prova INCONTESTE de que eles JÁ CONSEGUIRAM ACABAR COM O SER HUMANO… sorry…
Faz parte da propaganda aumentar o poder destrutivo das ogivas nucleares. Ninguém fabricaria 5 mil ogivas se 2 mil fossem suficientes para acabar com todo o mundo.
O fato de uma ogiva ter capacidade um milhão de vezes maior que outra não significa que destruirá um milhão de coisa à mais, ou um terá um raio de ação um milhão de vezes maior.
A dispersão da população e produção industrial constitui excelente forma de defesa contra planos de domínio territorial ou econômico com fundo em chantagem nuclear.
A arma nuclear destrói o inimigo e também suas riquezas, tornando inviável recuperar os gastos do conflito.
2 + 2 = 4…