Navios em série

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O petroleiro José Alencar, último de uma série de quatro do mesmo porte, será entregue pelo Mauá nos próximos dias

GEORGE VIDOR

Na última quinta-feira, operários do estaleiro Mauá davam os últimos retoques no petroleiro José Alencar. A tripulação já está embarcada (incluindo duas mulheres, Thaisa e Roberta, como oficiais de náutica, uma tendência em toda a marinha mercante), tomando conta do novo navio da Transpetro, que irá transportar gasolina, diesel e querosene de aviação. Composta por 25 oficiais, marinheiros, taifeiros e técnicos, a tripulação ficará embarcada por 90 dias. Depois, estará de folga por mês e meio.

Embora o José Alencar, último da série de quatro do mesmo porte (48 mil toneladas de porte bruto) encomendados ao Mauá, esteja ainda atracado no estaleiro, terminando a fase de “perfumaria’,’ a tripulação do experiente comandante Luís Otávio de Miranda está visivelmente orgulhosa da nova embarcação. o Mauá, localizado no fim da Ponta D’Areia, em Niterói, tem esse nome porque se originou de fato de um estaleiro criado pelo célebre barão, depois visconde.

Ao lado do José Alencar, prosseguem os trabalhos no Anita Garibaldi, o primeiro de uma segunda série de quatro, conhecidos como Panamax (têm largura e calado para cruzar o Canal do Panamá), pouco maiores que os da fase inicial. Na carreira do estaleiro — onde o casco é montado, antes de ser lançado ao mar — já se vê outro “irmão” do Anita, ainda sem no- me escolhido. Peças para o terceiro e o quarto estão sendo preparadas.Jose-de-Alencar

No estaleiro trabalham cerca de quatro mil pessoas, pois montar um navio equivale a construir uma pequena cidade. A Transpetro tem hoje uma frota de 60 embarcações, com idade média de 16 anos. Deverá chegar a 2020 com 110, reduzindo a idade média para dez anos. Sérgio Machado, presidente da companhia subsidiária da Petrobras, foi apontado como visionário quando propôs renovar a frota construindo todos os novos petroleiros no Brasil. A crítica parecia fazer sentido, pois o programa (Promef) demorou a ganhar ritmo.

Os antigos estaleiros estavam “enferrujados” e o novato EAS, em Suape (Pernambuco), teve de transformar em soldadores quem antes estava acostumado a cortar cana. O atraso na entrega do primei- ro navio, João Cândido, deu o que falar, pois muitas das soldas tiveram de ser feitas. Mas agora o tempo de construção está diminuindo a cada navio, e isso é visível para quem visita o estaleiro Mauá, por exemplo.

“Quando deu partida ao seu programa de construção naval, a Coreia teve os dois primeiros navios recusa- dos pelos clientes. Aqui, isso não ocorreu. O Japão levou 50 anos para alcançar um elevado índice de nacionalização nos navios e no Brasil, em pouco tempo, já chegamos a 65%’ comenta o ex-senador Sérgio Machado. Depois do José Alencar, o próximo navio que será entregue à Transpetro é o “Suezmax” Dragão do Mar, apelido do lendário pescador que se rebelou contra o desembarque de escravos no Ceará, em data ainda a ser marcada até março.

Fonte: O Globo, Economia, Página 20, Segunda-Feira, 18/11/2013 via Brasil Soberano e Livre 

9 Comentários

  1. Bem… finalmente o Brasil está voltando à industria naval…

    Segundo os engenheiros navais mais espertos, se já podemos fabricar um navio complexo como um petroleiro, então navios de guerra de superfície é possível, alias, é muito mais simples… pelo menos no ponto de estruturas e materiais.

    Mas os ponto são: QUAIS OS COMPONENTES E ARMAMENTOS INSTALAREMOS NESSES NAVIOS NACIONAIS? E SERÃO IMPORTADOS?

    • 16 fragatas com desenho anti-radar, com projeto nacional mas com parcerias internacionais para exportações futuras, era uma ótima.
      Porém há uma turma de imbecis e vira-latas que semeiam permanentemente a ideia de que não temos inimigos. E que fazem de tudo para que sejamos um país sem proteção e soberania.

      Parabéns aos trabalhadores do Estaleiro Mauá.

    • A ´pergunta Franco, e se o governo estaria disposto a estimular e encomendar unidades satisfatórias para a industria, de navios militares nacionais, Já que o lobby estrangeiro e muito forte sobre nossa classe politica, o que vem de fora paga mais por baixo dos panos para quem assina os acordos.
      Basta ver também o caso da corveta barroso, levou 13 anos para ficar pronta, e quando enfim, ficou apenas em uma unidade.

      • Se bem que acredito que o caso das fragatas pior exemplo, e o mesmo dos caças, vão navegar o que tem ate o osso, e comprar depois qualquer coisa usada mesmo, se dermos sorte, na hora parece uma boa compra de oportunidade, como no caso dos NaPoc de origem inglesa recém incorporados.

  2. novamente o luis inacio lula da silva acertou na mosca ,falou que iria ressuscitar o poder naval brasileiro que o fhc sucateou
    aqui em são Paulo se tirarmos o psdbstas a nossa malha ferroviária volta a ser uma das maiores do mundo é só colocar para funcionar novamente
    parabéns ao governo federal
    e finalmente o gercio mutti acertou uma rsrsrsrs

  3. “Diziam pra nós que não tinha jeito, que não tinha essa história de fazer navios e plataformas no Brasil, de abrir estaleiro, criar empregos pra metalúrgicos que queriam obter postos de trabalho quando abrisse a indústria naval. Era um sonho e que estávamos loucos…”

    “Em 2003 não havia sequer dois mil trabalhadores na indústria naval e hoje são 70 mil.

    Vejo aqui, novamente, o acerto da decisão para que construíssemos o que foi possível aqui no Brasil. Que acreditássemos na qualidade do trabalhador, que ele tinha capacidade de criar riqueza para esse país. Gerar emprego para esse país. E, sobretudo, plataforma, sonda, tudo aquilo que a indústria de petróleo e gás tinha poder de consumir, demandar e ser oferecido”

    (Dilma Roussef

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    Aqui no Brasil, empresas de mídia pagas , assim como escribas na internet não cansam de tentar matar os sonhos dos brasileiros, atacando sua imagem e auto estima, dizendo que nada vai dar certo, que somos corruptos e preguiçosos e etc…

    Infelizmente muita gente aceita isto e já derrotados, más sem conseguir reconhecer esta derrota em sí mesmos…Passam a criticar e depreciar o Brasil e os brasileiros, ao mesmo tempo em que supervalorizam e idolatram tudo que venha do EUA.

    São os chamados “vira-latas”, que derrotados mentalmente, perderam a capacidade de sonhar um Brasil melhor…

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