ANP: reserva de Franco, no pré-sal, tem porte igual ou maior que Libra

Sugestão: Barca

A reserva petrolífera de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos, tem tamanho igual ou até maior que a de Libra, considerada a maior do Brasil, disse nesta quarta-feira a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, durante evento no Rio de Janeiro.

Libra, leiloada recentemente pelo governo brasileiro, tem volumes recuperáveis estimados pela ANP entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris. “Franco é uma oportunidade gigantesca”, disse Magda, sem fazer projeções exatas.

A área de Franco é uma das integrantes da chamada “cessão onerosa”, por meio da qual o governo capitalizou a Petrobras com recursos equivalentes a 5 bilhões de barris de petróleo, durante a capitalização da estatal em 2010.

Outras áreas petrolíferas integram a “cessão onerosa”. Em meio à possibilidade de somente Franco ter mais de 5 bilhões de barris, a diretora-geral disse que ajustes no contrato com a Petrobras devem ser feitos no ano que vem.

O primeiro óleo da área de Franco será produzido em dezembro de 2016, disse na semana passada a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Recentemente, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, disse que a estatal tem intenção de declarar a comercialidade das reservas de petróleo envolvidas na “cessão onerosa”, embora ainda não exista prazo para isso.

Entenda o leilão de Libra
O consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell Brasil, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC venceu o leilão do pré-sal do Campo de Libra, localizado na Bacia de Santos, que tem reservas estimadas de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis (isto é, aquilo que pode ser comercialmente retirado do subsolo). O consórcio foi o único a apresentar proposta e venceu ao oferecer o mínimo de 41,65% do lucro do óleo, ou seja, do volume que exceder os custos de operação e os royalties.

O consórcio também terá que pagar um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões e arcar com um programa exploratório mínimo de cerca de R$ 610.903.087,00.

De acordo com a comissão especial de licitação, as participações serão divididas em 10% para a Petrobras, 20% para a Shell do Brasil, 20% para a Total, 10% para a CNPC e 10% para a CNOOC, totalizando 70%. Pela regra do leilão, a Petrobras terá os 30% restantes e será a operadora do campo – ficando com 40% no total.

O governo separou a maior descoberta de petróleo já feita no Brasil para o primeiro leilão, em regime que garante à União a gestão das reservas. O leilão de partilha e exploração foi realizado no Rio de Janeiro pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Caso confirmada a reserva, Libra se tornará o maior campo de petróleo do País, com volume superior aos campos de Lula (que tem reserva estimada de 8,3 bilhões de barris de petróleo e gás) e Franco (cerca de 5 bilhões), ambos no pré-sal da Bacia de Santos. Libra, portanto, não será o primeiro campo do pré-sal, mas será pioneiro sob o novo regime de partilha, em que a União é parceira na operação da área.

Pela regra do leilão, a Petrobras terá 30% de participação e será a operadora do campo. Seria escolhida vencedora do leilão a empresa ou o consórcio que oferecesse o maior percentual de lucro para a União. O mínimo que as empresas poderão oferecer é 41,65% do lucro do óleo, ou seja, do volume que exceder os custos de operação e os royalties. A Pré-Sal Petróleo também será responsável por controlar que o pagamento do lucro óleo seja feito corretamente à União.

Antes mesmo de começar a operar no campo, a empresa vencedora terá que pagar um bônus de assinatura (o equivalente à compra do direito de explorar e produzir no campo) de R$ 15 bilhões. Mas a estimativa da ANP é que, quando começar a produzir, Libra gere R$ 30 bilhões por ano em participações governamentais (isto é, partilha da produção e royalties) para a União, os Estados e municípios.

Dez empresas se habilitaram para participar da licitação, inclusive a Petrobras. Além da estatal, habilitaram-se para participar da rodada as empresas chinesas CNOOC e CNPC, a anglo-holandesa Shell, a malaia Petronas, a francesa Total, a japonesa Mitsui, a indiana ONGC, a colombiana Ecopetrol e a Petrogal. A Repsol Sinopec Brasil também iria participar do leilão, mas anunciou a desistência na manhã de hoje.

O imenso reservatório do pré-sal de Lula, por exemplo, foi a primeira grande descoberta do pré-sal, mas a área já estava concedida à Petrobras e, portanto, opera sob o regime de concessão, em que o Estado recebe apenas royalties e participações especiais nos lucros de grandes campos.

Prazos
O contrato de partilha para a área de Libra terá duração de 35 anos, dos quais 4 anos serão voltados para a fase de exploração e o restante destinado ao desenvolvimento e produção.

Partilha
A União e o consórcio vencedor partilharão mensalmente o volume de petróleo e gás natural produzido em Libra. A parcela do excedente em óleo que caberá à União deverá variar de acordo com a média do preço do petróleo tipo Brent e a média da produção diária de petróleo dos poços produtores do campo.

Compensação por investimentos
O consórcio vencedor poderá recuperar mensalmente o custo em óleo – entre investimentos realizados para explorar e desenvolver a área – respeitando o limite de 50% do valor da produção nos dois primeiros anos de produção e de 30% do valor da produção nos anos seguintes, para cada sistema produtivo do bloco. No entanto, se os gastos não forem recuperados neste período, havendo necessidade, o consórcio poderá ficar com o percentual de 50% do valor da produção até que os respectivos gastos sejam recuperados.

Poder governamental
A Pré-Sal Petróleo (PPSA) terá 50% do poder de voto no Comitê Operacional, enquanto a Petrobras terá no mínimo 15% dos votos. Desta forma, o governo terá pelo menos 65% do poder de voto na gestão da área do pré-sal, com possibilidade de este percentual crescer caso a Petrobras entre com participação no consórcio acima do mínimo exigido por lei.

Exportações
As empresas que participarem do consórcio de Libra poderão dar o destino que quiserem ao petróleo de sua cota na partilha, ficando livres para exportá-lo. No entanto, em situações de emergência que possam colocar em risco o abastecimento nacional de petróleo, bem como de seus derivados, a ANP poderá determinar ao contratado que limite suas exportações.

Fonte: Tera

19 Comentários

  1. Fica matando os royals de inveja rs rs rs … não é a toa que estão construindo as “”indestrutíveis estrelas da morte”””.

  2. Eu sinceramente não sei que benéficio esse pré-sal trará a maioria do povo brasileiro?

    Pois a Petrobras nos seus 70 anos só soube roubar o consumidor brasileiro nos vendendo combustíveis de péssima qualidade com os maiores preços do mundo !

    E como se não bastasse recentemente a companhia divulgou através da pessoa de sua presidente Graça Foster, que a Petrobras não consegue gerar recursos suficientes para seus investimentos devido o controle do governo dos preços dos combustíveis !

    Como uma companhia que vende o combustível mais caro do mundo não consegue gerar recursos suficiente para manter seus investimentos ?

    • O problema (sem querer descolar uma muleta pra nossa Petro) é nossa estrutura.
      Não adiante ter capacidade pra 100 trilhões de barris por segundo colega. Tem que ter capacidade é de refinamento.

      Carecemos de muito investimento nisto se quisermos ter petróleo barato nas bombas.

      http://oglobo.globo.com/economia/consumo-producao-de-petroleo-no-brasil-subiram-dez-vezes-mais-que-refino-em-dez-anos-9498308#ixzz2l0W6vzu0

      RIO – O Brasil está produzindo e consumindo cerca de 40% a mais de petróleo do que há dez anos, mas a capacidade de transformar a matéria-prima em produtos como diesel, gás, gasolina, lubrificantes, nafta, óleo combustível e querosene de aviação avançou só 4,5% neste período, e cobre apenas dois terços dos quase três milhões de barris diários. Os dados são do Anuário Estatístico da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado no último dia 2.
      Os quatro principais projetos da Petrobras para ampliar esta capacidade encontram dificuldades variadas para entrar em operação. Com eles em plena operação, o volume de petróleo processado aumentaria em 1,46 milhão de barris por dia, o equivalente a 73% da capacidade atual, mas isso só deverá ocorrer em 2020.

      • Eu discordo de você William, não tem como justificar o alto preço dos combustíveis no BRASIL, tem país que importa combustível, eu disse importa , nem sequer produz e consegue vender mais barato para o consumidor que a nossa Petrobras !

        ”Carecemos de muito investimento nisto se quisermos ter petróleo barato nas bombas.”

        Com todo respeito que você merece, mas essa frase que você disse infelizmente é uma utopia !

        A Petrobras nada em recursos vende gasolina ”batizada” de fábrica e depois vem com a mesma estória que esta precisando de recursos para mais investimento,uma empresa que tem 70 anos de monopólio sobre os combustíveis no país e ainda diz não ter recursos?

        Se o BRASIL abolir o monopólio dos combustíveis , que alguns dizem já ter acabado mas na pratica ainda existe, a Petrobras quebra !

        Podemos importa combustíveis de qualidade, e preços mais baratos,eu sou a favor da industria nacional,mas aquela que trabalha para o bem estar do povo, não a que esta ai a nos explorar !

      • E porque será que a refinaria demorará tanto para se concluída? Abaixo segue uma reportagem de nós da uma ideia do pq o preço do combustível no brasil é tão caro..

        Refinaria Abreu e Lima
        Tribunal encontra irregularidades em seis contratos da obra, que somam quase R$ 12 bilhões. Relatório será enviado ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (31)

        Micheline Batista
        Publicação: 30/10/2012 16:56 Atualização: 30/10/2012 18:15
        A Refinaria Abreu e Lima foi mais uma vez incluída na lista de obras irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que novamente recomendou sua paralisação. Relatório de fiscalização anual divulgado nesta terça-feira (30) aponta superfaturamento em um dos contratos e sobrepreço em outros cinco.

        A refinaria está sendo erguida pela Petrobras no Complexo Industrial Portuário de Suape. O primeiro contrato considerado irregular pelo TCU, por superfaturamento, é o projeto de execução de terraplenagem e serviços complementares de drenagens, arruamento e pavimentação, no valor de R$ 534,1 milhões. Esse contrato vem sendo acompanhado e questionado pelo TCU desde 2008.

        Os outros cinco contratos, nos quais o TCU detectou sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado, são referentes à implantação das unidades de destilação atmosférica (R$ 1,48 bilhão), de coqueamento Retardado (R$ 3,41 bilhões), de hidrotratamento de diesel, de nafta e de geração de hidrogênio (R$ 3,19 bilhões), o de dutos (R$ 649,95 milhões) e o de tubovias de interligação (R$ 2,69 bilhões). Todos vêm sendo acompanhados pelo TCU desde 2010, com exceção do contrato dos dutos, que entrou na lista de irregularidades em 2011. Os seis contratos somam R$ 11,95 bilhões.

        Ao todo o TCU examinou pelo programa Fiscobras 200 obras e encontrou irregularidades em 124. Em 22 delas, incluindo a refinaria, as irregularidades foram consideradas graves e por isso o TCU recomenda a suspensão das obras. O relatório será enviado nesta quarta-feira (31) ao Congresso Nacional. Os parlamentares é que vão decidir se as recomendações de paralisação feitas pelo TCU serão acatadas ou não.

        Font: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2012/10/30/internas_economia,405148/tcu-volta-a-recomendar-paralisacao-da-refinaria-abreu-e-lima.shtml

      • Eis a explicação… seja bem vindo Zeca… suas contribuições são inestimáveis para a compreensão do problema… saudações…

    • Vi o gráfico e percebi que os americanos pagam bem menos que nós na gasolina DE VERDADE e não essa mixórdia que compramos… e nem por isso as suas empresas tem problemas de equilíbrio econômico… tem algo de podre no reino da Dinamarca !!!…

  3. Desde criança, sempre ouço falar que os preços da gasolina no Brasil são muito altos em relação aos de outros países. Dependendo com quais países nos comparamos, isto é verdade…Más é falso quando comparamos com outros países…
    Embora tudo seja muito relativo, pois os preços locais devem ser comparados também ao poder aquisitivo médio de cada país.

    Abaixo, os preços da gasolina em 60 países, dados de pesquisa feita em Julho de 2013, quando o Dólar estava mais valorizado frente ao Real, o cambio explica o preço de R$3,30 o litro…

    Me chamou a atenção o preço da gasolina na Noruega, país que tem o petróleo como base de sua economia e que inspirou o modelo de partilha e exploração do petróleo adotado recentemente no Brasil…
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    Ranking dos preços da gasolina (em reais por litro)

    1º Turquia – R$5,30
    2º Noruega – R$ 5,29
    3º Países Baixos – R$ 4,75
    4º Itália – R$ 4,73
    5º França – R$ 4,52
    6º Suécia – R$ 4,46
    7º Grécia – R$ 4,45
    8º Portugal – R$ 4,45
    9º Hong Kong – R$ 4,36
    10º Bélgica – R$ 4,35
    11º Finlândia – R$ 4,32
    12º Alemanha – R$ 4,29
    13º Irlanda – R$ 4,24
    14º Reino Unido – R$ 4,24
    15º Dinamarca – R$ 4,21
    16º Israel – R$ 4,17
    17º Eslovênia – R$ 3,96
    18º Malta – R$ 3,95
    19º Eslováquia – R$ 3,95
    20º Suiça – R$ 3,85
    21º Hungria – R$ 3,80
    22º Espanha – R$ 3,77
    23º Áustria – R$ 3,76
    24º Rep. Checa – R$ 3,69
    25º Chipre – R$ 3,68
    26º Lituânia – R$ 3,68
    27º Coréia do Sul – R$ 3,59
    28º Luxemburgo – R$ 3,55
    29º Polônia – R$ 3,55
    30º Nova Zelândia-R$3,55
    31º Letônia – R$ 3,52
    32º Estônia – R$ 3,46
    33º Chile – R$ 3,46
    34º Bulgária – R$ 3,44
    35º Romênia – R$ 3,44
    36º Brasil – R$ 3,30
    37º Singapura – R$ 3,30
    38º Japão – R$ 3,23
    39º Austrália – R$ 3,11
    40º África do Sul – R$ 2,85
    41º Argentina – R$ 2,77
    42º Índia – R$ 2,69
    43º Filipinas – R$ 2,59
    44º Colômbia – R$ 2,56
    45º China – R$ 2,52
    46º Tailândia – R$ 2,48
    47º Canadá – R$ 2,45
    48º Paquistão – R$ 2,10
    49º Indonésia – R$ 2,03
    50º Rússia – R$ 1,91
    51º EUA – R$ 1,87
    52º México – R$ 1,80
    53º Nigéria – R$ 1,23
    54º Malásia – R$ 1,23
    55º Irã – R$ 1,15
    56º Em. Árabes – R$ 0,94
    57º Egito – R$ 0,55
    58º Kuwait – R$ 0,42
    59º Arábia Saudita – R$ 0,24
    60º Venezuela – R$ 0,02

  4. Pelo critério de preços vs renda locais, que é o mais sentido nosso dia a dia…A posição do Brasil cai (para pior) 16 posições.

    Em matéria de Fevereiro/2013, encontrei a informação que pelo critério de: “percentagem que o preço do litro da gasolina, em dólar, representa da renda diária per capita local”, o Brasil ocupa a 20ª posição mais cara na classificação que tem esta percentagem como critério.

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