Defesa & Geopolítica

Vitória surpresa no leste do Congo um crédito a força muscular da ONU

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dossantoscruz1108

General de Exército: Carlos Alberto dos Santos Cruz

Tradução: E.M.Pinto

Um ano atrás, no leste da República Democrática do Congo parecia-se caminhar para uma guerra prolongada. O grupo rebelde M23 tinha tomado Goma, a capital provincial. Agentes humanitários e civis fugiram. A força de paz das Nações Unidas encarregada de proteger a cidade fora humilhada.

Mas esta semana, Goma está comemorando algumas surpreendentes boas notícias:

O M23 se rendeu. Seus soldados estão se desarmando. Seu líder, Bosco Ntaganda, será entregue ao Tribunal Penal Internacional.

A reviravolta decorre, em parte, a partir de uma experiência: a criação de uma nova unidade de soldados da ONU que receberam a autoridade e equipamentos para agir ofensivamente. A “brigada de intervenção”, composta por cerca de 3.000 tropas da Tanzânia, Malawi e África do Sul, é quase sem precedentes na história das missões de paz da ONU. Isso mostra que o mundo pode alcançar quando se soma aos pares uma força militar eficaz com diplomacia inteligente.

Comandados pelo General Brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz,  a unidade especial deu fundamental back-up para o exército congolês, a ação derrotou os rebeldes nas últimas semanas. A força liderada por Santos Cruz, que também dirigiu as operações de manutenção da paz no Haiti, foi amplamente elogiada por sua habilidade e profissionalismo. Anteriormente os capacetes azuis foram atormentados por alegações de má conduta sexual contra a população local, e seu mandato foi muito fraco para proteger os civis de forma eficaz.

Em situações cuidadosamente escolhidos, as forças semelhantes à brigada de intervenção poderia fornecer um mecanismo de custo efetivo e criativo para intervenção global, em nome dos países cujos exércitos incapazes de sufocar pro conta própria rebeliões e insurgências. Mas a ação militar por si só não teria sido suficiente para derrotar o M23.

O grupo é apenas mais um peão no tabuleiro de um jogo maior. Apoiado por Ruanda e, em menor medida, Uganda, é acusada de saquear os recursos minerais da região para o benefício financeiro de figuras importantes nesses dois países vizinhos.

Ruanda e Uganda negaram envolvimento, mas a prova tornou-se óbvia demais para ignorar. Em Julho, as autoridades americanas enviaram uma forte mensagem para o presidente de Ruanda, Paul Kagame, congelando 200.000 dólares em ajuda militar. No mês passado, os Estados Unidos invocaram a Lei de Prevenção de Crianças Soldados de 2008 para sancionar Ruanda e os financiamentos militares e treinamentos no estrangeiro foram interrompidos.

Assim como em especial, o secretário de Estado, John Kerry pegou o telefone e ligou para Kagame diretamente. Kagame, que tem sido o queridinho do Ocidente, tomou conhecimento. Kerry também nomeou seu ex-colega senador Russ Feingold como um enviado especial à região. Feingold viajou para a África três vezes desde setembro para participar em conversações sobre o destino da M23.

Este envolvimento sem precedentes dos EUA, ajudou na rendição do grupo. Agora que ele foi atingido, as autoridades americanas devem permanecer envolvidos. Dezenas de outros grupos rebeldes ainda estão ativos na região. O mundo deve aproveitar a oportunidade para acabar com os militantes sem lei e fortalecer o governo congolês. É hora do povo do leste do Congo obter a paz que merecem.

Fonte: The Boston Globe

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