O que deu errado na economia americana, segundo Alan Greenspan

ALEXANDRA WOLFE

Em seu novo livro, “O mapa e o território”, Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, o banco central americano, vai à caça do que deu errado na política e na economia dos Estados Unidos. Ele não culpa o atual governo pela divisão partidária de hoje. O culpado? “São os benefícios”, diz ele, apontando para as divergências entre membros dos partidos republicano e democrata sobre como lidar com o aumento dos benefícios governamentais.

No livro, lançado na terça-feira nos Estados Unidos, ele também reflete sobre por que o Fed não conseguiu prever a crise financeira, onde ele próprio errou e como essa descoberta mudou completamente sua visão de mundo. No Brasil, o livro está com lançamento marcado para 5 de novembro pela editora Portfolio-Penguin.

A maior revelação de Greenspan ocorreu um dia, há cerca de um ano, quando estava examinando os números brutos da poupança interna. O que ele descobriu, para sua surpresa e ceticismo inicial, foi que o aumento nos subsídios correspondia a um declínio no total de poupança do país. “Tivemos esse aumento extraordinário dos benefícios, com cada partido tentando superar o outro”, diz ele. “Essa prática vem corroendo o fluxo da poupança do país, que é tão importante para financiar nossos investimentos de capital.” O declínio da poupança foi parcialmente compensado por empréstimos no exterior, o que levou o país à atual dívida externa: “US$ 5 trilhões, e aumentando”, diz ele.

Greenspan disse que está perplexo com toda a culpa que foi jogada em cima dele. Desde a recessão, os críticos vêm dizendo que o aumento da oferta de dinheiro e o juro baixo durante o seu mandato no Fed, de 1987 a 2006, levou a bolhas nos investimentos. Greenspan, de 87 anos, ouviu pela primeira vez essa teoria, diz ele, em 2007, quando John Taylor, professor de economia da Universidade de Stanford, que já foi consultor do partido republicano, fez a conexão entre o dinheiro fácil e a bolha imobiliária. “Aquilo não tinha absolutamente nada a ver com a bolha imobiliária”, diz ele. “Isso é ridículo.”

Em vez disso, ele disse que a declaração de Taylor “serviu a muitos propósitos políticos de pessoas que vêm atacando o Fed” de ambos os partidos. Greenspan escreveu uma resposta em um artigo para a Instituição Brookings, rebatendo os argumentos de Taylor, um por um. “Eu pensei, isso iria matar [a acusação]”, lembra ele. “Não matou, porque ninguém leu o artigo.”

Greenspan disse que não insistiu no assunto porque Taylor é seu amigo, mas ele não tinha imaginado que a ideia de Taylor iria tão longe. “O problema desse argumento, infelizmente, é que não há provas de que tenha acontecido, mas ele ganhou a batalha, e o seu ponto de vista se tornou o consenso”, diz ele.

Taylor continua defendendo o artigo onde apresentou a ideia. “O artigo forneceu provas empíricas (…) de que as taxas de juros excepcionalmente baixas fixadas pelo Fed em 2003-2005, em comparação com as decisões políticas dos vinte anos anteriores, exacerbaram o boom imobiliário”, ele escreveu num e-mail. Outros economistas corroboram as constatações, acrescentou ele, e “os resultados são bastante robustos”.

Essa divergência é agora o motivo central de um prolongado debate entre os economistas, mesmo dentro do Fed, que ainda não foi resolvido.

“Eu sempre me considerei mais um matemático do que um psicólogo”, diz Greenspan. Mas depois que o modelo do Fed não conseguiu prever a crise financeira, ele percebeu que há mais elementos numa previsão do que apenas os números. “Tudo se desfez”, no sentido de que o problema não foi captado por um único economista ou instituição de renome que costuma fazer previsões, diz ele. “O Federal Reserve tem o modelo econométrico mais elaborado, que incorpora todos os modelos ultramodernos de como o mundo funciona — e [mesmo assim] deixou escapar completamente.” Ele diz que o banco J.P. Morgan tinha feito uma previsão três dias antes da crise dizendo que a economia estava em ascensão. E já em 2007 o Fundo Monetário Internacional também disse que o risco global estava declinando. “Poucos dias [depois que a crise bateu], eu me deparei com um artigo intitulado: ‘Nós, economistas, sabemos alguma coisa? ‘”, diz ele.

Greenspan decidiu encontrar o seu ponto cego, passo a passo. Primeiro, chegou à conclusão de que antes da crise o setor não financeiro da economia estava saudável. O problema estava nas finanças, devido à vulnerabilidade deste setor aos períodos de euforia e medo irracional. Estudar os resultados do “comportamento de rebanho” lhe deu algumas surpresas. “Fiquei totalmente espantado”, diz ele. “Isso virou de cabeça para baixo a minha visão de como o mundo funciona.”

Ele concluiu que o medo tem um efeito pelo menos três vezes maior que a euforia para gerar oscilações do mercado. “Eu não teria ousado escrever nada assim antes”, diz ele.

Estudar as minúcias dos acontecimentos que levaram à crise financeira lhe trouxe à mente algumas lições da sua famosa amizade, que começou nos anos 50, com a filósofa do objetivismo Ayn Rand. Ele diz que Rand não o influenciou politicamente, já que ele sempre foi uma libertário, mas ela apontou tensões na filosofia dele sobre a vida. “Ela me pegou em contradições, o que me abalou, e eu disse: ‘Meu Deus, ela tem razão”, diz ele.

Greenspan então acreditava na análise baseada principalmente nas ciências exatas e nos fatos empíricos. Rand lhe disse que se ele não levasse em conta a natureza humana e o seu lado irracional, iria não iria entender “uma grande parte de como os seres humanos se comportam”. Na época, eles não estavam discutindo economia, mas hoje ele percebe todo o impacto das emoções e dos instintos sobre os mercados. Ele também passou a admirar o trabalho de Daniel Kahneman, psicólogo e professor emérito da Universidade de Princeton, que aplicou teorias psicológicas à teoria econômica, ganhando com isso o Prêmio Nobel de 2002.

Greenspan não quer dizer se concorda com as decisões do atual presidente do Fed, Ben Bernanke, mas comenta as políticas mais amplas do Fed, que se tornaram mais agressivas desde o seu tempo no banco. “Não sou a favor da intervenção, porque os mercados funcionam e trabalham de forma eficiente, a menos que estejam quebrados”, diz ele. Ele apoiou o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos, ou TARP, porque na época o mercado precisava de crédito governamental durante “a crise financeira mais debilitante que já tivemos”. Mas, diz ele, “por fim, creio que eles ampliaram aquilo que fizeram muito além do que era necessário”.

Fonte: The Wall Street Journal

 

11 Comentários

  1. “Não sou a favor da intervenção, porque os mercados funcionam e trabalham de forma eficiente, A MENOS QUE ESTEJAM QUEBRADOS”. Kkk… não diga biduzão!?!?

    O “Mr. Exuberância Irracional” pode não ter iniciado o processo, mas a maior parte do sangue está nas mãos dele, junto com a turma de Chicago na década de 1970. Durante o governo Clinton ele chegou a manter as taxas de juros abaixo de 0,25% pra proteger a economia dos EUA as custas do resto do mundo. Foi o paraíso na terra, para a economia dos EUA, mas que tirou da jaula o monstro dos derivativos que, por sua vez, criou a bolha de 2008. Agora pretende salvar a própria biografia com um livro “mea culpa”, sorry, my bad. E, “surprise”, a culpa pelos problemas econômicos é dos “benefícios governamentais” criados por Democratas e Republicanos tentando (pecado dos pecados) agradar o seu eleitorado. Não foram os enormes gastos criando a Al-Qaeda pra lutar com os soviéticos no Afeganistão; não foi a aventura do programa Guerra nas Estrelas de Reagan; não foi a revoada de Tomahawks durante todo o governo Clinton; não foi a 1ª e 2ª Guerra contra o Iraque e a ocupação do Afeganistão; não foram os trilhões de dólares fornecidos a nações como Israel e Egito para compra de armamentos durante décadas; nada disso gerou os problemas econômicos. A despesa com a população local é que provocou tudo isso. E ainda tem gente que vai dizer que ele está certo.

    Sobre a filósofa Ayn Rand, que leva a extremos o individualismo humano, só tenho a dizer o seguinte: não gosto do que ela escreve, porém é inegável a sua influência dentro da sociedade norte-americana à partir da década de 1960, principalmente como a inspiradora dos princípios liberais que se transformarão no principal contraponto as filosofias socialistas/comunistas de origem europeia e, mais atualmente, na caracterização de grupos radicais como Tea Party. Daí a ênfase na força do indivíduo sobre a ação coletiva da sociedade ser apresentada como mais importante nos EUA. O Macarthismo se utilizou muito de seus conceitos também.

  2. Equação simples e exata.
    Foi o olho grande capitalista e o consumo desbragado.
    Eu falava disso a anos que primeiro quebraria a Europa Ocidental e sequentemente os EUA e se não abrirmos o olho agora estaremos indo pelo mesmo caminho.

  3. 1maluquinho
    31 de outubro de 2013 at 15:07

    Equação simples e exata.
    Foi o olho grande capitalista e o consumo desbragado.
    Eu falava disso a anos que primeiro quebraria a Europa Ocidental e sequentemente os EUA e se não abrirmos o olho agora estaremos indo pelo mesmo caminho. ==== Td bem, foi isso, mt ganharam milhões c essa ativi// de inflar os valores, às bolhas explodem..e quem perde td são os + fracos.Sds.

  4. É incrivel como são canalhas esses membros da elite americana, e se querem dominar o mundo, é porque seu próprio povo é perfeitamente dominado. Triste!
    Vejam o cinismo desse cidadão nas suas palavras acima ao jogar a culpa da quebradeira financeira de 2008 para cima de uma não prevista situação econômica-emotiva da sociedade. E de que o tal Taylor se equivocou com sua conexão do dinheiro fácil com a bolha imobiliária.
    Dessa forma o problema daquela crise foi resultado não de ações diretas de pessoas da administração federal, todas sem manchas e inteligentes, mas de um simples fenômeno econômico. Logo, a idoneidade e moral superior americana continuam intocadas, sem arranhões.

    Quando o que temos em 2008 com o estouro da bolha imobiliária, foi o resultado de um sistema financeiro americano (onde estava o FED?) desregulamentado (permitindo financiamentos em série – quase como uma pirâmide), e toda uma série de inescrupulosas e fraudulentas maquiagens em índices financeiros.
    Ou seja, a crise financeira de 2008 foi resultado de sacanagem, e da grossa, isso sim.

    E a tal coisa acabou, a tal da picaretagem financeira americana? Creio que não, pois os graus d investimentos (manipulados?!!!) continuam quase imaculados lá nas bandas do Norte, sempre na categoria A, já nosso Brasil sempre na B, e dependendo muito da boa vontade de fora para não cair na C. Que interessante, para não dizer muito suspeito.

    Pior que ainda vai ter gente comprando o livro desse cidadão acima… Nada como ganhar dinheiro fácil de bobões que acham que vão beber sabedoria em suas páginas… Quando é apenas mais um enganador e maquiador da realidade.

  5. O que deu errado com os EUA foi o calote que eles deram no mundo, quando o presidente Nixon no dia 15 de Agosto de 1971 renegou o tratado de Bretton Wood, pelo qual os EUA comprometiam converter os dolares positados no exterior por ouro na baase de $35 por uma onca de ouro. O governos norte americanos deram outros calotes no mundo e no seu proprio povo, mas o que tem relevancia para a crise atual e o calote de Agosto 1971. E sabido que Nixon era ignorante em economia, e por isso tinha sua disposicao um time de economista. Foi o Famoso premio Nobel da Economia, guru de Pinochet, criador a doutrina economia chamada Monetarismo, que aconcelhou Nixon desvincular o Dolar do Ouro e deixar milhoes de pessoas e Bancos Centrais das nacoes estrangeiras segurando bilhoes de pedacos de papeis chamados Dolares cujo valor intrinseco e equivalente ao valor de um pedaco de papel higienico que foi acabado de ser usado.

    • Vc tá querendo afundar ainda mais a má administração do obamis ???… rsrsrsrsrsrs… já não basta a inflação galopante que estamos tendo no Brasil ???… tá querendo exportar mão de obras ruim ???…

  6. É engraçado, todos falam mal do sistemática usada da década de 70 pra cá, mas ninguém está disposto a voltar ao que tinha antes (já estava estagnado nos anos 70) e muito menos alguém propõem algo novo. Em suma, estamos no pior dos mundo, o modelo atual tem diversas falhas, todos apontam elas, mas não são capazes de mudar a direção.

    • Saida para essa crise do capitalismol nao e assunto que o pessoal gosta de conversar a respeito, porque ela e dolorosa. A crise do sistema capitalista realmente comecou nos meios da decada 1960. As formas que essa crise se manifesta sao muitas, mas na sua essencia e a queda na taxade lucro nos EUA e Europa Ocidental. Houve uma reducao na taxa de lucro do capital investido nessas duas esferas economicas do mundo. Na decada 1980, a direita, conseguiu impoir uma derrota nas classes operarias internacionalmente, e impos a politica economica chamada Monetarismo, que consiste em controlar, no caso na epoca reduzir a quantioa de dinheiro em circulacao. A taxa de juro alta quase 17% estourou as economias de quase todos os paises do mundo, Brasil incluido. Por mais que forcaram o povo trabalhador e as classes medias apertarem o cinto, na Europa. nos Estados Unidos e no resto do mundo capitalista, o que foi feito na area da politica economica nao foi suficiente para convencer capitalistas investirem na Europa Ocidental e nos EUA. A implosao da Uniao Sovietica, abriu um mercado para o capital ocidental investirem e realizarem uma boa taxa de lucro. E quando China adotou o capitalismo, entao por um tempo o problema de baixa taxa de lucro foi resolvido. So que teve um pequeno problema. O capital que os Europeus e Norte Americano estavam investindo na Europa Oriental e China, era o capital que antes empregava gente na Europa Ocidental e EUA. Houve nos EUA e Europa Ocidental, um processo de desindustrializacao. E o que se fabrica na China, Leste da Europa, tal qual no resto da Asia, e fabricado para exportacao. E o mercado importador e precisdamente Europa Ocidental e EUA. Dai os financistas que controlam os bancos centrais nessasa duas areas adotaram o sistema de baixa taxa de juro, e impressao de dinheiro, isto e criacao de credito, facilitando o consumo desses produtos importados pelas pop[ulacao europeia e norte americana. Esse sistema durou bem ate 2008. Todo mundo se beneficiou. Ate o Brasil. Mas so que esse processo esta esgotado. Existe um excesso de capital que nao tem condicao de ser investido lucrativamente. Esse capital tem que ser destruiido. Inflacao alta permite os governos pagarem suas dividas. Pagam o valor nominal da divida, seja por exemplo um titulo de $5.000 sera pago $5.000 mais juros. So que hoje o juro e inferior a taxa de inflacao, e essa inflacao, na medida que a politica de imprimir dinheiro continua, so tende a piorar.$5.000 que antes podia comprar uma um bom carro segunda mao, num periodo altsamente infacionario, pagara garrafa de coca cola. Para resolver essa situacao, principalmente, quando o dollar nao conseguir ninguem fora dos EUA que queira te-lo como moeda, o FED v ai ter que impor uma alta taxa de juro, pior que aquela adotada por PaulVocker, na decada 1980,, e isso vai ocasionar falencia em todos os paises do mundo. GVente que pagaram seguros de vidas, e outros tipos de seguros, derepente virao que suas seguradoras foram a falencias. Bancos idos a falencias e nenhum governo em condicao de ajudar as pessoas a nao perderem seus capital. Tudo isso e so um pequeno aspecto da situacao. Nacoes adotara protecionismo, guerras comerciais, enfim guerras militarmente. Repito ha um vasto excesso de capital sem correspondencia com o sistema produtivo mundical. E capital ficticio, inflacionario, tem que ser destruido. Muita gente que ora e rica, se vera destituta. E mobilizacao das massas em torno de nacionalismo, a maneira Hittler e Mussoline. A politica economica do facismo so funciona a medio prazo, se esses regimes conquistarem outros povos e roubarem seus capital. Como disse Lenin, uma frase que hoje e citada por quase todos os jornais do mundo que tenho lido, NAO EXISTE CRISE FINAL PARA O CAPITALISMO. O SISTEMA CAPITALISTA SEMPRE ENCONTRARA UMA FORMA DE RESOLVER SUAS CRISES, DESDE QUE AS CLASSES TRABALHADORAS ACEITAM AS CONSEQUENCIAS DOLOROSAS, EM TERMOS DE DESEMPREGO, FOME, NAO TER ONDE MORAR, NAO TER CONDICAO DE IR AO MEDICO POR FALTA DE GRANA, ESCOLAS FECHADAS POR FALTA DE RECURSOS, ABOLICAO DO DIREITO A FERIAS, SALARIO MINIMOS, APOSENTADORIA, ETC ETC. E ISTO E POUCO, NAO E SO UM EXCESSO DE CAPITAL QUE REQUER SER DESTRUIDO, HA UM EXCESSO DE MAO DE OBRA QUE NUNCA SERA CONSEGUIRA TRABALHO REMUNERADO, NAO TGERA CONDICAO DE SER CONSUMIDOR, E PORTANTO E OUTRO EXCESSO QUE DO PONTO DE VISTA DO CAP[ITAL TEM QUE SER DESTRUIDO. A crise economica que comecou em 1913, e teve varios momentos de periodo um mais agudo outro menos, so foi resolvido apos a Segunda Guerra Mundial, com a destruicao do Imperio Britanico, a destruicao da Libra Esterlina como dinheiro reserva mundial, a destruicao do imperio frances, destruicao da Alemanha e do Japao eos EUA se tornando a potencia hegemonica do mundo e impondo o Dollar como dinheiro reserva. Entao num periodo de mais de 30 anos em crise, duas guerras mundiais, Quantos milhoes de mortos? Qual o valor do capital destruido no Japao e na Europa Ocidental? Hoje a situacao e mais aguda. As consequencias sera muito pior e a dor muito. Mortos hoje pode ser contado em bilhoes.Cipinha esta e a razao porque ninguem conversa sobre a solucao.

      • Então vamos conversar…
        A dor faz parte da vida… sem ela não temos a noção de estarmos vivos ou não… mas afora a filosofia da questão, é brilhante a sua capacidade de ter uma visão macro das coisas como elas realmente são… eu diria que vc diagnosticou com precisão a doença mas, conhecendo o médico, também afirmaria que o tratamento que vc daria a tal moléstia não salvaria o defunto, talvez no máximo o colocaria em coma induzido pela eternidade… podemos evidenciar isso nas experiências comunistas que a historia nos brindou… para que não haja rupturas bruscas como as que vc mencionou, uma socialização dos meios de produção, bem como das perdas pode amenizar no curto prazo as convulsões advindas desse quadro econômico que citastes… é deveras importante salientar que, apesar de resolver o problema no curto prazo, o remédio colocará em sono profundo o sistema que não se levantará devido as rédeas de poder que naturalmente surgirão nas mãos dos detentores do poder que aplicarem a solução socialista… morreremos aos poucos, talvez até com mais dor do que com um golpe derradeiro aplicado pelo sistema capitalista… temos ainda a via dos fascistas que, no meu modesto entender, acaba no mesmo modelo dos socialistas: estado forte e grande e a NOMENKLATURA massacrando o povo nas mesmas condições que os capitalistas colocarão a classe operária depois da destruição das economias mundiais… mas observe que somente na alternativa capitalista o empreendedorismo sobreviverá… nas outras duas, a mão de ferro do estado esmagará qualquer tentativa de levantamento contra seus interesses por motivos já exaustivamente lembrados… ou seja, caro JOJO, entre uma morte rápida e uma agonia eterna, fica difícil a classe trabalhadora escolher… se partires para o põe devagar, devagarinho, acabará como o sapo na agua fervente… se acaso o capital for vitorioso, a guilhotina será feroz… no final, sobrevive quem entende o processo e aplica suas economias em ouro ou algo que possa carregar consigo… papel pintado será a pior alternativa… se bem que no caso de comprar bens para garantia futura, em uma ditadura será pilhado de qualquer maneira… saudações…

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