Oposição avança na Argentina e sela início do fim da era Kirchner

Sergio Massa, candidato da oposição, festeja o resultado das eleições na Argentina.

Governo perde eleições legislativas nas principais províncias do país. Apesar de manter a maioria no Congresso, presidente Cristina Kirchner não tem mais como aprovar alteração constitucional para um terceiro mandato.

A oposição foi a grande vencedora das eleições legislativas deste domingo (27/10) na Argentina. O principal candidato oposicionista, Sergio Massa, da coligação peronista-conservadora Frente Renovadora, venceu com ampla vantagem na província de Buenos Aires, a mais populosa do país.

O também conservador Proposta Republicana (PRO), partido do prefeito da capital, Maurício Macri, saiu vitorioso na cidade de Buenos Aires e elegeu senadores pela primeira vez. Logo após a divulgação dos primeiros resultados, na noite de domingo, Macri anunciou que é candidato à presidência em 2015. Massa não foi tão longe, mas seu discurso após a convincente vitória da sua coligação estava permeado de alusões que levam a crer que ele também concorrerá ao cargo mais alto do país.

No total, o kirchnerismo perdeu em 15 dos 24 distritos (incluindo os cinco mais importantes), mas conseguiu manter-se como principal força no Congresso. As eleições renovaram metade da Câmara dos Deputados (127 assentos) e um terço do Senado (24 cadeiras).

Governo vê vitória

Kirchner filia-se à tradição de Juan Domingo Perón, um dos políticos mais importantes da história do país. Nos anos 1940, ele colocou-se à frente de um movimento de forte apelo popular, criando um estilo político desde então conhecido como peronismo. Este caracteriza-se por ter um líder – ou uma líder – populista, de amplo apoio popular, e que atua em favor das “pessoas simples”.

As eleições primárias em agosto já haviam resultado numa amarga derrota para a coalizão de governo. No domingo, a tendência se confirmou, e o “peronismo de esquerda” da Frente para la Victoria (FPV) sofreu outro duro golpe. Ainda assim, a coalizão governista mantém uma frágil maioria nas duas casas do Parlamento, o suficiente para o governo interpretar o resultado das eleições como uma vitória.

O vice-presidente Amado Boudou fez questão de expressar euforia ao falar no comitê central de campanha da FPV. “É com alegria que constatamos ser a principal força política do país, antes e depois destas eleições”, afirmou. Ele admitiu derrotas significativas em algumas províncias, mas disse que a FPV vai recuperá-las.

Trata-se de uma visão bem otimista, já que os kirchneristas foram derrotados nas cinco principais províncias do país: a capital, a província de Buenos Aires e as províncias nortistas de Córdoba, Mendoza e Santa Fé.

O fim da era Kirchner

Com o resultado das eleições, uma coisa é certa: Kirchner não terá um terceiro mandato. A FPV não possui mais a maioria necessária para propor uma emenda constitucional que permitiria uma segunda reeleição.

O principal candidato governista, Martín Insaurralde, fracassou na eleições. Ele concorria como principal deputado na Província de Buenos Aires. A presidente não pôde tomar parte na campanha, pois submeteu-se a uma cirurgia de emergência e precisou ficar em repouso absoluto. Kirchner não pôde nem mesmo viajar até seu domicílio eleitoral em Rio Gallegos, na Patagônia, para votar.

A saúde debilitada da chefe de Estado e o mau resultado nas urnas levaram alguns observadores a decretar o fim da era Kirchner. Ela e seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner, governaram o país durante dez anos. O “modelo” dos Kirchner, uma combinação de intervencionismo estatal e protecionismo feroz, não é mais atraente para muitos argentinos. Uma nova classe média, que não se sente ligada ao peronismo, busca alternativas. Massa e Macri, os vencedores do pleito do domingo, beneficiaram-se dessa tendência.

Próxima campanha já começou

Sergio Massa, de 41 anos, usou um discurso marcado por declarações típicas de um estadista. Ele enfatizou que “o futuro é mais importante do que o passado, por isso convoco todas as forças políticas a pensar numa política nacional. Deixemos para trás as discórdias e pensamentos mesquinhos e nos voltemos para projetos concretos que estejam além dos interesses partidários”.

No entanto, ainda é incerto até que ponto as duas forças estarão de fato dispostas a trabalhar juntas. Após as eleições, Macri não perdeu a oportunidade de provocar seus potenciais adversários, e anunciou que nenhum político que já fez parte do governo concorrerá em 2015 pelo seu partido, o PRO. “Não iniciamos essa trajetória para manter os mesmos elementos que aí estão. Queremos uma mudança verdadeira”, afirmou, em alusão ao fato de Massa ser um antigo integrante do governo Kirchner.

 

Fonte: DW.DE

23 Comentários

  1. BATE OUTRA VEZ
    COM ESPERANÇAS O MEU CORAÇÃO
    POIS JÁ VAI TERMINANDO O VERÃO
    ENFIM…

    CHORA BANANEIRA, CHORA…

    RSRSRSRSRSRSSRS…

    • Quem sabe o povo brasileiro sonhava meus sonhos em 2014… ver a esquerda chamar seus bandeirulas para olhar seus olhos tristonhos… rsrsrsrsrsrs…

      • Já me manifestei em outro post, amigo… se não aparecer ninguém de partido conservador cristão anulo meu voto… nessa corja que ai está não voto… depois que eu despertei para a realidade eu valorizo meu voto, mesmo que seja 1 em 100.000.000…. espero que o PMB lance candidato… não conheço a lei eleitoral, mas se for possível será um diferencial e tanto… se continuar nas mãos dos ESQUERDALHAS não teremos soberania em futuro próximo… saudações…

      • Que pelo menos o PMB sirva como mais uma frente em pró da reforma política… mas uma verdadeira de fato!… O que será meio difícil! “marqueteiros” contra NÃO FALTARÃO!…

  2. É apenas o começo do fim….primeiro o kirchnerismo, depois o lulopetismo e daqui mais um pouco o chavismo….e aí sim a América do Sul vai se livrar da chaga do populismo…

  3. o partido da presidente argentina ganhou na maioria do seu território ,e perdeu nas mais importantes mais continua com maioria
    e dai !!!!! rsrsrs conseguiram a maioria ainda quem manda é eles
    mas o zoinho azul comemora ,então faz um favor para gente já que a argentina ficou em seu comentário melhor se mude para la rsrsrsrs

  4. por LUCENA
    .
    .
    Os partidos argentinos são iguais as Igrejas pentecostais no Brasil;Assembleia de Deus,Deus é amor,Igreja Universal,…etc;todas pentecostais.
    .
    Na Argentina os partidos são na sua grande maioria, peronistas,só muda o slogan más, todos tem a mesma ” filosofia “; o peronismo.
    .
    É o sonho de consumo do PT,quando eles querem adeusar o Lula,com o seu sacro-santo lulismo….Heheheh

  5. O bolo nao pode ser so para um grupo de mafioso, os peronistas, Tem outras mafias que tambem querem suas oportunidades de roubar o povo argentino.

  6. E haja “derrotas”…!
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    Suprema Corte Argentina declara Ley de Medios constitucional

    ter, 29/10/2013

    Do Infobae

    La Corte Suprema declaró constitucional la Ley de Medios

    Votaron a favor: Ricardo Lorenzetti, Eugenio Zaffaroni, Enrique Petracchi, Carlos Maqueda, Carmen Argibay y Elena Highton de Nolasco

    Finalmente, la Corte Suprema de Justicia declaró la constitucionalidad de los cuatro artículos de la Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual que habían sido blanco de una presentación judicial del Grupo Clarín. El 45 y el 48, vinculados con las licencias, y el 41 y el 161, sobre el plazo de desinversión.

    De este modo coincidió con el criterio del juez de primera instancia Horacio Alfonso, que se había pronunciado a favor de la validez de la norma. Y revisó el fallo de la Cámara Federal Civil y Comercial que se había expedido en contra de la constitucionalidad de dos de los artículos citados.

    La decisión “en general” fue adoptada con el voto positivo de seis de los siete miembros. El único ministro que no acompañó la decisión mayoritaria fue Carlos Fayt, aunque aún no trascendió cuál fue su postura. Ricardo Lorenzetti, Eugenio Zaffaroni, Enrique Petracchi, Carlos Maqueda, Carmen Argibay y Elena Highton de Nolasco votaron a favor de la validez de la ley. Dos de ellos habrían señalado algunas disidencias parciales.

    Los detalles de la sentencia se conocerán este mediodía, explicaron fuentes del alto tribunal. Hay expectativa por conocer los argumentos adoptados por los jueces y cómo será la aplicación de la norma.

    El pasado 10 de octubre se cumplieron 4 años de aquel sábado de 2009, cuando a las 2:30 de la mañana y tras 15 horas de sesión, el Senado sancionó la Ley 26.522 de Servicios de Comunicación Audiovisual.

    El 28 y 29 de agosto la Corte convocó a las partes a dos audiencias en las que expusieron sus argumentos. Tras ese evento, se especuló en todos los ámbitos en qué momento se iba a dar a conocer la decisión, si antes o después de las elecciones.

  7. SUPREMA CORTE DA ARGENTINA DECLARA LEI DE MEIOS CONSTITUCIONAL

    Com a Lei de Meios, o Clarín terá que se desfazer de vários ativos. O grupo tem 237 licenças de TV a cabo (dez vezes mais que o permitido pela lei), que abrangem 58% da população (o limite é 35%).

  8. hoooooooooo….que peninha..era tão divertida/hilária aquela Cristina “a loka”… ficarei com saudades…me fez rir muitas vezes… 🙂

  9. Mais uma vez tenho que dizer, isso é que é torcida, ou distorcida.
    Por que na Argentina o que houve então foi a derrota dos vencedores. Os Kirchner mantem todo o poder e ainda são perdedores fala sério.

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