EUA e Israel divergem sobre solução da questão nuclear iraniana

O Secretário de Estado americano, John Kerry, se encontra com o primeiro ministro de Israel,Benjamin Netanyahu. – Foto: Gregorio Borgia/Reuters

Autoridades dos Estados Unidos e de Israel divergiram nesta quarta-feira sobre o programa nuclear iraniano, com o governo israelense pedindo o seu desmantelamento enquanto os norte-americanos sugeriram que a aplicação de salvaguardas poderia mostrar que o programa é pacífico e sem objetivos militares.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deram as declarações num momento em que iniciavam conversações divulgadas ostensivamente como sendo sobre as negociações de paz palestino-israelenses, mas que provavelmente serão ofuscadas pela questão iraniana.

“O Irã não pode ter a capacidade para armamento nuclear, o que significa que eles não deveriam ter centrífugas para enriquecimento, eles não deveriam ter uma planta de água pesada para plutônio, que somente é usada para armas nucleares”, disse Netanyahu a repórteres.

“Eles deveriam se livrar do material físsil e eles não deveriam ter instalações nucleares subterrâneas, que são subterrâneas por um único motivo: para propósitos militares”, acrescentou. O premiê israelense qualificou o programa nuclear do Irã como o problema mais importante para a segurança da região.

O Irã afirma que está enriquecendo urânio somente para produção de eletricidade e para uso médico, não para armas nucleares.

Kerry, cujos assessores estão buscando soluções diplomáticas para o controle da atividade nuclear iraniana, adotou uma posição diferente da exposta por Netanyahu ao sugerir que o Irã poderia demonstrar que seu programa é pacífico aderindo aos padrões internacionais seguidos por outras nações.

“Nós vamos buscar uma iniciativa diplomática, mas com os olhos bem abertos, conscientes de que será vital para o Irã cumprir os padrões que outras nações com programas nucleares seguem, provando que esses programas são de fato pacíficos”, declarou Kerry no início de um encontro com o líder israelense na residência do embaixador norte-americano em Roma.

Seis potências mundiais mantiveram na semana passada conversações com o Irã em Genebra para averiguar se uma solução diplomática poderia ser alcançada, nas primeiras negociações do tipo desde que a eleição do presidente iraniano Hassan Rouhani, em junho, abriu a possibilidade de um acordo após anos de crescente confronto.

REUTERS

 

Fonte: Folha

 

11 Comentários

  1. O problema é que os míssies balísticos que o Irã desenvolve só tem grande utilidade se forem armados com ogivas nucleares ou sujas. É difícil de acreditar que seu programa nuclear seja pacífico.
    Israel está certo em tentar impedi-los, não por ser bom ou ruim, mas sim por estar defendendo a própria segurança.

    • Deagol, o que se sabe sobre o programa nuclear Iraniano? Dizer que é ou é difícil de acreditar que o programa Iraniano seja militar é muito relativo. Veja o caso de Brasil e Argentina, ainda não produzimos nossos isobaros, ainda não temos nosso reator nuclear e importamos tudo a um preço extratosférico… e a diferença de valor sentimos em nossa balança comercial. Tecnologia e educação são itens em que uma nação não pode abrir mão. No nosso país não se produz nem lâmina de barbear e somos os maiores exportadores de ferro do mundo. O Irã tem petróleo, mas um dia isso acaba, ou investe em tecnologia ou amanhã vai queimar areia nas caldeiras para fazer energia ou lá tem rios para fazer hidrelétricas? Matas para queimar carvão?…

      • Alberto, o problema é que míssies balístico tem pouca precisão, mesmo os modelos mais sofisticados dos EUA e Rússia tem precisão entre 200 a 500m.
        Sem ogivas nucleares os mísseis iranianos são armas taticamente inúteis, seriam necessários dezenas de míssieis para destruir uma base aérea Israelense.
        Na prática, a utilidade dessas armas é mais para atingir alvos de grande porte como cidades ou parques industriais

        Concordo que o Irã tem o direito de desenvolver tecnologia nuclear para geração de energia, mas o problema é a combinação de mísseis balísticos com tecnologia nuclear, é isso que assusta mundo. Além disso, os iranianos já ameaçaram diretamente Israel e ainda fornecem apoio a grupos guerrilheiros como o hezbollah.

        São países adversários, normal que os israelenses façam de tudo para impedir que o Irã domine tecnologias nucleares

      • Alberto completando Israel alega que é contra o projeto nuclear do Irã por que é um grande problema para a região agora me responda e as armas de Israel o que são? mais uma vez eu pergunto QUEM TEM ARMAS NUCLEARES TEM MORAL PARA PROIBIR OS OUTROS DE TEREM?

      • Amigo, não é questão de ter moral.
        Se você tivesse alguém, que julgasse como inimigo mortal, não tentaria impedi-lo de comprar armas?

        A questão é simples, Israel não quer que o Irã tenha poder de destruí-lo.
        Dentro so seu ponto de vista estão totalmente certos em querer impedir que o Irã possua armas nucleares ou armas sujas.
        Eu, no lugar deles, faria a mesma coisa.

        Em geopolítica não existem bons ou maus, só existem conflitos de interesses. Nesse caso pouco importa se Israel tem moral ou não, o que importa é garantir a segurança de sua população o máximo possível.

        Se eu estivesse no lugar dos israelenses, construiria o mais poderoso escudo anti-missil e bombardearia as instalações nucleares e as fábricas de míssies do Irã o mais rápido possível. Mesmo sem ter o direito ou moral para fazer isso.

  2. E………EUA e Irã divergem quanto a questão nuclear Israelense.

    Ninguém com tutano gostaria de ver um Irã nuclear. Contudo, não pode haver dois pesos, duas medidas.

    Lead by example.

  3. israel ate os gringos já percebem que criaram um mostro alias dois um deles são ao sauditas e outro é israel
    cuidado israel quem muito pede acaba conseguindo ,ou cuidado com o que vocês judeus plantam podem acabar colhendo

  4. Ao contrário do que muitas pessoas afirmam, aqui no blog, a reportagem demosntra que os EUA não estão muito interessados em atacar o Irã.

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