Vitória eleitoral reacende temores de avanço da extrema direita na França

Marine Le Pen tenta dar um tom mais respeitável ao partido de extrema direita.

Neste fim de semana, a Frente Nacional venceu uma eleição local em Brignoles, no sul da França, que alguns observadores consideram um teste para as próximas eleições municipais. Embora a vitória não tenha grande importância em nível nacional, ela demonstra a crescente aprovação da extrema direita entre uma população abalada pela insegurança da crise.

Segundo os resultados oficiais definitivos, Laurent Lopez, candidato da Frente Nacional na eleição em Brignoles (cidade de 17 mil habitantes com um prefeito comunista), ficou com 53,9% dos votos no segundo turno. Em segundo lugar ficou a candidata da conservadora União para um Movimento Popular, Catherine Delzers.

A presidente da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, saudou imediatamente a “bela vitória” de seu candidato em Brignoles, afirmando que se tratava da “morte da frente republicana”, numa referência à frente formada pela oposição.

Segundo Le Pen, mesmo que se tratasse de uma eleição local, “ela aponta uma vontade de mudança dos franceses, que irão se expressar, irão se mobilizar” para as eleições municipais no início de 2014.

Apesar de Marine Le Pen querer dar um tom mais respeitável à Frente Nacional, tentando angariar votos dos conservadores ao se apresentar de forma menos radical, ainda é controversa a afirmação de que o pleito do fim de semana seja uma prévia de futuros resultados nas eleições municipais francesas e para o Parlamento Europeu em 2014.

Crescimento da Frente Nacional

Um candidato da Frente Nacional já havia ganhado essa eleição – para um representante no Conselho Geral do Departamento de Var, onde se localiza Brignoles – em 2011. O resultado, no entanto, foi anulado, como também a eleição subsequente, em 2012. A atual eleição é a terceira tentativa.

A Frente Nacional obteve impressionantes resultados de aprovação em recentes pesquisas de opinião realizadas em nível nacional. De acordo com a projeção publicada na semana passada pela revista Le Nouvel Observateur, o partido de Marine Le Pen poderá ganhar até 24% dos votos na eleição para o Parlamento Europeu, no ano que vem.

A Frente Nacional se tornaria, assim, o partido mais forte, à frente do Partido Socialista, do presidente François Hollande, que segundo a pesquisa obteria somente 19% dos votos, e dos conservadores da União para um Movimento Popular (UMP), com 22%.

Causas da extrema direita

A decepção dos franceses com os partidos estabelecidos é vista como o motivo da grande aprovação da extrema direita. Os socialistas são acusados de não conseguir controlar o alto desemprego e de negligência em relação à criminalidade e ao problema dos refugiados. Por sua vez, desde a derrota do ex-presidente Nicolas Sarkozy contra Hollande, em maio de 2012, a conservadora UMP vem sendo abalada por brigas internas.

Enquanto a gestão socialista-verde de Hollande perde cada vez mais popularidade e a oposição tradicional de direita continua sem projeto político alternativo, esfacelando-se em brigas pessoais, a Frente Nacional colhe agora os frutos de um discurso apoiado na insegurança, na crise econômica e na campanha local. Em Brignoles, a Frente Nacional disse ter sido “o único partido a ter feito realmente campanha”, com a distribuição de panfletos, encontro com os simpatizantes e a população.

Para uma habitante de Brignoles, que preferiu ficar anônima, votar na Frente Nacional é “algo normal”. Fazendo alusão à população de origem magrebina no centro da cidade, a sexagenária afirmou que “hoje, nesta pequena cidade, você pergunta onde você se encontra.”

Crise e insegurança

Comentando o resultado eleitoral em Brignoles, o jornal Libération afirmou que “os esquerdistas no governo não conseguem mais mobilizar os eleitores. O presidente aborda a política econômica e promete êxitos, seu ministro do Interior discursa sobre a minoria Roma, imigrantes e segurança. Na ala da direita, despenca sob a crise e as derrotas eleitorais a moral que rejeitou qualquer acordo com a extrema direita. Enquanto o veneno da Frente Nacional e de sua política se infiltra em todo o país. (…) Sob o pretexto da prioridade nacional, a FN defende teses racistas – seja em nome do pai [o fundado do partido Jean-Marie Le Pen], seja da filha [a líder partidária Marine Le Pen].”

E, de fato, apesar das polêmicas declarações do ministro do Interior, Maneul Valls, defendendo a expulsão da França de membros da minoria roma provenientes da Bulgária e Romênia, o poder socialista não consegue mais controlar o crescimento da extrema direita, como também não consegue mais atenuar o sentimento de insegurança crescente em uma França que se esforça para sair da crise.

CA/dpa/afp

 

Fonte: DW.DE

11 Comentários

  1. por LUCENA
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    Há um grande levante da direita,ou melhor,da ultra-direita (neonazismo) que está contaminando toda a Europa.
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    Com uma política social nada lógico,como a de expulsar todos os mendigos das cidades e perseguir os estrangeiro(xenofobia),em especial,os muçulmanos e africanos; por exemplos.
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    Basta verificar os fatores que contribuíram com o desastre do naufrágio em Lampedusa-Itália,onde a negligência intencional das autoridades italianas,proporcionarão 359 mortes de imigrantes ilegais no dia 3 do mês corrente.
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    (…)Entre as centenas de mortos no naufrágio de Lampedusa, no início de outubro, estão duas vítimas que comoveram até o mais preparado socorrista. Mãe e filho foram retirados da água ainda ligados pelo cordão umbilical. A jovem, grávida de sete meses, deu à luz enquanto se afogava na costa italiana, sem realizar o sonho de recomeçar a vida com o filho na Europa. (…)

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    fonte: [ noticias.terra.com.br/mundo/europa/lampedusa-bebe-e-mae-presos-pelo-cordao-umbilical-comovem-equipe-de-resgate,73fd7edf367b1410VgnVCM10000098cceb0aRCRD. }
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    A Europa tem na sua história o mal que os extremistas fascistas fizeram para aquele continente,ocasionando um grande carma que até hoje os europeus buscam dolorosamente pagar.
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    Até hoje se conta como foi o Holocausto e tem ainda muito fascista que jura de pés junto que foi tudo mentira alias; até aqui há algumas figurinhas que não acredita no Holocausto dos judeus…. 😉

    • O partido comunista frances, stalinista, o partido socialista, PS os grupos maoistas e os varios grupos que se clamam trotskystas que pediam as massas de trabalhadores que votassem no PS, no segundo turno das eleicoes, saos os responsaveis pelo ressurgimento da ultra direita. Se a ultra direita realmente vencer o poder, e a maneira Hitler e Mussoline, massacrar todo esse pessoal da La Gauche, esquerda, a culpa e da esquerda mesmo. Eles abriram o caminho para a ultra direita.

  2. Independente de sua posição de direita ( poderiam ser classificadas de esquerda algumas de sua opiniões anti neoliberais…), Marine Le Pen não é bem digerida pelo poder dominante, por seus posicionamentos nacionalistas, que são dissidentes dos planos de “globalização by Washington and Zion”…

    Algumas opiniões de Marine Le Pen:
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    “Muito crítica contra os planos de austeridade em curso em diversos países, a líder da extrema-direita francesa defendeu “uma dissolução concertada da zona euro” e medidas protecionistas na Europa.”

    Contra “curas terríveis de austeridade”

    “Penso que existe o risco que uma nova crise financeira rebente a breve prazo, porque os remédios ultraliberais que são aplicados e nomeadamente através de curas terríveis de austeridade, agravaram os desequilíbrios financeiros dos países da UE e, por conseguinte, o mais pequeno problema pode levar-nos de novo para uma nova crise”, explicou.

    “Apesar de ser a favor da economia de mercado, Marine se opõe à Europa e ao euro, além de insistir na necessidade de libertar o país do jogo dos tecnocratas de Bruxelas, cidade onde está a sede da União Europeia, e de outros atores do cenário político internacional. “Não queremos mais ser vassalos dos Estados Unidos ou das monarquias do Golfo Árabe”, ressaltou. (ANSA)”

    Marine Le Pen atacou os dirigentes europeus por abraçarem “a mundialização selvagem, submetendo-se aos interesses americanos nas negociações comerciais transatlânticas”. “Boas vindas ao frango com cloro, à vaca com hormonas e a outras joiazinhas geneticamente modificadas”, ironizou.

  3. Mais um pouco de Marine Le Pen, por ela mesma:

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    sep 24 2013

    Marine Le Pen: “Francia se ha convertido en la ramera (puta) de Arabia Saudita y Qatar”

    “Los gobernantes franceses han hecho de nuestro país la puta de emires barrigones, la puta de Qatar y de Arabia Saudita”, afirmó Marine Le Pen, líder del Frente Nacional de Francia. “El Gobierno es la ramera de estos países árabes”.

    De esta forma acusó Le Pen al Gobierno de François Hollande y al Gobierno anterior de Nicolas Sarkozy de “intervenir en Libia y en Siria para apoyar el fundamentalismo islámico terrorista”.

    “El fundamentalismo islámico como el de Al Qaeda está recibiendo la ayuda de varias capitales europeas”, señaló Le Pen durante una entrevista a los medios franceses, añadiendo que esta dirección supone un “error histórico de política y de ética” de los líderes franceses.

    La política defendió el poder del actual presidente sirio, Bashar al Assad, diciendo que si se trata de elegir entre fundamentalismo islámico y el poder autoritario laico lo último es preferible porque al menos “fue capaz de preservar las minorías étnicas y religiosas”.

    RT

    • Meu segundo comentário (este acima) foi publicado, porque o primeiro comentário que fiz, anterior a este acima, não foi liberado?

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      Alvez8O
      15 de outubro de 2013 at 13:31
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  4. O velho continente europeu poderá mergulhar numa situação muito difícil, devido ao fracasso da liderança e da retórica negativa por parte dos principais governos europeus fazendo com que os partidos extremistas estejam em franca ascensão. O ataque perpetrado por Anders Breivik, em Julho de 2011, que resultou na morte de 77 noruegueses constituiu um forte alerta, para o facto de o extremismo e da violência política não estarem confinados aos que agem em nome de qualquer religião.
    O grave problema é que apesar de ter sido considerado um ato isolado, o manifesto citado por Breivik contava com a aprovação dos maiores partidos extremistas da Europa. O aumento do número de votantes nestes partidos está a ter um impacto profundo e evidente nas políticas desses países.
    Quer seja em coligações, como acontece na Itália e na Suíça, ou surjam na forma de governos minoritários, como sucede na Holanda, a verdade é que a sua influência é evidente. De alguma forma, os partidos normais têm vindo a adotar políticas que não respeitam os direitos humanos, favorecendo os partidos extremistas, nomeadamente nas políticas contra as comunidades migrantes no geral.
    Numa altura em que, face às medidas de austeridade, aumenta o descontentamento popular e o desemprego massificado, estas mensagens arriscam-se a ganhar um apoio considerável e perigoso no caminho do racismo e da xenofobia. Estas medidas dão azo a políticas divisórias, reforçam a ideia de que os direitos humanos das maiorias apenas podem prevalecer e serem respeitados se os das minorias forem colocados de lado, o que acaba por legitimar políticas abusivas em terrenos democráticos.
    O crescimento dos partidos extremistas constitui um verdadeiro desafio aos direitos humanos na Europa. O declínio dos direitos humanos na Europa é uma questão que deve constar da lista de preocupações prioritárias dos governantes europeus. Se estas ideias perigosas não forem rapidamente contrariadas, as perdas serão incalculáveis.

    O partido nacionalista suíço SVP (Partido do Povo da Suíça) fez uma campanha antiimigração que alerta os suíços de como será o país daqui há alguns anos caso a entrada de imigrantes seja facilitada.

    Em um cartaz, que foi divulgado pela internet, o partido compara duas fotografias: uma que mostra quatro modelos nuas de costas prestes a mergulhar no lago Zurique e outra na qual um grupo de mulheres imigrantes – que utilizam véus muçulmanos -, se banham de roupa possivelmente no mesmo lago. Abaixo das fotos um texto indica que a primeira delas foi tirada em 2010 e a segunda seria uma viagem ao tempo até o ano de 2030, quando a Suíça estaria tomada por imigrantes.

    A campanha foi produzida em razão do referendo que visou decidir se os estrangeiros que tenham sido considerados culpados de assassinato, estupro, tráfico de drogas e outros delitos graves devem ser deportados ou não. A iniciativa foi proposta pelo SVP que garante que os estrangeiros representam mais de um quinto da população suíça, que atualmente chega aos 7,7 milhões de pessoas.

    De acordo com o jornal The Daily Telegraph, pesquisas recentes mostram que 54% dos eleitores suíços votaria a favor da medida, enquanto 43% são contra.

  5. TARDE DEMAIS ,o maximo que podem fazer e´´´criarem um estado livre de contaminaçoes etnicas dentro da frança, mas sera muito dificil ,a europa deu as costas aos valores familiares ,viverao uma versao real do FILME planetas dos macacos,serao perseguidos em seus proprios paises , aqueles que recusarem a marca da besta na testa serao liquidados, os russos adoram lembrar dos erros europeu na insistencia do multiculturalismo ,se eu fosse trilionario,buscaria umas francesinhas para garantir que a especie nao seja extinta kkkkk , Com a palavra os mestiços bolivarianus ,

    • Quem disse que uma pessoa precisa ser trilionario para “transar com francecinhas”? Se nao quiser ir pra Franca vem pra Londres onde voce vai encontrar muitas “francesinhas” que gosta de transar com brasileiros.

  6. Quer apostar que vai acabar sobrando pro BRICS ter que ajudar esse povo ???
    Teneremos que manter a economia deles funcionando comprando qualquer coisa … papel higiênico pra Venezuela é a nossa parte.

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