FMI e Banco Mundial alertam emergentes e pedem que EUA evitem falência

Em vez da crise do euro, a disputa entre democratas e republicanos foi o assunto que dominou encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em Washington. FMI também mandou aviso aos emergentes.

Para os cerca de 11 mil ministros, banqueiros e jornalistas presentes ao encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que terminou neste fim de semana em Washington, a crise de endividamento do euro se tornou, de repente, um tema secundário. Eles tiveram olhos somente para a bizarra disputa entre democratas e republicanos nos Estados Unidos.

Até agora, o presidente Barack Obama e os políticos republicanos não foram capazes de chegar a um consenso sobre o orçamento do país e a elevação do teto de dívida pública – nuvens negras continuam a passar sobre a Casa Branca, que se localiza bem próximo da sede do Fundo Monetário Internacional na Avenida Pensilvânia.

Triunfo do bom senso?

Na verdade, ninguém pode imaginar que os políticos em Washington irão deixar os EUA caírem na inadimplência. Também o presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann, e o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, tentaram transmitir uma sensação de confiança em Washington. Weidmann considera limitadas as consequências econômicas da paralisação administrativa, o chamado Shutdown.

Segundo ele, a atenção se volta mais para o teto da dívida estatal dos EUA. Sem a elevação do teto da dívida, paira a ameaça de falência sobre a maior economia do mundo já a partir de 17 de outubro. O ministro Schäuble, por sua vez, disse que seria opinião comum de todos os países parceiros, incluindo do secretário do Tesouro americano, de que haverá uma solução. “É preciso, é preciso”, disse Schäuble, afirmando contar com o bom senso.

Outros levaram a crer que a elevação do teto da dívida nos EUA, por si só, não será suficiente a longo prazo. “Mesmo sem o aumento do teto da dívida, a dívida per capita dos americanos é muito maior do que a da zona do euro, até mesmo maior do que a da tão discutida Grécia”, afirmou Georg Fahrenschon, presidente da Confederação Alemã das Caixas de Poupança (DSGV, na sigla em alemão), à margem da reunião anual em Washington.

Política monetária dos EUA não é sustentável

E não somente o atual endividamento per capita nos EUA seria maior, mas ele cresce mais rapidamente do que na Grécia. Segundo Fahrenschon, economicamente, uma política alinhada à contração de dívidas não seria sustentável. Tal política sobrecarrega as futuras gerações e apenas esconde desequilíbrios, afirmou o presidente da DSGV, explicando que, quando tais desequilíbrios se tornam muito grandes, distorções econômicas são quase inevitáveis.

Até agora, os Bancos Centrais – principalmente dos países desenvolvidos – tentaram atenuar os efeitos de tais rupturas e crises com muito dinheiro e taxas de juros perto do zero. Mas todos os economistas estão de acordo que essa política não pode continuar para sempre, sem que se criem novas bolhas de preços e crises. “Os Bancos Centrais não podem continuar, infinitamente, com o pé no acelerador”, disse o presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann.

Mercados emergentes precisam estar vigilantes

Embora o presidente do Federal Reserve (Fed), Bem Bernanke, tenha anunciado já no começo do ano a possibilidade de deixar de lado uma política monetária ultrafrouxa, ele condicionou isso a uma melhoria dos dados econômicos dos Estados Unidos. Mas, agora, esse não deverá ser o caso tão rapidamente. Se o Estado, que é responsável por 20% do Produto Interno Bruto dos EUA, continuar a estar ausente como consumidor, a economia americana não deverá se recuperar num futuro próximo.

Apesar disso, em algum momento, deverá haver uma mudança na política monetária – e principalmente os países emergentes devem estar preparados para essa situação. A eventual transição com vista a uma normalização da política monetária deve ser “cuidadosamente sintonizada e coordenada, bem como claramente comunicada”, afirmou a declaração final do Comitê Financeiro do FMI, no último sábado (12/10).

O motivo é que os países emergentes deverão vivenciar uma maciça perda de capital no caso de um aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Por esse motivo, a diretora-gerente do FMI, Chrstine Lagarde, instou os Bancos Centrais de todo o mundo a trabalhar em conjunto para minimizar os efeitos danosos em conter a enxurrada de dinheiro.

Fonte: DW.DE

8 Comentários

  1. por LUCENA
    .
    .
    O crepúsculo de um império sempre foi assim decadência em algum lugar sempre foi um fator do seu desfecho.
    .
    O grande problema é as consequência da queda pois,em todos finais de transição de um império para o outro,hoje na maioria das vezes,uma tragédia humana,a guerra por exemplo.
    .
    Hoje,as armas estão muito perigosas para serem usadas em uma guerra mundial,espero que o santíssimo evite que um mau intencionado aperte o botão vermelho.
    .
    O grande problema é,oquê o tio Sam irá fazer com um imenso exército de militares ociosos,veja o que aconteceu com a URSS,muito dos militares desempregados foram prestar seus serviços a máfia russa já outros mais inteligente,viraram presidente….Rsrsrsr
    .
    Só queria saber oquê as agência de classificação de risco,(a grande maioria americana),daria ao risco americano afinal,por menos do que isso,essas agências anarquizaram outras nações,será que os EUA irá perder o seu AAA; será que o IDH dos EUA será o mesmo dos países desenvolvidos…….será que a Grécia tem um lugarzinho para mais um a fazer-lhe companhia… 😀 😀 😀
    .
    *******************
    .
    .
    JOSÉ
    .
    Carlos Drummond de Andrade
    .
    .
    E agora, José?
    A festa acabou,
    a luz apagou,
    o povo sumiu,
    a noite esfriou,
    e agora, José?
    e agora, você?
    você que é sem nome,
    que zomba dos outros,
    você que faz versos,
    que ama protesta,
    e agora, José?
    .
    Está sem mulher,
    está sem discurso,
    está sem carinho,
    já não pode beber,
    já não pode fumar,
    cuspir já não pode,
    a noite esfriou,
    o dia não veio,
    o bonde não veio,
    o riso não veio,
    não veio a utopia
    e tudo acabou
    e tudo fugiu
    e tudo mofou,
    e agora, José?
    .
    E agora, José?
    Sua doce palavra,
    seu instante de febre,
    sua gula e jejum,
    sua biblioteca,
    sua lavra de ouro,
    .
    seu terno de vidro, sua incoerência,
    seu ódio – e agora?
    .
    Com a chave na mão
    quer abrir a porta,
    não existe porta;
    quer morrer no mar,
    mas o mar secou;
    quer ir para Minas,
    Minas não há mais.
    José, e agora?
    .
    Se você gritasse,
    se você gemesse,
    se você tocasse
    a valsa vienense,
    se você dormisse,
    se você cansasse,
    se você morresse…
    Mas você não morre,
    você é duro, José!

    Sozinho no escuro
    qual bicho-do-mato,
    sem teogonia,
    sem parede nua
    para se encostar,
    sem cavalo preto
    que fuja a galope,
    você marcha, José!
    José, pra onde?

  2. Alguém avisa a diretora do FMI que o mundo já está escaldado dos USA.
    A saida é apenas aumeto da divida interna americana, e rezar para que não se metam em mais nenhum grande gasto como guerras.

    Já que essa história de elevação de juros pode ser um tiro no pé (pois se serve para inibir mais individamentos pelos americanos, por outro lado… será que não incentiva o esforço exportador da concorrência?

    Assim, o melhor é Obama deixar o orgulho de lado, com os repúblicanos, e conseguir o aumento do teto da dívida, logo o salário de todo mundo volta a ser pago, e no curto prazo todos voltam a estaca zero, como se quase nada houvesse acontecido. mas e no médio e longo prazo?


    Vejamos:

    Reagan, em seu governo, recebeu um orçamento quase equilibrado e triplicou a dívida.
    Bush-II recebeu um excedente orçamental e duplicou a dívida.

    Entre Reagan e Bush II tivemos Bush pai e Clinton em cujas presidências houve recuperação orçamentária, por que, o que foi feito?
    A questão aqui é se observar que tem luz no fim do túnel. Contudo, como alguns atores da cena mundial adoram fazer tudo errado em nome de ambições cegas, pode ser que o dólar saia dessa crise totalmente desacreditado. A bola da vez não está com democratas ou repúblicanos, mas apenas com Obama, o que será que ela vai fazer com o destino de sua nação?

    A resposta tem 48h para ser dada.

  3. Eu lhes falei a anos sobre a falencia Européia,a queda dos EUA e a ascenção dos Emergentes.Voces não acreditaram preferiram ficar ouvindo a musiquinha do Roger Rangers agora XUPA ESSA INHÃMA QUE SAI COALHADA kkkkkkkkkkkkkkkkk
    O que vai ter de bostéricos capaxos cometendo o Arakiri Baiano kkkkkkkkkk

  4. E o pessoal falando por aí que os USA não quebram e vão durar pra sempre como hegemonia…

    Só podem ser drogados… pra viajar assim na propaganda americana só pode ser bitolado mesmo!!

    Desligue a televisão e cancele a assinatura da revistinha que só prega ódio politico gratuito… talvez melhore!!

    Valeu!!

    • Francoop historia antiga todo o ser que gastar mais do que ganha, e não controlar os seus gastos esta fadado a pobreza e com o passar do tempo a mizeria.

  5. O mundo pode até acabar…

    Só que, desse lado será com 211 mil novos postos de trabalho.

    Coisa chata né!

    Vou abrir uma cerveja….

  6. Sustentar duas guerras por mais de uma década, dezenas de agências de espionagem e sabotagem clandestinas, financiar insurgentes e terroristas, enriquecer a indústria bélica criando confusão em todo o lugar….. uma hora a grana acaba!!! E não adianta continuar emitindo dinheiro sem lastro…
    Os EUA é um belo país, que poderia ser sempre um diferencial em termos sociedade e justiça mas os grupos econômicos que ali habitam e seus governos conseguem ser unânimes em “ca…” o mundo todo com suas políticas nefastas. Abraços,

  7. Eu sempre soube que os EU quebrariam, que um dia o império iria cair (não tem nada a ver com anti-americanismo). É a história de todo império, não tem como fugir.

    Imaginava que aconteceria nos dias dos meus netos, quando eu já tivesse partido daqui. Mas, pelo andar da carruagem acontecerá muito mais breve do que pensava

Comentários não permitidos.