Mundo terá guerras sangrentas pela água

Natalia Kovalenko

De fonte da vida a água se está transformando numa ameaça à existência de países inteiros. A população da Terra está aumentando e consome cada vez mais recursos naturais. O primeiro obstáculo que as pessoas poderão enfrentar nos próximos tempos é uma falta de água global. Já neste momento a água potável é mais cara que o petróleo. Com o tempo, a sede poderá vir a ser a razão de uma nova repartição do planeta.

A Terra vive um aquecimento climático. Podemos discutir as causas da subida da coluna dos termômetros, mas não deixamos de estar perante o fato de a temperatura média anual do planeta estar aumentando. Segundo as previsões de um grupo de peritos internacionais, dentro de 100 anos a temperatura irá aumentar 1,5 a 4 graus Celsius. Contudo, bastam dois graus para os glaciares começarem a fundir. Para uma série de países, como por exemplo na Ásia Central, isso será equivalente a uma calamidade, eles irão enfrentar a seca, diz o dirigente do Programa Clima e Energia do WWF Alexei Kokorin:

“Um glaciar é um acumulador da água sob a forma de neve que caiu durante o inverno, libertando-a gradualmente. Se existe um glaciar, o seu rio terá um caudal de água mais ou menos estável durante todo o período de verão. Se o glaciar não existe, temos as cheias da primavera durante o degelo nas montanhas e depois a água desaparece. Isso é prevenido pela existência de estruturas de engenharia hidráulica, mas elas custam muito dinheiro. Como se sabe, nesses países essas infraestruturas já são bastante antigas e não cumprem a sua função.”

As tentativas para construir novas barragens se tornam em motivo de disputas internacionais. O Uzbequistão, nomeadamente, ameaça abertamente o Tajiquistão com uma guerra se Dushanbe construir uma hidrelétrica no rio Vakhsh e limitar o caudal de água a jusante.

A África vive uma situação semelhante. A bacia do rio Nilo é partilhada por uma dezena de países e cada um deles tem atribuída uma quota de utilização dos recursos hídricos, mas desde o tempo colonial que a maior parte da água é usada pelo Egito. Até hoje o Cairo sempre recusou quaisquer tentativas para rever os antigos acordos e aumentar as quotas dos outros países. Mas hoje esse país está fragilizado pela sua crise interna e a Etiópia decidiu aproveitar o momento. O Nilo Azul, que é o principal contribuinte para o caudal do grande rio, tem origem em território etíope e Adis Abeba começou a construir aí uma barragem. Os etíopes afirmam que a possibilidade de irrigar o solo com as águas do Nilo poderá tornar desnecessária a ajuda alimentar externa a esse país.

A população do Egito está indignada, comenta o perito do Centro de Estudos Econômicos e Políticos do Cairo Ahmed al-Najjar:

“A Etiópia tenta alcançar uma solução para o problema de forma unilateral, o que é sempre suscetível de provocar problemas graves. Adis Abeba tenta rever com o seu próprio critério a nossa quota histórica das águas do Nilo e que foi atribuída ao Egito ainda em tempos imemoriais, apesar de durante milênios esses metros cúbicos terem mantido a vida no delta, irrigado as culturas e sido o suporte para a própria existência de vida humana em terras egípcias.”

Os egípcios estão dispostos a defender com armas na mão os seus direitos sobre a água. “Se o Nilo ficar reduzido nem que seja numa gota, será necessário o nosso sangue”, diz uma canção local.

Contudo, mesmo as regiões do globo que parecem não ter problemas com os recursos hídricos não estão protegidas de uma agressão “aquática”. A população da Terra aumenta e já consome mais recursos naturais que os que podem ser repostos pelo planeta. Segundo dados da ONU, a esse ritmo o petróleo chegará para os próximos 50 anos, o gás fóssil para 60, mas já em 10 anos quase metade da população do planeta irá sentir uma falta grave de água doce.

Nessa altura a guerra será inevitável, primeiro a guerra informativa e depois será conforme as circunstâncias. A Rússia, com as suas reservas de água doce e o seu extraordinário lago Baikal, será o primeiro candidato a um ataque, pensa o politólogo professor Oleg Matveichev da Escola Superior de Economia:

“A guerra informativa irá representar uma tal lavagem ao cérebro a toda a comunidade internacional em como os recursos são um patrimônio comum para obrigar a Rússia a permitir a todos um acesso ilimitado ao lago Baikal e à nossa água doce em geral. Partindo do princípio que todos respiramos o mesmo ar, portanto a água também deve ser comum. Mais tarde se poderá dizer o mesmo do petróleo e da plataforma continental do Ártico. Isso já está em marcha. Há intervenções de juristas suíços e franceses que dizem que do ponto de vista jurídico todos os recursos naturais do planeta Terra pertencem a todas as pessoas. Então não se percebe, porque andamos nós a morrer aos milhões na defesa desses recursos, assim como da soberania, em todas as guerras.”

Só um consumo racional dos recursos poderá evitar uma guerra para reparti-los. Podemos começar pela higiene oral. Em média, uma lavagem de dentes demora um minuto e meio. Durante esse tempo a água que corre da torneira poderia encher um balde. Ou seja, por ano cada torneira deixa passar sem qualquer utilidade pelo menos 3.650 litros de água. Se lavar os dentes com recurso a um copo, cada procedimento só consome 200 mililitros. Por ano isso representa 73 litros. Um uso econômico mais as tecnologias modernas são capazes de evitar uma catástrofe ambiental e que a água se transforme de fonte de vida numa causa para mortes.

 

Fonte: Voz da Rússia

 

14 Comentários

  1. Acho pouco provável:
    É possível transformar água do mar em água potável?

    É possível, sim – e isso já ocorre em vários países onde a água doce de rios, lagos e represas é escassa. Hoje, mais de 100 nações, principalmente no Oriente Médio e no norte da África, possuem usinas que retiram da água salgada o cloreto de sódio (o sal de cozinha), deixando o líquido pronto para beber. A primeira usina de dessalinização surgiu em 1928, na ilha de Curaçao, no Caribe. O equipamento pioneiro simplesmente evaporava a mistura em enormes colunas de destilação para tornar a água potável. A partir da década de 40, porém, surgiram métodos mais refinados, possibilitando a instalação de miniusinas em navios que permanecem muito tempo em alto-mar. Entre as novas técnicas, a mais bem-sucedida é a chamada osmose reversa, que separa o líquido por meio de um plástico poroso que barra os sais.

    Coreanos criam garrafa que transforma água do mar em potável

    Os sul-coreanos Younsun Kim, Kangkyung Lee, Byungsoo Kim e Minji Kim, da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, desenvolveram um sistema de filtragem e purificação de água portátil que promete transformar água do mar em água potável.
    O Puri, como é chamada a garrafa que filtra água, usa a tecnologia de osmose reversa. O item é projetado para uso em barcos ou situações de emergência no mar, em que as pessoas podem precisar de água para não se desidratarem ou até mesmo morrerem. Com esse equipamento, elas podem beber a água do mar.
    Segundo o site da Fast Company, o uso é simples, o usuário só precisa bombear um êmbolo – dispositivo que desliza em um e outro sentido no interior de um cilindro – e pressurizar a água salgada, empurrando para a câmara de filtragem. Em seguida, a água doce entra em outra câmara, pronta para ser consumida.

    • Quando se fala em falta dagua ,estao se referindo ao estagio 3 da escasses,ou seja a falta de agua se dara nao pela poluiçao da mesma mas sim pela diminuiçao drastica das chuvas, ocasionando o fim de muitos cursos dagua e a ausencia de recarga de lençois freaticos,com o aumento da temperatura global os periodos de chuvas estao ficando mais curtos e com uma distribuiçao limitada da mesma( alto quantidade de preciptaçao em curto espaço de tempo),os processos de retirar sal da agua possui varias tecnicas,porem o problema esta no uso limitado desta agua,uma vez que terao que utiliza-la tambem para irrigaçao (ai o bicho pega),imaginem o preço que fica para irrigar 2 milhoes de hectares de soja ou de cana ou de folha de coca, isto tornaria o preço dos alimentos altissimos,portanto, para beber e encher picina a osmose ou destilaçao da conta,mas para produzir alimentos irrigados nao, resumindo o Humus sapiens vai MORRER DE FOME POR FALTA DAGUA ! so para informaçao: o vale do jequitinhonha ja esta com seu lençol freatico com apenas 30% da capacidade existente na decada de 70,houve uma reduçao de 40 % das chuvas em 20 anos .

  2. Água potável esta localizada bem de baixo de nós .
    Vamos negociar a partir de já com os yankees , assim eles não precisaram nos invadir e poderam nos proteger dos gafanhotos asiaticos “India e China”

    • por LUCENA
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      Principalmente agora que eles vão contaminar todo o seu sub-solo com a extração do gás xisto…rsrssrr
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      Destruíram grande parte da sua floresta;destruíram grande parte dos seus índios,destruíram significamento o seu sonho e a sua nação…se analisar melhor;os EUA é tão gafanhoto quanto os chineses e indianos…Rsrrsrs

    • Yankees?? Os States tem muita, mas muita agua doce.. Temo mais pela africa subsaariana, Australia e a região das monções asiaticas.

  3. Agua destilada nem se compara à riqueza da dos rios!…. Isto se traduz em necessidade basica e potential bioeconomico!… Ferrou! Pessoal…

    O Amazonas não tem saída!… KKK…

    E numa demanda de milhoes… nao vai ter tecnologia que suporte!….

  4. aqua tem ,mas o que acontece é que a que tem esta sendo contaminada propositadamente ,exemplo com o gás de xisto ,porque eles fazem isso ,a resposta é que essa guerra de agua esta sendo anunciada faz já uns 10 anos ,e se eles não apodrecerem a aqua deles não tem motivos para tal
    mas isso já esta sendo feito contaminando os lençóis freáticos com o xisto ,as empresas de armamento não perdem tempo
    o brasil tem que fazer o dever de casa e continuar a equipar a forças armadas ,unasul , celac e mercosul são prioridades para podermos deixar nosso continente sulamericano longe da cobiça estrangeira de saques ,pois pagando bem que mau tem ,rsrsrs

  5. Todos os rios que dependem de chuva para existirem ,estao sofrendo uma perda no volume a cada ano ( e nao e´´culpa de erosao), no momento paises como o brasil que possuem grandes rios ,mas todos dependentes de recargas por chuva sao os que correm maior risco de passarem dificuldade, apenas o amazonas possui parte de sua recarga feita por degelos da cordilheira peruana,mas este volume nao representa mais que 15% da totalidade, ja ocorre secas em sua bacia por falta de chuva, a quebradeira aqui sera geral em 50 anos, ja os paises que possuem rios provenientes de degelos serao afetados bem mais tarde, entao ao CONTRARIO doque dizem, quando faltar agua na china( que tem o himalaia),na russia,japao ,EUA e europa escandinava, nos ja estaremos vivendo uma situaçao semelhante ao SAARA !!!!!!!!!

    • Jamais seremos agredidos por estes paises por causa da agua, esta lenda e´´o maior besteirol que se pode imaginar ,ta mais facil o gigante banania querer invadir os paises andinos por causa de seus gelos de altitude kkkkk

    • E o pré-sal também nao serve pra nada porque existe o gás e petroleo de xisto certo?

      O nióbio também não vale tanto porque a tecnologia hoje faz componentes com propriedades semelhantes certo?

      ¬¬

  6. Outro dia mesmo aqui tinha uma reportagem de cientistas russos afirmando que ums nova Era do Gelo era inevitável…

    A verdade é que ninguém sabe de NADA quanto ao clima da Terra.

    80% da água doce do mundo encontra-se sobre a forma de gelo, nos polos.

    É bastante improvável que a temperatura suba o suficiente para as calotas polares desaparecerem.

    Antes dos países do hemisfério norte virem aqui enfiar seus canudinhos e sugarem nossos rios e aquíferos, muito mais fácil ir até o polo norte.

  7. Putz… é cada teoria…
    O certo é que o ser humano está contaminando tudo, jogando esgoto de todo o tipo em seus rios (rios como o Tietê eram navegáveis e limpos no passado), construindo barragens e mudando o ecossistema, impermeabilizando as grandes cidades com asfalto e concreto… o negócio está parecendo um suicídio massivo para a humanidade. Aonde dá o ser humano joga cocô ou caga a coisa… impressionante!
    Países como o Brasil que tem tantas leis não criam conceitos novos de habitabilidade para as grandes cidades, não vou comparar com o resto do mundo mas aqui desperdiçamos tudo… nas construções basta ver o que é desperdiçado, nossa safra … 15% fica pelo caminho com a péssima logística de escoamento e armazenagem, água…. essa é desperdiçada de todas as formas sem contar que a maioria das cidades possuem um péssimo sistema de distribuição, falta principalmente uma política de educação social onde criemos uma cultura que forme as futuras gerações para a importância do não desperdício, e por aí vai…
    Se o mundo não se conscientizar que é preciso destruir, desmatar e poluir menos .. certamente haverão muitas guerras por água…. a começar pelo oriente médio e África… e os estrategistas tupiniquins de plantão que se cuidem pois (já comentei umas dez vezes…rs) quando o entretenimento no oriente médio acabar…. seremos a bola da vez !
    Abraços,

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