Robô Curiosity brasileiro é usado para fazer pesquisas em lavouras

embrapa robo

“A Embrapa inaugurou em setembro o Laboratório Nacional de Referência em Agricultura de Precisão, em São Carlos (SP). O centro de pesquisas custou R$ 7 milhões e vai estudar sistemas de informação e eletrônica embarcada em máquinas agrícolas. A estrela do novo laboratório é o protótipo de robô (na imagem) controlado a distância, uma espécie de “Curiosity rural”, usado para mapear e obter informações das lavouras;

O robô, que vem sendo desenvolvido pela Embrapa desde o ano passado, pesa 2.700 kg e pode ser controlado por meio da internet ou ter seu percurso programado por computador. Dotado de câmeras e sensores, ele pode mapear o relevo das plantações e colher dados sobre o desenvolvimento das culturas. Sua utilização pode poupar o tempo de especialistas da área e cortar custos com vistorias;

O Laboratório Nacional de Referência em Agricultura de Precisão, inaugurado em São Carlos (SP), funciona hoje com 10 pesquisadores, mas a equipe pode ser ampliada ou reduzida de acordo com o volume dos estudos. O espaço poderá ser utilizado por pesquisadores da rede de 21 centros da Embrapa que já trabalham com agricultura de precisão;

O novo centro de pesquisas da Embrapa, inaugurado em setembro, ocupa um prédio de 3.000 m², com laboratórios para estudos sobre sistemas de informação, eletrônica embarcada em máquinas agricolas e controle mecânico (na foto). A unidade está instalada numa fazenda de 5 hectares e abriga plantios para testes com os equipamentos; e

O novo Laboratório Nacional de Referência em Agricultura de Precisão, da Embrapa, está desenvolvendo um conjunto de normas para padronizar os sistemas operacionais de máquinas agrícolas. Na imagem, o coordenador do centro de pesquisas, Ricardo Inamasu, posa ao lado de diferentes monitores de equipamentos agrícolas.”

Robô Curiosity brasileiro é usado para fazer pesquisas em lavouras

André Cabette Fábio

Do UOL, em São Paulo, 01/10/2013

O Brasil já tem sua versão do robô Curiosity, só que voltada para trabalhos na área rural. Assim como acontece com a máquina criada pela Nasa, a agência espacial americana, um veículo-robô desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tem como missão tirar fotos exploratórias e fazer análises do terreno.

A diferença é que, enquanto o Curiosity desvenda Marte, o robô brasileiro faz sondagens em lavouras.

Com 2.700 kg de peso, o “Curiosity brasileiro” é um protótipo que serve para fazer mapeamento e análise das plantações sem que técnicos precisem vistoriar pessoalmente as culturas.

Ele tem o chassi elevado a 1,8 m do solo, o que torna possível se locomover até em plantações altas, como as de milho.

Com motor de 80 cavalos de potência movido a diesel, o robô pode ser controlado a distância por internet ou ter seu trajeto programado previamente pelo computador.

Os trabalhos com a máquina começaram no ano passado, como parte de um programa de R$ 1 milhão custeado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Hoje, o desenvolvimento do robô está a cargo do Laboratório Nacional de Referência em Agricultura de Precisão, inaugurado pela Embrapa há duas semanas em São Carlos (SP).

Robô usa câmeras e sensor para obter dados das plantações

Câmeras instaladas no robô colhem imagens da plantação. Elas podem mostrar, por exemplo, que a coloração das folhas varia de uma área para outra. Ele também é equipado com sensores como os que são instalados em para-choques de carros, que ajudam a mapear o relevo do terreno.

Com esse tipo de dados nas mãos, os técnicos podem conhecer a área de produção em detalhe, e determinar que cuidados tomar para que ela se desenvolva de maneira uniforme.

De acordo com o coordenador de agricultura de precisão da Embrapa, Ricardo Inamasu, com a utilização do robô, técnicos poderiam fazer esses estudos sem ter que sair de seus escritórios para ir a campo. Isso, segundo ele, pouparia tempo, cortaria custos e ampliaria a prática no país.

“No Brasil, profissionais com instrução elevada que façam esse tipo de análise são muito caros, diferentemente do que acontece nos Estados Unidos e na Europa. Sem automatização, não conseguiremos obter esses dados por aqui”, afirma Inamasu.

O robô foi montado em parceria com a fabricante de máquinas agrícolas Jacto, com sede em Pompeia (SP). As pesquisas com o protótipo são realizadas pelo laboratório da Embrapa em conjunto com a unidade da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos.

Laboratório de agricultura de precisão custou R$ 7 milhões

O novo laboratório da Embrapa, onde está o robô, foi montado com investimento de R$ 7 milhões do governo federal. Instalado numa fazenda de 5 hectares, com áreas de plantio para os testes, ele ocupa uma construção de 3.000 m², com departamentos de sistemas de informação, eletrônica embarcada e controle mecânico, além de galpão para abrigar grandes máquinas.

O laboratório funciona hoje com 10 pesquisadores, mas a equipe pode ser ampliada ou reduzida de acordo com a necessidade, afirma Inamasu. O espaço poderá ser utilizado por pesquisadores da rede de 21 centros da Embrapa que já trabalham com agricultura de precisão.

Ricardo Inamasu afirma que, na agricultura tradicional, fertilizantes, água, nutrientes e agrotóxicos são aplicados de forma uniforme sobre a terra. Mas um terreno nunca é uniforme.

Para lidar com esse questão é que se começou a pesquisar a agricultura de precisão, que usa o mapeamento das plantações para trabalhar cada pedaço de terra de forma específica.

“Se você trata a plantação de uma forma uniforme, obviamente que em algum ponto coloca insumos [produtos como sementes, adubos, agrotóxicos] demais e em outro, de menos. Com a agricultura de precisão, a produtividade da plantação pode aumentar quatro vezes”, diz o coordenador da Embrapa.

Nova unidade da Embrapa também estuda drones

Além da pesquisa com o “Curiosity rural”, outra aposta do novo centro da Embrapa é o desenvolvimento de softwares e métodos para se trabalhar com os drones (termo em inglês que significa “zangões”) ou vants (veículos aéreos não tripulados).

O laboratório realiza estudos com uma pequena máquina de seis hélices. Pilotado com controle remoto, o vant pode voar a uma altura de 150 metros e fazer vídeos e fotos das plantações.

Os dados podem ser baixados mais tarde de um cartão de memória do aparelho ou transmitidos imediatamente pela internet.

Com as informações, computadores podem formar mapas precisos, usados para analisar as plantações a um custo mais baixo que o tradicional, afirma Inamasu. Hoje, esse tipo de mapeamento é feito em geral por satélite.

Pesquisa vai desenvolver padrão para equipamentos agrícolas

Numa fazenda, um mesmo trator é usado para puxar vários tipos de equipamentos, como plantadores, que jogam as sementes no solo, e pulverizadores, que lançam agrotóxicos e outros produtos na lavoura.

Isso significa que, muitas vezes, na cabine do trator haverá de quatro a cinco monitores ou mostradores diferentes. “Fica parecendo uma cabine de avião”, diz Inamasu.

O laboratório de Embrapa em São Carlos, em parceria com fabricantes e outros institutos de pesquisa, está desenvolvendo um conjunto de normas para padronizar os sistemas.

Com isso, será possível ter todo o controle num único mostrador, permitindo que equipamentos e softwares de diferentes empresas conversem uns com os outros.

Segundo Inamasu, as empresas não são obrigadas a seguir normas desse tipo, mas geralmente se adaptam a elas. “Isso inclusive ajudaria as máquinas do Brasil a ganhar mercado internacional”, afirma.

Fonte: UOL

19 Comentários

  1. Fantástico, parabéns a Embrapa,contra tudo,e contra todos( especulação, bio pirataria) vanguarda em tecnologia agraria no mundo, orgulho nacional.

    Quando nos nacionalistas criticamos o brasil por ser um “fazendão” não e um ataque ao setor agrario e de minerios, mas sim por basearmos nossa economia mundial somente nisto, e não agregar valor industrial. mas jamais vamos deixar de reconhecer nosso potencial no “sagrado campo agricola” e nem os ganhos do agronegocio para a nação.
    O Brasil e o melhor lugar do muindo para se alimentar, só devemos estender este privilegio a todos, atravez da universalização de oportunidades, e não do populismo assistencialista.

    • Cara…

      Como vc critica o populoso assitencialista e na mesma frase diz que tem que “estender o privilegio a todos”

      na boa…

      Eu acho que nem psiquiatra da jeito mais nesses trilogienses…

      :/

      • Populismo paternalista barato= escravizar os humildes numa condição de dependência subalterna, atraves de perpetuação em ciclo vicioso da miséria com fins eleitoreiros de classe. Tipica jogada de ‘salvadores da pátria” baratos

        Universalização de oportunidades= criar condições de o povo se desenvolver atraves da educação meritocrática, da profissionalização em massa, e do respeito a individualidade de todos ( ao contrario do socialismo, que quer tratar todos como uma colonia de formigas)
        Incentivar a iniciativa e o empreendedorismo, com o estado agindo como regulador, e não como bem feitor paternalista.
        Os mais pobres precisam de oportunidade, e não de esmolas, e as oportunidades devem sim serem universalizadas.


        Troque de psiquiatra, seu caso não esta melhorando Rafael, boa sorte.

      • Capa Preta,

        Já ouviu falar do programa de ajuda alimentar estadunidense, ‘Food Stamps’?

        Em junho deste ano(2013), haviam 47,8 milhões de estadunidenses inscritos no programa, com custos anuais de cerca de 75 bilhões dólares …

      • Ajuda alimentar a pessoas em situação de crise social e muito importante, não se pode deixar que seres humanos minguem a fome, isto não seria uma sociedade civilizada, seria barbarie.

        porem não podemos confundir estado que busca bem estar social, com socialismo.

        As pessoas que passam por situação de crise social devem ter apoio do estado para se requerem, para prosperarem por si. o que acontece em paises de governo populista ( Brasil incluso) e industria politica da miséria, varias gerações na mesma dependendo de assistencialismo, pratica politica perversa de esquerdista e corronelistas nordestinos,

        Por exemplo porque um politico come e dorme, representante do nordeste em Brasilia, vai querer acabar com a seca no nordeste ?

        Se aquilo para eles e um poço sem fundo de recursos.

        há quanto tempo estamos “combatendo” a seca e miséria nordestina, e quantos bilhões são gatos nisto ?

        Porque um politico demagogo vai acabar com a seca misseravel, se cada vez que ele manda um caminhão pipa com seu nome para la, ele possa de bom moço e garante milhares de votos ?

        A perpetuação da miséria humana atraves do assistencialismo estatal, e um crime contra a humanidade.

        Um estado serio busca o desenvolvimeto de seu povo, e não a dependência assistencialista

      • “…porem não podemos confundir estado que busca bem estar social, com socialismo…”
        ————
        Pois é…concordo.

        Porém extrema direita faz esta “confusão” de forma contínua e rotineira….

        E chamar 2 políticas, muito similares, uma no EUA: De “bem estar social” e a outra, aqui no Brasil, de “socialismo”…Se chama dois pesos e duas medidas…

      • “…porem não podemos confundir estado que busca bem estar social, com socialismo…”
        ————
        Pois é…concordo.

        Porém a extrema direita faz esta “confusão” de forma contínua e rotineira….

        E chamar 2 políticas, muito similares, uma no EUA: De “bem estar social” e a outra, aqui no Brasil, de “socialismo”…Se chama à isto, de dois pesos e duas medidas…

    • E outra….

      Como estender oportunidades pras pessoas serem criativas, se em muitos lugares do nosso país as pessoas nao tem nem o que comer?

      Me fala ai….

      Como alguém consegue ser criativo com fome?

      Nunca me esqueço na cena que eu vi um dia desses… Uma senhora de 60 anos morreu de FOME no estado do Ceará….

      O repórter perguntou se ela sentia alguma coisa… Ela disse que sentia a “dor da fome”

      Sacou?

      O buraco é bem mais embaixo do que supõe vc e os coitados abirobados da trilogia, que usam iphones pra acessar a internet e fazem curso de piloto pra serem engenheiros…..

      Va no lixão da sua cidade… Aposto que vc vai encontrar muita gente la mexendo no lixo pra poder achar comida…

      E isso acontecia no Brasil muito antes do bolsa familia…….

      • Israel cultiva no deserto, e uma vergonha no brasil termos pessoas passando fome, e elas passam por maquiavelismo de populistas safados, como Sarneys da vida, que cultivam uma miséria para pagar de santo salvador, porque dá cesta basica. o povo precisa romper com este ciclo maldito assistencialista, e exigir oportunidade, e não esmola.

      • É lógico que nós todos queremos ver as pessoas com oportunidades e sem precisar da ajuda estatal pra sobreviver…

        Mas enquanto esse dia nao chega, meu camarada, vamos fazer oq?

        Ver as pessoas com fome e nao fazer nada?

        É complicado….

        Mas quem tem fome quer comer AGORA… Depois a gente pensa em desenvolvimento

      • Comparando os gastos do programa social Food Stamps , no EUA, com os gastos do Bolsa família aqui no Brasil:

        Food Stamps 2013: U$75 bilhões

        Bolsa família 2012: U$ 9,6 bilhões (R$ 21,1 bilhões)

  2. Agora a verdade sobre o que realmente pode atrapalhar nosso desenvolvimento agrário

    “As mascaras caem, a favelização do campo vem ai
    Tomando terras que já produzem que estão mais próximas aos centros consumidores para isso.
    Constatação: em países que tomaram essas medidas houve, como se pode constatar em livros de história, grande desabastecimento por causa da desorganização que segue ao se tentar mudar o sistema de produção de alimentos de forma abrupta, fome e mortes são consequências. Na União Soviética, época de Lenin, 5 milhões pereceram quando estatizaram a produção agrícola, na china de Mao outros milhões morreram tanto de fome por desabastecimento como por violência no trato das desapropriações de terra. Há outros exemplos como Camboja, Coreia do norte e a Venezuela que apesar de ser tropical não se abastece sozinha por ter desorganizado o setor produtivo agrícola.
    Conclusão: Apesar de não ser reconhecido, o governo militar pós 64, fez a reforma agrária quando nos anos 70 do século anterior promoveu a marcha para o oeste levando agricultores do Sul, Sudeste e Nordeste para o centro oeste e sul da Amazônia, ocupando terras improdutivas, garantindo a presença de brasileiros nas ricas terras do centro do país e garantindo grande produção de grãos para o Brasil, o que é constatado hoje com a grande capacidade de exportação de grãos que se possui aqui. Tudo isso sem ter que incomodar os agricultores que já produziam para manter o abastecimento evitando os traumas e mortes de uma reforma agrária comunista”

  3. Ae Brasil, finalmente uma boa notícia para nosso agricultores, mas basta a Marina do atraso ser eleita, que tudo morre…e a Globo não paga os mais de 1,1 bilhão que sonegou…

    • Concordo plenamente, se a hiponga clorofilocrata ( by lobão) ganhar, vamos vivar uma grande comunidade de “bichos grilos”

  4. Não é atoa que o Brasil é o numero UM no mundo em tecnologias para culturas agrícolas e ainda na Genética Humana, de animais e vegetais… se´r que faremos diferenças também na robótica e nano tecnologia???

    Parabéns a todos os envolvidos no Projeto, sei que são muitos, uma coisa assim não é feita por um homem só, nada é… não existem salvadores da pátria!!

    Valeu!!

    • Franco seria muito legal se tivessemos polos interioranos e principalmente na região norte de bio-tecnologia, isto em alguns anos, com a bio diversidade que temos, nos colocaria na vanguarda do setor.

    • Nos já temos esses polos pelo interior do Brasil e na região norte também… o que falta é mais investimentos… e nós estamos na vanguarda do setor agrícola do mundo!

  5. O Food Stamps existe no EUA deste 1939!

    Inicialmente como um programa temporário de auxilio alimentar aos pobres, funcionou entre 1939 e 1943, depois entre 1961 e 1964…Quando foi promulgado o “Food Stamp Act of 1964”, que tornou o programa permanente até os dias de hoje…

    E o Food Stamps nunca foi impedimento para o desenvolvimento do agrobusiness no EUA…

    Mesmo porque o agrobusiness com seu modelo de grandes monoculturas, seja no Brasil ou no EUA… é primordialmente destinado a gerar receita e lucros (o que é muito importante sem dúvidas!)

    Más na realidade, o agrobusiness é de eficácia reduzida na qualidade dos alimentos, no barateamento da alimentação nossa do dia à dia e portanto no combate a fome…Área onde o modelo do pequeno agricultor, a “agricultura familiar”, regional, próxima ao consumidor, é muito mais eficiente.

  6. O ideal é ter tanto um agrobusiness, como uma “agricultura familiar” fortes, esta ultima de preferência, com o menor uso possivel de agrotóxicos.

    Eu, pessoalmente, estou cheio de comer alimentos geneticamente modificados (que geram diversas alergias,entre outras coisas…) sem sabor e repletos de pesticidas e agroquímicos…

    Quem sabe, um dia abandono esta vida urbanóide e viro um agricultor orgânico… 🙂

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