Comissão brasileira pode se encontrar com Snowden na Rússia

Nos últimos dias, os meios de comunicação social brasileiros noticiaram que os serviços secretos norte-americanos mantiverem controle sobre mensagens telefônicas e correspondência eletrônica trocada entre a presidente Dilma Rousseff e seu homólogo mexicano, Enrique Pena Nieto, bem como nos círculos próximos às duas autoridades.

Por esse motivo, o deputado Ivan Valente teve a iniciativa de solicitar à Rússia que faça o intermedio entre uma comissão especial do Brasil e Edward Snowden, ex-funcionário da CIA que está foragido na Rússia, após ter revelado um amplo programa de espionagem do governo americano. De acordo com a Agência Brasil, representantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional estiveram nesta terça-feira (17) com o embaixador russo no Brasil, Serguêi Okopov, para tratar de uma possível ida de missão parlamentar brasileira a Moscou. 

“Snowden é responsável pela denúncia de um dos maiores esquemas de espionagem na história. A informação por ele difundida é muito grave e (…) é importante ouvir diretamente dele como funcionam esses programas”, declarou Valente em entrevista à rádio Voz da Rússia.

Em sua opinião, a maior quantidade possível de informação concedida pessoalmente por Edward Snowden poderia ser aproveitada como o melhor meio de defesa.

“Não pretendemos fazer declarações nem divulgar nada na Rússia. Simplesmente queremos questionar Snowden sobre os pormenores e obter o máximo de informação relacionada diretamente com Brasil. Essa informação será difundida e publicada só no Brasil”, acrescentou o deputado.

Após a divulgação do caso de espionagem, o governo brasileiro declarou que a visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA, em fase de preparativos, poderia ser cancelada.

Publicado originalmente pela RIA Nóvosti

Fonte: Gazeta Russa

27 Comentários

  1. Porque uma comissão de palhaços demagogos enves de equipe de governo e do setor de informações !
    As quatro grandes do Petroleo deram pra traz no leilão do pre-sal e porque ? Pirracinha ou ja sabiam que seriam descartadas !
    Certamente existe entendimentos entre Rusia,Brasil e Snowden.
    Certamente a nós não seriam revelados profundidades pois tais informações no conhecimento de esquizofrenicos florzinhas poderiam porem em risco as vidas de milhões de pessoas.
    Ele não escolheu a Russia atoa e o Brasil pelo teor das espionagens e por sua imagem global tambem não foi escolhido atoa por Greenwald.
    Estamos no jogo e a hora é essa.
    Xupa essa Manaba Obana que sai iogurte.

    • Sou um espectador interessado que frequento Blogs de defesa..e seus comentários sempre são os melhores. Por acaso você tem algum Blog?

    • Pode ser que esta comissão especial tenha em sua composição pessoas da área de inteligência.
      Quanto a desistência das quatro grandes do Petróleo, penso que foi a dificuldade técnica para retirar o óleo da camada abaixo do pre-sal. Até onde sei , só a Petrobras tem esta tecnologia. Espero que não tenha sido roubada na espionagem que os EUA fizeram.

      • Não meu caro Anglos desistiram porque as regras do jogo mudaram.
        Estavam acostumados com o sistema de conseções passadas e ainda levavam nosso petroleo a 30% abaixo do valor internacional de mercado.
        Os novos parceiros todos estarão adequados as novas regras.

  2. Snowden não é ex-funcionario da CIA e nem da NSA.
    Snowndem é um analista de sistemas ex-funcionario de uma empresa terceirizada que presta serviços a NSA.
    Esse episodio serve de exemplo a demagogos politicos que acham que entendem de assuntos extrategicos,assuntos de Estado e de segurança nacional.
    Não se coloca tais coisas ao conhecimento daqueles fora dos ramos.
    Essa filosofia Americana copiada e muito por Brasileiros abre brechas na segurança,no sigilo e nos segredos.

  3. Não é mais fácil pedir os documentos que o Swoden deu áquele jornalista inglês,pois Swoden repassou tudo,ou então pedir ao Putin uma video conferencia com o Swoden,via msn ou Skype,mas não temos que gastar para mandar essas pessoas para um Tour na Rússia,aposto se ele estivesse na Síberia ninguém do brasil iria ver ele na Rússia,palhaçaca,ao inves de ficarem fazendo esse carnaval todo,já deveriam estar planejando uma estrutura de cyber war no brasil.

    OBS:Quanto Carnaval,e de concreto nada,sabe as vezes eu torço para os E.U.A darem uma dura no Brasil,para acabar com essa palhaçada,vamos parar de brincar e começar a agir,com compra de equipamentos,treinamento de pessoal,meios para recrutarmos pessoas com talento,o que não falta no brasil é malandro que dá golpe na net,o chupa cabra bancário é uma tipica amostra da capacidade de alguns para fraudar e burlar sistamas,se esses talentos fossem aproveitados não teria NSA que segurasse o Brasil,seriamos os E.U.A da Cyber War.

    • Ele não repassou tudo meu camarada e tudo tem nomes de pessoas sob tarja preta.
      Ele não esta caguetando simplesmente revelando o jogo sujo.
      Ele,o outro aqui no Brasil e uma mulher na Europa tem os mesmos documentos e com certeza ele tem estes e muito mais em outro lugar seguro.
      Ele não escolheu a Russia atoa e com certeza para ser blindado por eles abriu pra eles o que não abriu e não abrira para ninguem.
      Se tudo fosse revelado geraria uma guerra mundial sem presedentes e a extinção de milhões e milhões de pessoas.
      Mas aguardemos vem mais coisas por ai envolvendo o Brasil e o Mexico,
      O Mexico ja visava a tempos encomendar plataformas de defesa aerea Russas para proteger suas plataformas petroliferas.O Mexico opera F16,SU30 e AMX em sua força aerea.
      Quem vai se dar bem contudo isso é a Russia,a China e paises do leste Europeu e Sudeste Asiatico que farão muitos acordos com o Brasil envolvendo petroquimica,aeroespacial,armamentos,caças.
      Lembra quando eu citava tais coisas?
      KD os Bostéricos baba ovo de Anglos,sumiram kkk estão se reagrupando para voltarem a carga kkk mas que carga.
      Perderam o jogo e se retaliarem vão se ferrarem mais ainda e necessitam e muito de nossas materias e de nosso dinheiro.

      • Se ele repassasse tudo não teria mais importancia de continuar vivo.
        O que ele repassou foi o basico de tudo o que ele tem e que não deve repassar não que use isso como garantia de vida mas que se repassar tudo as alianças e parcerias globais não mais existirão e gerara a terceira guerra mundial.
        Tem muito mais coisas por traz disso tudo do que imaginamos.

      • Tudo o que ele conseguiu sugar da NSA ele repassou a aquele jornalista,basta vc ver a reportagem do fantastico,e tem outra ninguém com as credenciais do Swoden conseguiria sugar todas as Informações da NSA,pois tão milhões de TERA BYTE,dentro da área dele que não era tão grande e nem tão importante,ele conseguiu sugar bastante coisa.
        Agora eu te pergunto seria mais danoso para os E.U.A matarem o rapaz pois a imagem d OBAMA cairia por terra,então dos males o menor,os americanos deixaram ele ficar na Rússia em troca ele cala a boca,mas já foi repassado,e mesmo esse pouco que o Swoden tem,já fez esse estrago todo,imagina o que deve ter nos arquivos da NSA.

      • Que fantasia em Barca os simpaticos Americanos talvez o usam como agente duplo né ! Espantosa sua dedução kkkkk
        Nem tudo o que ele tem esta com ele não seria tão tolo assim e poara ter seguro de cu na Russia teve de abrir aos caras esse é o jogo.
        Os vazamentos vem sempre targeados para apenas mostrarem intransigencias e não para gerarem profundos o que causaria ate mesmo sublevações dentro dos EUA.
        Obama é apenas um boneco negrinho a ser manipulado para agradar minorias dentro dos EUA e como necessitam disto né !
        Quanto ao impacto prognosticado ao resto do mundo como agregador de minorias FAIL.
        O que esperar de um regime neo-nazista onde a manipulação da informação é instrumento de formação de Estado zumbi onde alimentam-se pensando escrementarem para gerarem metano a mover turbinas e industrias.

    • Pô Barca!!!

      MSN?
      Skype?
      Os relatórios do Snowden mostram que está tudo comprometido e você sugere usar justo os produtos da Microsoft que, diga-se de passagem e pra fazer justiça, o pessoal que trabalha com software livre+uma centena de hackers falam a mais de dez anos que desenvolvem produtos suspeitos de trabalharem pra NSA.

      E essa coisa de sair do leilão do campo de Libra, o motivo vai aparecer na nossa digníssima imprensa tupiniquim nas próximas semanas. Vai ser coisa do tipo: a culpa é do governo. Pra variar.
      E a estrutura de guerra cybernética está sendo desenvolvida pelo exército a mais de 2 anos!!!

  4. Aonde está a agência brasileira de inteligência nestas horas? Onde está o investimento em medidas de contra-inteligência? Estão querendo em transformar em mais um circo, pois se quisessem saber de verdade, era questão fazer um acordo com a agência de inteligência russa e mandar alguns agentes daqui.

  5. Celso Amorim: ‘Precisamos nos preparar para evitar uma guerra cibernética’

    Ministro de Relações Exteriores, no governo Lula, e ministro da Defesa, no governo Dilma, Celso Amorim, em entrevista ao jornal Página/12, explica por que a América do Sul necessita de uma visão comum sobre a defesa baseada na cooperação e na preservação dos recursos naturais. E também o que fazer diante de uma guerra cibernética. “Estamos pensando em realizar um grande esforço na área da defesa cibernética”, anuncia.

    Martín Granovsky

    Buenos Aires – Aos 71 anos, o ministro de Defesa Celso Amorim registra um recorde em sua história. Em 2009, quando era chanceler de Lula, a revista norte-americana Foreign Policy o chamou de “o melhor ministro de Relações Exteriores do mundo”. De viagem pela Argentina, onde firmou um acordo com seu colega Agustín Rossi para ampliar o trabalho conjunto, dialogou com a Página/12 na residência do novo embaixador brasileiro Everton Vieira Vargas.

    –Você é ministro de Defesa, foi chanceler do presidente Itamar Franco e nos dois mandatos de Lula. O Brasil tem uma doutrina de defesa. Que relação há entre essa doutrina e a da Unasul, expressa nos documentos do Conselho Sul-americano de Defesa? Quais as diferenças, as semelhanças e os pontos comuns?

    – Unasul é uma dimensão importante de nossa política de defesa, o que não quer dizer que outros países não possam ter visões diferentes. Em nossa região – e quando falo de região me refiro a América do Sul – nós achamos que deve reger a cooperação. A cooperação é a melhor forma de dissuasão. Portanto, todos os trabalhos da Unasul sobre criação de confiança, de cooperação industrial, de exercícios comuns, têm para nós um grande valor.

    Não quero interpretar os demais países, mas acho que, se a cooperação vale para o Brasil, também é valiosa para os outros países. Quando se discute temas globais no mundo, o fato de que nossa região seja pacífica é um valor a favor extraordinário. Quando se fala da competitividade e se fala da capacidade de atração de investimentos, se trata de uma vantagem formidável para a paz. E isso também nos dá grande autoridade para falar de outros problemas no mundo. O Conselho Sul-americano de Defesa da Unasul é uma dimensão importante. Mas além disso acho que temos em comum uma série de interesses.

    Talvez o mais evidente de todos seja a defesa dos recursos naturais. Somos uma região muito rica em energia, em capacidade de produção de alimentos, em água doce, em biodiversidade… Também somos uma região muito diversificada, desde o trópico mais equatorial até a Tierra del Fuego.

    Contamos com oceanos dos dois lados. Tudo isso nos constitui como uma região que deve ter uma visão comum de defesa.

    – Uma defesa comum?

    – Não é necessária. O necessário é a visão comum. É o trabalho que também queremos desenvolver no Conselho Sul-americano de Defesa. Por isso estimulamos a criação de uma escola sul-americana de defesa. Temos pontos comuns evidentes, como os que mencionei antes. Também queremos encarar o monitoramento de nossas áreas especiais. Para o Brasil, a Amazônia é uma zona óbvia para cuidar, mas ao mesmo tempo falo do mar territorial ou de regiões especiais, que são fatores que podem propiciar uma cooperação.

    – Fala do Atlântico Sul e o litígio das Malvinas dentro do Atlântico Sul?

    – Bom, tem a ver com o Atlântico Sul. Nossa posição sobre as Malvinas é muito conhecida e não tenho necessidade de repeti-la. Defendemos sempre os direitos argentinos e uma solução negociada. Mas o Atlântico Sul, além do problema muito importante das Malvinas, apresenta outros problemas muito importantes. Há estradas chave. Chave para a Argentina, claro, mas como ministro de Defesa do Brasil falo de que uma proporção enorme de nosso comércio exterior vai pelo Atlântico. E nossos provedores de petróleo, porque ainda não conseguimos o auto abastecimento e também há diferentes tipos de petróleo cru, são a Nigéria, a Angola, a Argélia… O transporte, em todos os casos, passa pelo Atlântico Sul.

    Além disso, como você sabe, o Brasil tem uma relação muito próxima com a África. É uma relação histórica que cobra mais e mais importância, o que nos leva a ter uma maior presença cultural e econômica. Outra razão mais, então, para preocuparmo-nos com o Atlântico Sul. Agora, queremos garantir a segurança do Atlântico Sul justamente com os países do Atlântico Sul. Do ponto de vista geopolítico, é natural a cooperação dos países da costa ocidental da África e dos países da América do Sul. Todos conformam a zona de paz do Atlântico Sul. Por estes dias realizaremos, no Brasil, um seminário muito importante em Salvador, Bahia. A Argentina participará com um conferencista. Por isso queremos manter o Atlântico Sul como zona de paz, de cooperação, livre de armas de destruição massiva.

    – Ministro, eu mencionei a palavra “defesa” e em sua resposta você incluiu a palavra “recursos”. De quem a América do Sul deve defender seus recursos? De riscos potenciais ou há uma identificação precisa?

    –Não, não há uma identificação específica. Ao menos no caso do Brasil, não temos inimigos. Talvez seja assim por fortuna histórica, ou pela diplomacia do passado. Não sei… Temos relações muito boas com as diferentes potências. Mas é suficiente que alguém olhe a história, por um lado, ou por outro lado que olhe os estudos sobre a prospectiva dos recursos naturais no futuro, para pensar que há eventualidades que podem acontecer. Devemos estar preparados para refutar qualquer tentativa de alcançar um alvo, de qualquer lugar que venha. E nisso entra a necessidade de ter capacidade de dissuasão. Por isso disse que dentro da região, dentro da América do Sul e talvez isso valha para outros países como os da África, tem que considerar que em um mundo global e, ainda que não tenhamos nenhum inimigo declarado ou não declarado, devemos ter uma política de dissuasão.

    – A dissuasão é para que sequer chegue a existir um inimigo?

    – Exato. É uma forma muito inteligente de ver a questão. Quando alguém se prepara para se defender, desestimula ataques de outros países que possam, em alguma situação, achar que necessitam algo. Do etanol, que o Brasil produz, para dar um exemplo. De água doce, que há nos aquíferos. A dissuasão fará com que, antes de tentá-lo, alguém pense duas vezes.

    – Quais são as principais linhas de desenvolvimento de armamentos que o governo de Dilma Rousseff se propõe desdobrar?

    –Temos três áreas consideradas estratégicas. Uma é a nuclear, com o plano de desenvolver o submarino de propulsão nuclear. O Brasil tem a costa atlântica mais longa do mundo. Acho que mais longa ainda que a costa argentina. A descoberta e exploração do pré-sal, das jazidas petrolíferas a muita profundidade, valorizam ainda mais a costa. Uma vigilância eficaz só pode ser feita por um submarino que possa ficar muito tempo embaixo da água. Outro plano estratégico é o espacial. Inclui a capacidade de lançamento e também satélites. Está a cargo da Força Aérea. O terceiro aspecto estratégico, muito atual, é a defesa cibernética. Não o digo eu sozinho. Se você lê análises e comentários de gente das grandes potências – e não quero particularizar – verá sua tese. Nós não queremos guerra, claro, mas eles dizem que, se houvesse uma guerra, essa guerra do futuro seria cibernética. Inclusive para evitar uma guerra desse tipo há que estar preparado.

    Estamos pensando em realizar um grande esforço na área da defesa cibernética. Já antes de 2010 haviam equipes trabalhando nisso, mas depois dessa data criamos um Centro de Defesa Cibernética com base no exército mas que serve também às outras forças. Já atuou em situações pontuais, não comparáveis ao ataque de uma potência estrangeira.

    – Atuou em tarefas de prevenção?

    –Sim, por exemplo durante a cúpula do Rio + 20, na Copa das confederações, na visita do papa Francisco… Deteve vários ataques cibernéticos. Obviamente são ataques de hackers, algo incomparável com o que pode acontecer em uma situação de conflito em grande escala.

    – Esses ataques são comparáveis com a intercepção de comunicações e mensagens da presidenta e seus conselheiros?

    Você pode fazer a comparação que desejar.

    – A intercepção foi um ataque?

    – Não o caracterizaria desse modo, o que não quer dizer que não tenha sido uma intrusão para colher dados. É como se você me perguntasse se a espionagem é o mesmo que a guerra. Nesses casos estamos, de certo modo, no limite. Um limite que não se pode passar. Mas quando se fala de defesa cibernética se pensa mais em um ataque do tipo do que pode realmente afetar todo um sistema. O sistema elétrico, o sistema de controle dos aeroportos… Várias coisas… Um ataque assim pode gerar o efeito de uma arma de destruição massiva.

    – Como uma sabotagem de amplo alcance.

    – Pode ser. Mas isso não diminui a importância da tentativa de colher informação, um tema que tem vários aspectos. Envolve a invasão de privacidade quando se trata de cidadãos. Ou o que tem a ver com recursos naturais e com a tecnologia para obtê-los. Tudo isso é preocupante. Não tenho o detalhe das explicações que meu colega recebeu do ministro de Relações Exteriores, ou seja que não posso comentar em detalhe.

    – Ao comparar sua gestão com Lula e a gestão dos dois chanceleres de Dilma, há uma intensidade diferente na relação do Brasil com o resto da América do Sul e com a Argentina em particular?

    –Deixo esse tipo de questões para os analistas. Eu tenho meu trabalho de ministro. Mas lhe digo que as prioridades continuam sendo as mesmas. Não tenho nenhuma razão para acreditar que a intensidade seja diferente. É a mesma. Há estilos que dependem das pessoas, mas os estilos não marcam diferenças de fundo.

    – Deixando de lado, como forma de analisar as coisas, o sentimento de irmandade, a solidariedade ou os atos generosos, em que convém ao interesse nacional brasileiro uma aliança sólida com a Argentina e com o resto dos países da América do Sul?

    – É muito difícil separar a conveniência dos sentimentos fraternos e da solidariedade. Inclusive é difícil separá-la da generosidade. Quando era chanceler, disse muitas vezes que devíamos ser generosos porque assim defenderíamos também nossos interesses a longo prazo. Temos interesse em manter boas relações com nossos vizinhos. E com a Argentina, país com o qual as relações são mais intensas, com mais razão. Houve uma pequena queda em 2012, mas entre 2000 e 2011 as exportações brasileiras à Argentina passaram de dois bi a mais de vinte bilhões de dólares. As importações da Argentina não cresceram tanto, mas também aumentaram muito. Pensemos que no intercâmbio é importante a presença de bens manufaturados. Também registramos um crescimento do comércio com outros países da região. Isso não tem a ver com o interesse nacional? Claro. Mas quando Raúl Alfonsín e José Sarney se aproximaram , o interesse econômico existia. Entretanto, ao mesmo tempo era um instrumento para a consolidação da paz, a eliminação das rivalidades, que talvez não fossem tão reais, mas imaginárias, ainda que o imaginário na política tem sua importância…

    –E estavam as corridas atômicas paralelas.

    – Fico muito orgulhoso pois, antes de ocupar a Chancelaria, pude ser o negociador principal para a contabilidade e o controle nuclear entre a Argentina e o Brasil.

    – A Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares?

    –A negociação e o acordo bilateral foi o que possibilitou a Abacc.

    – Ministro, um dos desafios que o Brasil e a Argentina enfrentam, cada um a seu modo, é o perigo de reprimarização na relação com terceiros países. A China, por exemplo. Se a relação comercial se baseia em exportar mineral de ferro ou soja e se essa exportação gera divisas imprescindíveis para o Brasil e a Argentina, como se consegue a combinação justa de equilíbrio e contradição?

    –Também exportamos aviões à China. E os aviões são de alta tecnologia. Sem falar da China em particular, em geral com o mundo que exportamos e que importamos é algo que deve preocupar-nos. Queremos uma inserção com muito valor agregado. Eu não diminuiria tanto o valor das exportações agrícolas. Hoje, dentro da agricultura, há muita tecnologia. Isso dá valor agregado, ainda que seja menos óbvio.

    O Brasil acaba de superar pela primeira vez os Estados Unidos em soja. Só foi possível, não por subvenções ao produtor, como fazem os Estados Unidos, e sim por grandes investimentos em tecnologia. A soja deixou de ser possível só em climas temperados. Dito isso, acho que nossa cooperação seria muito importante. Por que, em lugar de discutir como compete uma geladeira feita no Brasil com outra feita na Argentina, não fazemos uma geladeira juntos? Mas volto ao meu tema, como ministro. Podemos fazer muitas coisas juntos em Defesa. Nós temos um conceito original de avião de transporte. Mas muitas partes importantes serão fabricadas na Argentina. O KC390, que pode substituir os Hércules, é um exemplo. Podemos vendê-lo.

    Não quero entrar em terrenos sociais, onde me sento menos firme, mas penso que não apenas é questão de vender bens alimentícios ou minerais. Também se trata de saber utilizar os recursos que se obtém dessas exportações para investir em planos de alta tecnologia. Há toda uma complexidade por indagar.

    De todos modos, não acho que nossa economia vá se reprimarizar, mas admito que é uma preocupação a considerar. Enquanto isso, temos muito que fazer juntos. O exemplo é o reator nuclear. Ao melhor, algum dia podemos vendê-lo, também. Vocês já venderam algo à Austrália, não? Os aviões do Brasil, talvez com alguma contribuição importante da Argentina, podem também ser vendidos. Continuamos aprendendo dos avanços que vocês alcançaram em radares. Aí vejo outro campo de cooperação. Trabalhemos em tudo isso. A defesa tem um alto poder de indução em investimentos de valor tecnológico. E nem falar de outras áreas que a Argentina levantou, com razão, na Unasul, como os medicamentos.

    – Que relação tem a produção de medicamentos com a defesa?

    – Os medicamentos são necessários para os soldados. Se trata de corporações onde vive muita gente junta e as doenças podem difundir-se.

    – Qual é o maior fator de instabilidade concreta que vê hoje no mundo? Síria, Oriente Médio?

    –Seria difícil olhar a Síria, e a Síria dentro do Oriente Médio, e não preocupar-se. Tampouco diria que a questão dos recursos está ausente do conflito, ainda que haja outras razões também: línguas, culturas… Mas também os recursos têm grande importância. Seria ingênuo supor o contrário. A intervenção no Iraque se deveu às armas químicas que – como ficou demonstrado depois – não existiam. Saddam Hussein era um ditador, mas não era o único ditador no mundo. Por que foi eleito Saddam Hussein? Porque além de ser um ditador tinha petróleo. No Brasil também nos causa preocupação a instabilidade em alguns países africanos. Acho que a África está avançando inclusive em termos de mudanças de governo e evolução democrática, ainda com todas as imperfeições que têm os processos políticos quando recém começam. Mas para nós, questões que inicialmente pareciam mais afastadas, mas que também tinham a ver com recursos, como a questão da Líbia, terminaram com uma desestabilização que afetou o Mali e depois o litoral ocidental da África, com o que voltamos à problemática do Atlântico Sul. Um Estado falido, para usar o vocabulário internacional, sempre é um fator de instabilidade. Mas hoje, naturalmente, o foco de instabilidade parece muito concentrado no Oriente Médio. De todos modos, quero referir-me a um fator de instabilidade que as vezes não se menciona.

    – Qual é esse fator?

    –O fato de que alguns países tenham a capacidade de destruir várias vezes o mundo com seus arsenais nucleares é um grande fator de instabilidade. Porque isso gera outras instabilidades. Não vejo justificativa para que nenhum país tenha armas químicas. A Argentina e o Brasil firmaram o acordo correspondente. Mas é um estímulo negativo que existam armamentos nucleares e que não se trabalhe de maneira firme para eliminar os arsenais nucleares. Disso não se fala. Como se dissessem: “Os arsenais estão em mãos de países sérios e podem utilizá-los. O problema são os países não-sérios”. Me parece que esse raciocínio é em si mesmo uma fonte de instabilidade de potencialidades gravíssimas.

    –Existem menos armas nucleares mas têm maior poder de dano.

    –Sim, porque houve um esforço de destruição. Não tantas menos, de qualquer maneira, porque muitas existem ainda que não estejam mais em estado de alerta. E também, efetivamente, existem menos armas nucleares mas seus proprietários continuam trabalhando na “eficácia”, e o digo entre aspas. Essa “eficácia” supõe uma maneira de proliferar. É a proliferação do poder destrutivo. E disso não se fala.

    Tradução: Libório Júnior

    Carta Maior

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    • Esse Manguaceiros da Quadrilha dos Irmãos Petralhas embutem em tudo na vida as Ratazanas Latrinas kkkkk.
      Mundinho pequeno de mentes limitadas.

  6. A estagiária petista.

    A Gerentona Dilma Rousseff bateu tanto os cascos ao tomar conhecimento de que havia sido espionada pela NSA que causou um verdadeiro Tsunami de indignação junto à Nação de ruminantes petistas que, indignados, vociferaram contra o Império Americano.

    Mas o que não conseguimos entender é, como um assunto sobre ESPIONAGEM tão importante foi parar no colo de uma ESTAGIÁRIA durante a reunião da cúpula de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas que, durante as duas horas de reunião não pediu se quer uma só palavra, entrando muda e saindo calada.

    Dilma Rousseff, é por este motivo e outros que, o PT só possui capacidade para implementar programas assistencialistas medíocres objetivando apenas a colocação da “COLEIRA” no povo humilde desta nação, apenas com fins eleitoreiros.

    Olhe para as vergonhosas situações do PAC, das nossas rodovias, ferrovias, hidrovias, hospitais, educação, saúde e segurança, agora bata no peito e repita: EU SOU UMA INCOMPETENTE.

    Histérica Dilma Rousseff, sobre o cancelamento da viagem, como você vai explicar o seu melindre vermelho para o capitalista Obama ?? Não vá nos dizer que a ESTAGIÁRIA estava disfarçada de Diplomata !

    Que vergonha PRESIDANTA, se a nossa SOBERANIA é tratada assim imagina o banheiro do Planalto.

    • Ela foi a unica pessoa na face da Terra meu caro que teve a coragem de dizer NÃO aos vampiros.
      Todos os demais governantes do mundo botaram o rabo entre as pernas e ficaram quietinhos.

      • Coragem MERDA NENHUMA… simples pragmatismo de olho nas próximas eleições… não pegaria bem perante suas ordas de idiotas úteis a comunistona antiamericana de carteirinha, após ser pega com as cuecas arriadas, ir sentar no oval da CB e tomar chá com o obamis, trocando amabilidades… simples assim… ela já não tá bem na foto e ainda perante os antiamericanos latrinos abestalhados ela perderia o crédito, por mais que ela própria entendesse que tudo isso é besteira e que países tem é interesses e não amizades ou inimizades… mas o povo brasileiro é tacanho demais para entender isso… sob a óptica dela, fez o certo…

  7. Ai esta a personificação do velho dito popular “Crioulo quando não caga na entrada caga na saida ” e ele deixou para cagar no ultimo mandato mas é tão babaca e idiota que apenas coleciona micos.

    • Para usar o politicamente correto apelou para “crioulo” ???… coisa mais démodé !!!… rsrsrsrsrsrs…

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