Nas asas da Mãe Rússia – Parte 1

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Por MessiaH

No Brasil há uma lacuna significativa e ao mesmo tempo histórica de vetores capazes de suprir as necessidades de transporte pesado e de longa distância, tornando os C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira os únicos responsáveis pelo transporte de cargas e tropas, tornando as missões, principalmente de longas distâncias custosas e caras. Situação essa que se agravou ainda mais após a “baixa forçada” dos Boeing KC-137. Com a entrada do Embraer KC-390 em serviço, a situação tenderia a ficar menos “dramática”, aliviando um pouco a carga dos Esquadrões de Transporte da FAB.

Porém a lacuna de uma aeronave capaz de prover o transporte de grande capacidade de carga e com um grande raio de alcance ainda existirá. Visto que o KC-390 é um transportador “equivalente” ao Hércules. Ademais, outro nicho até então inexistente no Brasil é o de grandes aeronaves capazes de desempenhar o combate a incêndios florestais; capacidade essa prometida para o Embraer KC-390.

No inventário Russo há uma boa quantidade de aeronaves que poderiam preencher essa lacuna em nossa aviação de transporte, de modo qualitativo e ao mesmo tempo a um preço razoável. Uma dessas opções seria o Ilyushin “IL-476”, derivado do famoso avião de transporte Ilyushin-76.

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Compartimento de Carga – Comparação

Desenvolvido em meados dos anos 60, o Ilyushin 76 “IL-76 Candid”, foi fruto de uma requisição da Força Aérea Soviética para uma aeronave que substituísse o Antonov An-12. O projeto previa que a nova aeronave pudesse operar em pistas curtas e não preparadas.

O uso do IL-76 pela União Soviética começou em junho de 1974, sendo o principal avião de transporte estratégico. Em 1976 foi operado pela companhia aérea estatal Aeroflot. Entre 1979 e 1991, os IL-76s soviéticos fizeram 14.700 voos para o Afeganistão, transportando 786.200 soldados e 315.800 kg de carga, na época foi responsável pelo transporte de 89% das tropas e 74% das cargas. As Forças Armadas Canadense utilizam um IL-76 “versão civil” para o transporte de tropas para o Afeganistão. Até 2006, a Força Aérea Russa operava cerca de 200 IL-76, sendo que somente metade estava em perfeitas condições de voo.

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Motor PS-90

A Ilyushin começou a desenvolver, no início da década de 90, uma nova versão de fuselagem alongada e novos motores para a Força Aérea Russa, visando também a possível exportação do modelo, denominado IL-476 foi desenvolvida uma versão que utiliza motores PS-90. Estuda-se ainda a adoção de motores ocidentais, da família CFM56.

O IL-476 tem um aspecto semelhante ao projeto anterior, apesar de terem sido modernizados vários sistemas e blocos. Possui quatro propulsores mais econômicos, a carga útil aumentou de 47 para 52 toneladas, sendo a autonomia de voo igual a 5000 km.

 

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Ilyushin Il-476

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Características Gerais: Ilyushin IL-476

– Capacidade de Carga: 52.000kg

– Peso Vazio: 92.000kg

– Peso Máx. de decolagem: 195.000kg

– Motorização: 4 × Aviadvigatel PS-90-76 turbofans, de 171 kN ou 38.37lbf

– Velocidade Máxima: 900km/h, 780km/h (cruzeiro)

– Raio de Alcance: 5.000 km

– Distância mínima para pouso em pistas curtas: 450 m com aceleração reversa

Custo por Unidade: RUB 3.6 bilhões de rublos (USD$118 milhões de dólares)

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Ilyushin Il-476

8 Comentários

      • X-tudo,

        É possível, mas creio ser coisa pra daqui a anos ainda… É muito provável que a Boeing já esteja pensando no substituto do C-17, mas o fato é que essa aeronave ainda está no primeiro terço de sua vida operacional ( o último exemplar foi entregue recentemente ), de modo que, entendo eu, não haveria como se proceder com um novo projeto agora.

        Se for do interesse do Brasil desenvolver uma aeronave dessa categoria agora, então o melhor é buscar parceria com russos ( se tiverem interesse ) ou, talvez, os europeus…

        O KC-390, no meu entender, é de todo o interesse da Boeing pois lhe proporcionaria um concorrente direto para o C-130, com chances reais de “abocanhar” uma parte do mercado do transporte americano…

      • Pode ser somente aquisição! _RR_ Poderiam haver descontos no pacote… pelos negocios presentes e futuros entre os grupos!

  1. Está passando da hora de criar outra estatal para substituir a Embraer. Já ficou claro que o interesse nacional dificilmente coincidirá com o interesse corporativo.

  2. Deve ser um inferno a logística para manutenção deste avião. Se bobear o sargentão ao trocar uma peça defeituosa vai descobrir que a reposição é de segunda mão recondicionado.. Quem dúvida que compre.

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