Barack Obama troca cartas com presidente iraniano sobre a Síria

Atualizado em  15 de setembro, 2013 – 16:30 (Brasília) 19:30 GMT
Barack Obama (foto:AP)Questão nuclear do Irã é mais importante para os EUA que ataques químicos sírios.

O presidente americano Barack Obama afirmou ter trocado cartas sobre a Síria com o recém eleito presidente iraniano Hassan Rouhani. Obama disse ter deixado claro que Teerã possuir armas nucleares é “uma questão muito maior” para os Estados Unidos do que o uso de armas químicas na Síria.

As declarações foram dadas em entrevista para a rede de televisão americana ABC neste domingo.

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Ele disse que as autoridades iranianas entenderam seu recado de que há potencial para resolver a questão nuclear pela diplomacia. Falando sobre a Síria, mas fazendo uma alusão à disputa entre o Ocidente e o Irã sobre a questão nuclear, Obama disse: “O que eles poderiam tirar dessa lição é que há potencial para resolver essas questões diplomaticamente”.

“Meu ponto de vista é que se você tem tanto uma ameaça crível de uso da força, combinada com um rigoroso esforço diplomático… você pode fazer um acordo”, disse Obama.

O presidente americano disse também que o fato dos EUA não terem atacada o a Síria não significa que o mesmo acontecerá no Irã.

Síria

Um ministro do regime sírio afirmou neste domingo que o acordo dos Estados Unidos e da Rússia sobre as armas químicas da Síria é uma “vitória” que evita a guerra. Essa foi a primeira reação de Damasco ao anúncio do acordo no sábado.

O tratado diz que a Síria deve fornecer informações detalhadas e completas sobre seu arsenal químico no prazo de uma semana. As armas devem ser destruídas até a metade de 2014.

Se o regime de Bashar al-Assad não aceitar o acordo, pode ser forçado a isso por uma resolução da ONU – que pode incluir a força como último recurso.

Os Estados Unidos ameaçaram atacar a Síria após o surgimento de suspeitas de que armas químicas foram utilizadas em um ataque em agosto.

A Síria concordou recentemente em aderir à Convenção sobre Armas Químicas. As Nações Unidas afirmaram que o país deve assinar o tratado a partir de 14 de outubro.

O acordo entre EUA e Rússia foi anunciado no sábado após três dias de intensas negociações em Genebra, que envolveram o secretário de Estado americano John Kerry e o chanceler russo Sergei Lavrov.

“Nós recebemos bem o acordo”, disse o ministro sírio da Reconciliação, Ali Haidar, à agência de notícias russa Ria Novosti.

“Por um lado ele ajuda a Síria a sair da crise, e por outro ajuda a evitar a guerra contra a Síria, privando de argumentos aqueles que usam o assunto para defender um ataque’, disse Haidar.

“É uma vitória para a Síria conquistada graças aos nosso amigos russos”.

Solução de última hora

O calendário para o cumprimento do acordo é considerado por analistas extremamente ambicioso.

A Síria tem que fornecer uma lista das armas químicas em uma semana. Até novembro, todos os equipamentos de produção terão que ser destruídos e todas as armas guardadas deverão ser removidas do país até a metade do ano que vem.

Estados Unidos e Rússia concordaram com a assertiva de que a Síria possui cerca de mil toneladas de agentes e precursores químicos, segundo uma fonte americana.

Os EUA acreditam que o material está espalhado por 45 instalações, todas controladas pelo governo. Metade delas teria quantidades razoáveis de agentes químicos prontos para serem usados.

Já a Rússia não concorda com o número de instalações e diz que nem todas as armas estão nas mãos de Assad.

Rebeldes do Exército Livre da Síria disseram que, com o acordo, Moscou apenas tenta ganhar tempo para Assad. Eles reivindicaram que o tratado seja extendido para abranger o uso de armas convencionais.

Neste domingo, o conflito entre forças do regime e rebeldes continuou na periferia de Damasco e também em Hama.

Após se reunir em Israel com o premiê Benjamin Netanyahu, Kerry afirmou ter entendido críticas da oposição de que o acordo no acabará com a matança na Síria. Disse porém que o tratado para eliminar o arsenal químico no país representa “um passo à frente”.

O premiê israelense disse que a retirada das armas químicas da Síria tornará toda a região mais segura.

Fonte: BBC Brasil

6 Comentários

  1. Heueheueheueheuehehe

    “Meu ponto de vista é que se você tem tanto uma ameaça crível de uso da força, combinada com um rigoroso esforço diplomático… você pode fazer um acordo”

    =bb É UM GÊNIO!!!

  2. AGORA: – Obama troca cartas com o presidente do Irã, sobre a Síria.
    ANTES: – Estava com porta aviões e navios na região ameaçando atata-lo.

    AGORA: – Fala sobre diplomacia com o Irã.
    ANTES: – Ultimato e sansões econômicas.

    AGORA: – Se Assad não aceitar o acordo, pode ser forçado por uma resolução da ONU.
    ANTES: – Dane-se a ONU, a OTAN faz o que achar melhor.

    Resumindo a bagaça: (a grosso modo)

    Os EUA *não irá entegrar a Síria ao gasoduto Nabuco.
    * A Raytheon, que fabrica os mísseis Tomahawk, teve alta de 30% nas ações neste ano, agora terá queda.
    *Ficará feio perante a opinião pública internacional.

    A Russia *Não perderá sua base militar na região.
    * Manterá um grande comprador de armas.
    * O Vlader (Vlademir) posará de estadista.

    Agora Trolando um pouco, por que ninguém é de ferro:

    A Ursa não virou cadela, mas a águia virou galinha.

  3. “Meu ponto de vista é que se você tem tanto uma ameaça crível de uso da força, combinada com um rigoroso esforço diplomático… você pode fazer um acordo”

    .
    Nossa….

    Sério ?

    Se o Obama não tivesse dito isso, ninguém perceberia

    é um JÊNIO mesmo……..

  4. A manutenção dos ‘assuntos’ externos é normal aos americanos. Eles não deixam nada parado… atentem para isto. Lição de casa sempre feita.

    A visão deles tem fundamento forte, ou seja, benefício próprio. O Brasil infelizmente ainda não aprendeu isto, ou melhor dizendo, ainda engatinha nisto. Nós ficamos lutando internamente, com alternâncias de 4 a 8 anos (mandatos) e reiniciando tudo sempre, não à favor do país e dos brasileiros, mas à favor dos partidos políticos que visam interesses unilaterais. O país perde porque além de não andar ‘pra frente’, por vezes, retrocede.

    É assim desde sempre… infelizmente. Espero mesmo que o povo não largue o osso e exija mudanças reais…. e que a cobrança seja constante.

    Nosso país tem colhido o que tem plantado, a conta é simples.

    Tem uma música que eu acho que tem tudo a ver com o nosso país… (de uma banda que eu curto muito):

    Pátria Amada
    Inocentes

    Pátria Amada, é pra você esta canção
    Desesperada, canção de desilusão
    Não há mais nada entre eu e você
    Eu fui traído e não fiz por merecer

    Pátria Amada, cantei hinos em seu louvor
    Mas tudo o que fiz de nada adiantou
    Na boca amarga ainda resta esse refrão
    Que diz pra morrer por ti e não importa a razão

    Pátria Amada, como pude acreditar
    Em palavras vazias e promessas soltas no ar
    Pátria Amada, você me decepcionou
    Quando eu lhe pedi justiça você me negou

    Pátria amada!

    Pátria Amada, “”de quem você é afinal””
    É do povo nas ruas? Ou do Congresso Nacional?
    Pátria Amada, idolatrada, salve, salve-se quem puder!

  5. Obama perdeu uma excelente oportunidade de parceria com o Brasil. O Partido dos Trabalhadores e a esquerda brasileira torceu por sua eleição.

    Esperávamos de quem defendia uma política social mais justa nos EUA, como a garantia de acessa à saúde para todos, melhor condução daquele país. Uma saída mais rápida e eficaz das guerras, o prometido fechamento de Guantánamo.

    Nesse aspecto, os democratas estariam para o PT, assim como os republicanos estariam para o PSDB.

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