POLÍCIA FEDERAL: FALTA DE EFETIVO

AW139-da-PF-foto-correio

“POLÍCIA FEDERAL COMPRA HELICÓPTERO DE R$ 29 MILHÕES, MAS NÃO TEM QUEM O PILOTE”

Agusta Westland AW139, rainha de hangar” prefixo PRHFV:  Adquirido pela Polícia Federal, o Agusta Westland AW139 nunca levantou voo em missões oficiais. A supermáquina voadora veio do Rio para Brasília na segunda-feira, 09/09/2013, mas ‘enferruja’ no Brasil desde maio do ano passado. É que a PF não tem ninguém habilitado a guiá-la nem a fazer manutenção.

Um ano e quatro meses após a Polícia Federal (PF) assinar contrato no valor de R$ 28,9 milhões para a aquisição de um helicóptero biturbinado de grande porte, a aeronave modelo AgustaWestland AW 139, que deveria ser utilizada em missões policiais, ainda não entrou em operação. A PF sequer sabe quando começará a usar o equipamento que, na segunda-feira, foi transferido para Brasília. Até agora, não há nenhum contrato de manutenção firmado nem pilotos com cursos específicos para comandar esse tipo de modelo.

O helicóptero chegou ao Brasil em maio deste ano, dentro do prazo contratual para a entrega. Ficou parado no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo. Entre os agentes da corporação, ganhou o apelido de “paralelepípedo” porque não sai do lugar. A Polícia Federal alega que o aparelho ainda não foi recebido oficialmente, portanto, não é responsável por não colocá-lo em operação, apesar de todo o investimento já feito. Questionada, a PF empurrou o problema para a empresa Synergy Aerospace Corp, responsável pela venda.

“A transferência da aeronave para a PF ocorre somente após o procedimento oficial de recebimento, atendidos inúmeros aspectos legais e contratuais. A empresa é obrigada a obter, por exemplo, certificados com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que demorou para ocorrer, fazendo com que o prazo previsto em contrato de entrega de 12 meses após a assinatura não fosse obedecido pela empresa”, alegou. No entanto, o Correio verificou que o equipamento de prefixo PRHFV já foi registrado na Agência de Aviação Civil (Anac) como sendo de propriedade da administração pública direta federal.

“No período em que o helicóptero permaneceu no Rio de Janeiro, bem como em São Paulo para atendimento das exigências da autoridade reguladora da aviação civil no Brasil, ele não pertencia oficialmente à PF, sendo de inteira responsabilidade da empresa, o que afasta a afirmação de que a aeronave não alçava voo por inexistência de contrato de manutenção ou de pilotos da PF”, afirma a Polícia Federal.

O Correio fotografou a chegada do helicóptero na segunda-feira. É possível perceber o logotipo da Polícia Federal na aeronave. “Embora possua certificado de aeronavegabilidade e certificado de matrícula, inclusive já em nome da Polícia Federal, ambos expedidos pela ANAC, o processo de recebimento oficial da aeronave pelo órgão iniciou-se hoje (10/09/2013), com o voo de aceitação e recebimento”, justificou a PF.

Para a aeronave começar a participar de operações, é necessário um contrato de manutenção. Normalmente, quando equipamentos desse tipo são comprados pelo serviço público, o contrato de aquisição é feito de maneira casada com o de manutenção. Não foi o que aconteceu com o AgustaWestland. A Polícia Federal utiliza o argumento de que só poderia fazer o contrato de manutenção após o recebimento oficial da aeronave. “Pelo fatos expostos, a Polícia Federal assinará contrato de manutenção somente após o recebimento oficial da aeronave. Deve-se esclarecer que a instituição é impedida legalmente de pagar pela manutenção de um bem que oficialmente ainda não lhe pertence.”

Longa espera

 Especialista em aviação ouvido pelo Correio informou que, geralmente, os contratos de manutenção são feitos logo na assinatura do contrato. “Há vários casos em que a manutenção é casada com a aquisição. Sempre é assim. É normal. Agora, vão perder mais tempo para licitar esse novo contrato. Coloque, no mínimo, mais seis meses de espera”, atesta.

A PF reconheceu que os pilotos precisam passar por um curso específico. De acordo com a corporação, o treinamento só pode ser concluído em um mês. “Quanto ao treinamento, a PF já possui pilotos com habilidades para conduzir helicópteros. O treinamento voltado especificamente para pilotar esse tipo de modelo tem período de duração aproximado de um mês e requer o pronto emprego da aeronave, uma vez que ela possui características próprias pela sua utilização policial, o que a distingue de outras de uso civil.”

O Correio ouviu um piloto com mais de 30 anos de experiência. “Para comandar um AW 139, o piloto tem que ter experiência em aeronaves de médio e grande portes. Quem pilota um helicóptero Esquilo, por exemplo, não é apto a comandar um AW. É como pular de uma bicicleta para um Lamborghini (carro esportivo de luxo italiano).”

A assessoria de imprensa da PF informou que, até agora, só foram pagos 40% do valor total do contrato. Os 60% restantes serão quitados após o recebimento. “Todos os itens contratuais precisarão ser checados por uma comissão formada por servidores da Coordenação de Aviação Operacional (CAOP) e da Coordenação de Administração (COAD) da PF a partir de hoje (segunda-feira), procedimento que, geralmente, dura alguns dias. Esse procedimento é uma espécie de ‘check list’ para confirmar se a empresa atendeu todos os requisitos listados no contrato de compra e venda”, salientou.

O Departamento de Polícia Federal assinou o contrato número 14/2012 em 14 de maio do ano passado. O pregão presencial ocorreu em 16 de dezembro de 2011. A aeronave é utilizada normalmente para transporte de pessoas e equipamentos. É bastante usada para levar funcionários às plataformas de petróleo em alto-mar.

A empresa Synergy e a Anac foram procuradas para falar sobre o assunto, mas, até o fechamento desta edição, não se pronunciaram.

“A Polícia Federal assinará contrato de manutenção somente após o recebimento oficial da aeronave. A instituição é impedida legalmente de pagar pela manutenção de um bem que oficialmente ainda não lhe pertence” Trecho da nota da Polícia Federal sobre a falta de contrato de manutenção da aeronave

Ficha técnica:

  • Modelo: AgustaWestland AW 139
  • Motor: Biturbina
  • Capacidade: 15 pessoas
  • Peso máximo de decolagem: 6.800 kg
  • Velocidade máxima: 310 km/h
  • Autonomia: 1.250 km
  • Altitude máxima de operação: 20 mil pés

Fonte: Correio Braziliense via Federação Nacional dos Policiais Federais  

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PESQUISA ALERTA SOBRE INTERFERÊNCIA POLÍTICA NAS INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

Policiais Federais acreditam que há interferência política nas investigações e que são punidos pelas operações anticorrupção

Uma pesquisa sobre a influência política nas investigações da PF, realizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) entre os dias 16 e 21 de agosto, revela dados alarmantes. Aproximadamente 89,37% dos entrevistados acreditam que existe controle político das investigações, sendo que 75,28% dos policiais já presenciaram ou ouviram relatos sobre interferências no trabalho investigativo.

A Federação utilizou um sistema extremamente confiável, baseado no envio de mensagens eletrônicas individualizadas e criptografadas e foram consultadas três categorias de policiais federais: agentes, escrivães e papiloscopistas (peritos em impressões digitais), cargos essenciais em análises, ações de inteligência e estruturação das grandes operações do órgão.

A Fenapef está preocupada com a queda de investimentos na Polícia Federal nos últimos anos, e tem recebido um número crescente de denúncias de relotações arbitrárias de policiais experientes, que são removidos de investigações em andamento, sem maiores motivos.

Castigo – A pesquisa também aponta que 94,34% policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos na Polícia Federal é um castigo pelas investigações sobre corrupção. Apensa 5, 66% não acreditam nesta hipótese.

A quarta e a quinta questões demonstram a situação de abandono vivido por quase a totalidade dos milhares de policiais federais, que já não conseguem encontrar motivos para serem tratados de tal forma pelo Governo Federal.

Na sexta e na sétima questões, mais de 95% dos policiais federais declaram que o Governo Federal não está preocupado com a produtividade do órgão, e revelam que o órgão Polícia Federal virou uma “caixa preta”, que a sociedade desconhece.

Avaliação Administrativa: Ao final, na oitava questão, é feita a avaliação da gestão do atual Diretor-Geral Leandro Daiello. Quase 70% dos servidores consultados considerou a sua administração péssima, 22% como ruim, 8% como regular, menos de 1% como boa, e, somente 1 entre os 1.732 participantes considerou a gestão ótima.

Considerando o efetivo de servidores, e que houve 1.732 participantes, a margem de erro do resultado da pesquisa em relação a todos os policiais federais é de somente de 3%. Para a Fenapef, os dados incontestáveis como fonte estatística, causam extrema preocupação quanto aos limites de subordinação administrativa e possibilidade de intervenção em órgãos que podem investigar o próprio Estado.

Confira nos gráfico o resultado da pesquisa, que pode revelar a causa do sucateamento da PF e dos seus cargos operacionais.

Fonte: Federação Nacional dos Policiais Federais 

6 Comentários

  1. Isso é resultado de erro da equipe de licitação. É muito difícil cuidar do lado burocrático de uma licitação. Nem sempre as equipes são compostas por pessoas experientes. No caso, esqueceram de prever o processo de entrega, manutenção e treinamento de pilotos. Quando se conta com um volume maior de recursos, um novo e inexplorado mundo se abre. Ao invés daquelas licitações com modelos prontos, de equipamentos já conhecidos, surgem licitações como esta, de uma aeronave cujos pilotos necessitam ser retreinados e que a manutenção é escassa ou inexistente no país. Nada que mais uns anos e mais algumas licitações pela frente não resolva.

    • Se adiantou em tergiversar em favor da petralhada no governo, né, canino… isso é que é “servidor” do partidão… exemplo a ser adotado pelos demais canalhas que, em detrimento da nação, defendem ladrões… e não sou eu quem afirmo que são ladrões, foi o STF, a mais alta corte de justiça brasileira… agora se viraram contra a PF para que a mesma deixe de fazer seu papel constitucional… e isso é só o começo… podemos esperar coisas piores vindo dessa corja…

  2. “Castigo – A pesquisa também aponta que 94,34% policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos na Polícia Federal é um castigo pelas investigações sobre corrupção. Apensa 5, 66% não acreditam nesta hipótese”


    Claro. foram mexer com Daniel Dantas, o “doleiro oficial “do partidão, e do Zé Dirceu, loga a mafia( sim isto e coisa de mafiosos) lhes colocaram na coleira, e cortaram a ração.

    • Perfeitamente, amigo… só os caninos defensores do partidão, NASCIMENTO, WALFREDO, RAFINHA, PÉ DE POODLE, e ultimamente um tal de TIAGO é que não querem nem ouvir falar em PF… rsrsrsrsrs… estão em pânico, tomados pelas dores do partidão que, diariamente tem sua sigla envolvida em ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO… vergonhoso, para o partidão e para eles, OS CANINOS defensores do indefensável futebol clube… rsrsrsrsrsrs…

  3. PF tem mais dois helicópteros parados.

    Os aparelhos modelo Bell 412 não levantam voo há quase dois anos(DOIS ANOS). Considerados pela Polícia Federal como antieconômicos e inadequados à corporação, foram doados à Secretaria de Segurança de Santa Catarina
    Dois helicópteros modelo Bell 412, de propriedade da Polícia Federal (PF), com capacidade para transportar até 13 pessoas, não saem do chão desde 2011. A dupla empoeirada está parada na hangar da PF em Brasília. A última vez que um deles levantou voo foi durante a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, ao Brasil, em 19 e 20 de março de 2011. De lá para cá, apesar do investimento feito com recursos públicos, os aparelhos viraram peças meramente figurativas.

    A Polícia Federal informou que as duas aeronaves, consideradas por especialistas excelentes helicópteros para emprego em missões policiais, não participam mais de operações em virtude “do caráter antieconômico dos equipamentos e do fato de não serem adequadas aos trabalhos atualmente desenvolvidos pela instituição”. Só depois de quase dois anos de inutilidade, a Polícia Federal assinou um acordo de cooperação técnica e operacional com a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Santa Catarina. Embora os dois equipamentos tenham sido cedidos em 17 de dezembro de 2012, o governo de Santa Catarina ainda não está utilizando as aeronaves por questões de manutenção. A PF nega que os Bells 412 estejam parados por este motivo.

    A assessoria de imprensa da Polícia Militar de Santa Catarina comunicou que só virá buscar os dois helicópteros após a conclusão da licitação do contrato. “Como os helicópteros estavam parados há muito tempo, tivemos que fazer uma licitação para contratar um serviço de manutenção dos equipamentos. A licitação ainda não foi concluída”, informou a PM catarinense. A intenção é utilizar os helicópteros em missões de segurança pública permanente e na defesa civil, incluindo o atendimento às vítimas de tragédias climáticas

    AW 139
    Na edição de ontem, o Correio mostrou que um ano e quatro meses após a PF assinar contrato no valor de R$ 28,9 milhões para a aquisição de um helicóptero biturbinado de grande porte, a aeronave modelo AgustaWestlando AW 139 ainda não entrou em operação. A Polícia Federal não sabe quando começará a utilizar o equipamento, que foi transferido para Brasília na segunda-feira. Desde maio deste ano, a aeronave se encontra no Brasil. Até agora, não há contrato de manutenção nem pilotos com todos os cursos necessários para comandar esse tipo de modelo.

    No início da noite de ontem, a assessoria de comunicação da PF informou que “em relação à contratação da manutenção da aeronave AW 139, reiteramos que ocorrerá apenas após o definitivo recebimento da aeronave. O Tribunal de Contas da União decidiu em acórdão que a licitação para compra e venda de equipamento deve ser parcelada o máximo possível para que não haja óbice à livre concorrência”. A PF informou que o atraso é de responsabilidade da Synergy Aerospace Group, que efetuou a venda, mas a empresa nega.

    Em relação ao treinamento dos pilotos, a instituição policial comunicou ontem que, no início do ano, foi assinado contrato para treinamento de voo por instrumento, conhecido como IFRH, pré-requisito para o treinamento específico de operação da aeronave. “Resta, agora, a simulação de voo e a atuação diretamente na aeronave, que ainda, reiteramos, não foi entregue oficialmente”, justificou.

    Empresa nega atraso na entrega do AW 139
    A empresa Synergy Aerospace Group, responsável pela venda do helicóptero AgustaWestland AW 139 à Polícia Federal, negou que tenha ocorrido qualquer atraso na entrega do equipamento. De acordo com o grupo, todas as cláusulas contratuais previstas no edital de licitação foram cumpridas. O diretor da área de distribuição de aeronaves da Synergy, José Eduardo Brandão, afirmou que, de parte da empresa, tudo transcorreu dentro da normalidade.

    “A empresa não atrasou a entrega. Cumprimos a parte formal solicitada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, declarou Brandão. Ele acrescentou que o contrato firmado com a Polícia Federal não prevê manutenção e nem treinamento de pilotos. “Só fazemos a parte comercial”, explicou.

    Na tarde de ontem, a Anac confirmou que a aeronave é oficialmente de propriedade do Departamento de Polícia Federal desde o dia 15 de maio de 2013. De acordo com o órgão, não houve demora no registro do helicóptero, que foi concedido em julho deste ano.

    A Polícia Federal alega que o AW 139 ainda não foi recebido oficialmente. “A aeronave passa pela fase de recebimento, na qual centenas de itens estão sendo checados. A PF somente receberá oficialmente o helicóptero quando todos os itens contratuais estiverem conferidos e de acordo com o solicitado para a efetividade da compra”, informou a corporação.

    Conforme a PF, foi repassado à empresa apenas 40% do valor total do contrato. Os outros 60%, serão quitados quando todos os itens forem checados.

    “A empresa não atrasou a entrega. Cumprimos a parte formal solicitada pela Anac”
    José Eduardo Brandão, diretor da Synergy Aerospace

    FONTE: Correio Braziliense, via Resenha do EB


    eis aqui os aparelhos.

    http://www.forcaselite.xpg.com.br/Imagens/cot_bell412.jpg

    http://gustavoadolfo.flogbrasil.terra.com.br/fotos/b/4/0/gustavoadolfo/1142781347.jpg

    http://sp3.fotolog.com/photo/19/61/42/grt/1089674894_f.jpg


    obvio que não voam, seriam uteis em operações nas fronteiras, atrapalhando o tratado de “livre comercio” (carros roubados para la, drogas e armas para ca) do partidão com O Cocaleiro da Bolivia, e o partidão não admite mais a PF atrapalhando seus “negocios bilaterais”

  4. Cadê os CANALHAS defensores do partidão que não dão as caras por aqui ???… acaso vcs tem vergonha na cara para defender essa corja ???… Ah, claro, o único sem vergonha que apareceu é o maior deles… esse ai é um despudorado que tem na tervigesação sua maior aquisição… fala, fala, mas não convence nem ele mesmo… um papinho de “problemas burocráticos” não esconderá a perseguição e o revanchismo que esse governo tem contra INSTITUIÇÕES DE ESTADO que realmente fazem seu papel constitucional… claro, eles estão ai para perseguir LADRÕES do dinheiro público e isso é inadmissível para os petralhas…

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