O presidente russo, Vladimir Putin, durante encontro da caúpula do G20 em São Petersburgo – Foto: AP
“O único órgão no campo internacional que tem legitimidade para tomar esse tipo de decisão é o Conselho de Segurança da ONU. Não é o Parlamento russo nem o Congresso americano que podem tomar tais decisões” — Porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov
Diogo Alcântara
Um dos principais opositores aos Estados Unidos em relação a uma intervenção militar na Síria, o governo russo criticou a decisão do presidente americano Barack Obama de dar ao Congresso o aval a ataque ao país governado por Bashar al-Assad. Para Moscou, o foro adequado para esse tipo de decisão é o Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual a Rússia tem poder de veto.
“O único órgão no campo internacional que tem legitimidade para tomar esse tipo de decisão é o Conselho de Segurança da ONU. Não é o Parlamento russo nem o Congresso americano que podem tomar tais decisões”, afirmou o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov. “Essa decisão não pode ser considerada legítima pelo direito internacional”.
De acordo com o porta-voz, a relação entre os presidente Barack Obama e Vladimir Putin não está desgastada. “A relação deles é como deve ser a de dois países que compartilham a responsabilidade sobre a segurança internacional”, disse Peskov, reconhecendo que “eles têm tido muitas divergências sobre Síria”.
O Comitê de Relações Exteriores do Senado americano aprovou a moção que autoriza Barack Obama a declarar uma intervenção miitar na Síria. O projeto agora vai para o Senado e depois para o Congresso, que deve deliberar sobre o tema a partir da próxima segunda-feira, em Washington.
Estados Unidos e França lideram o movimento pró-intervenção na Síria depois que suas inteligências comprovaram autonomamente o uso de armas químicas na Síria. A ONU, principal organismo internacional que poderia fornecer provas independentemente dos países, não provou que o armamento químico tenha sido usado pelas forças de Assad contra a população, fato usado pela Rússia como argumento contrário a uma ação militar no país de Bashar al-Assad.
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