Putin: Ação dos EUA na Síria sem ONU seria ‘agressão’

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que uma ação militar dos Estados Unidos e seus aliados na Síria sem o aval das Nações Unidas seria uma “agressão”.

O presidente russo afirmou que é “cedo demais” para dizer o que seu país faria no caso de os Estados Unidos agirem sem consentimento da ONU.

Putin disse que a Rússia não descarta apoiar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que autorize o uso de força contra a Síria, caso haja provas “irrefutáveis” de que o governo sírio usou armas químicas no conflito interno do país.

No entanto, ele acredita que é “ridículo” dizer que a Síria usou armas químicas em um momento em que está ganhando território dos insurgentes.

“Se houver sinais de que armas químicas foram usados, e pelo Exército normal… daí isso é uma prova que precisa ser apresentada ao Conselho de Segurança da ONU. E precisa ser convincente”, disse Putin em entrevista à rede de televisão Canal 1 e à agência de notícias Associated Press.

Ele disse que, neste cenário, a Rússia estaria “pronta para agir da forma mais decisiva e séria”.

G20 e Obama

A Rússia é aliada do governo sírio, e recentemente forneceu componentes do sistema de mísseis S-300 ao governo. No entanto, ele disse que a entrega deste tipo de material foi suspensa no momento.

A Rússia sediará a partir desta quinta-feira o encontro dos líderes do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo. Inicialmente a pauta do encontro seria a economia global, mas a crise na Síria deve dominar as discussões.

Nos Estados Unidos, parlamentares que integram a comissão de Relações Exteriores do Senado concordaram com um projeto de resolução que apoia o uso de força militar na Síria.

O texto, que será votado na próxima semana, estabelece um prazo limite de 60 dias para que os Estados Unidos realizem uma operação militar na Síria.

O secretário de Estado, John Kerry, defendeu o plano do presidente Barack Obama no Senado. O governo americano diz que o ataque de armas químicas do dia 21 de agosto nos subúrbios de Damasco – o pretexto para agir na Síria – matou 1.429 pessoas, mas outros países e organizações dizem que o número de mortos é mais baixo.

Kerry disse aos senadores que Obama não está pedindo “uma guerra”, mas sim uma ação militar.

“Esta não é a hora de isolacionismo. Esta não é hora de virarmos espectadores de um massacre”, afirmou o secretário de Estado.

Nos últimos dias, a ação militar de Obama ganhou o apoio de diversos políticos e figuras públicas americanas, como o líder republicano na Câmara Baixa do Congresso, John Boehner, e do ex-secretário de Estado Henry Kissinger.

No entanto, pesquisas indicam que a maioria da opinião pública é contra. Um levantamento recente mostra que seis em cada dez americanos são contra um ataque de mísseis contra a Síria.

Na França, outro país que defende uma ação militar internacional na Síria, o assunto será discutido nesta quarta-feira.

O conflito interno da Síria já matou 100 mil pessoas desde que o movimento de insurgência contra o regime de Bashar al-Assad começou, em março de 2011.

Outro problema grave é o aumento no número de refugiados. Acredita-se que 4,2 milhões de pessoas tiveram que deixar os seus lares na Síria.

Fonte: BBC Brasil

1 Comentário

  1. Pelo que alguns sites estão divulgando, o Obama iria ordenar um ataque unilateral na ultima quinta feira (29/07). Só que antes disso mandaram caças F-22 Raptor americanos baseados no norte da Jordânia para missão de reconhecimento na Síria No entanto, antes que esses caças pudessem espionar alguma coisa em solo sírios, uma saraivada de mísseis antiaéreos fora ao encontro dos mesmos. Um caça, “furtivo”, diga-se de passagem, fora abatido. Pelo menos é o que reportou o jornal americano “Oklahoma Post” na edição de 2 de setembro.
    Segundo as fontes, o piloto do caça foi capturado e que o governo sírio fizera um vídeo para expor aos participantes da reunião do G-20, que acontecerá nos dias 5 e 6 desse mês. O piloto está sendo acuso de espionagem.

    Segundo o jornal, o piloto chama-se Foster Graham Pollard e muito provavelmente prestava serviço à USAF no 7th Fighter Squadron.
    Se essa notícia se confirmar, estará explicada a hesitação de Obama.

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