Estados Unidos e o ataque à Síria, reflexões sobre a capacidade Anti Aérea defensiva

Pantsyr

Rustam (Moscou)

Tradução e adaptação: E.M.Pinto

Agora uma questão de tempo, como esperado, o presidente Barack Obama vai receber a sanção do Congresso dos Estados Unidos, após isto, os norte-americanos iniciarão um ataque a Síria, classificado como “limitado”. Será que vai haver reataiação por parte da  defesa aérea Síria?

As forças armadas da Síria são atualmente euipadas com mísseis anti-aéreos de defesa aérea e sistemas de artilharia com ambos os tipos modernos e antigos, quase todos remontam do passada guerra árabe-israelense de 40 anos atrás. Na época, uma assistência verdadeiramente inestimável (US$ 13, 4 Bi de dívida não paga) cobriu o fornecimento de armas, formação de pessoal dos sírios pela União Soviética.

Desta forma, praticamente todas as armas (e não apenas as anti-aérea) tem origem soviética ou russa. Hoje, na defesa Síria, há cerca de 900 peças de sistemas de mísseis terra-ar e mais de 4.000 canhões antiaéreos de várias gerações. As armas de maior alcance são sem dúcida os sistemas S-200 “Angara” e S-200B “Vega” (50 SP), S-75 “Dvina”, S-75M “Volga” todos dos anos 70.

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Recentemente no final de 2011, causou em Israel uma extrema preocupação pela possibilidade de fornecimento ao país de sistemas de médio alcance S-300 provavelmente 48 lançadores, supostamente creditadas à Rússia, porém de acordo com algumas outras fontes, os sistemas poderiam ter outros fornecedores, a Bielarussia ou mesmo a  China.

Por´me, não é só de velharias que se compõe a defesa Síria, a maior número de baterias de da defesa Síria é composta por sistemas de médio alcance equipados com modernos sistemas “Buk-M1-2”, “Buk-M2E (36 SDA 12 ROM), bem como dos sistemas  SAM S-125” Neva “, S -125M “Pechora” (SP 140), 200 SPU “Cube” (“Square”) e 14 baterias SAM “Wasp” (60 MB).

Além disso, em 2006 apartir de 2006 foram fornecidos cerca de 50 sistemas avançados ZRPK “Armour-S1E” que já estão em serviço. Nas forças terrestres  o sistema de defesa é o “Strela-1” BM “Strela-10” (35 unidades), MANPADS 4000 “Strela-2/2M)”, “Strela-3”, mais de 2.000 sistemas de artilharia antiaérea ZU-23 2, ZSU-23-4 “Shilka” (400 unidades).

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Estocados a muito tempo, também encontram-se os sistemas de artilharia  calibre 37 milímetros e 57 mm e 100 mm, KS-19.

Como você pode ver, a maior parte dos sistemas SAM, cerca de 80% é representada por modelos ultrapassados. No entanto, todos os sistemas nos últimos anos foram ou estão sendo profundamente modernizados e, em certa medida para atender às necessidades atuais.

A síria conta agora com radares de reconhecimento P-12, P-14, P-15, P-30, P-35, P-80, rádio altímetros PRV-13, PRV-16, quase todos desenvolvidos na a partir da segunda metade do século passado.

Esta tecnologia de 30-40 anos desenvolvida na altura das guerras árabe-israelenses ainda poderia de alguma forma resistir ao ataque aéreo inimigo.

A utilização de sistemas e modos existentes de contra interferência, saltos de freqüência de operação, etc seriam ainda capazes de gerar, relativa resitência aos oponentes.

Em segundo lugar, na melhor das hipóteses, pode-se usar estes radares de defesa em tempos de paz ou em condições de combate, a fim de detectar o intruso, abrindo o início do ataque aéreo inimigo, efetuuandoa  varredura e controle aéreo.
O fato é que diante de um oponente como os EUA, só restaria a Síria reagir, e buscar politicamente um termo ao conflito, prolongando e resistindo o mais que pudesse.

4 Comentários

  1. Infelizmente a defesa anti área é muito frágil , os israelitas sempre atacam o regime e nunca acontece nada.

  2. Amigos,

    Tudo depende de como ela é empregada…

    No caso específico dos sírios, somente restaria a opção de esperar por uma oportunidade de sorte, tal como fizeram os sérvios… É bem verdade que naquela ocasião os americanos cometeram erros que dificilmente serão repetidos, mas se houver a oportunidade de montar uma armadilha SAM, pode ter certeza de que eles, os sírios, o farão…

    Podem ser aplicadas diversas medidas, tais como:

    a) manter apenas alguns radares de vigilância acesos por curtos períodos de tempo ( apenas para dar uma “espiada” ) e a maioria deles apagados ( somente sendo acionados caso haja real necessidade; incluindo os dar baterias propriamente ditas ).

    b) montar sítios falsos e desloca-los por todo o país ( mesmo que não funcione, obrigará o inimigo a manter sempre sua inteligência atualizada; o que significa deslocar recursos para tal ).

    c) Iscas… Falsos radares emitindo sinais, e nas cercanias uma bateria SAM apenas esperando o “peixe” aparecer…

    d) Concentrar alvos de valor no interior do país. Dessa forma, isso poderá obrigar a aviação inimiga a literalmente voar sobre o território, expondo-se aos SAM… Representará também um caminho mais longo a ser percorrido por mísseis de cruzeiro, aumentando sobremaneira as chances de derruba-lo sobre o território antes que alcancem seus alvos…

    e) Reforçar construções o máximo possível, de modo que exija mais armamento para destruí-la ( o que aumenta a necessidade de recursos por parte do adversário ).

    Enfim, todas essas medidas e outras, se levadas a contento, podem retardar de maneira decisiva uma ofensiva aérea. Podem derrubar alguma coisa ou não… E não se pode impedir que ela seja destroçada. Mais dia ou menos dia, a defesa anti-aérea sempre cede, quer seja pela destruição de meios, ou mesmo pela falta do que lançar… A questão é o quanto custaria para um adversário destruí-la… Dentro desse aspecto, se faz de todo necessário trabalhar com os seus sistemas SAM, de modo a deixar tudo mais dificultoso para quem ataca. Afinal de contas, o adversário não pode deixar de procura-los e ataca-los, pois se houver a liberdade de ação, ela vai cobrar seu preço ( tal como os SA-2 cobraram dos hesitantes americanos no Vietnam )… Um dia a mais que se resista, é um dia a mais de gastos para o adversário, e também um dia a mais para que o mesmo pense e desista…

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