EUA e britânicos dão passo atrás sobre ação na Síria

US-and-russia.jpgApesar das indicações de que os Estados Unidos, Grã Bretanha e França se moviam para iniciar uma ofensiva militar na Síria neste fim de semana, resistências internas e externas enfrentadas por esses países podem forçá-los a recuar – ao menos, momentaneamente.

Na noite de quarta-feira, o premiê britânico, David Cameron, sinalizou que deixaria de propor uma votação no Parlamento do país nesta quinta que autorizasse uma ação militar na Síria, após opositores do Partido Trabalhista pedirem mais tempo para colher provas sobre a autoria de um possível ataque com armas químicas na nação árabe.

Cameron busca apoio doméstico para embasar sua posição favorável ao ataque.

Também nesta quarta, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse em entrevista à emissora pública americana PBS que ainda não havia tomado uma decisão sobre um ataque militar na Síria.

Obama, porém, responsabilizou o governo sírio pelo ataque e disse que “as normas internacionais contra o uso de armas químicas devem ser cumpridas”. Não está claro se Obama pretende pedir apoio do Congresso americano caso opte por uma intervenção na Síria.

Inspetores da ONU investigam o ataque, ocorrido em 21 de agosto a leste da capital Damasco , quando forças do governo promoviam um bombardeio para tentar expulsar rebeldes da região.

Grupos de oposição dizem que, durante esse ataque, foguetes com agentes tóxicos foram lançados em áreas civis na região de Ghouta.

Eles dizem que mais de 300 pessoas morreram, muitas delas mulheres e crianças. Organizações independentes, como os Médicos Sem Fronteiras (MSF), divulgaram números semelhantes. Para alguns ativistas da oposição, as mortes podem ser ainda mais numerosas.

O Exército sírio nega o uso de armas químicas e diz que as acusações são uma “tentativa desesperada” dos rebeldes de encobrir suas derrotas na região e parte de uma “propaganda suja de guerra”.

‘Provas contundentes’

Segundo o líder do Partido Trabalhista britânico, Ed Miliband, são necessárias “provas contundentes” de que o governo sírio conduziu o ataque para que a sigla apoie uma intervenção.

Ele disse que é preciso “aprender as lições do Iraque”. Em 2003, os Estados Unidos lideraram uma ofensiva – apoiada pela Grã-Bretanha – contra o Iraque baseada no argumento de que o país, então liderado por Saddam Hussein, tinha armas de destruição em massa que punham em risco a segurança regional. A acusação, porém, jamais foi confirmada.

Na quarta, segundo o jornal New York Times, funcionários do governo americano disseram a jornalistas que não há “arma fumegante” que ligue diretamente Assad ao ataque. O jornal diz que os documentos do governo americano a serem apresentados não contêm interceptações de comunicações entre comandantes sírios nem relatos detalhados de fontes no local.

A ONU também tem desencorajado uma intervenção na Síria. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse que a investigação sobre o ataque só deve se encerrar na sexta-feira. Depois disso, o grupo iniciará análises científicas – que não têm prazo para serem concluídas – e, só então, relatará seus achados para o Conselho de Segurança da ONU.

Na última reunião do conselho, na quarta à noite, a Grã-Betanha insistiu para que os membros permanentes do órgão adotassem uma resolução autorizando medidas para proteger os civis na Síria.

Mas a Rússia, aliada da Síria, se recusou a concordar com a resolução. Moscou tem poder de veto no conselho.

De acordo com o Ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, o uso da força sem a sanção do conselho seria uma “violação brutal ” do direito internacional e “levaria à desestabilização a longo prazo da situação no país e na região”.

Mas, mesmo sem o apoio da ONU, os Estados Unidos e seus aliados têm sinalizado que a ação militar ainda é uma opção.

“Este é o primeiro uso de armas químicas no século 21”, disse o ministro do Exterior britânico, William Hague. “Tem que ser inaceitável … ou vamos enfrentar ainda maiores crimes de guerra no futuro.”

Estima-se que mais de 100 mil pessoas já morreram desde que o conflito eclodiu na Síria, em março de 2011, e pelo menos 1,7 milhão de sírios estão refugiados .

Fonte: BBC Brasil

19 Comentários

  1. Mas nao tem nem meia hora que a CLOTILDE BOCA DE PEREBA disse isso:

    ____________

    A Rússia vai acabar fazendo o que sempre faz: meter o rabinho entre as pernas e ficar de muxoxo no canto, contrabandeando armas para o que sobrar das tropas do Assad.

    Aprendam com a história: a Rússia NUNCA entra numa guerra que não tenha certeza que pode vencer.

    No que aliás, do ponto de vista dela, tá mais que certa.

    http://www.planobrazil.com/representantes-da-russia-e-da-china-deixam-reuniao-da-onu-sobre-siria/

    Outro FAIL ?

    Afffffff

    Vamos ver…

    • Ãnham é mesmo né a Russia nunca entra numa guerra onde não tem certeza que não podem vencerem kkkk E saíram correndo do Afeganistão expulsos por medievais montados a cavalos com fuzis antigos e capacetes feitos de pano de chão encardidos tão atordoados que não deu nem tempo de tirarem seus equipamentos deixando tudo para traz fugindo so de cuecas kkkkkk.
      Aprenda uma coisa meu camarada,guerras s]ão guerras mas invasões a países inferiorizados o buraco é mais embaixo porque mexe com o orgulho nacional onde ate um bebe sente orgulho de tornar-se mártir.
      Do Vietnã pra cá potencia nenhuma conseguiu derrotar nenhum pais inferior.

  2. Olha… Eu li em algum lugar que a Rússia enviou navios de guerra para a região….

    E parece que Moscou ameaçou um ataque contundente à Arabia Saudita

    • É giancarlos, eu também tenho esta sensação de que a Síria será atacada. Eu só não sei se aqueles que se dizem aliados dos sírios os ajudarão. Se não ajudarem, a Síria virará um monte de escômbros como o Iraque e o Afeganistão. Nestas situações eu vejo que a Coréia do Norte está certíssima em se armar com bômbas atômicas , pois aí fica difícil alguém encarar.

    • Tenho a mesma opinião Giancarlos, questão de dias.
      O ataque a Síria é ideia fixa.

      Tá difícil de justificar as provas “irrefutáveis” são uma farsa grosseira mesmo para os aliados americanos, porém, isto não será impedimento.

      • Eu duvido meu caro que os EUA cometam uma tolice dessa e nem contam com apoio interno.
        Alem do congresso Americano desaprovar especialistas militares Americanos alertam o governo a mais de um ano que não se meta la.
        Somente 7% da população Americana apoia uma invasão a Siria e tenha certeza que são Judeus Americanos.
        Se os EUA se meterem na Siria conhecerão sua mais vergonhosa derrota e o Vietnã sera apenas lembrancinha.

  3. Parece ser claro que o ataque está encontrando forte oposição entre os próprios aliados. E não é pra menos… Diferente de Iraque, Afeganistão e Líbia, aqui os russos realmente estão empenhados na questão o máximo possível, embora não possam fazer muito além de exercer seu poder de veto… O fato é que a perda de Tartus e de um aliado tão importante como Assad, simplesmente seria uma catástrofe para os russos…

    Mas o principal problema, principalmente para os americanos, é ainda encontrar apoio em casa… As populações americana e de outros países da OTAN já estão saturadas por conta das campanhas iraquiana e afegã… Há também quem não aprove uma ação militar que possa levar a mais uma guerra prolongada e que custaria outros tantos bilhões ao contribuinte…

  4. Imagino que isso seja devido a Israel. Eles tem medo do que pode acontecer no caos se seria gerado posterior a queda do Assad. Se gás Sarin cai nas mãos do Hezbollah, Al-Qaeda e afins eles sabem que a coisa vai ficar feia por lá. Algumas detonações já seriam o suficiente para matar dezena de milhares. Já o Assad é o velho inimigo intimo. Ambos já se conhecem bem e além do mais, digam o que quiserem mas ele é muito moderado. Jamais ousaria usar armas químicas contra Israel.

  5. Tava na hora de parar com essa estupidez do Assad! O cara não larga o osso!Tá parecendo os nosso políticos fisiológicos, 99,9% deles!Chumbo nele!

  6. “Tem que ser inaceitável … ou vamos enfrentar ainda maiores crimes de guerra no futuro.”

    Tem crime maior do que os mortos de fome por causa dos embargos assassinos?????

    Bando de hipocritas cretinos!…

    • E põe cretinos nisso… aquele governo psicopata do barbudo ainda fica com 70% do que o escravo cubano ganha, para não dizer TUDO… rsrsrsrs… só otários para falarem uma merda dessas, caro amigo… HIPÓCRITAS…

  7. BBC, servico de desinformacao, portavoz do imperialismo britanico. A coisa continua confusa. Correto existe oposicao contra intervencao militar por que o governo nao consegue apresentar evidencias que foi o governo de Assad o culpado. Ontem alguns jornais diziam que 70 deputados do partido conservador sao contras a participacao britanica num ataque militar a Siria. Diante disso, o lider do partido trabalhista mudou de ideia. Antes dizia que seu partido iria votar em favor da intervencao. Agora exige provas que foi Assad quem cometeu o crime. A situacao e confusa porque nao so existe evidencias que nao so os rebeldes islamitas utilizaram armas quimicas recentemente na Siria, como tambem os EUA no Iraque e Israel na Gaza contra os palestinos.Isso nos ultimos 10 anos, Por outro lado, apesar dessa oposicao por parte de setores influentes da populacao britanica contra intervencao militar, o noticiario e que os EUA juntamente com Inglaterra e Franca vao atacar Siria talvez nas proximas horas. Ha muita dsinformacao sobre o assunto. Do pouco que consigo ler da imprensa russa em traducao inglesa, nao me parece que Russia vai entrar em guerra contra os EUA para defender se aliado Assad. Se a Uniao Sovietica abandonou seu Aliado Sadan Hussein em 1990, nao me surpreendera se Russia decide abandonar seu aliado Assad. Quem se lembra do ultimo combate aereo entre avioes cacas MIGS da Siria contra os F15 ou 14 de Israel no espaco aereo libanez, creio que na decada l980 ou 90. Um massacre. na base de 25 MIS destruidos contra 1 F-sei la das contas israelense. Os Estados Unidos estao confiantes que estao condicoes de vencer uma guerra nuclear contra a Russia ou China. E os russos dao a impressao quew eles reconhecem esse fato. Dai os russos se limitar a fazer discurso, dizendo que isso nao se faz, que seria imoral, catastrofico. Catastrofico seria mesmo, mas para quem? Para a Russia por certo que vao perder a unica base naval que eles mantem no Mediterraneo.

  8. São covardes so botam a cara depois de enfraquecerem a economia do alvo com embargos e chamam o mundo para participarem de suas covardias.
    A muito tempo que estou louco pra ver eles se meterem com o Irã e com a Siria.
    Vai ter muito bostérico aqui que nem vai saber onde esconde a bunda kkkkk

  9. Que rufem os penicos…. trtrtrtrtrtrtrtrtrt… com vcs o mais influente e tendencioso analista geopolítico enfatizando a força do Irã medieval e da Síria esperniante… haja predisposição para mãe diná…

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