Rússia desenvolve contatos militares com Mianmar

mi 17Vassili Kashin

Contatos militares entre a Rússia e Mianmar continuam a se desenvolver depressa, apesar da normalização das relações entre Mianmar e os Estados Unidos. Mantendo laços de amizade com a China, Mianmar gostaria também de cooperar livremente com outros países, inclusive a Rússia.

Em março último, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu deslocou-se em visita oficial para Mianmar. Esta foi a primeira visita oficial de um ministro da Defesa russo ou soviético para aquele país nos últimos 50 anos. No mês passado, em visita de retribuição, o Comandante Supremo das Forças Armadas da República da União de Mianmar, general Min Aung Hlaing, deslocou-se para Moscou. No quadro dos últimos contatos, as partes declararam sobre a “dinamização das relações entre a Rússia e Mianmar pela linha militar”.

Mianmar é um país não rico com uma verba militar relativamente pequena. No entanto, o país já adquiriu uma quantidade considerável de armamentos russos, inclusive caças MiG-29, helicópteros de transporte Mi-17 e de combate Mi-24, assim como sistemas de mísseis Pechora 2M. Mais de 150 cadetes de Mianmar estudam em escolas militares da Rússia.

A cooperação militar e militar-técnica é o aspeto mais importante das relações entre a Rússia e Mianmar. A presença econômica russa na economia do país é insignificante: o intercâmbio comercial constitui apenas 150 milhões de dólares ao ano, enquanto o volume do comércio de Mianmar com a China ultrapassa 4 bilhões de dólares. A China responde também por 35% dos investimentos estrangeiros diretos no país, o que reforça receios da direção local em relação ao domínio chinês na economia de Mianmar. Ao mesmo tempo, há muito que a China é o principal parceiro político de Mianmar que enfrenta um isolamento internacional e experimenta uma séria pressão por parte do Ocidente.

Em vários casos, como, por exemplo, durante a assinatura do contrato de compra de MiG-29 em 2009, Mianmar preferiu abertamente armamentos russos a propostas de outros países. Possivelmente, o afastamento geográfico e a presença não evidente na região sejam vantagens da Rússia. As compras de armamentos russos não têm para Mianmar quaisquer riscos ligados à crescente dependência política em relação à grande potência.

Entretanto, mantendo laços de amizade com a China, Mianmar gostaria de dispor também de uma plena liberdade de ações nos contatos com outros países. A China continua a ser o parceiro mais importante na esfera militar-técnica, mas Mianmar tenciona conter a quota-parte chinesa de seu mercado militar dentro de certos limites.

Atualmente, o papel da China é sobretudo importante no desenvolvimento da Força Naval de Mianmar. Em março de 2012, por exemplo, a China entregou a Mianmar duas velhas fragatas 053H1 da composição de sua Marinha. O país está construindo com a ajuda chinesa uma nova fragataKyan-Sit-Thar (F12). Ao mesmo tempo, Mianmar tenciona utilizar largamente no navio armamentos e sistemas eletrônicos de outros países. Como se supõe, o F12 receberá foguetes russos anti-navios X-35 e estações de radiolocalização e outros equipamentos eletrônicos da companhia indiana Bharat Electronics. Possivelmente, a cooperação entre Mianmar e a Rússia na esfera dos armamentos navais ganhará um novo impulso no quadro da visita de navios da Marinha da Rússia ao país, marcada para o fim de 2013.

A Rússia aspira a reforçar a presença global de sua Força Naval. O aproveitamento de portos de Mianmar pode ser útil para naves russas no Índico. A Rússia pode apoiar a vontade de Mianmar de desenvolver sua própria base produtiva da indústria militar, propondo em particular ao país vasos de guerra de superfície de diferentes tipos, assim como vários sistemas de defesa antiaérea.

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  1. A Rússia aspira a reforçar a presença global de sua Força Naval. O aproveitamento de portos de Mianmar pode ser útil para naves russas no Índico. A Rússia pode apoiar a vontade de Mianmar de desenvolver sua própria base produtiva da indústria militar, propondo em particular ao país vasos de guerra de superfície de diferentes tipos, assim como vários sistemas de defesa antiaérea.=== Estão certos, o BRASIL deveria fazer o mesmo em tres(3) ou + países africanos. Isso e coisa de país q leva s sério a questão de segurança.O q ñ é o caso do BRASIL,vide o n Fx- q já dura séculos…sds.

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