Rússia negocia compra de drones dos Emirados Árabes Unidos

UAV

United 40 é fruto do desenvolvimento de um projeto totalmente autônomo dos Emirados Árabes Unidos e não uma cópia de qualquer modelo ocidental.

A Rússia está interessada em adquirir dois drones (veículos aéreos não tripulados) estratégicos de reconhecimento United 40 Block 5 dos Emirados Árabes Unidos. Os equipamentos são desenvolvidos por uma empresa local, a ADCOM Systems.

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De acordo com informações postadas no site da empresa, esse dispositivo é projetado para voar em altitudes de até 7 mil metros, pode permanecer no ar por mais de 100 horas sem reabastecimento e permite monitorar, em tempo real, a situação no campo de batalha, reunir informações sobre o cenário em que se passam as ações militares e patrulhar as fronteiras. Caso o negócio seja concluído, a Rússia será o primeiro comprador do UNITED 40.

“Nossos militares precisam de grandes drones semelhantes ao Predator americano, no entanto, a indústria nacional não os produz, e os EUA e Israel não querem fornecer tais sistemas para nós”, disse o editor-chefe do portal uav.ru, Denis Fedutinov, em entrevista à Gazeta Russa.

Segundo ele, trata-se da compra não só da fuselagem, mas de todo o complexo, incluindo os sistemas de comunicação, controle e condução do reconhecimento.

No entanto, o especialista ressaltou que o United 40 fez o seu primeiro voo há apenas alguns meses e a empresa desenvolvedora poderá levar até dois anos até a sua completa finalização e solução dos problemas que podem inevitavelmente surgir com as novas máquinas.

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“A ADCOM Systems começou com a fabricação de alvos aéreos e depois passou a se ocupar dos drones. Essa empresa possui uma interessante equipe internacional, existem pessoas da Ucrânia, Europa e Índia. A empresa participa ativamente de todas as exposições internacionais”, acrescentou Fedutinov.

O United 40 é fruto do desenvolvimento de um projeto totalmente autônomo dos Emirados Árabes Unidos, e não uma cópia de qualquer modelo ocidental, embora nele, por exemplo, seja utilizado o mesmo motor austríaco do Predator.

“Vale ressaltar que o desenvolvedor está planejando, no longo prazo, construir um drone de ataque na base do UNITED 40. Portanto, se o negócio se concretizar, a Rússia poderá ter acesso a essa classe de dispositivos”, disse o especialista.

Vale lembrar que a Rússia tinha comprado anteriormente um lote de drones táticos de Israel por US$ 53 milhões e posteriormente adquiriu por US$ 400 milhões uma licença para a sua produção.

Dimensions

Essas compras devem ajudar a eliminar o atraso da Rússia em matéria de drones, que ficou mais evidente durante o conflito na Ossétia do Sul, em 2008.

 

Fonte: Gazeta Rússa

14 Comentários

  1. A Rússia pode fazer um drone igual ou até melhor,não sei porque ainda não o fez, tecnologia e pessoal capacitado é que não falta na Rússia !

    • Os russos declaradamente assumiram a falta de capacidade neste campo, buscam apoio em israel e frança para este desenvilvimento.
      Mas sim, causa surpresa buscarem agora nos EAU.

  2. Amigos, a verdade que não quer calar é que a Rússia está de fora da corrida das aeronaves não-tripuladas.

    Isso porque a Rússia ainda vive do legado da União Soviética. Assim é que seu “novo” PAK-FA é basicamente uma versão supostamente discreta do Su-27, planejada desde o final da URSS, e que conta com enorme apoio indiano em seu “recheio” tecnológico. A maior parte das recentes conquistas em tecnologia bélica da Rússia são na verdade conquistas soviéticas, repaginadas e continuadas após a década perdida (anos 90).

    Na hora em que se esgotarem as soluções já planejadas no final da Guerra Fria, a Rússia vai se estagnar belicamente. Jamais vai deixar de ser um país bem armado, até porque possui gente e dinheiro para construir boas FFAAs, mas vai cada vez mais depender de fornecedores estrangeiros para suas Forças Armadas.

    A Rússia simplesmente não terá condições tecnológicas de acompanhar a já surgente 6a geração de aeronaves de combate. Não existirá nada como um X-47B ou um nEUROn russo.

    • Desculpe-me, más sua análise é presunçosa é como se o povo russo parasse no tempo não?
      Não a limites para criatividade meu caro.

    • Pessoal, acho que falar que o T-50 é apenas uma “versão” do Su-27, soa meio injusto para com a Rússia. Me parece que já devíamos ter virado esta página, pois os duas máquinas são equipamentos com propostas completamente diferentes, sem falar nas novas tecnologias que precisaram ser desenvolvidas para o T-50, tecnologias estas que não tem nada a ver com o Su-27 e que demonstra a capacidade da Rússia de vencer os desafios que surgem durante o desenvolvimento de uma máquina como o T-50.
      A capacidade da industria Russa de “repaginar” seus sistemas e equipamentos militares deveria ser vista como exemplo por muitos outros países. Esta criatividade Russa (repaginar) deu aos militares do pais equipamentos notáveis e que qualquer pais gostaria de possuir como os submarinos da casse Kilo, os caças Su-35, os vários sistemas de misseis antiaéreos, entre outros. É miopia pensar que só o Ocidente (ou na visão de alguns, os EUA), possuem tecnologia militar de ponta, é evidente que os EUA dominam um maior número de tecnologias na área militar, mas não é o único país que as detém. No passado era costume dizer que toda nova arma Russa era uma cópia de um equivalente Americano, não sei se isto era despeito, inveja ou desconhecimento da capacidade da tecnologia Russa, mas sei que isto não era verdade. Só pararam com isto quando surgiram equipamentos revolucionários como os submarinos da classe Tufão que aterrorizaram os estrategistas militares dos EUA, os caças Mig-29 e Su-27 que são mais manobráveis e letais que seus equivalentes Americanos F-16 e F-15, sem falar nos pequenos mas muito manobráveis Migs que não tiveram vitórias significativas sobre os Americanos em guerras como a da Coreia pois foram conduzidos por tripulações sem preparo, sem o mínimo de treinamento necessário para conduzir uma guerra aérea.
      Devemos estar cientes também de que percalços existem lá e cá. Basta nos lembrarmos do quanto os Americanos estão apanhando no desenvolvimento do F-35, e dos problemas que tiveram ( será que acabaram?) com o F-22.
      De qualquer forma, este pais que “repagina” suas armas de ultima geração é a segunda potencia militar do planeta, posição que vem ocupando a décadas, desenvolveu o Su-35 (uma repaginada no Su-27) que é o caça de geração 4++ que é a sensação do momento, repaginou também o submarino Kilo, que chegou a ser chamado de buraco negro dos mares, devido ao silencio em que opera e ao risco que representa para as embarcações inimigas.
      Ao subestimar as capacidades dos equipamentos militares Russos, corremos o risco de em um ou outro momento levarmos sustos como aconteceu com os militares ocidentais que tiveram seu primeiro contacto com os caças Mig-29 na ocasião da união das duas Alemanhas, quando ao avaliar estes aviões que antes pertencia à força aérea da Alemanha Oriental, descobriram que os mesmos tinham capacidades em muito superiores ao que se acreditava no Ocidente.

    • Então o ocidente parou de lhes passar tecnologia ???… era assim que chegaram onde chegaram e então pararam… sinal que chegamos ao tempo da SINTESE… é uma questão de tempo…

      • Quer dizer que o Ocidente lhes passava tecnologia? Cara, você é um gênio. Descobriu o porque da antiga União Soviética ter desenvolvido certas armas que surpreenderam o mundo: Foi porque o Ocidente bonzinho lhes deu de graça a tecnologia para tal. Meu, isso foi uma piada?

  3. Eu já acho que ela já está dando uma de China, puxando um pouco de tecnologia daqui e dali e ao final terá um conceito próprio. Ou alguém acha que esse drone EAU não tem um monte de coisinha ocidental e americano de grande interesse dos russos (?).
    Abs.

    • Imaginei algo do tipo Stadeu. Um pouquinho aqui, um tiquinho ali, uma porção lá, um tequinho aquicacampuá e voilà: uma salada Russa! :p

      Sds.

    • Os Emirados Árabes estão tentando construir um pólo tecnológico de aeronaves de combate. O exemplo maior disso é que empresas do país são co-proprietárias, junto com empresas americanas, de algumas das principais tecnologias que equipam do F-16 Block 60/62, incluindo o radar.

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