Brasil terá submarino nuclear em 2025

barracuda

Rosangela Capozzoli

O primeiro submarino da nova frota convencional brasileira entra em operação em 2017. Nos três anos seguintes, outros três estarão em atividade. Até 2025, o país espera saudar a entrada em operação do primeiro submarino nuclear. O projeto é resultado de acordo firmado ainda em dezembro de 2008 entre Brasil e França, garantindo a transferência de tecnologia e a formação de profissionais brasileiros na construção de submarinos.

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), é o maior contrato militar internacional do Brasil, envolvendo uma soma total de € 6,7 bilhões. Uma parcela desses recursos faz parte de um financiamento que será pago pelo Brasil em 20 anos, até 2029, a um consórcio formado pelos bancos BNP Paribas, Societé Generale, Calyon Credit Industriel et Commercial, Natixis e o Santander.

Neste ano, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos e o Programa Nuclear da Marinha foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deverão receber um total de R$ 2,5 bilhões. Ao longo de toda a sua execução, o Prosub deve empregar 9 mil pessoas e gerar 32 mil postos de trabalho indiretos. Em março deste ano, a presidente Dilma Rousseff saudou a inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), na cidade de Itaguaí (RJ), como a entrada do Brasil no “seleto grupo das nações que têm acesso ao submarino nuclear: Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia”. Não por acaso, todos esses países são integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Ufem fabricará as estruturas leves e internas dos submarinos, como o convés, as anteparas, as bases da tubulação e dos equipamentos, além da proa e da popa. O processo de construção dos submarinos acontece simultaneamente em várias unidades. Os cilindros do casco, por exemplo, que é a parte do submarino onde ficam os tripulantes, estão sendo fabricados pela Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

“No momento, estamos construindo o casco do primeiro submarino convencional de tecnologia francesa da classe Scorpène, que é um passo intermediário para a fabricação do casco do submarino de propulsão nuclear”, diz Liberal Enio Zanelatto, diretor industrial da Nuclep.

“A Nuclep é um dos componentes mais ativos no processo de transferência de tecnologia associada à fabricação do casco resistente”, afirma Enio Zenelatto. Essa estrutura deve ser construída a partir de 2015 para que o submarino entre em operação ainda no ano de 2017.

De acordo com o diretor da Nuclep, “além da fabricação das seções dos cascos resistentes dos submarinos convencionais e do submarino de propulsão nuclear, a empresa produzirá os componentes mais importantes do circuito primário da planta de propulsão do submarino nuclear”. Entre essas estruturas, estão o Vaso de Pressão do Reator (VPR) e dos Geradores de Vapor (GV). Além da construção de equipamentos nucleares, a Nuclep tem no seu currículo a produção de semissubmersíveis de plataformas de exploração de petróleo para a Petrobras, além de cascos resistentes para submarinos. A Nuclep se apresenta hoje como uma das mais importantes indústrias de caldeiraria pesada do Brasil.

Para as instalações industriais do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), a Nuclep recebeu investimentos de cerca de R$ 50 milhões entre os anos de 2010 e 2011 da Marinha do Brasil. “As máquinas, importadas dos Estados Unidos e também da Europa, estão todas instaladas e em processo de produção”, afirma Zanelatto.

Para tocar o projeto, a Nuclep enviou mais de 60 profissionais especializados, selecionados entre operários, técnicos e engenheiros, para estágio no estaleiro DCNS (Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), em Cherbourg, na França.

Uma empresa formada pela DCNS e pela Odebrecht, de propósito específico, constrói a base naval e o estaleiro em Itaguaí, no Estado do Rio. O acordo entre Brasil e França, assinado pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, não inclui a tecnologia da propulsão nuclear. O Brasil já enriquece urânio desde 1985.

Os quatro submarinos convencionais receberão nomes das batalhas navais da Guerra do Paraguai e devem ser entregues entre 2017 e 2020. O custo de cada submarino convencional é estimado em € 500 milhões. Eles substituirão a frota existente, de cinco submarinos (Tupi, Tamoio, Timbira, Tapajó e Tikuna), com vida útil estimada entre 25 e 30 anos, construídos nos anos 1970 e baseados em projeto alemão.

Os submarinos convencionais transportam 40 tripulantes, enquanto que o submarino nuclear, que será batizado de Álvaro Alberto (em uma homenagem ao militar que introduziu a energia nuclear no Brasil), custará € 2 bilhões e deverá operar com capacidade de cem tripulantes.

Um sonho dos militares ainda nos anos 1970, o submarino nuclear brasileiro está finalmente em sua fase de execução. O projeto levado em curso pela Marinha inclui três frentes – a que vai construir o submarino nuclear, a que construirá os quatro submarinos convencionais e as instalações para fazer tudo isso. Só a construção da Ufem, do estaleiro e da base naval em Itaguaí, está orçada em R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017.

Na avaliação de especialistas do setor, o submarino é o veículo naval com a melhor relação de custo e benefício, com uso tanto na guerra naval quanto em operações de defesa e vigilância do país. As vantagens do submarino nuclear estão no tempo que pode permanecer submerso e na velocidade que pode atingir, muitas vezes superior à capacidade dos modelos convencionais. A costa brasileira tem área de 4,4 milhões de quilômetros e dela é retirado 90% do petróleo nacional e por ela passam 95% do comércio exterior do país.

 

Fonte: Valor via CCOMSEX

 

28 Comentários

  1. A corrupta, entreguista e preconceituosa elite brasileira nunca vai perdoar Lula por ter sido o segundo melhor presidente da história do Brasil.
    Lula assinou os maiores contratos militares da história brasileira.
    Não adianta querer enterrar a história.

  2. Tenho sérias dúvidas se viverei até esse ótimo armamento ficar pronto.
    Já éramos para ter 4 deles navegando pelo Atlântico. Quanto atraso!
    Entretanto, parabéns a nossa marinha por investir em tecnologia de ponta.

    • Um estaleiro que constrói seis, constrói cem. Detalhe, imagine uma frota dessas navegando pelo mundo todo. Ninguém ficaria sem troco caso atacasse o Brasil.

  3. Pra mim ele sempre foi um homem de sorte, nada além disso!O projeto do submarino sempre foi da marinha e dos honrados homens dessa força, que não deixaram o sonho morrer, sonhos deles, sonho nosso, do povo, pago com o nosso honrado dinheiro!O lula teve a dignidade de não atrapalhar!Diferente da sucessora dele que tá travando o FX2!

  4. Eu sou um entusiasta desse projeto,para mim um dos mais se não o mais importante da historia da nossa industria belíca,muitos se pergunta para que um subnuclear,essa pergunta pode ser respondida recordando o bloqueio imposto pela alemanha na Segunda Guerra,com seus submarinos,a estratégia era quase perfeita,o que limitou o sucesso dessa estratégia foi o tempo que um submarino consegue se manter submerso,os submarinos não nucleares precisam emergir para recarregarem as batérias,sejam os mais modernos sejam os antigos como os nossos de fabricação alemã,quanto mais vc usa o submarino seja para perseguir outro ou se deslocar com velocidade vc usa as baterias e ai o submarino fica vulneravel,os alemães enquanto tinham a supremacia aerea na batalha da Grã Bretanha podiam usar os submarinos tranquilamente,mas quando perderam a supremacia para a RAF e os aliados,seus submarinos passaram a ser caçados e destruidos,o submarino nuclear não precisa recarregar a batéria,sua velocidade de deslocamento pode se dar ao seu nível máximo,seus equipamentos podem ser usados full time,ou seja é como vc ter um carrinho de controle remoto que não precisa de pilha,a estratégia da nossa marinha na defesa de nossa soberania deve se dar pela estrategia de negação de mar,ou seja os subnucleares navegando pelo mar para intimidar qualquer força que queira vir atacar o brasil,pois se algum dia alguém quiser invadir o brasil provavelmente será pelo mar,e nesse campo teriamos condições de impor medo,o que falta agora na minha opinião é comprarmos misseis anti navio russos….rsrs,.

  5. Bem há dois erros gritantes nessa matéria !
    1º “seleto grupo das nações que têm acesso ao submarino nuclear: Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia”.
    E AÍNDIA,PORQUE VOCÊS SEMPRE SE ESQUECEM DA ÍNDIA ?

    2º Eles substituirão a frota existente, de cinco submarinos (Tupi, Tamoio, Timbira, Tapajó e Tikuna), com vida útil estimada entre 25 e 30 anos, construídos nos anos 1970 e baseados em projeto alemão.
    ESSAS EMBARCAÇÕES FORAM CONSTRUÍDAS NOS ANOS 80 E 90 NÃO NOS ANOS 70!

  6. eu concordo que é um dos maiores gastos do brasil na área militar ,mas acho que teria que se comprar pelo menos um submarino nuclear para aguardar a chegada de outros pois ate 2025 demora !!!
    os governo que mais fizeram pela forças armadas foi esse ,infelizmente do jeito que estava é muito pouco ainda ,mas eu penso da seguinte forma se esse foi o único que fez alguma coisa porque devo colocar os entreguistas no lugar deles ? não troco o certo pelo duvidoso !!!

  7. Custa Caro é estratégico por isso sempre digo, cuidado com a segurança das instalações e do pessoal chave do projeto.
    E a campanha dos minis continua.
    Abs.

  8. É uma grande arma esse subnuc. Tem muita gente que não gosta, mas em sua maioria é aquela gente que não gosta de nada mesmo. A verdade é que esse novo submarino vai representar uma força para se respeitada e com toda certeza eu apoio a construção dele.
    Quanto aos que reclamam, se o Brasil fosse esculta-los não teríamos absolutamente nada e essa é a pura verdade.

    • A turma que não gosta é a que gostou do FHC ter entregue nossa soberania quando abdicou de nosso direito a construir bombas atômicas.
      Quando entregou nossas empresas estratégicas ao domínio internacional que indiretamente cai no domínio Yanke, que mandam em tudo.
      A turma que não gosta é a de maus cidadãos nacionais, que são confundidos com brasileiros.

      • As usinas estão aí, Angra III está em fase final. Já temos cientista que escreveu livro sobre os defeitos encontrados em bombas americanas, devidamente publicado. Tratei de comprar meu exemplar, kkkk.

  9. Toda vez que se fala nesse Submarino Nuclear os arroubos da turma do “Brasil – PuTênfia” alcançam níveis estratosféricos. Mas antes de empolgar-se penso melhor observar que conforme matéria recentemente veiculada a Marinha atualmente possui apenas seis de suas escoltas operando. Ou seja, se tem dificuldades para manter operando navios de mecânica barata e conhecida como irá manter um complexo e caro submarino nuclear?

  10. Impressionante como a turma do “Bravfil-Putânphia” vibra com essa joça.

    40 anos de construção; provavelmente o projeto de embarcação mais longo da história da humanidade. E vai passar bem pouco de um submarino escola, desdentado e desarmado, vagando solitário pelo Atlântico-Sul.

    E se terminar em 2025 estaremos muuuuito no lucro.

    O Brasil precisa de submarinos sim. Muitos, em quantidade e de qualidade, preferencialmente com AIP. Mas para ter UM nuclear não se justifica os gastos. É tão estúpido quanto manter um Porta-Aviões desdentado, armado com aeronaves da década de 50.

    Enfim, nossa Marinha dos almirantes megalomaníacos segue sua sina de colecionar “armas” sem sentido estratégico ou prático algum.

    • É amigo Vader! Em 2025 vamos ter um submarino que será igual aos que os britânicos já tinham nos anos 70 com a Classe Swiftsure…ou seja, estaremos na vanguarda do atraso.

      • Então fala pra nós X-Tudo: quais mísseis balísticos o Moby Dick carregará? Quais mísseis de cruzeiro? Quais torpedos de supercavitação?

        R: nenhum! Primeiro porque não temos nenhum dos três. Segundo porque, por tratado, não podemos ter nenhum dos dois primeiros.

        Como eu disse, será um submarino escola, desdentado e desarmado, vagando solitário pelo Atlântico-Sul. Em caso de guerra nuclear servirá para algum político sobrevivente se esconder, e só.

        Muito mais útil estrategicamente seria ter uma frota de submarinos convencionais com AIP.

      • “quais mísseis balísticos o Moby Dick carregará? Quais mísseis de cruzeiro? Quais torpedos de supercavitação?”

        O porta-aviões chinês meses depois de comprado passou de cassino a aspirante a porta-aviões!

        “Segundo porque, por tratado, não podemos ter nenhum dos dois primeiros.”

        Mas tratado pode ser revisto!..

        E um submarino nuclear é muito mais! Do que portador dos artefatos que expos!…

        A estratégia naval muda completamente!

      • Infelizmente já entrou X-tudo! E embora não saibam, talvez a megalomania dos nosso almirantes, aliada à esperteza de quem aprendeu a levar algum em contratos de defesa, pode ter decretado a sentença de morte da nossa marinha como força operacional e minimamente dissuativa.

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