Bashar al-Assad diz que só será derrubado por intervenção estrangeira

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O ditador da Síria, Bashar al-Assad, disse nesta quinta-feira que ele e seu governo sobreviverão ao conflito com os opositores e que apenas uma intervenção estrangeira poderia alterar isso. A declaração é feita após uma série de vitórias do regime sírio no centro do país.

Após constantes avanços dos rebeldes nos primeiros dois anos de guerra civil na Síria, as forças de Assad e da oposição entraram em um sangrento impasse que durou meses, até uma ofensiva do governo, em junho, que levou à captura de uma estratégica cidade fronteiriça. Agora, Assad parece estar dominando a situação.

“Esse era o objetivo deles ao atingir nossa infraestrutura, atingir nossa economia e criar um completo caos na sociedade, para que nós nos tornássemos um Estado falido”, disse Assad em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal estatal “Thawra”. “Até agora, não chegamos a esse estágio.”

“Eles usaram todos os meios materiais, emocionais e psicológicos disponíveis para eles. A única opção que eles têm é uma intervenção estrangeira direta”, prosseguiu.

“Mas há hesitação e rejeição (à intervenção) por parte da maioria dos países, então se pudermos superar esse estágio com resolução e consciência não temos mais nada a temer.”

Os rebeldes continuam fortes no norte da Síria, mas Assad vem pouco a pouco reforçando sua presença militar na região na esperança de reconquistar território. Intensos combates ainda ocorrem ao redor de várias cidades da Síria central e perto da capital, Damasco.

A contraofensiva de Assad levou os Estados Unidos a anunciar no mês passado que dariam apoio militar à oposição para tentar restaurar o equilíbrio de forças antes de uma eventual negociação de paz.

Estados Unidos e Rússia, principal aliada de Assad no cenário internacional, propõem realizar uma conferência de paz sobre a Síria, mas divergências sobre quem seriam os participantes fazem com que o impasse se mantenha.

Assad admitiu que o conflito causa sofrimento generalizado no país, mas disse que a Síria conseguiu resistir devido à perseverança de seus empresários e trabalhadores.

“O povo sírio permanece inquebrantável em todos os sentidos da palavra. Há uma explosão, e em questão de minutos após a limpeza a vida volta ao normal”, disse Assad. “Eles vão trabalhar, embora esperem que foguetes terroristas, explosões terroristas e atentados suicidas aconteçam a qualquer momento.”

REUTERS

 

 

Fonte: Folha

Presidente sírio afirma que Ocidente envia ‘terroristas’ a seu país

O presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou o Ocidente de enviar “grupos terroristas takfiri” (extremistas sunitas) para seu país como forma de livrar-se deles.

Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal As-Saura, o chefe de Estado, confrontado com uma rebelião armada, diz que os países ocidentais esperam que “esses grupos terroristas, que representam para eles uma fonte de preocupação há décadas, virão para serem mortos na Síria, e que assim poderão se livrar deles”.

O governo chama de “terroristas” todos os seus opositores e insiste que o crescente afluxo de combatentes estrangeiros prova que a revolta iniciada em março de 2011 não passa de um complô internacional.

Segundo o ministro francês do Interior, Manuel Valls, mais de 600 cidadãos europeus, incluindo 120 franceses, foram para a Síria desde o início da guerra para combater contra o regime de Bashar al-Assad. Quarenta franceses ainda estão no país.

“Nem todos são jihadistas e terroristas”, mas muitos aderiram ao movimento radical filiado à Al-Qaeda e este fenômeno é considerado “muito preocupante”, considerou no início de junho.

Assad garante que até mesmo os países ocidentais que apoiam a revolta já não falam de “revolução”. “A palavra revolução já não é mencionada e agora se fala de terrorismo (…) Fazem distinção entre bons e maus terroristas, mas a palavra revolução não está mais no vocabulário”, disse.

 Se parte da comunidade internacional apoia a revolta contra Assad, incluindo os Estados Unidos, muitos países são cautelosos quanto a armar os rebeldes, porque temem que essas armas caiam nas mãos de extremistas, como a Frente al-Nusra, aliada à al-Qaeda.

O presidente sírio garantiu que as manifestações em massa contra o o presidente egípcio Mohamed Mursi marca o fim do islã político, de acordo com trechos de sua entrevista.

“O que está acontecendo no Egito é a queda do que conhecemos como o islã político”, declarou o chefe de Estado ao jornal.

“Onde quer que esteja no mundo, qualquer pessoa que use a religião para fins políticos ou para favorecer uns em detrimento de outros, está condenado ao fracasso”, disse Assad.

AFP

 

Fonte: Terra

11 Comentários

  1. DITADOR … ñ deveria nem abrir a boca para falar, ele é egoísta… num país de 30 milhões de pessoas que pede a DEMOCRACIA despeadamente, porque ele ñ ouve o clamor do povo!!!

  2. ”..A única opção que eles(terroristas) têm é uma intervenção estrangeira direta”
    Realmente só uma intervenção estrangeira direta, poderá derrubar Assad,poquea intervenção estrangeira já é clara,muitos paises como EUA e Turquia já deixaram isso claro.
    Eu torço por Assad porque ele é melhor para o povo sírio nesse momento,enquanto países estrangeiros ameaçam o povo da Síria !

  3. Se a OTAN falar que vai intervir a Rússia não vai entrar na reta por causa da Síria. Mas certamente vai fazer todo o possível para tornar a intervenção um verdadeiro inferno na Terra. Além de criar uma verdadeira tempestade política para desmoralizar a OTAN. Mas um conflito físico está fora de cogitação, pelos dois lados. Mesmo que a OTAN interviesse na Síria, ela jamais seria se quer insana de passar perto de Tartus, justamente para não comprar briga com a frota ali estacionada. O verdadeiro medo Russo é quando esses radicais islâmicos assumirem o poder, pois além de expulsar os militares Russos da região, existe o sério risco de armas químicas Sírias irem parar nas mãos rebeldes, e de lá, para as províncias rebeldes Russas, como Chechênia e afins. É mais fácil a Rússia intervir primeiro do que comprar briga com a OTAN. Além do mais, os Europeus estão mergulhados em problemas no momento, e não estão nem um pouco interessados na Síria, quem tá mais afim mesmo é os EUA, que tão louquinhos para pegar o Irã de jeito.

    • Será que o Irã e outros aliados de Assad vão assistir sentados uma intervenção direta? Com base em qual premissa do direito internacional seria feita uma intervenção? Sem a assinatura da Rússia o Conselho de Segurança não vai viabilizar uma invasão.

      • Existe um velho ditado que reflete bem como as coisas funcionam no mundo: “Aos meus aliados tudo, aos meus adversários a lei.”

        Lei internacional é aquilo que os países usam de tapete quando lhes convêm. A Rússia jamais autorizou a invasão do Iraque, isso não impediu EUA e seus “aliados” de partirem com tudo para cima do Saddam Hussein. A situação aqui é basicamente a mesma, um ditador, que o mundo ocidental não dá a mínima se vive ou morre, e a imprensa bombardeando com imagens da “violenta repressão” feita pelo governo tirânico contra os supostos “defensores da liberdade” Síria. Todos aqui sabemos como a coisa bem toca por lá, mas o público em geral não, e nem tem qualquer intenção de se informarem, a ignorância é uma bênção. O único motivo pelo qual isso não aconteceu é que devido as situações econômicas atuais, um ataque custoso desses não enter essa muito aos Europeus, nem a opinião pública americana, que julga esse dinheiro um desperdício. Mas assim que a maré mudar, a Rússia que não trate de estabelecer um força considerável no Mediterrâneo para você ver se algo vai ficar na reta entre os EUA e o Al-Assad.

      • Na atual conjuntura, não há nada que ninguém possa fazer para virtualmente tornar impossível uma ação. Mas que os Russos vão jogar gasolina na fogueira caso uma intervenção aconteça, isso vão. Pode ter certeza.

  4. Assad agradeça ao Hezbollah e a guarda revolucinária iraniana pela virada de jogo e talvez em menor grau ao tio Ivan.
    Certeza que Assad é… digamos… autoritário para amenizar a palavra,mas em contraste os países corsários são hipócritas e demagogos com largo histórico de pilhagens e saques contra nações desarmadas.
    O Brasil que não abra os olhos ,e eu venho falando disso há muito tempo….Evite aliança com esses corsários sem vergonha e tenha uma força de defesa no MÍNIMO eficiente e preparada para repelir uma possível agressão.
    Veja a diferença que foi o passeio na Líbia e toda a hesitação que acontece na Síria,basta um punhado de baterias russas e boas e a compra do S-300 para os covardes gritarem e espernearem.

  5. tb nao sou a favor da ditadura de assad mas é mil vezes melhor ele no comando do que os selvagens da sharia (islamicos).

  6. Nenhuma novidade… o ditador LAICO fala exatamente o que condiz com a realidade dos fatos vindos dos campos de batalha… e isso já estava no ar a um bom tempo, a vitória estava acontecendo, mesmo que discretamente!

    Intervenção direta não vai acontecer, é um tema complicado, com ALTO CUSTO politico internacional, e já vemos isso pelo fato do Ocidente ter optado INICIALMENTE pela estrada do apoio ao terrorismo radical combatente e armado pra derrubar o governo da Síria e tentar meter a mão no Oleoduto Sírio, isso demonstra que não estão dispostos a pagar o preço politico diplomático de uma intervenção direta… ou consequente nova guerra DIRETA E MOVIDA pelo ocidente na região!

    E como todos concordam, um GOVERNO LAICO, pouco importa se ditatorial, pois se os fanáticos islâmicos venceram não veremos democracia também, alias veremos um dos piores tipos de ditadura que pode existir, ENTÃO É MELHOR UMA VITÓRIA DO ASSAD MESMO… é melhor assim para a Síria, para o povo Síria, para o futuro das crianças Sirias, e principalmente pras mulheres sírias… vitória LAICA sobre esses terroristas islâmicos é o melhor que pode acontecer para o país!!

    Esse apoio do ocidente a esse tipo de gente só aumenta a minha frustração com o ideal ocidental de liberdade para os povos, pois me deixa o gosto amaro na boca de que essa não é a real intenção, é só mais um desgosto pra mim… pois se fosse a verdade das intenções ocidentais, lutaríamos contra esses fanáticos ao invés de apoia-los e arma-los.. não… é só por dinheiro e poder mesmo, pelo tal do oleoduto pra escoar o petróleo da Ásia Central, já que perderam a guerra do Afeganistão também, onde o Oleoduto da Unocal não será implantado… e ainda veremos as consequências dessa guerra perdida no Ocidente, e não serão coisas belas, essa guerra somente aumentou a insegurança pro ocidente, nada mais!!

    Um dia a gente cresce e vê que era tudo uma ilusão as nossas crenças de juventude, que era só uma mentira na qual por alguma razão precisávamos acreditar…

    Valeu!!

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