Defesa & Geopolítica

Exército derruba Mursi e põe chefe da Corte Constitucional no poder

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EGYPT-PROTESTS_-G0P177PGC.1CAIRO — Em pronunciamento na TV estatal, o general Abdel Fattah al-Sisi, comandante do Exército, disse que Mohamed Mursi não é mais presidente do país, mas negou que os militares se manterão no poder. Em seu lugar, assumirá o chefe da Corte Constitucional, Adli Mansour.

O plano das Forças Armadas inclui ainda a suspensão da Constituição e a realização de eleições presidenciais antecipadas. Na emblemática Praça Tahrir milhares de manifestantes comemoraram a saída do presidente, enquanto tanques do Exército tomavam o local.

Tropas do Exército também cercaram o palácio presidencial com arame farpado e veículos blindados ocuparam os principais pontos na capital. O assessor de Mursi afirmou que seu paradeiro é desconhecido.

“As Forças Armadas entenderam o pedido da população. Nos esforçamos nos últimos meses para pedir uma reconciliação entre as forças políticas, incluindo o movimentos do presidente. As Forças Armadas, como uma instituição patriótica, tem a função de proteger a população egípcia e garantir e prevenir ações contra a população e contra a estabilidade”.

Várias organizações de direitos humanos no Egito divulgaram comunicado declarando respeito à revolução de 30 de junho e pedindo que a lei seja a base para resolver a atual situação política do país.

Antes do comunicado, o partido Watan, grupo salafista que faz parte da Aliança Nacional de Apoio à Legitimidade pró-Mursi , manifestou apoio ao presidente. O site de notícias da Irmandade Muçulmana, Ikhwan online, relata que o líder da legenda e o assessor presidencial Emad Abdel-Ghafour disseram que as pessoas não permitirão qualquer golpe contra a legitimidade do presidente. O Partido Forte do Egito disse em sua conta no Twitter que rejeita qualquer tentativa por parte do exército de interferir na gestão do processo político e que também rejeita a exclusão de qualquer facção política da vida pública.

Mais cedo, forças militares deram ordens proibindo o presidente de deixar o país – o que foi negado por dois altos funcionários da Irmandade Muçulmana. Mas funcionários do aeroporto confirmaram que haviam recebido ordens para barrar viagens ao exterior de líderes políticos – incluindo o presidente; o chefe da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie; e seu vice, Khairat al-Shater. Em nota, Mursi apelou para a formação de um governo de coalização.

“O Egito não irá voltar atrás. O mapa para resolver a crise no Egito deve ser legítimo. O Exército não deve tomar partido”, disse Mursi em comunicado divulgado na tarde desta quarta-feira.

Em um tom ainda mais desafiante, o conselheiro do presidente afirmou que um golpe militar estava em andamento, mas não aconteceria sem derramamento de sangue. Um assessor pediu que todos os egípcios resistissem a um golpe de maneira pacífica. Pelo menos 16 pessoas morreram e 200 ficaram feridas na véspera quando homens armados abriram fogo contra partidários do presidente, reunidos nos arredores da Universidade do Cairo, segundo as agências internacionais.

Fonte: O Globo

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