Kerry diz que buscar informação sobre outros países não é incomum

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John Kerry durante coletiva em Bandar Seri Begawan, Brunei Foto: AP

O secretário de Estado americano, John Kerry, admitiu nesta segunda-feira que “não é incomum” buscar informação sobre outros países, em plena controvérsia sobre as revelações de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) americana teria espionado representantes da União Europeia e de outros continentes e milhões de cidadãos estrangeiros.

Kerry se reuniu em Brunei com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, mas recusou-se a comentar a controvérsia provocada pelas alegações de espionagem da NSA. “Lady Ashton se referiu a isso comigo hoje, e concordamos em seguir em contato. Aceitei averiguar de que se trata, e informarei a ela sobre minhas conclusões”, declarou Kerry à imprensa.

“Posso dizer que todos os países do mundo que estão envolvidos em assuntos internacionais, de segurança nacional, realizam muitas atividades para proteger sua segurança nacional, e ter todo tipo de informação contribui para isso”, explicou. “O que sei é que não é incomum em muitos países”, disse Kerry, “mas não farei mais comentários até conhecer todos os fatos e saber exatamente de que se trata”, acrescentou.

Kerry se reuniu com Ashton à margem de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Ásia-Pacífico em Brunei, em plena polêmica sobre os programas de espionagem americanos revelados por um ex-consultor da NSA.

Os europeus exigiram explicações sobre o programa de espionagem americano, que teria afetado instituições da UE e milhares de cidadãos europeus. O jornal britânico The Guardian afirmou no domingo que França, Itália e Grécia estão entre os 38 alvos vigiados pela agência americana.

Nesta segunda-feira, a União Europeia (UE) advertiu os Estados Unidos sobre o risco de uma “quebra de confiança” após as revelações deste programa de espionagem e disse que, caso ela seja confirmado, haverá “consequências políticas”. “Se for confirmado que os americanos espionaram seus aliados haverá consequências políticas. Isto supera de longe as necessidades da segurança nacional. É uma quebra de confiança”, disse à AFP um responsável europeu.

Já o presidente francês, François Hollande, pediu que os Estados Unidos parem imediatamente com a espionagem da União Europeia e disse que a França não pode “aceitar este tipo de comportamento”. “Não podemos aceitar este tipo de comportamento entre sócios e aliados”, disse Hollande nesta segunda-feira. “Pedimos que parem imediatamente”, acrescentou o presidente francês.

Além disso, p porta-voz da chefe de governo alemão, Angela Merkel, pediu que os Estados Unidos “restabeleçam a confiança com seus aliados europeus após as revelações”. “Europa e Estados Unidos são sócios, amigos, aliados. A confiança tem que ser a base de nossa cooperação e é preciso restabelecê-la neste campo. Isto já não é a Guerra Fria”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

Diante do dilúvio de documentos vazados pelo ex-consultor americano da NSA Edward Snowden, a UE ameaçou inclusive com possíveis consequências sobre a negociação de uma zona de livre comércio transatlântica.

“Entre aliados não nos espiamos!”, lançou no domingo em Luxemburgo a Comissária Europeia de Justiça, Viviane Reding. “Não se pode negociar um grande mercado transatlântico se há a menor dúvida de que nossos sócios realizam escutas nos escritórios dos negociadores europeus”, afirmou, e pediu que os “Estados Unidos dissipem estas dúvidas rapidamente”.

A reação da Itália nesta segunda-feira foi, no entanto, mais moderada, ao afirmar que acredita nas explicações dos Estados Unidos sobre o tema, afirmou em uma nota a ministra das Relações Exteriores, Emma Bonino.

A Direção Nacional de Inteligência dos Estados Unidos (ODNI), que reúne as 17 agências de informação do país – entre elas a NSA – havia indicado em um comunicado que os Estados Unidos iriam “responder de forma adequada” à UE e aos seus Estados-membros pelos canais diplomáticos.

Entretanto, Snowden, na origem destas revelações e exigido pela justiça dos Estados Unidos por espionagem, já está há vários dias na zona de trânsito do aeroporto de Moscou-Sheremetievo, onde chegou na semana passada procedente de Hong Kong. O ex-consultor da NSA pediu asilo político ao Equador, que continua estudando o pedido.

AFP

Fonte: Terra

 

6 Comentários

  1. kerry quando for buscar informações de outros países ,vai no google e digita o nome do pais rsrsrs.
    engraçado depois que saiu a pesquisa com a marina silva em 2 lugar cade a turminha da direita o blue verde rsrsrs voltou para o sarcófago ,ou foi para o retiro da criogenia

    • Ele está cada vez mais pra baixo, dá pra ver pelas postagens no Face que o Blueyes está cada vez menos resistente… não entende o que está acontecendo…

      Ele está vendo que a direita não está conseguindo aproveitar nada… e outras forças estão entrando pra ocupar o vácuo… ele não consegue entender isso…

      Está indo pra criogenia com certeza.. hahahahah

  2. Mas o EUA não está sozinho nessa, os britânicos colaboram ativamente com a NSA e também tem o seu próprio e vasto programa de espionagem em massa, vide o “Programa Tempora”…

    E os países não anglófilos, mesmo os membros da OTAN… são vistos com desconfiança e submetidos a constantes monitoramento, controles e manipulações político/econômicas.
    ————————————–

    THE GUARDIAN

    GCHQ taps fibre-optic cables for secret access to world’s communications

    Exclusive: British spy agency collects and stores vast quantities of global email messages, Facebook posts, internet histories and calls, and shares them with NSA, latest documents from Edward Snowden reveal

    Secret document detailing GCHQ’s ambition to ‘master the internet’

    Britain’s spy agency GCHQ has secretly gained access to the network of cables which carry the world’s phone calls and internet traffic and has started to process vast streams of sensitive personal information which it is sharing with its American partner, the National Security Agency (NSA).

    The sheer scale of the agency’s ambition is reflected in the titles of its two principal components: Mastering the Internet and Global Telecoms Exploitation, aimed at scooping up as much online and telephone traffic as possible. This is all being carried out without any form of public acknowledgement or debate.

    One key innovation has been GCHQ’s ability to tap into and store huge volumes of data drawn from fibre-optic cables for up to 30 days so that it can be sifted and analysed. That operation, codenamed Tempora, has been running for some 18 months.

    Matéria completa:

    http://www.guardian.co.uk/uk/2013/jun/21/gchq-cables-secret-world-communications-nsa

  3. Não estou entendendo porque estão se esperneando.
    O reino Unido e Eua espionando ? deem graças a Deus , ainda não chegou na fase de sabotagem política, econômica, tecnológica …

    “- Fala pra eles Kerry o que é ser aliado e parceiro estratégico de verdade .” rs rs rs

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