Rebeldes sírios afirmam ter recebido armas modernas

misseis

Na véspera de uma reunião do grupo de Amigos da Síria em Doha para discutir a ajuda aos rebeldes sírios, o Exército Sírio Livre (ESL) indicou ter recebido recentemente dos países que apoiam a oposição uma certa quantidade de armas modernas que podem mudar o curso da batalha contra as tropas do regime.

Louai Moqdad, coordenador político e de comunicação do ESL, também afirmou que a rebelião espera que o grupo dos Amigos da Síria anuncie oficialmente a decisão de armar os rebeldes.

Os ministros das Relações Exteriores de onze países do grupo de Amigos da Síria -França, Reino Unido, Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Egito- devem discutir a possibilidade de organizar a conferência de paz “Genebra 2”, organizada por Moscou e Washington.

“Na manhã de sábado, em Doha, tentaremos avaliar a situação no terreno e ver como podemos ajudar a Coalizão (de oposição) e pensar em um solução política”, declarou o chanceler francês Laurent Fabius, que descartou na quinta fornecer armas “que logo poderiam ser usadas contra ela”.

Após alertar para o risco de uma “catástrofe humanitária”, se os rebeldes não receberem armas pesadas para proteger as áreas civis, o porta-voz do ESL indicou que seu movimento recebeu “algumas armas modernas, algumas que havíamos pedido e que acreditamos que podem mudar o rumo da batalha no terreno”.

“Começamos a distribuí-las nas frentes de batalha, e elas logo estarão nas mãos de oficiais profissionais e de combatentes”, afirmou Moqdad.

Ele recordou que a rebelião pediu um “arsenal dissuasivo”.

“Trata-se de armas anti-aéreas e antitanques, assim como munições”, acrescentou, sem mais precisões.

Na véspera, já havia mencionado mísseis terra-ar de curto alcance MANPAD, mísseis antitanques, morteiros e munições.

“Algumas armas já chegaram, outras devem chegar aos poucos, nos próximos dias”, ressaltou Moqdad.

“Estas armas serão utilizadas com o único objetivo de combater o regime de Bashar al-Assad”, afirmou o porta-voz.

“Elas serão reunidas após a queda do regime, nós assumimos esse compromisso com os países irmãos e amigos” que nos forneceram armas, prosseguiu Moqdad.

Esse anúncio foi feito na véspera de uma reunião do grupo de Amigos da Síria em Doha para coordenar a ajuda, incluindo militar, à oposição.

“Estamos otimistas porque a comunidade internacional finalmente decidiu proteger o povo sírio e os civis sírios e de armar o ESL”, afirmou Moqdad.

Ele declarou que a rebelião espera “um anúncio claro e oficial pelos países participantes (da reunião em Doha) sobre armar o ESL”. “É o que nós esperamos”.

“Esperamos que esses países continuem a respeitar seus compromissos”, prosseguiu, sem mencionar os países “amigos e irmãos” que lhes forneceram armas.

“Temos informações que nos próximos dias iremos receber novos carregamentos de armas que irão mudar o curso da batalha e a equação da morte imposta por Bashar al-Assad”, ressaltou.

Questionado sobre a presença do chefe de Estado-Maior do ESL, o general Sélim Idriss, na conferência de Doha, Moqdad respondeu que “até o momento, nossa presença não é necessária” porque “todos os países estão cientes das demandas claras da oposição após os vários encontros com o general Idriss”.

A rebelião exige armas pesadas para proteger as zonas civis de ataques do regime.

Em São Petersburgo, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu nesta sexta o Ocidente para o perigo de fornecer armas à oposição síria, ao afirmar que cerca de 600 russos e europeus lutam aos lado dos rebeldes na Síria.

“Por que fornecer armas a grupo armados clandestinos na Síria, se não entendemos bem de quantos combatentes estão compostos? (…) Onde vão acabar estas armas?”, ressaltou o presidente russo.

A União Europeia suspendeu em maio o embargo ao fornecimento de armas destinadas aos rebeldes sírios, enquanto Washington anunciou na semana passada uma “ajuda militar” aos insurgentes, sem indicar sua natureza.

Até o momento, os países ocidentais estão reticentes em fornecer armas aos rebeldes por medo que caiam nas mãos de extremistas como a Frente jihadista Al-Nusra.

Mas o avanço do Exército sírio, apoiado pelo Hezbollah xiita libanês, e a reconquista pelo regime do reduto rebelde de Qousseir na fronteira com o Líbano, convenceram esses países a reverem seus planos.

No terreno, o Exército sírio bombeava nesta sexta o bairro de Qaboun, no leste da capital, onde muitos rebeldes resistem, indicou uma ONG síria.

Desde quarta-feira, as tropas tentam acabar com os bolsões rebeldes em Damasco, principalmente no nordeste da capital e em suas imediações.

“O Exército retomou nesta manhã o bombardeio de Qaboun e combates intensos entre soldados e rebeldes eram travados em torno desse setor”, indica o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

“As forças do regime atacam a área com morteiros, tanques e artilharia pesada”, acrescentou esta ONG com sede no Reino Unido que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos.

Na maior cidade do norte, Aleppo, o Exército bombardeava vários bairros, incluindo o de Cheikh Maksoud (norte), e combates deixaram pelo menos dois rebeldes mortos no de Souleimane al-Halabi, de acordo com o OSDH.

AFP

 

Fonte: Terra

 

4 Comentários

  1. Ótimo, essdas armas novas vieiram em boa hora;qdo derrubarem o BemAssado, vai morrer co mo do kadafi, vão retomar golan,e tem de ser logo, pois o país está destruido mesmo, assim anexam de volta golan e assinam um acordo de pax c os judeuss…Os judeuss vão destruir o quê?!?! Esse e o momento…mt bom essas armas. Quem viver verá. Sds.

    • carlos argus dos anjos vieira,

      Está óbvio que o que os rebeldes desejam é a implantação de um regime fundamentalista. Esse auxílio promovido pelo ocidente é um erro!

      Assad não é o melhor, mas diante do que os rebeldes já mostraram ser, poderia estar se trocando o atual regime por algo que poderá ter consequências imprevisíveis e aterradoras…

  2. Syria death toll tops 100,000, rebels lose border town

    By Dominic Evans and Oliver Holmes
    BEIRUT (Reuters) – Syrian President Bashar al-Assad’s forces have retaken a town on the Lebanese border as they press an offensive against rebels in a conflict that has now cost more than 100,000 lives, activists said on Wednesday.
    The army took full control of Tel Kalakh, driving out insurgents and ending an unofficial truce under which it had allowed a small rebel presence to remain for several months.
    The fall of Tel Kalakh, two miles from the border with Lebanon, marks another gain for Assad after the capture of the rebel stronghold of Qusair this month, and consolidates his control around the central city of Homs, which links Damascus to his Alawite heartland overlooking the Mediterranean coast.
    Like Qusair, Tel Kalakh was used by rebels in the early stages of the conflict as a transit point for weapons and fighters smuggled into Syria to join the fight against Assad.
    Pro-Assad websites showed video footage of soldiers patrolling the town in armored cars and on foot.
    “Terrorist groups infiltrated and terrorized the local people,” an army officer said in the video. “In response to the request of the local people, the army entered Tel Kalakh to cleanse the area and restore security.”
    The British-based Syrian Observatory for Human Rights, a pro-opposition monitoring group, said rebels left the town on Tuesday, retreating towards the nearby Crusader fort of Crac des Chevaliers. Three rebels were killed as the army moved in.
    Six months ago, Assad’s opponents were challenging the president’s grip on parts of Damascus, but are now under fierce military pressure there, while their supply lines from neighboring Jordan and Lebanon have steadily been choked off.
    DEATH TOLL TOPS 100,000
    In response to Assad’s gains, achieved with the support of Lebanon’s pro-Iranian Hezbollah fighters who spearheaded the assault on Qusair, Western and Arab nations pledged at the weekend to send urgent military aid to the rebels.
    Hezbollah’s involvement has highlighted the increasingly sectarian dynamic in the Syrian conflict. Hezbollah and Tehran back Assad, whose Alawite minority is an offshoot of Shi’ite Islam, while Sunni Muslim states such as Turkey, Saudi Arabia and Qatar have stepped up support for the mainly Sunni rebels.
    Radical Sunni militants from abroad, some of them linked to al Qaeda, are also coming in to fight alongside the rebels.
    Jordan’s King Abdullah said the war could ignite conflict across the Middle East unless global powers helped to convene peace talks soon.
    “It has become clear to all that the Syrian crisis may extend from being a civil war to a regional and sectarian conflict…the extent of which is unknown,” the monarch told Asharq al-Awsat newspaper in an interview.
    “It is time for a more serious Arab and international coordination to stop the deterioration of the Syrian crisis. The situation cannot wait any longer,” he added.
    But prospects for proposed “Geneva 2” peace talks look bleak. Talks on Tuesday between the United States and Russia, which support opposing sides in Syria, produced no agreement on who should attend the conference or when it should be held.
    Saudi Arabia, which views Shi’ite Iran as its arch-rival, has stepped up aid to Syrian rebels in recent months, supplying anti-aircraft missiles among other weapons.
    “Syria is facing a double-edged attack. It is facing genocide by the government and an invasion from outside the government,” Saudi Foreign Minister Prince Saud al-Faisal said on Tuesday. “(It) is facing a massive flow of weapons to aid and abet that invasion and that genocide. This must end.”
    The Observatory, which monitors violence through a network of security and medical sources in Syria, said the death toll from two years of conflict had risen above 100,000 – making it by far the deadliest of the uprisings to have swept the region.
    It said the figure included 18,000 rebel fighters and about 40,000 soldiers and pro-Assad militiamen. But the true number of combatants killed was likely to be double that due to both sides’ secrecy in reporting casualties, it said.
    In addition to the casualties, it said, 10,000 people had been detained by pro-Assad forces and 2,500 soldiers and loyalist militiamen had been captured by the rebels.
    The United Nations has put the death toll from the 27-month-old conflict at 93,000 by the end of April.
    The violence has fuelled instability and sectarian tensions in Syria’s neighbors, particularly Iraq and Lebanon.
    At least 40 people were killed this week in the Lebanese city of Sidon in clashes between the army and gunmen loyal to a firebrand Sunni cleric who backs the Syrian rebels and has urged Sunnis to challenge Hezbollah’s military might in Lebanon.
    On Wednesday, unidentified attackers stabbed at least five passengers on a bus carrying Syrians in Beirut, security sources said. None of the victims was seriously wounded, they said.
    (For an interactive look at the Syrian uprising – http://link.reuters.com/rut37s)
    (Editing by Alistair Lyon)
    http://news.yahoo.com/russia-u-fail-set-syria-peace-talks-074752996.html

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