Manifestantes enfrentam polícia turca na Praça Taksim

Nota:

Tudo isso por causa de um Shopping Center?
E.M.Pinto.

Enquanto tropa de choque usava gás lacrimogêneo e canhões de água em Istambul, em Ancara, premiê Erdogan afirmava que governo não terá mais tolerância

Turkish

A polícia de choque da Turquia usou gás lacrimogêneo e canhões de água contra centenas de manifestantes que carregavam pedras e fogos de artifício para tentar retomar, nesta terça-feira (11), o controle de uma praça de Istambul, que está no centro das manifestações contra o governo .

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Centenas de policiais apoiados por veículos blindados cercaram a Praça Taksim, à medida que tratores começaram a remover barricadas de pedra e ferro construídas pelos manifestantes. O que começou como um protesto contra planos de modernização da praça tornou-se um desafio sem precedentes para o governo de raízes islâmicas do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan , e dividiu os turcos.

As manifestações têm prejudicado a confiança dos investidores na Turquia, que até então era considerada um modelo de sucesso no mercado emergente. O banco central disse que vai intervir se necessário para apoiar a lira, depois que a moeda caiu para seu nível mais fraco contra uma cesta dólar/euro desde outubro de 2011.

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A operação da polícia, iniciada pouco depois do amanhecer, aconteceu um dia depois de Erdogan ter concordado em se reunir com líderes do protesto , cujas manifestações pacíficas de duas semanas atrás se tornaram protestos contra o governo em várias cidades do país, em que três pessoas foram mortas e cerca de 5 mil ficaram feridoa.

A polícia recolheu enormes faixas penduradas por manifestantes em um prédio com vista para a Praça Taksim, mas o governador local disse que não tinha nenhuma intenção de encerrar uma campanha pacífica contra a remodelação planejada pelo governo dentro do vizinho Parque Gezi, onde as manifestações começaram.

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“Nosso objetivo é remover os sinais e imagens sobre a estátua de Ataturk e do Centro Cultural Ataturk. Não temos outro objetivo”, disse o governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, pelo Twitter.

A polícia pendurou uma única bandeira turca e uma foto do fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk, no prédio.

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Tropa de choque da polícia fica coberta pela fumaça do gás lacrimogêneo durante confrontos na praça Taksim, Istambul (11/06). Foto: AP
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Veículos para controle de multidão dispararam canhões de água contra os manifestantes que atiravam pedras, fogos de artifício e bombas de gasolina na polícia à beira da praça. Centenas de manifestantes, muitos usando máscaras e capacetes de operários, reuniram-se em degraus da praça para o parque.

“Este movimento não vai acabar aqui. Nós começamos algo muito maior do que este parque. Depois disso, não acho que as pessoas vão voltar a ter medo deste governo ou de qualquer governo”, disse o estudante Seyyit Cikmen, 19 anos, enquanto a multidão gritava: “Todo lugar é Taksim, resistência em todo lugar.”

Premiê confiante

Durante os protestos, Erdogan manteve um tom provocador, prometendo seguir em frente com os planos relativos à reformulação da praça Taksim, reduzindo os manifestantes a extremistas e opositores que lutam para derrubar seu governo, eleito com 50% de apoio em 2011.

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Ele usou o mesmo discurso nesta terça-feira durante pronunciamento em Ancara, ao mesmo tempo em que a repressão policial acontecia em Istambul. “Para aqueles que…estão em Taksim ou em qualquer outro lugar participando de manifestações com sentimentos sinceros: peço a vocês que deixe esses lugares e terminem com esses incidentes e eu envio a vocês o meu amor. Mas para aqueles que querem continuar com os incidentes eu digo: ‘Acabou’. A partir de agora, não teremos tolerância”, disse Erdogan.

“Não apenas vamos colocar um fim nessas ações, como estaremos na cola dos provocadores e terroristas e ninguém vai sair dessa”, acrescentou. Ele insistiu que as manifestações são parte de uma conspiração contra o governo. Os manifestantes, segundo ele, “estão sendo usados por instituições financeiras e pelos grupos de mídia para (prejudicar) a economia da Turquia e (assustar) os investimentos”.

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Erdogan também convocou grandes marchas pró-governo em Ancara e Istambul nesse fim de semana. “Não estamos tentando dizer: ‘olha, somos maiores, somos mais populosos’. Vamos às marchas para garantir que a voz da massa silenciosa seja ouvida.”

O governo anunciou na noite de segunda-feira que Erdogan se reuniria com alguns manifestantes do Parque Gezi na quarta-feira, mas autoridades não permitiriam que manifestações “ilegais” continuem.

Reuters

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Em seu discurso, Erdogan deu a entender que não seria permitido que o parque ficasse ocupado por muito tempo. “Sinto muito, mas o Parque Gezi foi feito para passeios públicos, não para a ocupação”, disse, se referindo a palavra Gezi, cuja tradução é passeio público.

Com AP e Reuters

Fonte: Último Segundo

2 Comentários

  1. E bom acompanhar o que esta ocorrendo na Turquia, um pais que economicamente tal qual o Brasil, havia nos ultimos 10 anos se beneficiado economicamente da crise economica europeia/norte americana. Aparentemente os investidores estrangeiros comecaram retirar o capital que haviam investido na Turquia e a situacao economica da populacao esta se deteriorando. O governo perdendo sua popularidade. Dai a explosao. Obviamente a expansao economica brasileira dos ultimos 20 anos esta capengando, a crise economica bate nossas porta, mas Dilma pode dormir sossegada porque o que esta ocorrendo na Turquia,nao vai ser initado no Brasil.Somos um povo pacifico,obedecedor das leis,e apertaremos o cinto quando Dilma assim nos exigir.

  2. Valeria a pena fazer um post sobre a cobertura da mídia internacional e nacional sobre esses protestos e sobre outros temas como as Guerras Civis na Líbia e na Síria sobre os deslizes e distorções praticados a CNN turca estava apresentando um programa de culinária em quanto esses protestos estavam acontecendo tal aberração é inaceitável em um país que é reconhecido internacionalmente como um democracia.

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