Assad pode vencer guerra civil na Síria, diz ministro israelense

Assad

O presidente da Síria, Bashar al Assad tem condições de vencer a guerra civil travada há mais de dois anos no seu país, disse o ministro israelense da Inteligência na segunda-feira. Yuval Steinitz, ministro de Assuntos Internacionais, Estratégia e Inteligência, foi questionado por jornalistas estrangeiros sobre as possibilidades de vitória de Assad na guerra civil depois dos recentes êxitos das suas forças contra os rebeldes.

“Sempre achei que poderia ser o caso de que no fim das contas Assad, com um fortíssimo apoio iraniano e do Hezbollah, poderá se sair melhor”, afirmou Steinitz. “E acho que isso é possível, e acho isso já faz um bom tempo.”

Embora essa avaliação tenha sido rapidamente rejeitada como uma posição oficial por outros membros do governo, ela reflete as dificuldades que Israel e países ocidentais enfrentam ao preverem o destino da Síria e decidirem se intervêm ou não no conflito.

Steinitz não participa do gabinete de segurança israelense, mas tem acesso a relatórios de inteligência e aos ouvidos do premiê Benjamin Netanyahu. Ele afirmou que o governo de Assad “pode não só sobreviver como também reconquistar territórios”, mas não quis fazer comentários adicionais sobre uma possível vitória do presidente sírio, citando a política israelense de não interferir publicamente no país vizinho.

Os ministérios israelenses de Defesa e Relações Exteriores receberam com frieza as declarações do ministro. “Essa é a posição pessoal informada – ou melhor, desinformada – de Steinitz”, disse um diplomata israelense, pedindo anonimato. Mark Regev, porta-voz de Netanyahu, disse que Steinitz estava falando em caráter pessoal, e que o governo de Israel não tem uma posição formal acerca das perspectivas de Assad.

Apesar de Assad ter o apoio de Irã e do Hezbollah – inimigos jurados de Israel -, o Estado judeu vê com cautela a rebelião contra o presidente sírio, protagonizada principalmente pela maioria sunita da população, inclusive com a participação de militantes islâmicos ligados à Al Qaeda. O governo israelense leva em conta também que Assad e o antecessor e pai dele, Hafez al Assad, mantiveram durante quatro décadas uma relativa estabilidade na fronteira comum aos dois países.

Fontes do governo também dizem reservadamente que pediram a governos ocidentais para que reflitam cuidadosamente antes de ajudarem os rebeldes, para evitarem a entrega de armas que acabem sendo usadas contra Israel.

EUA podem decidir enviar armas

Por outro lado, os Estados Unidos poderiam tomar uma decisão ainda nesta semana sobre a possibilidade de armar rebeldes sírios, disse uma autoridade dos EUA nesta segunda-feira. O funcionário, que falou sob condição de anonimato, disse que a questão sobre a possibilidade de armar os rebeldes está na agenda de reuniões da Casa Branca no início desta semana.

A possível decisão dos Estados Unidos de armar os rebeldes que lutam contra as forças do governo de Bashar al-Assad foi primeiro relatada pela AP, na noite de domingo. Separadamente, uma fonte do governo Obama disse que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, adiou uma viagem planejada ao Oriente Médio para participar das reuniões em Washington.

Com informações adicionais da Reuters

Fonte: Terra

9 Comentários

  1. “Fontes do governo também dizem reservadamente que pediram a governos ocidentais para que reflitam cuidadosamente antes de ajudarem os rebeldes, para evitarem a entrega de armas que acabem sendo usadas contra Israel.” — acho q só eu achei graça dessa mudança de postura tãaao fortuita.

  2. O governo israelense leva em conta também que Assad e o antecessor e pai dele, Hafez al Assad, mantiveram durante quatro décadas uma relativa estabilidade na fronteira comum aos dois países.

    E mais:

    pediram a governos ocidentais para que reflitam cuidadosamente antes de ajudarem os rebeldes, para evitarem a entrega de armas que acabem sendo usadas contra Israel.

    ………………….

    Israel SÓ AGORA é que foi ver que a “Assad Family” mantém a estabilidade na região e com Israel… tá vendo isso tarde hein… 🙄

    E só agora Israel está vendo que esses rebeldes no fim das contas vão acabar usando algumas dessas armas recebidas contra eles(Israel)… acordou só agora foi?? 😮

    Valeu!!

    • heuehehe, perfeito!

      Na Líbia tinha a mesma estabilidade. Mas sabem como é… Tem que ter riqueza e virtude, mas a virtude dos “bons” !

  3. EUA podem decidir enviar armas
    .
    Quer dizer mais ne? .
    .
    Interesante Que agora Yanks tao perdendo a vergonha de asumir ,que sao patrocinadores do terrorismo,
    Antigamente era so CIA agia por baixo dos panos,
    agora o governo asumi o que tem feito por decadas
    ,
    Eo povinho na Disney da Ilusao continua na sua Ilusao : (

  4. O que diferencia esse presidente de Saddam Hussein por exemplo e outros tiranos que nossos valores democráticos deploram?Esse cara não tem muito futuro com vitória ou sem ela!Não terá paz e logo não terá vida, vide a exemplo o líder da Líbia e outros tiranos semelhantes mundo afora!Embora os fins sejam os mesmo, ou seja, manter o poder, entretanto o mundo mudou efetivamente, não se pode manter o controle sobre as massas por tempo indefinido em tempos de comunicação instantânea!A humanidade quer outra direção, outro rumo a ser seguido, não é a toa que o Obama foi delatado com o programa de espionagem dele, que houve a primavera árabe, que há reboliço em cuba e em outros Estados tirânicos! Embora muitos não admitam mas, o centro do poder está se voltando para homens simples, motivados, tão somente, pelo senso comum, como nós!

  5. Essa guerra civil para fortalece a amizade entre irã , hezbola e damasco , os 3 trabalham juntos , os 3 tem perdas de contigente , que são tratados como herois de guera pelos seus familiares.
    Esse laço que talvez nunca tinha acontecido , agora existe , e ainda com o iraque de maior simpatizante.

  6. Só espero que a Rússia não abandone damasco , como fez na áfrica “deixando cuba sozinha contra os ocidentais.
    Por ter uma base naval russa na cidade de Tartus , seria vergonhoso para Moscou um intervenção estrangeira na síria.
    Nó minímo teriam que entregar armas p/ seu aliado histórico se defener .

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