Putin dá declarações após um encontro com militares no Kremlin, em Moscou – Foto: Reuters
O presidente russo Vladimir Putin propôs nesta sexta-feira a criação de uma força de paz russa para substituir o contingente austríaco que irá se retirar das Colinas de Golã devido ao conflito sírio que alcançou esta zona de contato entre Israel e a Síria.
“Dada a difícil situação nas Colina de Golã, poderíamos substituir o contingente austríaco que irá deixar esta região”, declarou Putin. Esta é uma proposta que só poderá acontecer “se as potências da região se interessarem, se o secretário-geral da ONU nos pedir”, ressaltou Putin.
O presidente russo acrescentou que durante um recente encontro o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, pediu a Moscou que aumentasse sua participação nas operações de manutenção de paz da ONU.
A Áustria anunciou na quinta-feira a retirada de seu contingente de capacetes azuis nas Colinas do Golã, justificando “não ser mais possível” manter os soldados por razões de segurança, dado a extensão do conflito sírio.
O ministro austríaco da Defesa, Gerald Klug, indicou que a retirada dos 378 soldados de seu país deve durar ‘entre duas e quatro semanas”, e que os primeiros soldados podem deixar a região a partir de 11 de junho.
Israel lamentou a retirada austríaca da Força das Nações Unidas de Observação da Desocupação (FNUOD), implantada em 1974 para fazer respeitar o cessar-fogo entre o Estado hebreu e a Síria nas Colinas de Golã.
AFP
ONU diz que proposta russa para tropas no Golã é inaceitável
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na sexta-feira que não pode aceitar a oferta russa para substituir a tropa de paz austríaca nas colinas do Golã, porque um acordo entre Israel e Síria impede membros permanentes do Conselho de Segurança de participarem da missão de observação militar.
A ONU manifestou apreço pela oferta russa, feita na sexta-feira pelo presidente Vladimir Putin depois que a Áustria anunciou a retirada do seu contingente, por causa do agravamento dos combates na guerra civil síria.
Os austríacos fornecem em torno de 380 dos mil soldados da missão internacional que há quatro décadas monitora o cessar-fogo entre Israel e Síria no Golã. A Rússia, que tem vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, apoia o governo de Bashar al Assad em sua luta contra rebeldes que há dois anos tentam derrubá-lo.
REUTERS
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