OTAN terá nova missão no Afeganistão

NATO

Oleg Severguin

“Apoio Decisivo” (Resolute Support) – será o nome da nova missão da OTAN em Hindu Kush, que vai começar depois de 2015, isto é, depois da retirada total das Forças Internacionais de Contribuição para a Segurança no Afeganistfao, ISAF. O respectivo acordo foi firmado no encontro dos ministros da Defesa desta aliança, realizado durante dois dias em Bruxelas.

No comunicado oficial do quartel-general da OTAN diz-se que os chefes das entidades militares dos países-membros da aliança aprovaram a conceção da futura missão, que será levada a cabo sob os auspícios da Aliança. Representantes de 22 Estados-parceiros deste bloco militar, que não fazem parte dele, também participaram da discussão das missões básicas. Dez deles manifestaram a disposição de participar da futura missão. Na declaração do quartel-general citam-se as palavras do secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, de que a nova missão não será a continuação das operações da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão. O principal objetivo da nova missão é o treino, consultoria e apoio às forças nacionais de segurança.

“Durante os onze anos passados proporcionamos aos afegãs o espaço em que eles podem edificar o seu futuro, resumiu o secretário-geral da aliança os resultados do encontro em Bruxelas. – Vamos apoiá-los. Mas afinal de contas, são os afegãs que irão determinar o seu futuro”. Alias, por enquanto não foi determinado definitivamente o efetivo das tropas estrangeiras.

Rasmussen informou que os parceiros ocidentais devem preparar e treinar o contingente afegão de 352.000 homens, dos quais 183.000 serão militares. O portal de Internet americano News Daily fez lembrar que inicialmente se pretendia deixar na região de Hindu Kush de 8 a 12 mil militares dos países-membros da OTAN. No entanto, este mesmo portal adverte que, na opinião de muitos peritos militares, este contingente pode resultar insuficiente em vista do crescimento ultimamente da atividade dos jihadistas do Taliban.

Viktor Litovkin, redator-chefe do jornal Nezavissimoe Voennoe Obozrenie (Revista Militar Independente), acha que, por isso, a futura missão de treinamento das forças de segurança afegãs pode se deparar com grandes dificuldades.

“Neste caso a tarefa é muito difícil. É evidente que a sua solução vai levar não um ou dois anos mas, talvez, toda uma década. Certamente, é preciso experimentar. E se a OTAN se encarregou de uma missão tão ambiciosa, que experimente. Mas tenho grandes dúvidas de que a sua solução seja possível. Por enquanto, ninguém conseguiu isso. Mas por outro lado, esta é uma tentativa de sair do Afeganistão de cabeça erguida”.

O coronel na reserva Wolfgang Richter, perito do Fundo Alemão da Ciência e Política, é mais otimista.

“Como se sabe, o mandato das forças ISAF expira em 2014. Certamente, ninguém pode predizer o futuro. Mas se examinarmos os objetivos que se tinha em vista anteriormente, pode-se constatar um certo êxito, porque a Al-Qaeda não terá mais as suas bases no Afeganistão. Pois é pouco provável que o Taliban queira que a comunidade mundial volte novamente a este país com mais um mandato”.

Os comunicados das agências de informação revelam que Barack Obama propôs realizar no próximo ano uma cúpula final da OTAN que deve vir a ser o “último capítulo” na história da campanha afegã do Ocidente. Mas será mesmo o último?

 

Fonte: Voz da Rússia