Coreia do Norte propõe retomada de diálogos à vizinha do Sul

koreaA Coreia do Norte propôs nesta quinta-feira ao governo sul-coreano a retomada do diálogo para normalizar seus projetos conjuntos, como o complexo industrial de Kaesong e a área turística situada no Monte Kumgang, em uma nota divulgada pela agência “KCNA”.

Esse é o primeiro gesto conciliatório do regime norte-coreano desde que o líder Kim Jong-un rompeu as atividades de Kaesong durante a última campanha de ameaças bélicas que seu país realizou entre março e abril.

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, por sua parte, mostrou sua disposição em retomar o diálogo e, segundo um porta-voz da pasta, “Seul está considerando a proposta de maneira positiva e espera que as conversas possam gerar confiança entre ambas as partes”.

A Coreia do Sul pediu que um encontro seja realizado no dia 12 de junho na capital do país, em um ambiente que deverá ser de “confiança mútua”.

Desta forma, espera-se que em apenas uma semana representantes de ambos os governos voltem a conversar para tentar diminuir as diferenças e aliviar a tensão vivida nos últimos meses.

Na nota divulgada pela agência estatal, o Comitê para a Reunificação Pacífica de Coreia também ressalta que, se Seul aceitar a proposta, as linhas de comunicação serão restabelecidas na aldeia de Panmunjom, no coração da zona desmilitarizada que separa os países, as quais foram cortadas pela Coreia do Norte em março.

“Abrimos as porta às visitas, aos contatos e à cooperação com ONG’s da Coreia do Sul”, disse a nota.

Além disso, o regime norte-coreano assegurou que está disposto a negociar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), que não ocorrem desde finais de 2010,

O regime também se mostrou aberto a celebrar uma cerimônia conjunta para comemorar o 41º aniversário do comunicado de 1972, no qual ambos os governos traçaram uma série de passos para conseguir uma reunificação pela via pacífica.

A Coreia do Norte começou a lançar agressivas advertências de “guerra atômica” a Coreia do Sul, EUA e Japão depois que o conselho de Segurança da ONU sancionou por unanimidade seu teste nuclear realizado em fevereiro.

A onda de ameaças por parte do regime norte-coreano também protestavam contra as manobras militares anuais que os EUA e Coreia do Sul realizam na península coreana com aeronaves e embarcações capazes de realizar ataques nucleares.

Em pleno aumento da tensão, o regime de Kim Jong-un cortou a linha de comunicação de Panmunjom, deu por encerrado o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia e expulsou os capatazes sul-coreanos do hoje inoperante complexo de Kaesong, situado em território norte-coreano.

Em relação ao enclave turístico conjunto do Monte Kumgang, os funcionários sul-coreanos seguem expulsos desde 2008, quando a morte de um turista sul-coreano baleado por soldados norte-coreanos gerou outro desencontro entre os países.

Apesar do tom conciliador do comunicado, o regime afirmou que não tem responsabilidade pelas desavenças entre os dois países e que apesar de ter “feito todo o possível” para melhorar as relações, “toda sinceridade e generosidade mostrada por” Pyongyang “foi negada e profanada” por Seul.

EFE

Fonte: Terra

Coreia do Sul aceita oferta de diálogo da Coreia do Norte

A Coreia do Sul aceitou nesta quinta-feira a proposta da Coreia do Norte de conversações oficiais sobre um determinado número de temas sensíveis, após meses de tensões militares entre os dois países, divididos há seis décadas.

O governo sul-coreano aceitou a proposta da Coreia do Norte de iniciar, pela primeira vez em anos, conversações oficiais sobre uma lista de pontos comerciais e humanitários.

O anúncio acontece após o forte aumento da tensão entre a comunidade internacional e o regime norte-coreano, provocado pelo terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, executado em fevereiro, e pelas ameaças de Pyongyang contra os Estados Unidos.

Em um comunicado divulgado pela agência estatal norte-coreana KCNA, o Comitê do Norte para uma Reunificação Pacífica da Coreia (CPRK), responsável pelas relações com a Coreia do Sul, propõe o início das discussões, em particular a respeito do complexo industrial binacional de Kaesong e da reunião das famílias separadas ao fim da guerra da Coreia em 1953.

O CPRK não especificou o nível de representação das delegações nas negociações e deixou aos sul-coreanos a escolha da data e do local.

O ministro da Unificação da Coreia do Sul propôs horas mais tarde um encontro interministerial com o Norte em Seul, no dia 12 de junho.

A Coreia do Norte afirma estar disposta a discutir sobre o futuro do polo industrial de Kaesong, no qual trabalham mais de 50.000 norte-coreanos e centenas de profissionais sul-coreanos. O complexo, crucial para a entrada de divisas no regime comunista, foi fechado por ordem da ditadura norte-coreana em abril.

Kaesong foi criado durante uma aproximação diplomática estimulada pela Coreia do Sul entre 1998 e 2008, que tinha como objetivo incentivar os contatos entre os dois países rivais, que, tecnicamente, permanece em guerra desde o conflito de 1950-1953 e que terminou com um armistício.

O Norte também manifestou disposição de negociar a retomada das visitas turísticas do monte Kumgang.

Assim como Kaesong, Kumgang permitia a entrada de milhões de dólares no hermético país do Norte.

Poucas horas depois do anúncio, o governo sul-coreano afirmou que recebia “de forma favorável a proposta de conversações oficiais feita pela Coreia do Norte”, segundo um comunicado do ministério da Unificação, responsável pelas relações com Pyongyang.

“Esperamos que a Coreia do Sul e a Coreia do Norte aproveitem a oportunidade para construir uma relação de confiança mútua”, afirma a nota.

Os contatos bilaterais entre as Coreias estão congelados desde o naufrágio de uma corveta sul-coreana que foi torpedeada, segundo Seul, por um submarino de Pyongyang em 26 de março de 2010, um ataque que matou 46 marinheiros.

Analistas reagiram com prudência ao anúncio e destacaram as dificuldades que precisam ser superadas pelos dois países para restabelecer a confiança.

“A Coreia do Norte tenta tomar a iniciativa, mas é muito cedo para dizer se a oferta resultará em um diálogo sincero”, disse Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul.

A presidente sul-coreana Park Geun-Hye se declarou aberta ao diálogo, mas ressaltou que o Norte deve renunciar ao desenvolvimento de armamento nuclear, de acordo com compromissos internacionais.

A condição é considerada inaceitável pelo regime comunista, que se recusa sistematicamente a renunciar ao direito de obter um sistema de dissuasão nuclear.

AFP

Fonte: Terra

1 Comentário

  1. Nada além da lógica… Logo, os coreanos do norte perceberão que tem muito mais a ganhar comercializando com os outros do que explodindo bombas…

Comentários não permitidos.