A-10 Thunderbolt baseados em Spangdahlem Alemanha, retornam aos EUA

Close-air-support exercise challenges aircrews, ground forces and base support

Ilia Kramnik

A Europa está registrando a última ressonância da guerra fria: em abril de 2013, foi retirada de lá a última companhia de blindados e há três dias regressaram para os EUA os aviões de assalto  da 81ª esquadrilha da aeronáutica norte-americana que se baseara em Spangdahlem, RFA.

Sombras distantes da confrontação

Durante as décadas da guerra fria, as tropas dos EUA, estacionadas na Europa, constituíram um fulcro das forças unificadas da OTAN. No auge da confrontação, o contingente norte-americano contava com 300 mil efetivos, milhares de tanques e viaturas blindadas, centenas de peças de artilharia, aviões e helicópteros.

À URSS e aos seus aliados, concentrados no leste europeu, faziam frente as Forças Armadas da RFA, o Exército britânico e outros grupos militares dos aliados da OTAN.

Os planos da OTAN admitiam o emprego de armas nucleares no seu próprio território. Os fornilhos nucelares deviam ser instalados em zonas estrategicamente importantes – estradas, abrigos de cimento debaixo das pontes, etc. Supunha-se que a explosão dessas cargas poderia criar uma zona de contaminação radiativa e outras barreiras, capazes de impedir o avanço das tropas soviéticas por dois ou três dias.

Os aviões de assalto A-10, cujo estacionamento se iniciou na segunda metade dos anos 70, eram uma parte integrante da vanguarda da OTAN, destinada exatamente para conter um rápido avanço das tropas soviéticas para o canal da Mancha. No decurso de exercícios de grande e pequena escala, os pilotos de aviões treinavam a realização de voos a alturas extremamente baixas na zona de provável deslocação das tropas da URSS.

Tal preparação devia reduzir perdas entre os aviões A-10 (Warthog) que podiam ser causadas pelo fogo da artilharia antiaérea e ataques de caças soviéticos.

Todavia, a correlação – sete aviões abatidos por 100 voos – apontava para a possível resistência bi-semanal dos aviões de assalto norte-americanos até ao seu aniquilamento completo.

Convém notar que o prazo de duas semanas podia se referir a toda a civilização humana, prestes a usar armas nuclearas estratégicas.

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A tensão está diminuindo

A desagregação do Tratado de Varsóvia e o posterior colapso da URSS puseram termo à confrontação entre o Leste e o Oeste. Hoje em dia, nenhuma das partes possui a possibilidade e o desejo proceder à ofensiva na Europa. Daí, a redução recíproca das forças militares em face da situação diferente.

As forças norte-americanas foram reduzidas para duas brigadas – uma motorizada, com o emprego de veículos de transporte blindado Stryker na RFA e mais uma de desembarque aéreo – na Itália. A Força Aérea foi reduzida para seis esquadrilhas de caças (uma na RFA, duas na Itália e três na Inglaterra), 50% das quais foram transferidas para o estado de alerta diminuto.

A retirada dos últimos carros de combate e aviões de assalto foi mais um passo no processo de tranquilização militar da Europa que se intensificou após a decisão de cortar as respectivas despesas militares.

Deste modo, as forças militares estacionadas na Europa servem para apoiar operações militares dos EUA no Oriente Médio, na Ásia Central e na região asiática do Pacífico, o que fez aumentar o papel das unidades de transporte e abastecimento.

Nova face da guerra

As referidas reduções na Europa não significam, contudo, a distensão mundial e a progressiva diminuição do nível de ameaças existentes. O fogo da guerra se alastra pelo “arco” de Estados islâmicos desde o Mali até a Ásia Central. A confrontação no sudeste asiático vai ganhando vulto, enquanto a atividade terrorista não reconhece fronteiras.

Nesta guerra antiterrorista, as divisões de tanques e esquadras aéreas vão perdendo o seu prestígio e o brilho anterior. Todos os países, incluindo a Rússia e os EUA, procuram novas formas de organização e emprego das forças armadas em face de novos desafios.

Todavia, uma coisa é certa: a confrontação nuclear “clássica” já está no passado. O preço da vida humana se tornou alto demais para planejar a sério operações militares de elevada escala como era no período da guerra fria. Esse é um sinal positivo.

4 Comentários

  1. a europa tera que se adequar a esta retirada de tropas americanas, a alemanha pelo que sei ja esta se articulando sobre isto, estão preenchendo estas lacunas deixadas pelos EUA.

  2. aposto que não existe tropa russa nenhuma do lado oriental da Alemanha ,mas por outro lado, no lado ocidental os gringos ainda roem os ossos dos alemães ,que não aquentam mais a presença deles em suas terras ,mas o pior é ver países que não entraram em nenhum conflito ,e mesmo assim abaixa a calcinha e deixa tropas de outra nação estacionada em seu território ,que vergonha !!!!

    • os russos tem o kaliningrado(que é um territorio bem grande se for “ver”) parte do antigo territorio alemao antes da 2 guerra.
      este teritorio foi tomao pelos russos depois da segunda guera la era tido comoa veneza alema era muitobonito o local.

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