Denise Chrispim Marin
Correspondente / Washington
Os EUA não vão apostar em uma solução militar para a guerra civil na Síria durante os debates da conferência internacional convocada para junho, informou ontem o chanceler Antônio Patriota. Ao final de um dia de visitas ao Departamento de Estado e à Casa Branca, Patriota afirmou ter ouvido do chefe da diplomacia americana, John Kerry, o compromisso de seu país com uma solução negociada, como defende o Brasil.
“Eu ouvi do secretário John Kerry que (os EUA) se coadunam com a nossa posição. Ele reafirmou a adesão americana ao comunicado do Grupo de Ação para a Síria”, disse Patriota à imprensa brasileira, ao referir- se ao encontro internacional de 2012, em Genebra. “O que eu ouvi é que não há nenhum interesse de se tratar a questão síria pela via militar.”
Em Washington, o envio de armas letais a grupos rebeldes e a possível adoção de uma zona de exclusão aérea estão em estudo. O Brasil é veementemente contrário a essas iniciativas militares para pôr fim aos dois anos de conflito.
No dia 9, quando Kerry obteve a confirmação da presença da Rússia na conferência de junho, o Itamaraty divulgou uma nota oficial para acentuar que “não há solução militar para o conflito sírio” . O Ministério das Relações Exteriores enfatizou, no texto, a oposição do comunicado do encontro de Genebra a essa alternativa.
Ontem, Patriota referiu-se à próxima conferência sobre a Síria como “Genebra 2”. “Esperamos que (a conferência) possa se traduzir em resultados concretos: o fim da violência e um processo de transição liderado pelos próprios sírios”, disse.