RÚSSIA EXPULSA AMERICANO ACUSADO DE RECRUTAR ESPIÕES

charge-guerra-friaDiplomata trabalhava na embaixada dos EUA e teria tentado convencer especialista russo no Cáucaso a trabalhar para CIA

Funcionário chegou a ser detido; governo dos EUA não deu detalhes sobre trabalho de Ryan Fogle na representação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um diplomata americano acusado de tentar recrutar um agente secreto russo para trabalhar na CIA foi detido ontem em Moscou e expulso do país.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antiga KGB) identificou o diplomata como Ryan Fogle, terceiro-secretário da embaixada dos EUA na capital.

O funcionário de inteligência russo que Fogle estaria tentando recrutar é especialista em contraterrorismo no Cáucaso -de onde são os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, responsáveis pelo atentado da Maratona de Boston, em que morreram três pessoas, em abril.

Isso indicaria que os EUA querem monitorar por conta própria a região, berço de radicais islâmicos

Segundo o FSB, o americano tinha consigo uma quantidade grande de dinheiro, instruções técnicas e um material para disfarce, como perucas. Ele ainda teria uma carta em que ofereceria dinheiro por uma “cooperação a longo prazo”.

Como tem imunidade diplomática, o americano não ficou detido, mas foi ordenado a se retirar “imediatamente” e declarado persona non grata no país.

O Departamento de Estado apenas confirmou que Fogle trabalhava na embaixada, mas não deu qualquer detalhe sobre seu trabalho na capital russa.

A prisão do americano ocorre em meio à tensão nas relações entre os dois países, em especial causada pelas acusações de Washington de que Moscou reprime as forças opositoras ao presidente Vladimir Putin e viola direitos humanos.

Em represália, a Rússia impediu a adoção de crianças russas por americanos que, para Moscou, são maltratadas pelos pais adotivos.

Outro ponto de discordância é a posição em relação ao conflito na Síria, em que a Rússia insiste em aprovar resoluções contrárias ao regime de Bashar al-Assad.

Em 2010, o FBI (polícia federal dos EUA) prendeu 11 acusados de espionagem para a Rússia. Moscou negou as acusações e disse, na época, que Washington tinha se apoderado do “espírito da Guerra Fria” ao acusar os suspeitos de serem agentes.

Entre eles, estava a russa Anna Chapman, que ficou mais conhecida por sua beleza. Ela foi expulsa dos EUA, mas foi condecorada na Rússia e chegou a posar nua.

Fonte: Folha 

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