ONU: Assembleia Geral condena Assad e apoia transição; Brasil se abstém

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Imagem mostra a Assembleia Geral da ONU reunida nesta quarta-feira, em Nova York Foto: AFP

A Assembleia Geral das Nações Unidas condenou nesta quarta-feira o governo sírio pela “escalada” na guerra que assola o país e apoiou o papel da coalizão opositora nas negociações para a transição.  A resolução foi aprovada por 107 Estados; 12 votaram contra e 59 preferiram se abster – entre eles o Brasil.

A Rússia foi um dos países que se opôs à resolução, alegando que poderia ser um potencial obstáculo às negociações. No ano passado, 133 países aprovaram uma resolução similiar. Naquele momento a Síria estava no centro dos debates do organismo multilateral.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e França se juntaram aos países árabes no apoio à resolução, apresentada pelo Qatar e por outras nações árabes, que manifestaram a sua “indignação diante do rápido aumento do total de mortos”.

Segundo a própria Assembleia Geral da ONU, o número de vítimas do conflito é estimado agora em mais de 80 mil, embora um relatório divulgado na terça pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) aponte para um número entre 94 e 120 mil baixas desde março de 2011.

Além da Rússia, China, Síria, Irã e Coreia do Norte estão entre os 12 países que se opuseram à resolução. Entre os que se abstiveram estão, além do Brasil, África do Sul e Índia.

Clamor por transição

A Assembleia “condenou energicamente a contínua escalada no uso de armas pesadas por parte das autoridades sírias”, incluindo “mísseis balísticos” contra civis, ressalta a resolução.

Em relação aos esforços políticos para pôr fim à guerra, a Assembleia solicitou às partes que trabalhem pela “rápida implementação” de um comunicado elaborado pelas principais potências em Genebra no ano passado, que detalhava as etapas para um governo de transição.

A resolução considera os opositores da Coalizão Nacional Síria (CNS) “um representante efetivo de que os interlocutores necessitam para uma transição”.

A Rússia, que antes da votação tinha enviado um comunicado aos 193 membros da ONU classificando a resolução de “parcial”, afirmou que esta “seria um sério obstáculo para as tentativas de levar as partes sírias à mesa de negociações”.

No entanto, os países ocidentais apoiaram decididamente a resolução.

“As consequências desta crise aumentam, afetando não apenas a Síria, mas toda a região”, disse a embaixadora assistente americana Rosemary DiCarlo, acrescentando que o apoio à resolução está em consonância com os esforços pela organização de uma conferência de paz.

Fonte: Terra

4 Comentários

  1. Como disse o Amorim : Brasil nao precisa de um cadeira permanente na ONU , se for so para fazer a vontade dos outros , em outras palavras o Brasil nao e pau mandado

  2. O problema é quem em muitas questões importantes o Brasil não toma uma posição, 99% das vezes preferimos nos abster.
    Também acho que não custa nada um jogo de cena, se para termos esse assentos permanentes têm de concordar com tudo, então que se finja concordar, relações internacionais são isso: Jogo de cena. Quando estivermos lá dentro, ninguém poderá nos tirar.

  3. Somente o fato de dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU(China e Rússia), terem votado contra, já é o suficiente para tal decisão da assembléia geral, não ter valor algum .

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