Na cordilheira de Hindu Kush a neve já derreteu e em 28 de abril os talibãs anunciaram mais uma ofensiva contra as forças de coligação e as forças de segurança afegãs. A ação se designa Khalid bin Walid,embora o nome não tenha muita importância.
No Afeganistão, as ofensivas militares das tribos pashtuns têm sido uma tradição que já conta com mil anos. Na etapa final do inverno, todos os reis e presidentes afegãos tinham o costume de angariar dinheiro e organizar as tropas, pondo-as em estado de alerta máximo. Quando estes meios não produziam os efeitos desejados, ocorria a mudança do poder. Ninguém é capaz de impedir a quinta “estação de ano” que também se chama a “temporada da guerra”. Mesmo uma intervenção militar estrangeira de grande envergadura não pode inverter a situação.
Irão os talibãs propor algo novo nesse ano? O porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão, general Mohammad Zahir Azimi, aponta para “as grandes proporções e o caráter duro dos futuros combates”.
“Vejo duas razões para tal. A primeira, o movimento Taliban recrutou muitos combatentes e soldados. A segunda – em vez do contingente militar dos EUA, em vias de redução, os talibãs terão de travar combates com os nossos soldados”.
Estas previsões estão a concretizar-se. Em 2 de maio, uma fonte do Ministério do Interior do Afeganistão indicou que, “durante um dia, a polícia afegã, apoiada pelo Exército e pelas tropas da OTAN, aniquilou 59 talibãs. Nas províncias de Kandahar e Hilmand foram liquidados dois altos funcionários talibãs e, no dia 3 de maio, na sequência de uma operação especial na província de Baghlan, foi morto a tiro um chefe de guerra que tinha atuado em coordenação com o movimento islâmico do Uzbequistão. Reagindo a ações das forças governamentais e às pesadas perdas do pessoal, os rebeldes têm vindo a intensificar a “guerra de minas”, e no norte do país sequestram dezenas de policiais nos postos de controle. Em paralelo, estão procurando medir forças com as tropas especiais do Ocidente. Assim, na província de Baghlan, em 5 de maio, caiu na emboscada um grupo das tropas alemãs especiais KSK. Pela primeira vez nos últimos 12 anos foi morto um oficial deste destacamento prestigioso.
As perdas das tropas de coligação se mantêm em nível mais baixo do que no mesmo período do ano passado. Mas com o início da “temporada da guerra” estas baixas tendem a aumentar. Desde o início de abril, o número de mortos subiu para 23 e a partir do início – para 50. Mais de 30 mortos são soldados do contingente militar dos EUA. A maior causa das elevadas perdas do pessoal tem sido as explosões de artefatos. Aqui há notícias desagradáveis. Os rebeldes parecem ter encontrado um meio eficiente de combate aos carros de combate modernos. Contra as viaturas blindadas e os tanques ditos invulneráveis, devido aos sofisticados sistemas de proteção, os amotinados procedem ao emprego de cargas mais potentes. Assim, em finais de abril, numa autoestrada situada no norte da província de Hilmand, nos arredores da cidade de Lashkar Gah, a explosão de uma bomba de elevado poder de destruição matou 4 soldados britânicos e 10 soldados afegãos. Seis pessoas foram feridas.
A Grã-Bretanha ficou chocada: pela primeira vez, foram mortos soldados quando se deslocavam num Mastiff, veículo blindado de 15 toneladas, considerado “inabalável”. E este não foi um único caso. Passados 4 dias após o incidente, no distrito de Maiwand da província de Kandahar ocorreu mais uma explosão que matou 5 solados dos EUA e um tradutor. O governo britânico anunciou que iria investigar o caso, mas surgiu mais um problema. Tudo indica que a bomba detonada em abril tinha sido colocada durante as obras de construção da rodovia. Quantas surpresas do gênero podem acontecer no decurso da retirada das tropas – a pergunta lícita continua em aberto.
Também vai crescendo o número de civis mortos. A diretora do Departamento dos Direitos Humanos da Missão da ONU no Afeganistão, Georgette Gagnon, declarou que, nos primeiros 4 meses de 2013, aumentou em 18% o número de mortos e feridos entre os civis face ao igual período do ano passado. Este ano, os civis sofreram 682 baixas mortais contra os 550 em 2012. Os dados referentes a abril, sendo preliminares, podem conter números mais elevados.
Imagino que a resposta será: Drones up!
Cara!
Os russos devem estar se acabando de rir….
Estão lá há trocentos anos e não conseguem feichar a tampa do caixão… enquanto isso as plantações de ópio vão bem obrigado, nenhuma baixa…