O código das Profundezas
Por Roberto Lopes
Em abril de 1982, os submarinos argentinos mobilizados para garantir a defesa das ilhas Malvinas saíram para o mar gelado do Atlântico Sul com problemas no casco, motores enguiçados, defeitos nos tanques de lastro e panes nos computadores de bordo, nas comunicações, em geradores de energia e até nos torpedos.
Em O Código das Profundezas – Coragem, Patriotismo e Fracasso a bordo dos Submarinos Argentinos nas Malvinas, Roberto Lopes resgata e analisa esta história com base em documentos sigilosos das marinhas da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil, além de documentos diplomáticos argentinos.
Um livro essencial para se entender o episódio e que lança luz sobre o futuro geopolítico do Atlântico Sul.
Programa do Jô entrevista Roberto Lopes – Guerra das Malvinas
Veja vídeo
[embedplusvideo height=”425″ width=”530″ standard=”http://www.youtube.com/v/TpN8RBm_JhM?fs=1″ vars=”ytid=TpN8RBm_JhM&width=530&height=425&start=&stop=&rs=w&hd=0&autoplay=0&react=1&chapters=¬es=” id=”ep5735″ /]
Visión Siete: Brasil colaboró con Argentina en la guerra de Malvinas
Guerra das Malvinas: A página mais vergonhosa e estúpida da história argentina. E o pior é que até hoje as lições dela não foram aprendidas mesmo pelo nosso Brasil.
Pois: Se queres a paz, prepara-te para a guerra.
E como uma das principais economias do planeta (7º?), estamos sem proteção, pois nosso nível operacional é insuficiente para um teatro bélico moderno.
Um exemplo disso é nossa rede de caças de proteção… número insignificante, qualidade ultrapassada, bases desproporcionais para 8000000km² de superfície terrestre. Bastando um único Nae USA para anular totalmente a FAB. E colocar de quatro nossa nação.
Interessante notar que os submarinos foram os únicos vasos de guerra da marinha argentina que realmente ofereceram oposição a frota inglesa, muito embora não tenham sido eficazes… Sem sombra de dúvidas, os A-4 Skyhawk da Armada e seus Super Etendard foram as armas mais eficazes empregados pela arma naval portenha.
Curioso também é que a arma que poderia ter feito a diferença nesse conflito, o porta-aviões 25 de Mayo, pouco fez… Houve pelo menos um única ocasião na qual ele poderia ter sido utilizado contra a marinha britânica, que foi quando da aproximação desta ao arquipélago, mas seus aviões não puderam ser lançados por conta de uma situação atípica: falta de vento ( o que impedia que as aeronave decolassem com carga plena )… E após a perda do cruzador General Belgrano, toda a frota argentina retirou-se, exceto os submarinos…
Fica essa a lição mais importante, creio eu, no que diz respeito a emprego de meios navais…
Se a ideia for lutar contra uma potência naval reconhecida, então um único porta-aviões seria algo questionável, para dizer o mínimo… Diante da impossibilidade do domínio do mar, então o melhor a fazer é nega-lo. E é para isso que servem submarinos…
Num outro campo, o aéreo, serve de exemplo as aquisições de oportunidade levadas a cabo pelos argentinos. Os caças Dagger, adquiridos de Israel, eram verdadeiros “motores com asas”. Baratos, eram desprovidos de quaisquer meios eletrônicos avançados e não tinham sondas de abastecimento… Serviam para os israelenses, cujas distancias a serem percorridas eram pequenas e suas aeronaves atuariam sob proteção de F-4, F-15, F-16 e sistemas de guerra eletrônica competentes, mas totalmente inadequados para os argentinos, tendo que atacar um alvo a centenas de quilômetros de sua costa e sem nada mais avançado para protege-los. E quanto aos A-4, fosse como fosse, eram aeronaves limitadas em todos os sentidos… Os pilotos eram sempre obrigados a voar com os medidores de combustível sob seu olhar, sendo essa uma preocupação maior.
Os argentinos acreditavam que iriam invadir e os britânicos não fariam nada, só isso pode explicar tamanho despreparo nos planos de invasão. Veja bem:
-Os caças argentinos não possuíam radar, dependiam de um único radar em terra situado em Port Stanley.
-Os caças argentinos possuíam limitações tanto de aeronavegação (radar) quanto de alcance.
-Quando da tomada das ilhas, não se preparou a base aérea de Port Stanley para receber os A4 e Mirage (olha que tiveram tempo), a pista era muito curta.
-Nem todos os caças argentinos possuíam sondas de reabastecimento aéreo.
-Falta de comunicação entre as três forças.
-Muitas das bombas argentinas não explodiram.
-Falta de preparação, os submarinos não estavam em plena condição de uso e nem o porta aviões.
-Quantidade limitada de minas subaquáticas, além de mal posicionadas.
-Falta de foco dos ataques aéreos, não priorizando os navios de desembarque.
-Falta de mísseis antinavio para a FAA.
Em suma uma serie de erros que levaram a Argentina à derrota. Talvez se tivessem esperado até mais próximo do inverno, tivessem mantido as ilhas por mais tempo sobre seu comando.
Matheus,
Boa explanação. Mas cabem algumas ressalvas:
– Os Mirage III por aquela época eram um equipamento eficaz… Como disse acima, o maior problema aos argentinos eram os Dagger, que seriam seus melhores meios para realizar um ataque, e no entanto eram desprovidos da mínimo necessário para missões de longo alcance… Vale frisar também a falta de preparo dos pilotos argentinos nas técnicas modernas do combate aéreo. Praticamente todas as vezes em que os argentinos engajaram a caça britânica, não lograram êxito…
Resumindo, o que acredito ter faltado para mudar aresultado desse conflito, foi simplesmente:
1 – Planejamento operativo.
2 – Bom senso (ou goveno e objetivo).
3 – Manutenção em todos os níveis e escalas.
4 – Treinamento e garantias de operacionalidade.
E depois, quando estes quatro itens acima estivessem plenamente efetivados, faltaria o mais importante:
5 – Planejamento da operação.
Outro abraços.