Controle cambial leva argentinos a sacar dólares no Uruguai

tatcher

Márcia Carmo

De Colonia do Saramento, para a BBC Brasil

Atualizado em  30 de abril, 2013 – 05:31 (Brasília) 08:31 GMT
Troca de pesos e dólares (Reuters)Brecha entre câmbio oficial e paralelo faz com que argentinos busquem a moeda no Uruguai

Os argentinos encontraram um jeitinho para tentar driblar a inflação e equilibrar as contas em tempos de controle cambial no próprio país. Eles estão viajando ao Uruguai, onde é possível sacar dólares nos caixas eletrônicos.

Os argentinos sacam a moeda americana usando seus cartões de crédito ou débito das contas que possuem no país vizinho. Nos dois casos, o objetivo é quase sempre o mesmo: voltar para casa e vender o dólar no câmbio paralelo na Argentina.

A brecha entre o câmbio oficial e o paralelo supera os 60%. Nesta segunda-feira, a moeda americana chegou a ser cotada a 9,30 pesos, no paralelo, segundo o site do jornal de economia El Cronista. No câmbio oficial, a cotação foi de 5,18 pesos, de acordo com o mesmo portal.

Na hora da cobrança dos dólares no cartão de crédito, os bancos na Argentina estipulam o pagamento a partir da cotação oficial ou um pouco acima deste preço.

Os argentinos que viajam às cidades uruguaias estão colocando na ponta do lápis a compra de passagens de barco, estadias em hotéis e alimentação e, ainda assim, entendem que “compensa sacar os dólares” no pais vizinho, como alguns deles contaram à BBC Brasil no Uruguai, sob a condição do anonimato.

Fazer contas e poupar em dólares, além de comprar apartamentos com a moeda americana (em dinheiro vivo), é comum na Argentina pelo menos desde as hiperinflações registradas no país na década de 1980.

‘Dólar Colônia’

No fim de semana, na pequena cidade histórica de Colônia do Sacramento, a uma hora de barca da capital argentina, havia longas e demoradas filas nos cinco ou seis caixas eletrônicos locais. O hábito já levou os argentinos a batizar o novo recurso de ‘dólar Colônia’.

Na sexta, sábado e domingo últimos, cada pessoa demorava pelo menos 20 minutos sacando dinheiro. Na fila, os que esperavam comentavam que cada um viaja com cartões de familiares e de amigos para sacar dólares para todos.

“Eu vim com meus dois cartões de crédito, o cartão do meu pai e o do meu irmão”, disse uma argentina, no sábado à tarde, na fila do Banred, no centro de Colônia. Nas filas, enquanto esperavam a sua vez, eles conversavam sobre os motivos para terem atravessado o rio da Prata, que separa Colônia e Buenos Aires, para buscar dólares.

Casa de câmbio em Buenos AiresPara analista, questão cambial reflete ‘desequilíbrios macroeconômicos’

“Estou prestes a comprar meu apartamento e guardei dólares durante muito tempo. Mas agora faltam alguns dólares e as imobiliárias só aceitam o pagamento com essa moeda (americana). Com o controle de câmbio na Argentina, optei por vir aqui”, contou um argentino de 35 anos, que disse ser bancário em Buenos Aires.

Mas no sábado à tarde já não saíam mais dólares dos caixas eletrônicos. “As filas de manhã eram tão grandes que resolvi voltar agora a tarde, mas não foi uma boa ideia”, disse uma senhora.

Alguns sacavam, então, o limite permitido, por cada operação, para a moeda local, de 5 mil pesos uruguaios, para trocá-los por dólares nas casas de câmbio. “Na semana que vem eu volto e tento sacar (dólares) de novo”, disse outra argentina.

Os motivos da viagem e as contas que fizeram eram os únicos temas nas filas. “O governo argentino vai acabar aplicando alguma nova medida para tentar impedir que a gente venha aqui”, disse um senhor. “Qual medida? Mais do que já fizeram? Só se fecharem as fronteiras”, disse o bancário.

‘Desequilíbrios’

As primeiras notícias sobre a alternativa encontrada pelos argentinos surgiram durante o verão, quando muitos viajaram de férias para balneários uruguaios e voltaram com dólares, segundo a imprensa argentina.

No último fim de semana, o jornal Clarín noticiou que as longas filas de argentinos nos caixas eletrônicos uruguaios repetiam o movimento que já havia sido observado no feriado da Semana Santa, quando “muitos argentinos, na tentativa de driblar o controle cambial, viajaram a diferentes cidades do Uruguai, como Punta del Este, Colônia e Montevidéu, para conseguir dólares”.

Ainda de acordo com o jornal, a “modalidade que começou no verão passou a ser uma cena comum, com os argentinos usando cartões de credito para sacar dólares, vendê-los no câmbio paralelo e pagá-lo no câmbio oficial”.

Nos últimos tempos, a Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP, a Receita Federal argentina) passou a aplicar imposto de 20% sobre o uso dos cartões de crédito no exterior.

Com isso, segundo a imprensa local, a cotação oficial de 5,18 pesos aumentaria para 6,20 pesos, de acordo com os números desta segunda-feira – ainda assim, longe dos 9,30 pesos da cotação no paralelo.

O governo da presidente Cristina Kirchner implementou o controle cambial no fim de 2011. Neste ano, segundo economistas, foi intensificada a brecha entre o oficial e o paralelo.

“O preço do dólar ‘blue’ (paralelo) reflete os desequilíbrios macroeconômicos que a Argentina vive hoje”, disse o ex-presidente do Banco Central Aldo Pignanelli. Quando lançou a medida, a presidente disse que os “argentinos deveriam passar a pensar na moeda local”, e não mais na moeda americana.

Por isso, disse, ela mesma estava passando suas contas em dólares para pesos argentinos.

Fonte: BBC Brasil

25 Comentários

  1. A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.
    Winston Churchill

  2. ” O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”
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    por;Margaret Thatcher
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    Esta frase dita pela outrora primeira ministra britânica,nos mostra muita coisa;para os súditos britânico,um passado que até hoje lhes causa repulsa e para o presente,uma hipocrisia sem igual.
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    Para salvar os neoliberais que se afundaram na jogatina financeira internacional,os governos ditos neoliberais nunca foram tão socialista como nos dias de hoje,dando a aristocracia falida,o dinheiro publico para assim salvar os banqueiros que sempre criticam o socialismo e o assistencialismo dos governantes para com a população……os trabalhadores.

    • Lucena, não se esqueça que o Neoliberalismo foi implantado pelos sociais democratas no mundo todo, social democracia é socialista e apenas reafirma o que a Tatchaer afirmou mesmo ela sendo do time e jogando areia nos olhos dos outros. E é pro isso que a Europa está na pindaíba governada desde a segunda guerra pelos socialistas e sociais democratas que pagam bolsas tudo para os cidadãos europeus. só que agora acabou a fonte, o Plano Marshal não dá mais grana, as colônias afircanas foram exauridas e os bancos estão quebrados.
      Não foi a direita quem quebrou a europa foram os SOciais democratas e socialistas, trabalhadores e toda a renca.
      SDs
      E.M.Pinto

  3. Foi a direita que quebrou a Europa, pois passou a se financiar com juros autos dos bancos privados, pois o tratado de Maastricht não permitia que os Bancos Centrais Nacionais financiasse suas próprias nações! A Espanha captou recursos com juros a 14%, quando poderia ter-se financiado com expansão de 7% ao ano… Pois é, mas o tratado não permitia…
    Pior, a Alemanha, que antes perdia competitividade, passou com o Euro a ser competitiva, atraindo de volta empresas que haviam migrado para as nações mediterrâneas…

    Vamos falar a verdade, é uma história da direita incrustada no mercado financeiro, de que as políticas de assistência social são as responsáveis pela perda de competitividade. Mentira! A Europa perdeu o trem da história ao entrar no bolo da economia vudu, centrada nos mercados de capitais, os quais, agora, penalizados pela volatividade destes mesmos mercados, impõem a socialização dos seus prejuízos, contando com o esquecimento, ou ignorância de todos, de que os lucros, ah os lucros, estes foram antes, provados…

    Margaret Thatcher… Sobre esta senhora, basta dizer, que o ódio devotado pelos ingleses a sua figura é de todo modo elucidativo…
    É preciso dizer algo mais?

    • Ilya posso te falar com propriedade, sobre o que digo, a boa vidad do europeu é subsidiada pelos fundos sociais, em toda a europa. doute dezenas de exemplos caso seja necessário.
      14 salário e ajuda ao equivalente ao FGTS por exemplo em portugal onde um funcionário recebe (antes da crise) seguro desemprego por masi de 3 anos ganhando até 3 vezes o que o mercadopaga pela sua profissão. Tenho exemplos de amigos portanto posso te dizer que estão estourados pela boa vida do suporte social e aposentadorias, vide frança.
      A direita não governa a europa com raras exceções, as nações européias são na sua gigantesca maioria, Socialistas desde 40 anos.
      é só fazer uma busca no Wickpedia.
      abraço
      Edilson

      • O problema em si não é nem o Estado de Bem Estar social, a questão é: alguns países (Grécia, Itália, Espanha, Portugal…) gastaram mais do que podiam ou deviam para dar uma vida “boa” aos cidadãos, isso gerou uma indisciplina fiscal. A direita governa com raríssimas exceções mesmo, já que por vezes tem que consertar as mer… feitas pela esquerda. Veja bem, se todo o problema fosse a direita, por que quando a esquerda assume o poder não muda isso? Ninguém desfez o grosso das reformas realizadas por Thatcher. (Inclusive é um mito que todos os ingleses odeiam ela, basta ver as imagens do cortejo e as pessoas aplaudindo, aos que odeiam, se observassem muito bem e de forma desapegada de ideologias, poderiam ver também benefícios em seu governo).
        Juro como forma de capitação está ligado à oferta e demanda às vezes um país está em uma situação de “descrença” e tem de aumentar os juros ao máximo, para tentar se financiar. Outra hora a descrença com certos grupos ao qual aquele país pertence. Existe um problema muito grande na Europa que é a disparidade do tamanho das economias, alguns países que entraram no euro, não deveriam ter entrado, pois apesar da integração ser importante, uma moeda forte tirou qualquer chance de competitividade dos produtos “não típicos” (esse países exportam bem produtos típicos: vinho, azeite… e importam produtos de alto valor), aliado a isso, altos gasto sociais e dificuldade de inovação (veja a Philips, foi uma das empresas mais inovadoras do mundo e agora acabou de deixar o mercado de eletrônicos). Além da pressão da maquina alemã e francesa sobre a cadeia produtiva dos demais países, dificuldades de se financiar (um dos primeiros efeitos da crise de 2008 foi o cerceamento do credito), consumo exacerbado nos momentos de bonança (crédito em alta)…

    • Ilya…

      A parte da Europa que afunda é justamente aquela que por anos foi adepta ao populismo, entrando em programas sociais exacerbados e implantando regalias sem fim…

      Evidente que os programas sociais tem a sua parte no incremento do bem estar social, contudo, sem controle, esses mesmos programas passam a absorver recursos que seriam necessários em outras áreas. Dessa forma, podem sim travar o crescimento de um país.

      E os ingleses iam pelo mesmo caminho. Dona Thatcher, com suas medidas impopulares ( e essa é uma característica padrão dos governantes de verdade; o punho firme para tomar decisões impopulares ), entregou uma Inglaterra muito melhor que aquela que ela herdou…

      • RR,

        Não é assim não…

        A Inglaterra tem planos assistencialistas de todo tipo e de todo o gênero!! Não como os grandes assistencialistas da Europa, em relação ao PIB, mas mesmo assim tem muitos!!

        Se não fosse esse assistencialismo hoje a Inglaterra estaria pior do que está… no mínimo é uma ventilada de capital no mercado, coisa que sem a assistência do estado não existira… isso impede ainda mais o desemprego, e alguma renda é garantida… mas mesmo assim ainda sofre com o mercado Neoliberal que trouxe o crédito fácil e simplesmente endividou a economia a um ponto em que não tem mais como crescer, pois não pode mais dar crédito, já que faltam pagamentos da sociedade civil pra preencher os créditos já acordados… vão ter que esperar um bom tempo pra cobrir os empréstimos feitos pra poder girar a economia de novo!

        A senhora Thatcher, que era odiada pelos ingleses comuns, fez foi modificar a base da distribuição da riqueza, tirando os impostos dos ricos e aumentando a carga sobre o trabalhador, mas principalmente para as pequenas empresas, que com o tempo foram sendo sufocadas pelos grandes conglomerados… E ISSO É FATO… ACONTECEU MESMO!!!

        Veja que lá na GB o imposto direto destinado ao assistencialismo é um tal de “Council”, que sempre teve um grande impacto no trabalhador e pequenos negócios.. mas é nos demais impostos que a coisa piora, onde os impostos sobre a renda pessoal nas classes mais altas não aumentou, e não falo de empresas, mas de pessoas, mas para a classe média e pobre sim, o IR ficou maior…

        Não sei que mídia o amigo lê para se informar sobre a politica da Thatcher, mas na Inglaterra a senhora Thatcher não era bem vista pelo povo, ERA ODIADA pela classe mais baixa e pela classe média!!

        E veja só o erro BÁSICO que o amigo cometeu dizendo:

        “A parte da Europa que afunda é justamente aquela que por anos foi adepta ao populismo, entrando em programas sociais exacerbados e implantando regalias sem fim…”

        Isso não corresponde aos fatos reais… isso aí não é verdade!!… Explico com mais detalhes….

        Os países com a crise financeira e produtiva decorrente, com os mais altos níveis são justamente os que tinham assistências estatais mais brandos, como a Itália, Portugal e Grécia… e não falo de serviços públicos, como escolas e hospitais, mas dinheiro de impostos dados diretamente pro civil de baixa renda!

        Na Itália sequer tem auxilio alimentação ou auxilio vestimentas invernais, ou outras regalias com valor agregado, eu sei disso pois já morei lá, por mais de uma década… tem alguns auxílios como aluguel se não tiverem casas populares disponíveis, e dinheiro no auxilio dos filhos, uma merreca de 80-100 Euros por mês, e só vai até o 3° filho… mas NÃO CHEGA NEM PERTO DA ALEMANHA E DOS PAÍSES NÓRDICOS EM RELAÇÃO AO % DO PIB E EM DINHEIRO VIVO PRA CADA UMA DELAS!!

        Na Alemanha o auxilio pra cada filho é de 186 Euros POR MÊS a cabeça, sem limite, alias aumenta de acordo com a quantidade… na Noruega o auxilio Filho vai de 500 a 800 Euros POR MÊS…. e olha que nestes países o assistencialismo É TOTAL COMPLETO E ABSOLUTO existe em todos os níveis da sociedade e do estado… é caro para os cofres públicos E NÃO SE VÊ A CRISE QUE OS OUTROS VEEM POR LÁ!

        Nesses países DO NORTE EUROPA SIM… EXISTE O ASSISTENCIALISMO PESADO E POMPOSO… O SOCIALISMO DAS CAUSAS SOCIAIS AOS MÁXIMOS NÍVEIS…… EXISTE O MAIS ALTO NÍVEL DE ASSISTENCIALISMO DE TODA A EUROPA… E TAMBÉM O MAIS CARO PRO ESTADO… e não se vê a crise dos outros, não se vê a crise dos PIGS.. Alias, esses grandes assistencialistas é que estão ajudando os PIGS… então o que o amigo diz é incorreto!!

        A crise real está nos países com baixo assistencialismo direto, e todos os países mediterrâneos tem poucos pagamentos em causas sociais em relação aos do norte… pouco do PIB em assistências diretas… No Norte, na Noruega o Assistencialismo pode chegar a até 3000 Euros por mês… e não se vê essa crise que o amigo fala por lá, essa coisa de “que são justamente os países Assistencialistas a caírem”

        E nem mesmo na Finlândia, Suécia, Dinamarca ou Alemanha… esses são os países COM O MAIOR ÍNDICE DE SERVIÇOS SOCIAIS ESTATAIS DA INTEIRA EUROPA… coisa de alto percentual do PIB e das entradas do estado…. e são eles que ajudam na crise dos outros, dos pouco assistencialistas!

        Bem… sendo assim, pode pesquisar aí pra ver qual são os países mais socialistas de Europa, os que são menos socialistas da Europa e conferir com os dados dos países em crise… verá que serão os menos assistencialistas os mais prejudicados, os que entraram no Neo-Liberalismo da Thatcher… pode fazer uma pesquisa, cruzar os dados… veja o nome dos países mais assistentes e a crise deles com os dos menos assistentes e sua crise neste momento da História… não doí nada… Veja os resultados da sua pesquisa!!

        Verá que é no Mediterrâneo(PIGS), Portugal e GB, essa ultima tem muitas assistências, por isso ainda não afundou e sua moeda ainda é forte, pois o assistencialismo faz circular grana ao interno da economia… mas também tem o Neo Liberalismo profundo da divida privada, o que a colocou em crise.. e se não fosse isso de ajuda estatal… Bau-Bau pra GB também…Notará que a crise É MAIS PROFUNDA nesse países que citei acima…

        E verá também que nos países nórdicos europeus que são HIPER ASSISTENCIALISTAS a crise é mais branda, ou inexistente, e eles ainda ajudam os outros com grana… esses são os fatos, e isso todos veem, mas ninguém presta atenção!!

        Mas isso está ai NA CARA DE TODOS, o ponto é que ninguém fala ou cruza esses dados… os que tem menos causas sociais tem mais crise, os que tem mais causas sociais praticamente não tem crise… e a Alemanha, Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia demonstram isso claramente… o ponto é que as revistinhas e jornaizinhos, ou a tv por aqui só pregam o que querem os banqueiros, e não informam… fazem doutrinamento, não ensinamento e desprezam completamente o cruzamento de dados… normal que as pessoas nem notem essas EVIDENCIAS REAIS QUE ESTÃO AOS OLHOS DE TODOS!!!!

        Basta olhar pra Europa e ver a verdade da crise!!!

        Valeu!!

      • Margaret Thatcher era tão odiada pelos ingleses que foi eleita 3 vezes e sem precisar de coalizões. O assistencialismo tem o lado de manter o mercado aquecido, mas poder colocar em marcha lenta a retomado real da economia, por vezes, fazer arrochos custa cara, mas trazem mais resultados. Isso ocorreu conosco na década de 70, quando da crise do petróleo, O Brasil conseguiu sair “ileso” e acelerando, para cair na década de 80.
        O problema não foi o credito fácil, mas os que usaram e abusaram sem tomarem os devidos cuidados. Você fala como se a culpa fosse do credito e não dos governantes. O problema ligado a impostos é que os neoliberais são contra impostos baseado na renda (tipo: se você ganha tanto, paga tantos %) são favoráveis a uma % única e para todos (sem diferenciação ou anistia a quem ganha tem renda inferior a X), isso fica claro em um pensamento de Thatcher: “O pobre tem que pagar mesmo que seja pouco, para dar valor”. Por outro lado você falou da situação atual, quero lembrar-lhe que já passaram dois governos trabalhistas e nada fizeram.
        O que você chama de assistência branda Na Grécia, Portugal, Espanha e Itália, pode ser branda se comparado com a Alemanha, mas veja a diferença das economias e perceberá que não é branda não. Os países nórdicos tem muito dinheiro para financiar um Estado babá, lá a arrecadação de impostos corresponde a 47% do PIB, eu é que não quero isso aqui. Volto a repetir, o problema não é você gastar, mas gastar mais do que pode e isso ocorreu com Grécia, Portugal, Espanha e Itália. Os países nórdicos conseguiram balancear os altos custos dos programas sociais com uma elevadíssima carga tributaria já os que se encontram na crise adotaram um modelo de baixos impostos e inúmeros programas assistenciais, deu no que deu. Mesmo assim países como a Suécia vêm diminuindo os gastos com programas sociais.

      • Francoorp,

        Creio que o amigo não entendeu onde eu quis chegar… Veja que eu frisei o termo “populismo” e disse “programas sociais exacerbados”. Quando usei o termo “exacerbado”, falei no sentido de que, sem controle, eles podem se tornar prejudiciais a uma economia… E quando utilizei o termo “populismo”, foi para ilustrar governantes que “jogam pra torcida”, e que com isso se tornam prejudiciais ao seu próprio país, tomando medidas que desencadeariam situações perigosas a médio e longo prazos.

        É óbvio que a assistência as camadas medianas da sociedade fazem circular o dinheiro e dessa forma mantem a economia estável… Justamente por isso nunca fui contra aos programas do governo atual, pois, dando poder de compra ao povo, eles auxiliam a economia a manter-se de pé. A única coisa que eu prego é um controle maior dos benefícios. É por o braço onde se alcança…

        Com relação a Tatcher, ela era de fato pouco apoiada pelo cidadão comum, mas convenhamos que ela não poderia fazer muito além do que fez. Ela pegou um país em uma situação complexa, com uma taxa de inflação ascendente e uma certa divisão interna… Se quisesse conter a inflação, não teria muitas escolhas que não fosse uma austeridade sem precedentes, com cortes de gastos onde fosse ( o que ela conseguiu no decorrer dos anos 80, muito embora a inflação acabasse retornando ao patamar dos dois dígitos por volta de 1989/90 )… E isso iria gerar protestos… Todas as medidas que ela tomou eram necessárias para reorganizar o governo, o que era o objetivo dela desde o princípio. A reorganização feita por Tatcher foi algo feito para dar resultados a prazo maior e não para dar resultados imediatos, e foi nisso que ela obteve êxito ( embora parcial ), com uma economia crescendo acima da casa dos 4% por volta de 1986/87/88. Agora, vou concordar que muitos de seus planos beiravam o errático ( para dizer o mínimo… ), tal como os cortes em saúde e educação gratuita. O que foi chamado de Imposto Regressivo em particular ( o qual o amigo mencionou, que faria com que a classe mediana pagasse proporcionalmente mais impostos ), de fato a tornou bastante impopular, sendo essa uma causa maior de sua resignação… No meu entender, seu governo foi o caso do “paciente com um membro com gangrena e que teve que ser amputado”… Mas entre acertos e erros, ela entregou sim um país mais sólido.

  4. E se não fosse o assistencialismo de estado de estampo SOCIALISTA estaria pior.. já que esse assistencialismo gera consumo e movimento de capitais ao interno do mercado, e isso mantem alguns setores produzindo, nem que seja um minimo, e produção não gera desemprego… o pobre europeu graças as suas BOLSAS FAMÍLIAS ainda tem uma vida digna, e consumo de minimo necessário pra sobrevivência… Já nos USA não é assim!!

    Certo que isso não gera a produção esperada, não gera crescimento econômico muito valido, somente mantém em “Banho Maria” a sociedade nos tempos de crise… mas não vemos na Europa a montanha de sem teto e barracas que vemos nos USA, com seus 47 milhões de NEO-MISERÁVEIS… pobres sem casa e sem trabalho… na Europa tem o estado pra dar um arrego social e econômico minimo, e isso é positivo!

    O que quebrou a Europa foi o tal do Neo-Liberalismo, COPIADO EM TODOS OS ESTADOS, não as causas sociais… essa coisa Liberal de Crédito fácil, se querer transformar divida em riqueza de fato um dia iria estourar… e assim aconteceu!

    Valeu!!

    • Programas assistenciais são importantes, a questão é: até que ponto esse repasse de dinheiro está surtindo efeito e não criando complicações futuras?
      A questão é que em alguns países europeus não tinham condições de dar tantos benéficos sociais ao povo, o governo estava gastando muito, só que até 2008 tinha condições de se financiar (crédito fácil), quando veio à crise o mercado de credito foi o primeiro a encolher e esses países agora com dificuldades para crescer e de se endividar já não conseguia mais pagar seus credores. É possível crescer baseado em dividas (todos os países há anos, mesmo antes dos 80, já faziam isso), no entanto que você consiga cumprir com suas obrigações (pagamento de parcelas), por isso o nível de endividamento de cada país de ser controlado.
      O que quebrou a Europa foi o descontrole dos gastos e do nível de endividamento. Talvez esses gastos sociais deem uma vida “mínima” aos europeus, mas como isso irá ajudar na saída da crise?
      Eu só arrisco dizer uma coisa: no final dessa crise os EUA vão sair mais fortes do que nunca.

  5. companheiro E.M.Pinto,
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    Nesta sexta de bondade que gozam os europeus sobre as benesses que o socialismo democrático lhes deram,deve-se somar aos vultuosos ganhos que as grandes e mega empresas europeias deram e dão aos seus CEO’s.
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    Não é preciso matar à vaca para destruir os carrapatos,ou seja,buscar nas conquistas sociais como 13º salário.seguro desemprego,férias remunerada,segura à maternidade,…etc; a culpa pela falta de zelo para com as contas pública e a fanfarra que fizeram as megas instituições financeira da Europa e dos EUA(os bancos),não é bem assim.
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    Se na Europa se encontra a maioria de cidades onde a qualidade de vida são as melhores do mundo não é a toa pois é graças as conquistas sociais, através da luta de uma sociedade organizada e bem instruída,como é o caso de alguns países europeu,como a Suécia,Islândia,Noruega que para mim são os melhores exemplos de uma social democracia e pelo que me consta,a Islândia que na outrora tivera em crise mais saio dela, as outras ão estão no mesmo nível de crise que a Britânica por exemplo.
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    No caso Alemão,este encontrou no modelo asiático, através do “litter job”(trabalhos com pouca duração e sem os direitos que um trabalhador de regime normal teria-serviços temporários),a forma passar às margens da crise,pois estes foram mais responsáveis e competentes com a coisa pública,porém o seu sacrifício social foram muito menor a que estão vivendo até hoje os britânicos por exemplo.
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    Então lá na Europa,a social democracia é e será sempre o norte da política européia,porém o que se observa nesta crise fora a ausência do estado no controle da economia,coisa que o neoliberalismo apregoa e olha só o que aconteceu nos EUA ,onde o estado é mínimo,lá a origem do epicentro desta crise toda e na Inglaterra, o berço do neoliberalismo.

  6. A mesma mulher que chamou Nelson Mandela de ” terrorista” visitou Augusto Pinochet quando ele estava preso na Inglaterra, por ver no ditador chileno um “amigo” que estivera ao seu lado na Guerra das Malvinas e um defensor do “livre-mercado”.

    O resultado disso tudo são mais de 17 milhões de desempregados na Europa, sendo que 26% na Espanha, 26% da infância encontra-se em situação de pobreza, que recobre a 4ª maior economia do euro. A cada 15 minutos uma família é despejada em Madrid, Barcelona ou em algum outro ponto do país. E nem vou falar nos casos de suicidio.

    Em portugal o uso de viaturas em muitas repartições portuguesas passou a defender de vaquinhas dos funcionários. Papel higiênico é trazido de casa.

    No Brasil, lamenta-se que Dilma não seja uma ‘ladra do copo de leite’, a exemplo da ‘Dama de Ferro’, que ajustou a merenda da escola pública inglesa. O governo resiste em trazer a crise para dentro do país.

    De cada três palavras difundidas pelo noticiário uma é juro . Para o colunistas a crise deve aportar antes que o PAC, a reindustrialização do pré-sal e a indução ao investimento surtam efeito.

    • A culpa da crise na Europa não é de Thatcher e sim dos governantes dos respectivos países. Foram eles que se endividaram mais do eu deviam, que criaram gastos improdutivos e é deles a culpa por milhões de desempregado. O problema é que vocês preferem um governo babá, que evita ao máximo os riscos de erros, do que caminharem com as próprias pernas e claro errar alguma vezes. Outro que trouxe muitas distorções foi o Euro, lembremos que Thatcher foi contra ele desde o começo: “A moeda comum europeia está destinada ao fracasso, política e socialmente, apesar de o tempo, a ocasião e as consequências disso ainda serem incertas”, juntar economias de dimensões completamente diferentes só poderia dar nisso.
      No Brasil lamenta-se que a Dilma não faça ajustes que nos possibilite alcançar postos mais avançados ao final dessa crise. Ela tem maioria no congresso e o país precisa de reformas para destravar a economia e alguns programas do governo (PAC e concessões), mas ela prefere tomar atitudes que não trazem nada além de distorções de mercado. Quando o governo dana a se intrometer na economia, cada vez mais ele tem de fazer isso para tentar tirar algumas distorções que ele mesmo criou. Muito se fala nesse episodio do leite, mas pouco se diz que ao mesmo tempo o investimento na educação em si aumentou. Se fosse só os colunistas que vissem isso, o povo tá começando a perceber também, principalmente quando vão ao supermercado.

  7. ” O socialismo dura até acabar com o dinheiro dos outros”

    Exatamente. Os outros! Que não são os outros que compram os chapéus caros que a finada também podia comprar.

  8. engraçado é ver a manchete da noticia ARGENTINOS TROCAM DOLAR NO URUGUAI ,primeiramente argentinos da elite ,pois o pobre argentino nao vai para outro pais trocar seu dinheiro por dolar ,outra coisa é que monstra sempre a elite latina fazendo de tudo para atrapalhar a meta do governo ,pois se o governo desenvolveu esse sistema sobre o dolar era justamente para brecar a elite de ficar ajudando a desvalorizar mais ainda a sua moeda ,
    aqui no brasil um truta meu foi para miami para comprar um capacete que aqui estava 100 reais a mais ,ele adora reclamar de quem vai para o paraguay mais faz a mesma coisa indo prus estaits ,

  9. Se o governo não faz o seu papel na área econômica, o povo tem que sobreviver de alguma forma. Que os pobres que não tem condições estão se ferrando não há duvidas, agora colocar a culpa nas classes mais altas é de mais. A culpa é daquela mulher que não cuida da economia como devia, que deixa a inflação chegar a quase 30%, a moeda apodrecer, prende economistas que falam contra o governo, Cristina é a verdadeira culpada. O problema é que a meta dos governos da AL é se manter no poder indefinidamente, dando um cala boca em todos: impressa, judiciário, economistas…

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