A era neoliberal pode estar próxima do fim

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Sugestão

Ilya Ehrenbur

Por Assis Ribeiro

Do site Resistir.info

Quatro sinais de que o neoliberalismo está (quase) morto

 

Sameer Dossani [*]

Embora Margaret Thatcher já não esteja entre os vivos, sua ideologia permanece. Essa ideologia – conhecida hoje como neoliberalismo,”fundamentalismo de mercado livre” na frase cunhada por George Soros – é singularíssima. Além das crenças religiosas, não há qualquer exemplo de uma ideologia que tenha sido tão amplamente refutada e ainda assim mantenha uma aura de respeitabilidade.

A premissa básica do neoliberalismo – que “mercados livres” conduzem a melhor crescimento, mais prosperidade e mesmo mais igualdade – sempre foi ficção. Como Ha-Joon Chang, economista de Cambridge, reiteradamente apontou, não há tal coisa como um mercado livre. Nem há qualquer exemplo de um país que se tenha desenvolvido seguindo os dogmas neoliberais da privatização, liberalização e cortes orçamentais. Ao invés disso os países tradicionalmente têm utilizado uma combinação de subsídios, tarifas e investimento financiado por dívida para impulsionar indústrias e aproveitar sua vantagem comparativa para a produção de mercadorias mais avançadas.

Apesar da história, neoliberais argumentam que só os mercados deveriam determinar coisas como salários e que as corporações e seus proprietários deveriam poder operar como quisessem. Países desenvolvidos que adoptaram dogmas neoliberais depois de 1980 viram os salários estagnarem quase tão rapidamente quanto os lucros das corporações disparavam.

No mundo em desenvolvimento era muito pior. A África sofreu duas décadas de estagnação económica como resultado directo de ser forçada a seguir estas políticas, com os latino-americanos e asiáticos a fazerem não muito melhor. A década passada viu alguma melhoria, mas a comunidade global ainda está bem atrás de onde deveria estar em termos de erradicar a fome e doenças evitáveis.

Mas a era neoliberal pode, finalmente, estar a aproximar-se do seu fim há muito esperado. Eis porque:

1) O FMI admitiu que cortes orçamentais nem sempre são a resposta. 

O FMI durante mais de três décadas forçou países a reestruturarem suas economias a fim de se alinharem aos dogmas neoliberais. Eles, em particular, obrigaram países endividados a cortarem orçamentos antes de poderem tomar emprestado junto a mercados de capitais para reembolsar credores. As frases que burocratas e políticos inventaram para vender esta ideologia são agora clichés: “Governos não podem gastar mais do que ganham”, “Todos nós precisamos apertar os cintos”, etc, etc. Com o corte da despesa do governo, continua a estória, os países abrem espaço para aumento dos gastos do sector privado e a economia cresce.

Embora estudos anteriores do FMI tenham chegado a conclusões semelhantes, só em Janeiro de 2013 o economista chefe do FMI publicou o que equivale a um “mea culpa”. Descobriu que diminuição do investimento público é realmente um caminho muito bom para prejudicar perspectivas de desenvolvimento económico ao invés de aumentá-las. Uau!

E há uma outra faceta na estória. Durante os últimos anos, decisores têm citado um documento de economistas de Harvard que sublinham ostensivamente os perigos de países tomarem demasiado emprestado a fim de financiar despesas públicas. O documento sugere especificamente um ponto de ruptura – quando a dívida atinge os 90% do PIB – para além da qual as economias sofreriam devido às suas despesas excessivas. O documento tem sido citado por responsáveis públicos de todo o globo a fim de justificar cortes orçamentais. Mas verificou-se que as conclusões do documento resultavam de uma série de erros, um dos quais foi esquecerem-se de actualizar um cálculo numa folha de Excel. Quando os dados correctos são colocados no lugar, as conclusões mais ou menos desaparecem. Duplo uau!

2) A conferência do desenvolvimento de Doha está morta 

Em Novembro de 2001 a Organização Mundial do Comércio lançou a sua “Conferência do desenvolvimento de Doha” (“Doha development round”). Apesar do seu nome, a conferência de Doha acerca de tudo menos desenvolvimento. Em lugar alto na agenda havia coisas como remover protecções sociais e ambientais, eliminar subsídios para agricultores pobres e assegurar que grandes companhias farmacêuticas pudessem manter patentes (e aumentar muito o custo das mesmas) sobre remédios salvadores de vidas.

Com a ajuda de activistas progressistas de Seattle a Hong Kong, e devido à enorme revolta de países em desenvolvimento na conferência ministerial de Cancun da OMC, Doha está mais ou menos morta e a OMC está num impasse. Isso é uma grande notícia para aqueles que querem ver o comércio justo como oposto ao “livre comércio” e pretendem acordos comerciais que colocam o desenvolvimento e os direitos humanos em primeiro lugar. O desafio agora é propor uma estrutura (e talvez mesmo um mecanismo) para a regulação multilateral do comércio global que dê mais prioridade a direitos humanos do que a lucros corporativos.

3) Países estão cada vez mais a comerciar em divisas locais 

Além do FMI, um meio de os EUA manterem seu controle sobre o sistema económico global é a supremacia do US dólar. Certas transacções devem ser feitas em US dólares – comprar petróleo por exemplo – e o US dólar ainda é visto como a divisa global mais segura. O resultado é que o valor do dólar permanece artificialmente alto, aumentando o poder de compra dos consumidores estado-unidenses e o desejo de toda a gente em vender aos EUA.

Esta situação não beneficia quase ninguém (nem mesmo os consumidores dos EUA) e alguns governos começaram a procurar alternativas. Acordos para começar a comerciar em divisas locais foram negociados entre o Brasil e a China, a Turquia e o Irão, a China e o Japão, e os países BRICS. Embora alguns destes acordos estejam apenas a iniciar, se implementados eles representam um desafio significativo ao status quo.

4) A crise de 2007-2008 demonstrou sem qualquer dúvida que mercados não se regulam a si próprios. E a Islândia provou que há um outro caminho. 

A crise financeira de 2007-08 está longe de ser a primeira crise financeira da era neoliberal. De facto, seria rigoroso chamar a era neoliberal de “era das crises financeiras”. Desde o México em 1982, a outros países latino-americanos logo após, ao colapso das bolsas de valores dos EUA em 1987, ao Japão em 1990, à crise financeira asiática de 1997, à da Rússia e do Brasil em 1998-99, à Turquia e Argentina em 2000-2002, ao colapso da bolha da dot.com, dificilmente houve algum momento desde 1980 em que não houvesse uma crise financeira a acontecer em algum lugar. O que habitualmente acontece em tais tempos é que governos adoptam medidas para proteger as elites (habitualmente os banqueiros que realmente provocaram as crises) e comutam o fardo do pagamento dos seus custos para o público em geral. A crise actual é um bom exemplo.

Mas, ao contrário das crises anteriores, há indicações de que desta vez podemos estar a ver uma mudança de sistema. A primeira delas é simplesmente a escala da crise. A bolha habitacional dos EUA que entrou em colapso representou cerca de US$8 milhões de milhões (trillion) em riqueza artificial. Isso é mais de 11% do PIB global e sem contar com as bolhas habitacionais que entraram em colapso na Europa e alhures. Isto é um fracasso do mercado numa escala maciça.

Desta vez há também um exemplo de um país que protegeu os seus cidadãos, prendeu os seus banqueiros e está a obter resultados muito melhores. O país, a Islândia, junta-se à Argentina como um dos únicos países a incumprir dívidas resultantes de crise financeira. Os desastres que “toda a gente” estava à espera (não acesso a mercados de divisas, investidores pondo a Islândia na lista negra, etc) nunca se materializaram, mostrando que mesmo pequenos países podem enfrentar o cartel internacional de credores e viver para contar a história.

A Islândia demonstra que não há nada de natural acerca do neoliberalismo. A decisão de proteger elites dos efeitos dos mercados enquanto utiliza-se aqueles mesmos mercados para punir todas as outras pessoas é uma injustiça política, não uma lei natural.

E é esta injustiça que assegura que o neoliberalismo seguirá o mesmo caminho do pássaro dodó. Em última análise, mercados são apenas um contrato social, como o casamento. E assim como o movimento rumo à igualdade no casamento agora parece inevitável, a reforma drástica do modo como nos relacionamos com mercados está a caminho.

22/Abril/2013

[*] Trabalha na ActionAid Internacional, uma organização global anti-pobreza. Desde 1966 tem feito campanhas contra políticas neoliberais nos EUA, Canadá, Índia e Filipinas. Os pontos de vista supra não reflectem necessariamente os da sua organização.

O original encontra-se em 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Fonte: ADVIVO

29 Comentários

  1. Pelo jeito não existe um único modo do gato descer da arvore…

    Mas ele não quer descer da arvore.. não consegue descer…

    E se ele não acha um modo pra descer, é graças aos regulamentos do neo-liberalismo da Thatcher, qeu ficaram muito difíceis de serem retirados com o modelo econômico atual…..

    Mas o neo_liberalismo que ajudou o gato a subir na arvore… parece estar morrendo com ela!!

    E realmente, a crise para os ricos, Principalmente para os USA só vai aumentar com os países comerciando em suas moedas locais, assim como os BRICS já estão fazendo em alguns negócios, mas quando os BRICS começarem a aumentar esse comercio em moedas locais aí sim.. o Neo-Liberalismo globalizante vai levar o golpe final….

    O final já está chegando, não tem mais volta!!

    VALEU!!

    • Não acho que o neoliberalismo está morrendo, até mesmo porque, o mundo todo ganhou com ele e com a globalização, basta ver a evolução da importância das economias subdesenvolvidas nos últimos 30 anos. Acredito que nos próximos anos ele possa passar por mudanças, mas não acabar, principalmente por não haver o que colocar no lugar, o que existia antes da década de 80 já estava esgotado.

  2. Muito bom o artigo, é para se pensar o por quê de financiarmos as eleites tão mansamente, que o diga o Brasil que sempre praticou juros estratosfericos,bem acima da média mundial, o que enriqueçeu os banqueiros no mundo que somente especulavam aqui, agora ainda tem gente que critica quando o PT reduziu os juros,diminiundo o serviço da divida brasileira, criticaram os entreguistas de plantão e tb os especuladores internacionais,vide matérias no financial time.abraços.

    • Alexandre
      Primeira coisa que se deve entender é que os juros no Brasil são altos para capitação de recursos externos e financiamento do país (já que poupamos pouco). Durante a década de 90 eram maiores ainda, já que existia uma grande descrença no mundo em relação às economias subdesenvolvidas (crises: México, Ásia, Rússia e Argentina), o Brasil chegou a adotar taxa de juros de 45%, pois precisávamos de financiamento externo para evitar que o Real afundasse.
      Ninguém é contra abaixar os juros (só na cabeça desse governo) o problema é como isso é feito. O governo não faz sua parte, diminuição dos gastos, maior independência do BC, além das distorções do mercado de crédito. Para nós economistas isso só demonstra que essa baixa é eleitoreira e que não dura muito.

  3. À luz de um mundo dominado pelo pensamento esquerdista não é de se estranhar que um texto artificialment composto como este adquira, para os mais incautos no pensamento economico, a dimensão de uma profecia… é certo que discurso não ganha jogo assim como especulações não dão certo qndo o assunto é politica e economia… o segundo paragrafo é de uma leviandade despudorada… vejam o que chega a afirmar: A premissa básica do neoliberalismo – que “mercados livres” conduzem a melhor crescimento, mais prosperidade e mesmo mais igualdade – sempre foi ficção.(grifo nosso) … ficção uma ova… o restante do pragrafo deixo para a Lady Tatcher exemplificar… só quem não conhece uma economia estatizante como foi a nossa e em grande parte ainda continua sendo, para acreditar com honestidade intelectual que a assertiva do autor tenha veracidade no mundo real… compare hospitais publicos com particulares… quero ver quem, em sã consciencia gostaria de ser atendido pelo SUS no Brasil… rsrsrsrsrsr… falar é facil… a Inglatgerra, nos idos de Margareth se levantou para cair novamente em governos posteriores dos trabalhistas… para quem é lucido, pergunte se ao sofrer uma infecção procuraria um economista ou um medico?… o mesmo serve para a economia… não procurem politicos para resolverem questões tecnicas economicas, salvo se for para desconstruir tudo ou alavancar vantagens… ideologias então, são como ricina para mercados e economias… é morte certa… sem antidoto… então tirem o cavalo da chuva que, mesmo que o mercado morra em mãos esquerdistas, ressuscitará novamente independente para espanto dos ideologos de plantão… é só lembrarmos das ponderações de Von Mises… o estado NUNCA será um bom ator no palco da economia… BENR…

  4. E a nova ordem mundial, e seus agentes buscando um pretexto para hemogenia, desconstruir o livre mercado e o passo principal.
    se enganam que eles valorizam o chamado “socialismo” ideologias falidas do seculo passado e retrasado são apenas massas de manobra para quem realmente age nos bastidores de tais metodos, e serão descartadas assim que tiverem atingido seus objetivos, assim como seus “idiotas uteis”

  5. com os paises brics negociando em sua propria moeda ,vai acabar jogando uma pá de cal em cima desse neoliberatismo , o engraçado é que a noticia não é nova ,que isso já esta acontecendo faz tempo ,mas tem gente que vive bem para lá de holliwood
    O que o brasil tem que fazer é continuar se reaparelhando ,pois se até os puxa saco de gringo ficam chocados com a queda yanke imagina eles proprios sao capazes de fazer uma guerra para poder continuar por cima da carne seca ,
    Sobre economistas parecem até as meninas da previsao do tempo erra quase todas e só acerta quando a semana toda fica nublada ,alem de serem a profissao mais pessimistas que conheci .

  6. sobre os juros ,em tempo de crise global ,o pais abaixou os juros o que ajudou em venda de benws duraveis ,se fosse outro governo aquele dos entreguistas estariamos em uma situaçao bem pior ,para nao falar critica ,essa rapaziada que vota no psdb é mesmo egraçada pois falar o que do presidente nacional do psdb o thc que tramou em acabar com as forças armadas e hoje os psdbistas discutindo em um site voltado para o aparelhamento da tropa ,se fosse depender do seu lidor maximo do seu partido nem forças armadas nem reaparelhamento teriamos .fracos e entreguistas

    • Pé de Cão
      Apesar de o voto ser secreto no Brasil e de não precisarmos dar conta desse a ninguém, posso lhe garantir que nunca votei no PSDB (nunca teria votado no Serra) e tristemente cai na falácia do PT, mas um dia se acorda.
      Se FHC quisesse mesmo acabar com as Forças Armadas, ele teria feito, tinha apoio no Congresso para isso e ninguém ia levantar uma bandeira contra. A questão é que essa não era a preocupação do governo, não se sabia nem se existiria condições de manter o país em pé. Além de FHC ter uma visão diferente das ações que as Forças Armadas deveriam realizar, servindo mais como apoio as forças auxiliares. E mesmo que tenha lhe passado tamanho disparate pela cabeça, ele é homem e erra como todos. Mas lembremos de que no segundo governo FHC iniciou-se (timidamente) um programa de reaparelhamento inclusive teve inicio o FX que até hoje não tem resposta alguma.
      FHC não é líder máximo de ninguém, pois ao contrario de Lula, nunca fez questão de ser cultuado, inclusive quando deixou o governo foi embora para França, assim evitando ficar dando opiniões sobre o governo (coisa que o Lula mais gosta de fazer). Voltando as Forças Armadas, quero terminar dizendo que nenhum governo até hoje deu valor verdadeiro a essas, não venha me dizer que o PT tem dado (o FX está ai para mostrar que não).

  7. A questão é que embora adorem apontar o fim iminente do Neoliberalismo até a presenta data os pensadores ditos “progressistas”ainda não ousaram apontar o que viria depois. Vez ou outra vejo alguém apontando como solução o capitalismo de Estado, que no Brasil tem produzidos efeitos desastrosos tais como o excessivo aparelhamento das estatais assim como o seu uso político. Sem falar do surgimento de fenômenos como Eike Batista, que abusou do fnanciamento do BNDES e, agora que seu império desmorona ante ao simples fato de que não entregou aos acionista aquilo que prometeu, o mesmo Estado irá usar o suado dinheiro do contribuinte para socorrê-lo.

  8. O texto é interessante… Mas devo frisar:

    – O Brasil, entre muitos países, aproveitou-se sim fartamente do Neoliberalismo. O crescimento das duas ultimas décadas é prova disso.

    – Houve um aumento sensível no lucro das industrias; isso é fato. Contudo, houve sim um acompanhamento dos salários ( não como deveria, mas houve sim ). Os impostos é que precisam ser revisados para que se possa ver os lucros reais ao trabalhador…

    – Um ponto que concordo é que existe sim a necessidade de investimento público constante, mas no sentido de manter e ampliar a infraestrutura necessária a industria e ao trabalhador, gerando assim facilidades para quem quer investir e barateando os custos de quem vai trabalhar e da própria industria.

    Haverão reformas? Creio que sim… E mesmo o Neoliberalismo como é hoje poderá cessar, mas não vai simplesmente desaparecer…

  9. Eu sou a favor de um controle do Estado nos abusos do mercado,e intervenções pontuais,agora acreditar que o mercado por si só é capaz de promover o bem estar,é de uma igenuidade quase infantil,tanto que no Filme Inside JOBS,um dos megas banqueiros Americanos disse na cara dura que o Governo dos E.U.A errou por não exercer um controle e que eles precisavam sim,serem regulados.
    A nossa Comissão de Valores Mobiliarios(CVM) foi inspirada na Securities and Exchange Comission(SEC),JUSTAMENTE PARA EVITAR ABUSOS,no governo Clinton e Bush a SEC passou a deixar correr solto a farra no mercado mobiliário americano,e deu no que deu,capitalizarão os Lucros e socializaram o prejuízo.

    • Concordo contigo amigo Barca na necessidade de haver algum tipo de regulação do mercado. O que eu não concordo é com o capitalismo de estado na forma como eu citei acima.

  10. “O capitalismo de cassino – também chamado neoliberalismo – está destruindo sem piedade os últimos vestígios do estado de bem-estar e o consenso igualitarista no ocidente industrializado, com a única exceção, talvez, ímpar, da Escandinávia. Estabeleceu um consenso “Neo-Normal”, metendo-se nas vidas privadas, dominando o debate político e institucionalizando, porque-sim, a marquetização da própria vida”

    (Escobar)

  11. O neo liberalismo fundamentalista, radicalmente teologizado com bases em pseudo ciência levou a um mundo de guerra civil global latente, guerra de todos contra todos;

    os que-têm econômicos contra os que-nada-têm; wahhabitas intolerantes contra xiitas “apóstatas”; os filhos do Iluminismo contra todas as modalidades de fundamentalistas; a militarização da África pelo Pentágono, contra o mercantilismo chinês.” (Escobar)

  12. O neoliberalismo é o instrumento utilizado para criar uma nova (des)ordem mundial: Uma “Ordem MADMAX”

    “A balcanização e a desintegração do Iraque, detonadas pela operação “Choque e Pavor”, do Pentágono, há dez anos, foi uma espécie de prelúdio para essa Brava Nova Desordem.

    A visão de mundo neoconservadora, de 2001 a 2008, fez avançar o projeto neoliberal, com sua ideologia de “Dar Cabo do Estado”, por toda parte; mais uma vez, o Iraque foi o melhor exemplo. (Escobar)

    Mas, da etapa de bombardear nação soberana até fazê-la reverter à Idade da Pedra, o projeto passou à engenharia de guerras civis – o que já fizeram na Líbia, e os engenheiros esperam fazer também na Síria. “

  13. Existe uma solução simples para a economia de todo o planeta. Países não devem administrar uma dívida pública, mas sim um tesouro público. Ou seja, não devem vender títulos de uma dívida, mas sim emprestar recursos de seu tesouro para as empresas, com juros variáveis. Os países seriam sempre credores, nunca devedores do mercado. Para isso, basta aumentar os impostos sobre os bilionários e as grandes corporações durante uma ou duas décadas, fazendo o caixa voltar para o azul, sem redução das despesas públicas, prevendo a necessidade de uma reserva para o seu aumento, caso necessário, para finalmente acumular um PIB em reservas reais, pertencentes ao Estado.

    • Esse é o tipo de proposta que, sinceramente, não merece prosperar. Taxação excessiva de ricos e grandes corporações apenas provoca recessão. Sem falar no odor bolivariano da proposta.

    • Isso aí… Concordo….. mas veja que o Neo-liberalismo se baseia no divida e não no tesouro… pra mudar para um tesouro publico as regras básicas do inteiro sistema econômico deveria ser modificado…. e os economistas estão com medo disso… pois traria novos horizontes, novos problemas e novas consequências desconhecidas!!

    • Walfredo,

      Sua proposta tem um problema… Taxar excessivamente grandes corporações invariavelmente as inibe de investir em si mesmas, haja visto que os lucros não seriam revertidos para o crescimento do parque industrial. Em suma, a possibilidade de crescimento é menor, dentro dessa proposta. Uma outra possibilidade é que esse tipo de atitude pode se refletir no desejo das industrias em permanecer no país que cobra impostos a mais. Em suma, o investidor pode simplesmente preferir investir em outro lugar que tenha maior perspectiva de lucro, com menos impostos…

    • Proposta de comunista obtuso… individualiza os riscos e socializa os lucros… é assim que vive os socialistas… trabalhar que é bom, NADA… gostam só de mamar…

  14. O grande problema do neoliberalismo é a socialização dos custos para a maioria da população e maior concentração das riquezas a poucos,como se pode vê na Europa e nos EUA.
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    A falacia que a Dama de ferro apregoava,onde o estado não deve intervir no estado,abriu as postas do galinheiro para as raposas e convenhamos,a despeito que muitos por ai arrotam,o verdadeiro concorrente da iniciativa privada é a pública,pois quem pagaria uma escola privada ou um plano de saúde se tais serviços fossem de boa qualidade feitas pelo governo;caso assim o fosse,caberia a iniciativa privada melhorar ainda mais os seus,que não é o caso,afinal qualquer coisa é melhor que as nossas escolas públicas e o nosso falido SUS.
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    E falando em neoliberalismo,vemos outro tipo de capitalismo que esta dando dor de cabeça aos conservadores europeus e americanos.
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    EUA atacam ‘capitalismo de Estado’ da Ásia
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    Países asiáticos como China, Malásia, Vietnã e Cingapura levantaram sua econômicas com um modelo de ‘capitalismo de Estado’, em que órgãos públicos apoiam ativamente suas transnacionais. Mas esse modelo está agora sob risco diante das negociações do Acordo de Associação Trans Pacífico, um tratado comercial e de investimentos impulsionado pelos EUA e que é negociado à portas fechadas.
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    (*)Por: Martim Khor – Rede do Terceiro Mundo
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    “(…)Alguns países ocidentais tentaram frear, ou até eliminar o modelo asiático de capitalismo de Estado ou ajudado pelo Estado. Esta é uma atitude hipócrita, porque na Europa, Estados Unidos e Japão, o setor agrícola está fortemente subsidiado e protegido. Muitos de seus estabelecimentos agrários não poderiam sobreviver sem a ajuda determinante do Estado e dos altos impostos de importação. Além disso, vários de seus bancos e empresas industriais também estão subvencionados de variadas maneiras, inclusive mediante os resgates multimilionários por conta das recentes crises financeiras .(…)”

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    (**)Fonte: Cartamaior
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    [cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21968]

    • Carta maior (maior em que?… contorcionismos?)… sempre as mesmas fontes… rsrsrsrsrsrs…

  15. Neo liberalismo? uma palavra mistificadora para encobrir a palavra capitalismo. Dizer que o neo liberalismo esta morrendo e dizer que o capitalismo esta desaparecendo. Erro fatual ou deturpamento ideologico? @Nao ha qualquer exemplo de uma ideologia que tenha sido …refutada e ainda assim mantem uma aura de respeitabilidade. Exagero. Os escritos criticos sobre a economia politica de Marx nao so expos a natureza ideologica desta mas tambem revelam como o filosofo alemao serviu-se das premisas que eram cientificas dela para mostrar ao proletariado, – aquela classe social que nao possuem nada para vender a nao ser sua forca de trabalho – a origem da riqueza dos capitalista no trabalho nao pago que o os proletarios sao forcados e trabalhaerem para aquela classe social que dominam os meios de producao, os capitalistas. Como reagiram os ideologicos das classes capitalistas? Inventaram a chamada escola Neo Classica de economia politica, versao originaria da escola tao admirada por Blue Eyes, a escola Austriaca. de Von Mises, e outros. A politica economia desta basicamente reduzir ao maximo a parte salarial na formacao do valor de uma mercadoria. Nao so reduzir a parte salarial, mas tambem reduzir qualquer gastos publicos que mais ou menos beneficiam a classes que realmente produzem riqueza social: o proletariado. Historicamente, quando na Europe, no comeco do seculo XX, o capitalismo entrou na grande crise que desembocou na primeira guerra mundial, a tentativa da burguesia europeia em tentar forcar o proletariado europeu a pagar pela crise que o sistema capitalista se encontrava, o resultado foi a Revolucao Russa de 1917, Uma serie de tentativas pelo proletariado alemao em conquistar o poder, Greve Geral de 1926 na Inglaterra que fez tremer o palacio, como medo de uma revolucao comunista, surgiu a economia politica do Keynes. Mas a proposta deste ainda que muitos historiadores afirmam resoulveu o impasse em que o capitalismo europeu se achava, na verdade nunca foi mais que remedio a curto prazo: evitar uma revolucao proletaria. Keynes mesmo admitiu isso, quando afirmou que a longo prazo toda aquela geracao estaria morta. O que resolveu a crise capitalista da epoca foi a segunda guerra mundial. Esta em eliminando dezenas de milhoes de mao de obras superfluas, destruicao do excesso de capital, a destruicao dos meios de producao na Europa e Japao, a destruicao do imperio frances e bruitanico, mas a destruicao da Alemanha hitlerista e do Japao, isso sim criou condicao para a superacao da crise economica e a criacao de uma nova ordem economica mundial sobre a hegemonia dos Estados Unidos. A era Dollar. Os EUA ganhou no campo militar o direito de impor o dollar como moeda internacional.Eles tem o privilegio de imprimir o dinheiro com o qual pagam suas dividas. E um imperio. A teoria de Keynes predominou, ate meados de 1970. Ate Nixon se declarou adeptos daquela escola de ecomnomia politica. Nao foi Keynes quem disse que o ouro nao tinha mais funcao de dinheiro na era moderna?. A crise economica de 1970 expos o carater nao cientifico e ideologico da doutrina keynesiana. Day o ressurgimento das teorias austrica sde economia politica, numa versao americanizada, chamada Monetarismo. Apesar de apregoar o fim da intervencao do estado na economia, essa teoria de economia politica depende de um estado quase que policial para poder funcionar. Porque ela resulta em resistencia por parte do proletariado. Ela sucedeu no Chile, verdade, mas nao atraves de votos democraticos. Alguem se lembram de Pinochet? Thatcher? Por favor nao me falem nesse mito. Inglaterra e o pais mais individado do mundo, seguido pelos Estados Unidos. E so lerem jornais economicos como o Money Weekly para verificar o nivel dessa divida. Condicao para eliminar essa divida e terminarem com o Estado do bem estar social, inclusive o direito de aposentadoria. Algum politico burgues, seja conservadores ou trabalhistas ousam porem em pratica essa politica? Claro que nao. Dai a necessidade de se armarem e manter seus estatus como paises imperialistas. Esse chamado Neo liberalismo, que se baseia no tese, Lucro e individual as Perdas e socializadas, explodiu-se em 2007/8. Entretanto continua operando como se nada ocorreu de extraordinario. Supera-los por uma outra versao Keynesiana? Fracassou no passado fracassara no futuro. Pessoalmente gostaria de ver a economia politica austriaca em pratica em todos os paises do mundo. O proletariado engoliu ha tese de que nao ha outra alternativa a nao ser apertarem os cintos. Bem gostaria de ve-los com o cinto bem apertado. E se todos os paises do mundo adotarem tao politica economica, a necessidade de exportarem vai se impor a todos. Necessidade de mercados vai levar a outra guerra mundial. Ha muito excesso de capital que necessita ser destruido. Muitos produzindo a mesma coisa para um mercado consumidor cada vez maior. E dado o nivel de automatizacao do sistema de producao capitalista , ha um excesso de mao de obra que nunca vai encontrar emprego e que portanto nunca vai ter condicao de ser consumidores, dai a necessidade a sua destruicao para que o sistema capitalista possa se recompor. E tudo isso so para um periodo de prosperidade localizada que nao durara mais que umas dezenas de anos. Eu digo, nao existe so uma alternativa, aquela apregoada por Thatcher, que diz austeridade. apertura de cinto, desemprego, miseria, fome, destruicao do meio ambiente, drogas, crimes enfim barbarismo eu digo, ha outra alternativa.

    • Enfim, jojo, alguem do “outro” lado que não seja desonesto intelectual… apesar das divergencias sempre admirei as defesas que tu colocas… um comunista com alma… coisa rara hoje em dia… nesse tempo so sobraram a escoria para combatermos… hoje só temos analfabetos em ambos os lados, fruto da verminosa revolução cultural gramsciana junto a pedagogia mentirosa de paulo freire (em minusculo mesmo)… ainda assim, temos figuras bem criadas, como tu, jojo, salvo a tua ideologia capenga… mas que bom te-lo por aqui… saudações…

      • Hi Blue Eyes, long time no see!. Parafraseando uma leitura de cordel sobre a vida de Lampiao, “Da gosto brigar intelectualmente contigo porque es bom brigador e mais que isso tem bom cabedal de conhecimento. Meus respeito.

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