Chancelaria rejeita informações de que elementos da Al-Qaeda no Irã teriam ajudado militantes no Canadá afirmando que rede terrorista não compartilha ideologia iraniana.
O Irã negou nesta terça-feira envolvimento em um complô para sabotar um trem de passageiros no Canadá que a polícia diz ter recebido apoio de elementos da rede terrorista Al-Qaeda no Irã.

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A polícia canadense disse não haver nenhuma indicação de que o plano de atentado tenha sido patrocinado pelo Estado iraniano, país com o qual o Canadá cortou relações diplomáticas no ano passado. O Irã, no entanto, reagiu com irritação.
“Nenhum resquício de evidência em relação àqueles que foram presos e acusados foi fornecido”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, segundo a agência de notícias Mehr.
Segundo ele, as informações de ligação com a Al-Qaeda não são de forma alguma consistentes com a República Islâmica, e acrescentou que o Irã é contra “qualquer tipo de ação violenta que ponha vidas em perigo”. Segundo o Irã, grupos como a Al-Qaeda não compartilham a ideologia iraniana.
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“Nos últimos anos, o governo radical do Canadá colocou em prática um projeto para perseguir o Irã e é claro que tem buscado essas ações hostis”, acrescentou.
Em setembro, o Canadá cortou relações diplomáticas com o Irã por causa do programa nuclear iraniano, sua hostilidade em relação a Israel e por causa do que Ottawa classificou como apoio do Irã a grupos terroristas.
Autoridades americanas disseram que o ataque teria como alvo uma linha de trem entre Nova York e Toronto, rota que percorre o Vale do Hudson por Nova York e entra no Canadá perto de Niagara Falls.
Dois suspeitos foram presos. Chiheb Esseghaier, de 30 anos, de Montreal, e Raed Jaser, de 35 anos, de Toronto, foram acusados pela polícia canadense de ter ligação com facções extremistas da Al-Qaeda com base no Irã.
Jaser compareceu brevemente a uma corte de justiça de Toronto nesta terça. Ele não se declarou culpado ou inocente e aparecerá novamente perante um tribunal em 23 de maio. Esseghaier comparecerá perante uma corte em Montreal ainda nesta terça.
Nenhum dos suspeitos é cidadão canadense, mas a polícia não revelou suas nacionalidades. Segundo as autoridades, ambos passaram a ser investigados após uma denúncia da comunidade muçulmana em Toronto.
Pouco se sabe sobre Jaser, mas um porta-voz do Institut National de la Recherche Scientifique, perto de Montreal, confirmou à Reuters que Esseghaier, supostamente da Tunísia, era um estudante de doutorado no instituto de pesquisa.
*Com Reuters e AP
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