Chefes de Estado da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) farão uma reunião extraordinária para discutir a instabilidade política na Venezuela na quinta-feira, um dia antes do dia da posse do presidente eleito, Nicolás Maduro, em Caracas.
A presidente Dilma Rousseff participará do encontro, que se realizará em Lima, confirmou a Presidência da República. Depois, ela seguirá para Caracas. A posse de Maduro está marcada para a manhã da sexta-feira.
O órgão sul-americano respaldou as eleição de domingo, 14, na Venezuela, e Brasil, Argentina, Colômbia, Peru e Bolívia, entre outros, reconheceram a vitória do candidato chavista.
No entanto, divergências hemisféricas surgiram diante da postura dos EUA e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que apoiaram a reivindicação da oposição de recontar os votos do pleito.
Os Estados Unidos ainda não reconheceram a vitória de Maduro. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, emitiu nesta quarta-feira um comunicado pedindo ao governo venezuelano “que respeite os direitos dos cidadãos venezuelanos a se reunir livremente e à livre expressão”.
Falando ao Comitê de Assuntos Externos da Câmara dos Representantes americana, o secretário de Estado do país, John Kerry, disse que o governo ainda estava “avaliando” se reconhecia ou não a presidência de Maduro.
“Achamos que é preciso haver uma recontagem”, declarou Kerry. “Obviamente, se houver grandes irregularidades, vamos ter várias questões sobre a viabilidade daquele governo.”
Chamamento
Maduro chegou a concordar com a recontagem, mas foi oficializado vencedor já no dia seguinte, sem que ela acotnecesse. Ele disse que não fazia diferença para o seu governo o aval dos EUA.
“Não reconheçam nada, não nos importa o seu reconhecimento”, afirmou o líder venezuelano às declarações do secretário americano. “Decidimos ser livres e vamos ser livres e independentes, com ou sem vocês.”
Ele também convocou o povo venezuelano para tomar as ruas de Caracas no dia de sua posse e participar de um desfile cívico-militar. “Venham a Caracas”, disse. “Convoco este povo para que vista sua braçadeira tricolor e se junte a mim.”
O opositor Henrique Capriles, que pediu a recontagem formalmente ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta quarta, pediu aos líderes de outros países que, em suas conversas com o governo venezuelano, encorajem a auditoria dos votos.
Relação bilateral
As últimas divergências podem contribuir para tensionar as relações entre a oposição venezuelana e os países sul-americanos, em particular o Brasil, um líder regional.
Mas, a avaliação de diplomatas em Caracas é a de que a oposição não adotaria um governo hostil ao Brasil, mesmo se estivesse no poder.
Quem ocupar o Palácio de Miraflores a partir de 2013 precisará de investimentos externos e o Brasil, principalmente através de empreiteiras que abocanham um portfólio de US$ 20 bilhões em obras de infraestrutura, é um dos provedores desses recursos.
Por outro lado, é consenso que a proximidade dos dois governos da forma como as coisas estão faz as empresas brasileiras serem vistas com melhores olhos pela burocracia estatal venezuelana.
Um governo de oposição poderia dar preferência a empresas americanas e de nações europeias menos bem-relacionadas com o governo chavista.
PT prefere Maduro
Embora Capriles tenha dito, durante sua campanha, que quer implantar na Venezuela um modelo econômico e social brasileiro, a oposição venezuelana se queixa de pouca abertura de Brasília para o diálogo.
Alguns porta-vozes fazem uma autocrítica e também mencionam a pura e simples falta de sintonia e iniciativa dos dois lados.
Mas uma aproximação é dificultada pela preferência clara do Partido dos Trabalhadores (PT). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiou Maduro durante a campanha e depois da eleição.
Na segunda-feira, em um seminário do PT em Belo Horizonte, onde também estava presente a presidente Dilma Rousseff, Lula disse que, “com todo o respeito que eu tenho pelos americanos, vira e mexe eles cismam em contestar uma eleição”.
“Por que eles não se preocupam um pouco com eles e deixam que a gente decida o nossso destino?”, criticou.
Até que enfim! A Unasul dando as caras nisto.
“O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, emitiu nesta quarta-feira um comunicado pedindo ao governo venezuelano “que respeite os direitos dos cidadãos venezuelanos a se reunir livremente e à livre expressão”.
Os próprios observadores internacionais não viram problema na eleição aí vem os EUA com seus comprados tentando criar o caos por lá.
A segurança e transparência do sistema eleitoral da Venezuela é superior à do sistema brasileiro ou estadunidense…
Abaixo, muito bom texto que descreve em detalhes o processo de apuração eleitoral venezuelano:
“Como funciona o processo eleitoral na Venezuela”
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/como-funciona-o-processo-eleitoral-na-venezuela
quanto mais forte a unasul ficar, menos força os pitacos dos anglos saxioes terão .
Quando a eleição do buch foi uma fraude eles colocaram panos quentes em cima agora querem falar de recontagem ,sendo que os americanos nao sao exemplo ,nem de democracia ,nem de boa vizinhança, querem apenas promover guerras para poder vender armas
O mundo inteiro esta isolando os americanos ,nem o japão quer ficar debaixo do chapeu dos gringos .