Argentina segue em rota de isolamento

hermanos

A presidente Cristina Kirchner quer ver aprovado, a toque de caixa, o projeto de reforma judiciária. A justificativa é “democratizar a Justiça argentina”, pelo que propõe eleição direta pelo povo dos integrantes do Conselho da Magistratura. A consequência será a politização do Judiciário, o que em nada fará avançar a imparcialidade das decisões, muito pelo contrário. Um grande protesto contra o projeto está sendo convocado pelas redes sociais e pela imprensa independente para quinta-feira.

Um dos dispositivos tem como alvo o Grupo Clarín, contra o qual Cristina K sustenta uma batalha de vida ou morte, dentro de sua guerra aos meios de comunicação independentes. Uma liminar da Justiça suspendeu a aplicação do dispositivo da Lei de Meios, patrocinada pela Casa Rosada, que obriga as empresas de comunicação a se desfazer de boa parte de seus veículos, em nome da “desconcentração” e da “democratização” da mídia. Enquanto a Corte Suprema não examina o mérito, os artigos não podem ser aplicados. Por isso, a reforma judiciária visa a limitar a vigência de liminares a, no máximo, seis meses.

Cristina K se inspira cada vez mais no chavismo. O Executivo é autoritário, o Congresso está dominado (mas há eleições parlamentares em outubro) e o Judiciário também estará, se passar a reforma. As medidas tomadas pela Casa Rosada são casuísticas, muitas de olho nas eleições. Uma delas, válida até outubro, é o congelamento de preços, no qual acabam de ser incluídos os combustíveis, para tentar segurar a inflação. Recorde-se que o governo quebrou o termômetro: interveio no Indec, responsável pelos índices oficiais, e passou a só divulgar números manipulados. Mas consultorias privadas começaram a encaminhar seus dados ao Congresso (para escapar às ameaças de processo do Executivo), que os divulga. E o de março indica inflação de 1,54%, com o acumulado em 12 meses indo a 24,43%. Apesar do congelamento. O índice oficial não se distancia dos 10% anuais.

As medidas são quase sempre para tapar o sol com a peneira. Para estancar a fuga de capitais, o governo restringiu a compra de dólares. A fuga realmente caiu, de US$ 21,5 bilhões em 2011 para US$ 3,4 bilhões no ano passado. Por outro lado, o dólar no mercado negro ( blue , para os argentinos) disparou para 8,75 pesos, 42% acima da cotação oficial. Segundo o jornal kirchnerista “Ambito Financiero”, 70% dos depósitos no Uruguai de não residentes são de argentinos. Os investidores, tanto argentinos como estrangeiros, passaram a evitar o país.

O kirchnerismo conduz a Argentina numa rota de isolamento, pressionada por credores, censurada pelo FMI, sem boas relações com os EUA e cada vez mais protecionista em relação ao seu parceiro preferencial no Mercosul, o Brasil. Muito também por culpa da oposição, que não consegue se unir para oferecer aos argentinos uma alternativa mais moderna que a presidente K.

Fonte: O Globo via CCOMSEX

4 Comentários

  1. A Argentina caminha em ciclos, mas ainda bem que estão afundando, o Brasil por ser mais pragmatico tem caminhado e dando largos passos distante economicamente da realidade Argentina! Essa historia de controlar a circulaçao do dolar e congelamento dos preços nós sabemos por experiencia própria
    que leva ao desastre!

  2. O grupo Clarín é o que de mais podre pode ter sido produzido pela elite argentina. Um grupo de comunicação que se envolveu, diretamente, com desaparecimento de cidadãos argentinos, talvez, por inveja da nossa queridíssima Folha de São Paulo, que emprestava os seus carros de entrega de jornais, para servirem de transporte de brasileiros torturados pelo regime…

    Que Cristina destrua esse conglomerado de esgoto chamado Clarín, mesmo porque, quem conhece a Argentina sabe que independência jornalística tem nome: Pagina 12…

  3. Discordo Ilya! Sem adentrar no passado das atividades do Clarín, é fato que a Senhora K tenta, com a malfadada Ley de Medios, calar os meios de comunicação que lhe fazem oposição. Pior: deseja apoderar-se das concessões para posteriormente distribuí-las à empresários amigos e, assim, evitar ou minimizar a divulgação dos seus desmandos, em especial na área econômica. Se você observar, a Rainha louca dos pampas alterna de factóides, ora a Ley de Medios, ora as Falklands

  4. eu vou alem ,aqui no brasil a imprensa sionista manda e desmanda ,e quem sao os donos politicos entao a imprensa é sim politica e tem que ser controlada pois induz ao erro ,a nossa imprensa chega ser nojenta e quanto ao judiciario ele tambem é politico nada mais justo que ser votado pelo povo .então a argentina nesse aspcto esta sim na frente do brasil,mas é uma guerra que um dia teremos que enfrentar para o bem da naçao

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