Reunião de dois dias ocorre em Londres; chanceler britânico e Angelina Jolie anunciaram ajuda de US$ 36 milhões para combater a violência sexual em conflitos
As crises da Coreia do Norte e da Síria dominaram o encontro dos ministros das Relações Exteriores das nações do G8, realizado nesta quinta-feira (11), em Londres. Para o chanceler alemão, as provocações da Coreia do Norte estão elevando a tensão e essa “guerra retórica precisa acabar”.
Guido Westerwelle afirmou que todos os ministros do grupo – comporsto por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia – compartilham dessa convicção. “Essa guerra retórica não é, de forma nenhuma, aceitável e o G8 tem uma posição conjunta sobre isso.”
A Coreia do Sul elevou seu nível de alerta após indicações de que o Norte estaria se preparando para um teste de míssil. Segundo os EUA, Pyongyang moveu mísseis Musudan para sua costa leste. Estima-se que o alcance do míssil possa ser de até 4 mil km. Também não existe qualquer evidência de que o Norte tenha armamento nuclear suficiente para ser usado em um míssil balístico.
Aponta-se a segunda-feira, aniversário do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, como uma potencial data para o lançamento do míssil. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte vem elevando o tom de suas ameaças por causa de uma rodada de sanções aprovadas pela ONU depois que o país realizou seu terceiro teste nuclear em fevereiro. A Coreia do Norte também expressou raiva pelos exercícios militares conjuntos realizados pelos EUA e pela Coreia do Sul.
Violência sexual
O chanceler britânico, William Hague, ao lado de Angelina Jolie e a representante especial da ONU para violência sexual em conflito, Zanab Bangora, anunciou que os ministros do G8 prometeram uma ajuda adicional de US$ 36 milhões para combater a violência sexual em conflitos.
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Caracterizando a questão como “o comércio de escravos da nossa geração”, Hague afirmou que os ministros também concordaram em fazer uma declaração de que o estupro e a violência sexual em conflitos são caracterizados como crimes de guerra e violam gravemente a Convenção de Genebra.
Angelina saudou “o atrasado suporte” para combater a violência sexual, acrescentando que falta vontade política internacional para tratar sobre o tema. A violência sexual foi usada como arma em muitos conflitos recentes, incluindo a Bósnia, a República Democrática do Congo, e a guerra civil na Síria.
Sobre a Síria, onde a ONU estima que 70 mil foram mortos desde o início da guerra civil, há dois anos, o secretário de Estado americano, John Kerry, encontrou-se com líderes da oposição do país em Londres na quarta-feira (10) para discutir formas de aumentar a ajuda não letal aos rebeldes.
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O Reino Unido e a França pressionam a União Europeia para suspender ou alterar seu embargo para que possam enviar armas para combatentes rebeldes.
Hague disse no início da semana que não foi tomada nenhuma decisão se o Reino Unido deixará que o embargo expire, o que acontecerá em 1º de junho, abrindo caminho para armar os rebeldes. Ele afirmou que se a situação na Síria continuar a se deteriorar, haverá uma “forte circunstância” para alterar ou suspender o embargo.
Na quinta-feira, Westerwelle reiterou a posição da alemanha contra armar os rebeldes por causa da possibilidade que esse armamento caia em mãos erradas. “Minha preocupação é que as armas entregues na Síria acabem nas mãos de jihadistas e terroristas”, disse, acrescentando que tais armamentos podem acabar sendo usados contra outros países, como Israel.
Com AP e BBC