SABER M-60 para a Força Aérea Brasileira

SAber 60

Radar SABER M-60

Por Roberto Valadares Caiafa

Em 2011, a Orbisat passou a ser controlada pela Embraer Defesa & Segurança, e com a mudança da estrutura gerencial que se seguiu, a empresa conquistou vários novos contratos.

Especializada em radares sintéticos (SAR) para aplicações civis (mapeamento, sensoriamento e cartografia) e militares (radares de defesa aérea e antiaérea e vigilância terrestre) a empresa anunciou nesta terça (09/04) um novo contrato para fornecer quatro radares SABER M-60 para a Força Aérea Brasileira, visando equipar dois Grupos de Artilharia Antiaérea de Auto Defesa, um baseado no sul do País, em Santa Maria, e outro baseado em Manaus, na região amazônica.

A compra envolve a entrega de ferramental e peças sobressalentes, apoio de manutenção e treinamento das equipagens selecionadas para operar o novo sistema. Outros 15 radares do modelo foram adquiridos anteriormente pelo Exército Brasileiro para reequipar suas unidades de artilharia antiaérea, e todos já foram entregues e encontram-se operacionais

ABER

O novo SABER M-200 de emprego antiaéreo (acima) e o radar de vigilância terrestre SENTIR M-20 (abaixo), selecionado para o lote piloto do SISFRON (Fotos: Roberto Caiafa)

SABER 200

Projetado em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (CETEX), o SABER M-60 é o primeiro de uma linha de radares desenvolvidos pela Orbisat.

Na atualidade, a empresa trabalha no SABER M-200, sistema de média altura com capacidade de atuar como diretor de tiro (guiamento de mísseis), possuindo 200 km de alcance.

O protótipo deve ser concluído até meados de 2014, apresentando grande capacidade de processamento de dados e ampla flexibilidade de emprego.

Outro produto da Orbisat e destinado a vigilância terrestre é o radar SENTIR M-20, previsto para ser utilizado no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).

Portável por dois soldados (duas mochilas compactas cada uma pesando 18 kg), o radar é indicado para a detecção de pessoas, viaturas e outros alvos em movimento no solo. No lote piloto do projeto, que irá cobrir cerca de 600 km de fronteiras no estado do Mato grosso do Sul, a previsão é que sejam adquiridos 17 destes dispositivos.

Mapeamento na Colômbia

Outro contrato fechado pela Orbisat, no valor de US$ 3 milhões, tem como contratante o Instituto Geografico Agustin Codazzi, da Colômbia.

Este órgão, reconhecido pela sua importância naquele país, é o responsável por todos os trabalhos cartográficos realizados no território. O escopo do projeto refere-se ao mapeamento cartográfico na escala de 1:10 mil da região de Cundinamarca, localizada próxima a Bogotá e dividida em 15 províncias e 116 municípios.O local tem cerca de 10,2 mil km² e é normalmente coberto por muitas nuvens, o que dificulta a operação e a qualidade das informações.

“O instituto colombiano optou pela OrbiSat por causa do nosso know-how em operar em regiões complexas e por conseguirmos resultados de alta performance com o nosso radar de abertura sintética (SAR), único no mundo com as características adequadas para operar nessa região”, explica o presidente da empresa, Maurício Aveiro.

Ao longo do processo, a empresa capacitará técnicos colombianos a utilizar os dados brutos das informações capturadas e, se necessário, dar suporte a esses profissionais no que se refere à aplicação desses dados para outros fins – como obras de engenharia – sobre a região mapeada.

“Para a OrbiSat, esse contrato significa entrar em um novo mercado e ampliar seu trabalho na América Latina. Ter o aval desse instituto também é muito importante para a empresa, já que é o mais representativo daquele país”, comenta Aveiro.

A OrbiSat utiliza radares com duas bandas, X e P, para análises mais críticas do terreno, pois elas capturam informações da superfície exposta e também do terreno sob nuvens e copas de árvores. Para essa parceria, a OrbiSat terá uma equipe de 20 pessoas atuando na Colômbia pelos próximos meses.

Fonte: Tecnologia & Defesa