Funcionários do governo, e até alguns oficiais do Pentágono, veem chance para diminuição de bases e de programas de saúde e de armas que há tempos estão na mira do presidente
New York Times
Numa época em que US$ 46 bilhões em cortes obrigatórios no Orçamento causam ansiedade no Pentágono, autoridades do governo enxergam um benefício em potencial: pode haver uma abertura para defender reduções profundas em programas que estão na mira do presidente Barack Obama faz tempo e que há muito são rejeitados pelo Congresso.
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Nenhum desses programas desapareceria. Mas, dentro do Pentágono, até mesmo alguns oficiais superiores dizem que as reduções, se forem realizadas de maneira inteligente, poderiam facilmente exceder as adotadas pelos cortes, o que faria sobrar espaço para as áreas em que o governo acredita que será necessário mais dinheiro. Estes incluem aviões não tripulados, desenvolvimento de armas cibernéticas ofensivas e defensivas e foco em forças de Operações Especiais.
Publicamente, pelo menos, Obama não apoiou quaisquer desses cortes, apesar de ter lamentado a abordagem “burra” de simplesmente cortar todos os programas no serviço militar sem critério. Oficiais do Pentágono começam a analisar maneiras específicas para diminuir seu orçamento.
Quando Obama assumiu o cargo há quatro anos, com a guerra do Iraque e Afeganistão em plena atividade, profundos cortes no Orçamento de Defesa pareciam impossíveis. Ele forçou o Pentágono a cortar cerca de US$ 50 bilhões por ano, o que foi considerado por muitos como um valor inatingível.
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No início de março, um grupo de cinco ex-secretários da Defesa – essencialmente ex-diretores operacionais do Pentágono – apelaram para uma revisão “completa” que reavaliaria a necessidade de cada grande programa e sistema de armas, dizendo que essa era uma oportunidade para realizar cortes que são adiados há tempos, depois de uma década em que o Orçamento Nacional de Segurança americano quase dobrou.
Mas a próxima série de cortes será muito mais difícil, porque envolvem grandes círculos eleitorais – em distritos eleitorais, dentro dos serviços militares e entre grupos de veteranos.
“O problema é que os maiores e mais necessários cortes estão em programas que também possuem o maior número de defensores”, disse Maren Leed, diretor do Grupo de Defesa e de Estudos de Política do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington e ex- assessor do general Ray Odierno, agora chefe de equipe do Exército.
Os exemplos mais óbvios desses problemas vêm em fechamentos de base e maiores pagamentos ou prêmios para os beneficiários do Tricare, programa de cuidados de saúde militar, que custa mais de US$ 51 bilhões por ano.
Cortes no arsenal nuclear enfrentam um imperativo político diferente. Obama analisa há meses uma proposta, acordada pelo Estado-Maior Conjunto, que poderia reduzir o número de armas nucleares ativas no arsenal dos EUA em quase um terço e fazer grandes cortes no arsenal de armas de reserva. Mas ele ainda não assinou a proposta.
Em vez de agir unilateralmente, o governo Obama espera poder negociar cortes similares com o presidente Vladimir V. Putin da Rússia – e fazê-lo sem um tratado que, certamente, abriria espaço para outra batalha no Senado. Mas, de acordo com autoridades de alto escalão, essa possibilidade é duvidosa.
Mesmo que Obama vença com seu argumento estratégico de que o arsenal é muito grande para as futuras necessidades de defesa dos EUA, não está claro o quão grande essa economia seria. As armas mais fáceis de ser cortadas – aquelas com base em silos no centro do país – são também as mais baratas de se manter no campo.
As armas nucleares mais caras estão a bordo de submarinos. Elas são as mais invulneráveis a ataques e, por isso, estrategistas do Pentágono e da Casa Branca desejam preservá-las por mais tempo.
O maior alvo de todos é o F-35 Joint Strike Fighter, um novo jato para a Marinha, Força Aérea e os Fuzileiros Navais, e o item mais caro no Orçamento do Pentágono. Entre US$ 55 bilhões e US$ 84 milhões já foram gastos, mas as estimativas de custos de produção finais poderão chegar a US $ 400 bilhões.
O Corpo dos Fuzileiros Navais disse que não tem escolha a não ser seguir em frente com a sua versão do plano, pois sua atual aeronave está praticamente obsoleta, e a Força Aérea quer substituir o F-16.
Mas o programa foi administrado descontroladamente durante o governo de George W. Bush (2001-2009). “O programa Joint Strike Fighter tem sido um escândalo e uma tragédia”, disse o senador John McCain, republicano do Arizona, em dezembro de 2011 – e agora que o número de aviões programados para ser produzidos diminuiu, o custo por avião aumentou para mais de US$ 1 bilhão.
O manejo da produção pela Lockheed Martin e as grandes mudanças exigidas por cada um dos serviços fizeram com que o avião se tornasse um alvo fácil para os críticos.
Mas Lockheed espalhou a produção para quase todos os Estados do país, a fim de continuar com o apoio do Congresso: assim que a discussão se centra nas necessidades estratégicas, Lockheed começa a salientar o número de empregos que estão em risco se o programa for cortado ou cancelado.
Por David E. Sander e Thom Shanker
vende umas armas nucleares para o brasil ,esse é o preço que se paga em querer ser o dono do mundo
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