Segundo sul-coreanos, não há movimentação de guerra na fronteira; Rússia intervém e pede responsabilidade
WASHINGTON e MOSCOU As declarações do governo comunista de Pyongyang – que se autoproclamou “em estado de guerra” com os vizinhos do Sul – mobilizaram ontem a Península Coreana e aliados das duas Coreias. Enquanto o governo do Seul reforçava a vigilância de sua fronteira, em Washington a Casa Branca dizia levar a sério as ameaças de guerra. O governo russo também interveio e pediu “máxima responsabilidade” para lidar com a escalada da crise na Ásia.
– Esperamos das duas partes que exerçam responsabilidade e moderação máximas, e que ninguém alcance um ponto sem volta – disse à agência Interfax o diplomata Grigori Logvinov, encarregado da região na Chancelaria russa. – Naturalmente, não podemos ficar indiferentes quando uma escalada de tensões ocorre em nossa fronteira oriental. Estamos preocupados.
O Norte renovou suas ameaças bélicas não só contra o vizinho Sul, mas contra os EUA em resposta ao que classifica como “provocações inconsequentes” de americanos e sul-coreanos, que fazem uma série de exercícios militares conjuntos na Península Coreana.
Em Washington a reação foi dura – embora os americanos reconheçam a retórica belicista como uma marca registrada do governo de Pyongyang.
– Nós vemos informações e declarações não construtivas da Coreia do Norte. Levamos essas ameaças a sério e permanecemos em contato com nossos aliados da Coreia do Sul – declarou Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança.
Ontem, o Ministério da Defesa sul-coreano disse não ter registrado qualquer movimentação anormal da fronteira ou mesmo no país vizinho. Mas denunciou a retórica norte-coreana como “ameaças inaceitáveis” que “prejudicam a paz e a estabilidade na região”. Seul prometeu reagir em caso de ataque.
“Nosso Exército mantém uma completa preparação para não deixar pontos cegos na proteção da vida e a integridade dos cidadãos da Coreia do Sul”, disse o ministério em nota.