Estratégia de defesa conjunta Brasil-África do Sul.

brasil africasulPor Renata Cordeiro
O ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, declarou que seu país e a África do Sul – ambos grandes democracias multiétnicas com variados desafios no setor de segurança – devem ampliar sua cooperação militar.
Amorim fez um pronunciamento no início deste mês na 1ª Reunião do Comitê Conjunto de Defesa Brasil-África do Sul, em Brasília. O evento, que ocorreu entre 5 e 7 de março, teve como objetivo fortalecer os laços entre os dois países através de suas indústrias de defesa.
Segundo Amorim, as ações brasileiras para consolidar a estratégia de defesa do país incluem a compra de novos equipamentos e a criação de brigadas e batalhões tais como a Amazônia Azul, da Marinha, e o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), do Exército, que monitorará o vasto território brasileiro.
As reuniões em Brasília ocorreram no momento em que o A-Darter, míssil ar-ar com sensor detector de calor – uma colaboração entre as forças aéreas de Brasil e África do Sul –, começará a ser produzido em São José dos Campos-SP ainda este ano.
Esse novo míssil de guia infravermelho, também chamado de V3E, será utilizado pelos caças-bombardeiros A-1M AMX, F-5BR e futuro FX-2 da Força Aérea Brasileira, assim como pelos aviões de combate JAS 39 Gripen e Hawk 120, de fabricação sueca, utilizados pela Força Aérea da África do Sul.
Representantes da South African Aerospace Maritime and Defense Industries (AMD) falaram sobre a capacidade de seu país de produzir helicópteros, navios e veículos aéreos não tripulados (VANTs). Eles deram destaque especial à sua nova geração de VANTs, que têm resistência de até 16 horas.
Ainda não foi determinada a data da próxima reunião do Comitê Conjunto de Defesa Brasil-África do Sul.
ONU: Experiência brasileira serve de lição para África e Oriente Médio
Em 6 de março, Amorim também encontrou-se com Valerie Amos, subsecretária-geral da Organização das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, para discutir o treinamento dos militares para missões de paz da ONU.
A reunião de aproximadamente 30 minutos, que também ocorreu em Brasília, abordou a crise humanitária mundial mas se enfocou sobretudo na África e no Oriente Médio, onde a ONU está profundamente envolvida em ações de paz.
Valerie afirma que a experiência do Brasil no Haiti, onde suas tropas fazem parte da força multinacional Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), serve de exemplo para outros países.
“Sem dúvida, nossa experiência no Haiti pode ser transmitida”, assegura Amorim, que concorda em estender a cooperação do Brasil à ONU. Ele também referiu-se ao Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro, com capacidade de treinar soldados estrangeiros designados para missões internacionais de paz.

Fonte: Diálogo da Américas