Milícia que derrubou ex-presidente do Haiti volta a se mobilizar no país

Foto: Joseph Guyler Delva

Luis Kawaguti

As principais exigências da milícia são a recriação do Exército – uma promessa do atual presidente Michel Martelly – e o pagamento de pensões a militares reformados.

O governo haitiano e a Polícia Nacional tentam resolver o impasse de forma pacífica, segundo o general brasileiro Fernando Rodrigues Goulart, comandante da missão de paz da ONU no Haiti.

Ele afirmou à BBC Brasil que as forças internacionais acompanham a negociação à distância, mas podem intervir se necessário.

“Estamos preparados para cumprir qualquer tarefa”, disse Goulart.

Dos 10.700 militares em missão de paz da ONU no Haiti, 2.132 são brasileiros.

Ex-militares desfilam em parada no terreno de uma base militar abandonada na capital Porto-Príncipe

Mobilização

O Exército haitiano foi dissolvido em 1995 pelo então presidente Aristide, que temia sofrer um golpe militar.

Em 2004, uma milícia de ex-militares se aliou ao grupo 184 (bloco político de direita) e conquistou militarmente o norte do país. Aristide deixou o poder dias depois e a ONU enviou capacetes azuis ao Haiti.

Os ex-militares operaram ilegalmente até 2005, quando foram desbaratados por forças da ONU. Seu líder, Remissanthe Ravix, foi morto pela polícia.

Porém, no fim do ano passado jovens interessados em integrar o novo Exército prometido por Martelly se juntaram a ex-militares para pressionar o governo. Eles ocuparam bases militares abandonadas e começaram a treinar.

Liderança

Armados e fardados, invadiram edifícios públicos em março de 2012. O maior deles é o escritório da Secretaria de Agricultura, em Cap Haitien (segunda maior cidade do Haiti), que permanece ocupado.

O movimento não tem uma liderança clara. O assessor do governo haitiano, Georges Michel, estimou o grupo em 15 mil integrantes e recomendou ao presidente criar um comando militar interino para preencher o vácuo de poder.

Em meio a uma crise política, Martelly vem pedindo calma e orientando os ex-militares a voltarem às suas casas enquanto o governo toma uma decisão sobre a recriação do Exército.

No último dia 29, Guy Philippe, o ex-líder do golpista grupo 184, disse em entrevista a uma rádio local que os ex-militares devem chegar em breve aos 30 mil homens.

“Eles têm armas e são treinados. Caso se tornem um Exército livre ninguém será capaz de controlá-los”, disse.

Segurança

Apesar da turbulência política, a situação de segurança no país permanece estável, segundo o general Goulart.

“Tivemos recentemente relatos de tiros em Cité Soleil [principal favela haitiana], mas quando nossa tropa chegou ao local indicado não havia mais nada”. Segundo ele não há região do país onde as tropas da ONU não operem.

Fonte: BBC Brasil 

7 Comentários

  1. ja passou da hora do haiti assumir seu pais, o desafio sera consilidar suas instituições, com muitas feridas abertas de todos os lados, mas uma hora alguem terá que assumir esse desafio, os “capacetes azuis” não podem ficar la eternamente.

  2. o pau vai comer logo,as forças haitianas estão se mobilisando sem controle do governo,isso não cheira bem,tem armas e são treinados,as forças de paz que estão la deveriam intervir logo antes que seja tarde.

  3. Senhores a lixos que nao podem ser reciclados(eu poe exemplo),no caso do haiti ate as placas tectonicas conspiram contra,deixemos que se consumam uns aos outros,ajudar a quem nao quer ser ajudado e´passar merd. na cara!

  4. pe de cao disse:
    12/04/2012 às 19:20

    “… tem que fazer muita ordem unida ainda ,mas tudo tem seu tempo,e eu acho certo o haiti ter seu exercito sim!… ” -=====Tem de trazerem os n guerreiros de volta, aki e q eles s~çao melhores e fazem falta p à n segurança na amazônia… P Ontem,sds.

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  5. Quem está financiando esse pessoal? De “vento” é que não estão vivendo ou é uma “milícia meio-período”?
    Tem dedo do Chavez e dos Irmãos Castro aí.

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