Desde setembro de 2011, o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) se tornou o principal tema de interesse do Programa Espacial Brasileiro pela indústria espacial estrangeira. E com frequência, surgem notícias sobre os preparativos e as movimentações para a viabilização do projeto, a ser executado pela BR1SAT, joint-venture a ser constituída pela Embraer Defesa e Segurança e a estatal Telebrás, sob os auspícios e interesses dos ministérios das Comunicações e Defesa.
À medida que o projeto vai se viabilizando, também acontecem as movimentações de empresas e indústrias interessadas, e o blog passará a abordar algumas dessas movimentações de bastidores.
De acordo com informações que chegaram ao conhecimento do blog Panorama Espacial, houve uma tentativa francesa para uma proposta conjunta para o governo brasileiro, envolvendo a Thales Alenia Space e a Astrium, num solução turn-key, com a entrega do satélite em órbita. Seria uma proposta similar a que está sendo feita pela Astrium e Thales Alenia Space para a empresa espanhola Hisdesat envolvendo o satélite militar Hisnorsat. A Thales, no entanto, teria recusado a proposta.
Na opinião de quem observa atentamente as movimentações empresariais relacionadas ao SGB, a decisão da Thales demonstra a importância que o eventual contrato brasileiro representa para a empresa. Em 2011, o único contrato para a construção de um satélite geoestacionário de comunicações conquistado pela companhia foi com governo do Turcomenistão. Não houve encomendas comerciais. Oficialmente, as dificuldades em conquistar novos negócios teriam um motivo principal: a desvalorização do euro frente ao dólar, o que estaria minando a competitividade da indústria espacial europeia. Mas, mesmo com a desvalorização do dólar, a também europeia Astrium fechou em 2011 cinco novas encomendas de satélites geoestacionários, inclusive de clientes comerciais, como a DirectTV e Eutelsat.
A Thales Alenia Space é a contratante principal do Syracuse, o sistema francês de comunicações militares por satélite, e tem esperanças de que seu expertise na área, aliado ao acordo de parceria estratégica entre o Brasil e a França, sejam determinantes para a sua escolha como fornecedora principal do satélite do SGB.
A competição vai se desenhando
Em declarações públicas feitas há algumas semanas, Marco Antônio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação não perdeu a oportunidade para falar sobre a aguardada abertura de concorrência internacional para a seleção do fornecedor do SGB, o que tem causado certa aflição em setores industriais e mesmo no governo.
Primeiro, Raupp falou da possibilidade da participação norte-americana, e embora não tenha citado nomes, fato é que a Space Systems Loral (selecionada pela brasileira Star One para a construção do Star One C4) já esteve em Brasília para contatos relacionados a uma possível participação no SGB, conforme já revelado pelo blog. Além da Loral, cogita-se também sobre o possível interesse da Boeing, que, em mais de uma ocasião, demonstrou estar atenta a oportunidades espaciais no Brasil.
Diz a lenda, a Loral, que é bastante conhecida por suas propostas competitivas, muitas vezes com valores percentuais até dois dígitos mais baratos, já conta com experiência (e habilidade) em suportar “desaforos” sul-americanos. A Boeing, por sua vez, apesar de ter sistemas de comunicações considerados caros, há alguns anos decidiu voltar com força ao mercado, e colocou o Brasil como um dos seus mercados de atenção, particularmente pelo Programa F-X2, que prevê a aquisição de novos caças pela Força Aérea Brasileira.
Raupp também esteve na Índia, integrando a comitiva que viajou ao país asiático no final de março. Nesta ocasião, o ministro convidou os indianos a analisarem o projeto SGB e eventualmente participarem da concorrência. A Índia conta com uma tecnologia recentemente madura em satélites geoestacionários, principalmente em plataformas de médio porte, mas ainda depende de fornecedores estrangeiros para componentes e cargas úteis, como os transpônderes de comunicações, usualmente fornecidos pela europeia Astrium. A empresa do grupo EADS e a Antrix Corporation (braço comercial da agência espacial indiana, a ISRO), aliás, mantêm vários acordos de cooperação, como em lançamentos de cargas úteis, satélites, entre outros.
Fratricídio?
Para muitos observadores, a indústria espacial francesa sempre foi vista como uma das mais bem posicionadas para o SGB, posicionamento este que ganhou reforço com o acordo de parceria estratégica celebrado em dezembro de 2008. Uma falha da indústria da França em unir esforços para uma oferta conjunta para o SGB poderia resultar num movimento fratricida, que só traria prejuízos a sua própria indústria. Falhas estas, aliás, que muitas vezes levaram a indústria francesa a ser surpreendida e perder negócios em que já era entendida como vitoriosa, mesmo no Brasil (uma pessoa ouvida pelo blog citou o caso, pouco conhecido em detalhes, da tentativa francesa em vender e transferir tecnologia de pequenos satélites de observação).
“Oficialmente, as dificuldades em conquistar novos negócios teriam um motivo principal: a desvalorização do euro frente ao dólar”.
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Isso seria problema para a Europa/Tales, ou para nós?
Aliás quem manda fazer tisunami assim.
Um negócio importante, quente e perigoso, todo cuidado é pouco.
Espero ver os Russos entrando nesse processo de maneira forte,para que eu posso morder a minha lingua quando digo que eles tem muito blá blá blá em relação ao Brasil,não sei qual o nível tecnologico em relação a Satélites Geoestacionário mas deve ser um dos mais avançados.
Eu vejo a BOEING e os americanos fortes,acho que são os favoritos,os frances além do que foi exposto no texto há o fator deles já estarem envolvidos em outros projetos e logo aperece pessoas dizendo que não deveriamos dar todos os contratos independente deles serem os melhores na TT.
obvio que a frança vai querer nos “encoleirar!” nesse sentido, a base de lançamentos deles fica estrategicamente ao lado de alcantara, na sua colonia sil americana colonia, guiana francesa,obvio que vão fazer tudo para eliminar a concorrencia num mercado bilionario e estrategico como o espacial,e alguns ainda acham “bonitinho’ termos em pleno seculo 21, colonias europeias em territorio sul americano, não veem os prejuijos geopoliticos que isso nos terazem, coisa de vira latas entreguistas mesmo !!
senhores a verdade, e que nesse ramo ninguem e confiavel nem inocente e muito menos “gente fina”nem russia, nem eua, nem frança, nem ucrania, nem china, ninguem vai abrir as pernas num mercado bilionario, e geo estrategico como este,portanto esqueçam esse negocio besta de “trasferencia de tecnologia” e ”
tratados de cooperação”, assinados por diplomatas come dormes, se quisermos ter indempedencia no campo espacial, O UNICO CAMINHO E ESTUDAR, INVESTIMENTO MACIÇO EM EDUCAÇÃO, ninguem ensina o “pulo do gato” para ninguem, não sejam ingenuos, a ucrania esta há mais de tês anos comendo nosso dinheiro, e necas, so jogo sujo de bastidores.
e como se encolera um pais como o BRASIL nesta area ? muito simples, comprando politicos fisiologistas, e funcionarios pubricos safados de segundo e primeiro escalão, patra que o mesmo trasformem a AEB, e o INPE, num gigantesco ralo de recursos, cabidão de empregos, e cheio de parentes.
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a china e a india, começaram seus programas espaciais antes de nos, agora comparem os resultados deles com os nossos ?/ lamentavel !!!
Os Chineses ou os Rússo,os Sinos por termos c os mesmo uma parceria nesse setor, os Rússos por serem + avançados no seu Glonasss.P Ontem.
Concordo com você Capa Preta!!.O Mercado de lançamento de satelites supera os U$ 200 Bilhões de dolares;só mesmo sendo muito ingenuo pra acreditar que as grandes potências espaciais vão dividir parte desse bolo com a gente! Quanto a transfência de tecnologia,isso não existe,o que temos que fazer é aquilo que deveriamos estar fazendo a muito tempo que é investir P&D.Mas enfim esse é o Brasil,Vamos ver no que vai dar esse projeto!!!!!!!
A transferência de tecnologia é tão somente uma moeda de troca, uma mercadoria exposta no mercado à espera de ofertas vantajosas e irrecusáveis e do aval político, pautado no jogo de interesses mútuos entre as nações, grupos empresariais e seus gestores . Não vamos nos iludir, a história está repleta de bons exemplos.
Por fora sem ninguém perceber a Boeing vai devagarinho pavimentando o seu caminho junto a Embraer e o seu vendido Diretor Federico Curado. Acorda Brasil! Se depender do Federico Curado a area espacial brasileira vai ser posta nas mãos dos americanos.